Os monstros (na vida real e na fantasia) são criados a partir de boas intenções. O Ministério Público é um destes monstros, e é urgente enfrenta-lo. Mas quem poderia fazê-lo? Não creio que seja o caso de qualquer um dos poderes da república, nem mesmo através da renovação proporcionada pelas eleições diretas. Isto porque, o “diabo”, enquanto abrigado no “paraíso” da opinião pública é capaz de capitanear os recursos (processuais, monetários, midiáticos, partidários) e direciona-los para seus interesses. Em outras palavras, a democracia representativa encontra-se depauperada, sem vigor.
Como na ficção, creio que somente quem criou este monstro poderia dar conta da tarefa. Uma Assembleia Nacional Constituinte exclusiva, se possível liderada por alguém com a força de um Ulisses Guimarães.
Talvez eu esteja sonhando, uns dirão mesmo, delirando. É possível.
Então, o que tenho a dizer é que qualquer enfrentamento não poderá ser direto. E neste campo, no qual estratégia se confunde com esperteza e a articulação acontece por debaixo do pano, pouco espaço resta a quem se pretenda democrata.
É uma constatação triste e de difícil enfrentamento para as esquerdas, mas não adianta querer simplesmente esconder o sol com a peneira.
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