Reforma ministerial de Bolsonaro atinge ao menos 6 pastas e alerta STF

Bolsonaro promove mudanças nas Relações Exteriores, Ministério da Defesa, Advocacia-Geral da União, Ministério da Justiça, Secretaria de Governo e Casa Civil

Foto: Marcelo Camargo (via fotospublicas.com)

Jornal GGN – Ao que tudo indica, Jair Bolsonaro tirou a segunda-feira (29) para promover uma reforma ministerial. Depois de trocar o general Eduardo Pazuello pelo médico Marcelo Queiroga no Ministério da Saúde, o extremista de direita avançou hoje sobre as Relações Exteriores, Ministério da Defesa, Advocacia-Geral da União, Ministério da Justiça, Secretaria de Governo e Casa Civil. Segundo a CNN Brasil, o Supremo Tribunal Federal recebeu as informações com preocupação, porque dois interlocutores do governo junto à Corte perderam o cargo.

A AGU, tocada pelo ministro José Levy, visto como um interlocutor do governo Bolsonaro com a Suprema Corte, já divulgou nota sobre a demissão. Outro pilar desse relacionamento com o STF seria o general Fernando Azevedo e Silva, ex-assessor do ministro Dias Toffoli. Azevedo e Silva anunciou, por volta das 15h desta segunda (29), sua demissão do Ministério da Defesa, sem explicar os motivos. Setores da imprensa observaram que, com as duas alterações, Bolsonaro “queima pontes com o Supremo”.

No lugar de Levy, na AGU, retornará o ministro André Mendonça, que hoje está na Justiça. O delegado federal Anderson Torres, secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, assumirá o Ministério da Justiça e Segurança Pública.

A reforma ministerial começou após o desgaste insuperável de Ernesto Araújo com o Senado. Bolsonaro pediu, e o chanceler colocou o cargo à disposição. Eles têm uma reunião marcada para o final da tarde desta segunda para formalizar a saída. A ideia de Bolsonaro é colocar um diplomata de mesmo perfil ideológico no lugar. O mais cotado agora é Carlos Alberto França, que é do cerimonial da presidência da República.

Poucas horas após o anúncio da mudança de chanceler, Azevedo e Silva divulgou uma nota pública confirmando sua demissão. Ele deixa a Defesa afirmando ter cumprido sua missão e “preservado” as Forças Armadas enquanto “instituições de Estado”. A mensagem gerou preocupação. Nas redes sociais, juristas, influenciadores, jornalistas, políticos manifestaram curiosidade e atenção com a movimentação dos militares junto ao governo.

Na esteira da exoneração de Azevedo e Silva, há expectativa de saída do comandante do Exército, Edson Pujol. Ele já manifestou opiniões contrárias as de Bolsonaro sobre a pandemia de Covid-19.

No lugar de Azevedo e Silva, na Defesa, entrará o general Braga Netto, da Casa Civil.

Na Casa Civil entraria, por sua vez, Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo. Ainda não está confirmado o nome que substitui Ramos.

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Redação

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