Sem recursos, Uerj diz que pode suspender atividades

 
Jornal GGN – O Conselho da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) afirmou, em carta para o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), que suas “atividades ficarão impossibilitadas” em razão da falta de pagamento de salários, bolsas e verbas de custeio desde novembro. 
 
A universidade não disse se irá paralisar as atividades, mas o ofício afirma que as condições de trabalho poderão levar a uma suspensão dos trabalhos. Entre as unidades afetadas, estão o Hospital Pedro Ernesto e a policlínica Piquet Carneiro. 
 
O documento, assinado pela reitora em exercício Maria Georgina Muniz Washington, reivindica o pagamento dos salários de novembro, dezembro e o décimo terceiro para os funcionários, além de repasses de bolsas e auxílios. 

 
 
“A Uerj tem funcionado muito precariamente, às vezes sem luz, sem internet funcionando, o serviço de limpeza  pago é com atraso, segurança, restaurante universitário, tudo com atraso. Mas, principalmente, com atraso nas bolsas dos estudantes. São mais de 9 mil cotistas que têm a bolsa-permanência, que é uma verba do governo federal para permanência de quem tem baixa renda comprovada, além dos alunos bolsistas dos projetos da universidade que também estão sem receber desde novembro”, afirma Tania Maria de Castro Carvalho, sub-reitora de Graduação. 
 
A professora também disse que “a Uerj se recusa a participar do desmonte da educação pública e da saúde pública no estado e no país”.
 
A Secretaria Estadual da Fazenda afirmou que os funcionários estatutários da Uerj estão recebendo os salários com os demais servidores. A secretaria também afirmou que os repasses seguem sendo feitos à Uerj, mas que a prioridade, desde o início da crise, tem sido pagar os salários dos servidores. 
 
Os vencimentos de novembro dos funcionários estaduais está sendo pago em cinco parcelas, as duas primeiras nos dias 5 e 6 e as outras nos dias 11, 13 e 17.
 
De acordo com o portal G1, o supercomputador da universidade, que custou em torno de R$ 5 milhões, está desligado porque precisa de peças de reposição. A Uerj corre o risco de ser descredenciada pelo laboratório suíço que coordena o estudo. 
 
A universidade diz que foram aprovados R$ 128 milhões em projetos pela Faperj desde 2014, mas que só foram repassados R$ 60 milhões. 
De acordo com a Uerj, dos R$ 128 milhões de projetos aprovados pela Faperj desde 2014, o estado só repassou para a universidade R$ 60 milhões. Em 2016, o setor de pesquisas científicas e tecnológicas não recebeu dinheiro algum.
 
A Academia Brasileira de Ciências crê que a crise ameaça toda uma geração de pesquisadores. “As pessoas que estão, nesse momento, militando e atuando, os pesquisadores, os jovens professores, estão desiludidos e vão buscar outros rumos e caminhos. E esse cenário não contribui em nada como atrativo para as novas gerações de pesquisadores brasileiros. Então, está armado o cenário da destruição”, afirmou a pesquisadora Débora Fogel.
 
Redação

6 Comentários

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  1. bananal

    A sucatização do Brasil é deliberada!

    Sem investimento em inteligência voltaremos a plantar bananas para o mundo.

    Com sementes da montesanto.

    1. País das bananas…

      Mas é bom respeitar os produtores de bananas, pois a 5,0 reais a dúzia está sendo um bom negócio.

      Temos um presidente não eleito, o congresso possui maioria não eleita diretamente. Só virão coisas ruins a partir daí.

      E a população continua assistindo as novelas da globo…

  2. Quando faltam elevadores em

    Quando faltam elevadores em uma instituição verticalizada as coisas complicam. Prá não falar em luxos como papel higiênico. 

  3. Sobre a situação da UERJ,

    Sobre a situação da UERJ, sabemos que é apenas o início do desmonte do sistema universitário e de pesquisa no Brasil e certamente, não está restrito ao RJ. Tudo indica que outros Estados também terão o mesmo problema em breve. O pseudo-governo federal já acena com vários cortes para as IES federais e em pouco tempo a situação deverá ficar insustentável, até o momento em que os “gênios” liberais façam a proposição (?) de um processo de estatização do sistema de ensino superior, com “parcerias” privadas e cobrança de mensalidade dos acadêmicos. Pergunto-me enquanto docente de uma IES federal: o que estamos fazendo para mudar esse quadro? Não estamos muito passivos? Não seria a hora de fazermos ampla mobilização??

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