Sonegação chegou a R$ 415 bilhões em 2013

Sugerido por Webster Franklin

Da Carta Maior

Os sonegadores irão para a Papuda?

Estudo do Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda revelou que a sonegação de impostos em 2013 atingiu a soma de R$ 415 bilhões.

Altamiro Borges

Estudo do Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda (Sinprofaz) divulgado na semana passada revelou que a sonegação de impostos em 2013 atingiu a soma de R$ 415 bilhões. Ainda segundo a pesquisa, todos os tributos não pagos, inscritos na Dívida Ativa da União, ultrapassaram R$ 1 trilhão e 300 milhões. Com esta grana, o Brasil teria condições de enfrentar os graves problemas nas áreas da saúde, educação e mobilidade urbana, entre outros. Mas os empresários e os ricaços, os principais sonegadores, preferem criticar o “impostômetro” – até como forma de ocultar o criminoso “sonegômetro”. Eles sabem que nunca irão para o presídio da Papuda nem serão alvos da escandalização da mídia – até porque a Rede Globo ainda não mostrou o Darf do pagamento do seu calote.

A sonegação de R$ 415 bilhões somente no ano passado corresponde aproximadamente a 10% do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todas as riquezas produzidas pelo país. O valor supera, com folga, os orçamentos federais de 2014 para as pastas da educação, saúde e desenvolvimento social – somados. 
Para uma simples comparação, o programa Bolsa Família investe R$ 24 bilhões ao ano para atender 14 milhões de famílias. O que foi sonegado somente em 2013 pelos ricaços equivale, portanto, a 17 anos deste programa do governo federal. Segundo Heráclio Mendes de Camargo Neto, presidente do Sinprofaz, os altos valores “são sonegados pelos muitos ricos e por pessoas jurídicas (empresas), com mecanismos sofisticados de lavagem de dinheiro e caixa dois”.

O estudo do sindicato poderia servir como base para enviar à cadeia centenas de sonegadores bilionários – alguns deles, provavelmente presentes no último ranking dos ricaços da Forbes. Ele também serve para alimentar o debate sobre a urgência da reforma tributária no Brasil. Como aponta o Sinprofaz, que paga impostos no país é o trabalhador. Os ricaços sonegam e ainda são beneficiados por um sistema injusto, baseado em impostos regressivos e indiretos. Quem ganha mais, paga menos; e vice-versa. “Mesmo que você seja isento do Imposto de Renda, vai gastar cerca de 49% do salário em tributos, mas quase tudo no supermercado ou na farmácia”, explica Camargo Neto à reportagem da Rede Brasil Atual.

Além disso, quanto mais o contribuinte tem a declarar, maiores são as chances de abater os valores. “Os mais ricos podem abater certos gastos no Imposto de Renda. Em saúde, por exemplo, se você tem um plano privado um pouco melhor, você pode declará-lo e vai ter abatimento no cálculo final do imposto. Esta é uma característica injusta do nosso sistema. Os mais pobres não conseguem ter esse favor”, completa o sindicalista. Já o trabalhador não tem como escapar da fúria do Leão. Quem tem salário a partir de R$ 2.400 é tributado automaticamente pelo Imposto de Renda Retido na Fonte. Apesar destas distorções, os empresários ainda tentam se apresentar como vítimas de uma carga tributária injusta. Sonegam e/ou pagam pouco e ainda se travestem de vítimas!

Em 2005, o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário e a Associação Comercial de São Paulo criaram o “impostômetro” e instalaram um painel eletrônico no Pátio do Colégio, no centro da capital paulista. Segundo a Rede Brasil Atual, na semana passada o placar registrava R$ 313 bilhões em impostos pagos. “Se nós conseguirmos cobrar essas grandes empresas e pessoas físicas muito ricas, o governo poderia desonerar a classe média e os mais pobres. Seria o mais justo. Se todos pagassem o que devem, nós poderíamos corrigir a tabela do Imposto de Renda e reduzir alíquotas sobre alimentos e produtos de primeira necessidade, que todo mundo usa”, conclui Camargo Neto, desmascarando os ricaços sonegadores – verdadeiros impostores!

Redação

32 Comentários

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    1. Os fatos mantem sempre uma relação entre si

       

      Ivan de Union (sexta-feira, 07/03/2014 às 12:13),

      Como vejo que você apareceu neste post “Sonegação chegou a R$ 415 bilhões em 2013”, eu aproveito para lembrar que eu enviei uma resposta para questionamento que você me fizera junto ao post “O STF em 1964” de segunda-feira, 03/03/2014 às 13:14, aqui no blog de Luis Nassif e que pode ser visto no seguinte endereço e que já o deixo vinculado à minha resposta para você:

      https://jornalggn.com.br/noticia/o-stf-em-1964#comment-239399

      Aparentemente o meu comentário para você lá no post “O STF em 1964”  não tem relação com a matéria deste post “Sonegação chegou a R$ 415 bilhões em 2013” de sexta-feira, 07/03/2014 às 12:11, e originado de sugestão de Webster Franklin para a matéria da Carta Maior intitulada “Os sonegadores irão para a Papuda?”.

      De todo modo, há sempre uma relação. O que eu discuti lá no post “O STF em 1964” como também aqu, como se pode ver no comentário que enviei para Webster Franklini é o fato de que nós comentamos sobre uma realidade mais de acordo como nós avaliamos que ela seja ou desejamos que ela seja ou como nós fomos informado como ela é, e raramente procuramos entender como a realidade de fato é.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 07/03/2014

      1. Nao, eu nao tinha visto,

        Nao, eu nao tinha visto, Clever, obrigadasso.  Eu estou nos Estados Unidos:  se um juiz fizer alguma coisa ilegal durante um julgamento, o julgamento esta permanentemente invalidado e o juiz sem emprego, e possivelmente preso -especialmente se for para intencionalmente prejudicar o reu.

        Entao esse era o meu ponto ao fazer minha pergunta.  Nao ha “demonizacao”.  Quando muito, ha uma chamada aa responsabilidade ao resto do judiciario -ja que seria irrelevante fazer lo a Barbosa.

      2. (Oh, esqueci:  agora sua

        (Oh, esqueci:  agora sua opiniao eh valida como opiniao, claro.  Nao eh por ser diferente da minha que eu te negaria isso.)

      3. Sim, Clever. O problema é com

        Sim, Clever. O problema é com a realidade, sobretudo por parte dos ideólogos da oposição e da imprensa – o que muitas vezes dá no mesmo.

        Um cara como Afif, no entanto, talvez, talvez, saiba que aumento de arrecadação, por exemplo, não significa aumento de imposto.

        Sardenberg e Leitão, não: estes simplesmente IGNORAM; REPITO: IGNORAM. Não se trata de manipulação, não; nem defesa de emprego, também, não: eles ignoram por causa de ideologia. São uns grosseirões. Para eles quanto mais dinheiro para o setor público, menos é pro setor privado; daí que até a sonegação [crime] é tolerada.

        A lente ideológiica enxerga o que quer.

  1. Para esses tipos de crime não

    Para esses tipos de crime não há pressão na sociedade, sobretudo na grande imprensa que aliás é grande sonegadora.

    E o ” julgamento exemplar ” sobrou para o PT.

    O sistema acha imprescindível os PPPP

    para fazer de conta que há normalidade.

     

  2. Bem, impedir completamente a

    Bem, impedir completamente a sonegação é impossível. Agora amenizá-la (e muito) tem solução “fácil”:

    É só focar a arrecadação nos ricaços, o que significa diminuir impostos sobre consumo e produção e aumentar progressivamente as alíquotas do Imposto sobre a Renda (pessoa física e jurídica), o IPTU, a Contribuição sobre o Lucro, Imposto Transmissão Causa Mortis e criar o Imposto sobre Grandes Fortunas.

    Tem que fazer igual país europeu, e meter a alíquota máxima destes tributos lá nas alturas para quem é ricaço.

    Concentrar a fiscalização nos maiores contribuintes (no panorama atual ela é pulverizada) e mudar toda a legislação penal sobre crimes contra a ordem tributária, extremamente amena e permissiva aos sonegadores.

    Só que, como este é um não-tema para o governo, para a oposição e basicamente todos os partidos políticos, a sonegação vai continuar aí, tranquilamente.

     

     

  3. E nós assalariados, como ficamos?

    “Quem tem salário a partir de R$ 2.400 é tributado automaticamente pelo Imposto de Renda Retido na Fonte. Apesar destas distorções, os empresários ainda tentam se apresentar como vítimas de uma carga tributária injusta. Sonegam e/ou pagam pouco e ainda se travestem de vítimas!”

    A questão é: como o governo nada fala sobre essas ditorções. Enquanto quem tem muito se vira pra sair das garras, nós, todo mes, vemos lá nosso querido desconto em folha. Sem contar que tem fiscal atrás da gente doidinhos para achar qualquer coisa.

    1. Não cabe a comparação, as

      Não cabe a comparação, as situações são totalmente diferentes.

      Se fosse tão ruim assim como diz no texto porque então a maioria das pessoas não abre empresas e vão sonegar a vontade ?

      Imagine que o trabalhador recebesse o salário integral e tivesse, por força de lei, que recolher, ele próprio o imposto, ao final do mes seguinte. Imagine ainda que não houvesse cruzamento de dados entre quem paga e quem recebe. Acha mesmo que os funcionários todos iriam contribuir ? Não iriam sonegar também ? Claro que iriam.

      A sonegação de pequenos empresários se dá, na maioria das vezes porque os impostos são difusos, de dificil calculo, pelo risco da atividade, e também porque muitas vezes a concorrencia também sonega. Se houvesse uma maior formalização todos sairiam ganhando, pois ele poderia investir mais facilmente na ampliação de seu negócio e teria mais fácil acesso a crédito.

       

      1. ou seja, você foi claro como

        ou seja, você foi claro como água: quem não tem como sonegar é a classe trabalhadora que recebe via contracheque (acima da fortuna de 2.400,00). Aí fica fácil arrecadar. Agora, correr atrás das empresas e outros que sonegam muito, dá muito mais trabalho e a legislação (propositalmente?) os favorece. 

        Em tempo, conheço pequenos empresários que comentam que a sanha arrecadadora (Estados e união) é de assustar. 

  4. Não há sistema para medir sonegação. Só há chute

     

    Webster Franklin,

    Por tudo que eu já li sobre sonegação e a entendendo, não na definição do Código Penal, mas em um sentido genérico de toda evasão de tributo que não é feita de acordo com a lei, diria que para um país como o Brasil com a qualidade do seu sistema tributário e o histórico deste sistema jamais se vai encontrar um total de evasão fiscal anual que seja superior a 2% do PIB. Para um PIB de R$ 4.838,0 bilhões, tivemos no máximo, em 2013, em um arredondamento para cima, 100 bilhões de sonegação.

    Os valores que são apresentados sobre sonegação são geralmente um grande chute e, por sinal, trata-se de um chute não difere muito do chute que se faz quando se estabelece valores de corrupção em um país. E o chute não é só brasileiro. No mundo inteiro o chute é de igual tamanho, para os dois casos tanto a sonegação como a corrupção.

    Alias há uma frase que consta do texto “Tax Policy: A Survey” de John A Kay que esclarece bem o assunto. O texto “Tax Policy: A Survey” foi publicado no periódico The Economic Journal, 100 (March 1990), 18-75 e pode ser visto no seguinte endereço para quem é vinculado o jstor:

    http://www.jstor.org/discover/10.2307/2233594?uid=3737664&uid=2129&uid=2&uid=70&uid=4&sid=21103607770007

    Já acessei o jstor, mas não tenho mais o acesso assim não saberia reproduzir a frase com fidedignidade. A idéia, que seria de algum economista mencionado por John A. Kay, entretanto, era simples e dizia que, quando expresso por administradores públicos, o tamanho da sonegação (No sentido amplo do termo) era um balanço entre a necessidade de se demandar por mais recursos e o temor de se mostrar muito incompetente.

    O meu valor também é um chute, mas um bom técnico em estatística e com bom conhecimento de economia, em especial da metodologia de cálculo do PIB e tendo conhecimento de como se dá a sonegação no país, vai constatar que o limite que eu dei é um limite intransponível.

    Clever Mendes de Oliveira

    BH, 07/03/2014

    1. Clever,
      Estimativas não

      Clever,

      Estimativas não significam que sejam chutes. No período em que vigorou a CPMF a RF tinha a relação dos grandes sonegadores do país com base na movimentação financeira obtida dos maiores pagadores de CPMF por mês e por ano.

      A entrevista do ex-ministro da saúde Adib Jatene à época e em conversa com o ex- secretário geral da Rf Everardo Maciel é bastante reveladora do absurdo da sonegação de impostos no país e não se trata de chutes ou estimativas e sim cálculos sobre a sonegação obtidos com base nos recolhimentos efetivos da CPMF naquele período e que geraram inúmeros processos de cobrança por parte da RF.

      Infelizmente a maioria dos parlamentares que criaram a CPMF  trabalharam intensamente para extingui-la em 2007, submetidos sobre forte pressão de grandes grupos empresariais que jamais imaginariam que a CPMF serviria de intrumento para fiscaliza-los.  

      1. Pelo texto, vê-se que não são estimativas, mas chutes

         

        Webster Franklin (sexta-feira, 07/03/2014 às 16:53),

        O grande problema que nós enfrentamos é que somos leigo em quase tudo e avaliamos que recebemos informações de quem é perito no assunto. Só que não é assim. Tomemos este texto de Altamiro Borges. Primeiro tomemos a informação que há sobre Altamiro Borges no blog dele denominado Blog do Miro. Lá se diz que ele é “Jornalista, presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, militante do PCdoB e autor do livro “A ditadura da mídia””. Não vejo nada neste perfil dele que o desabone, para mim, até é o contrário, mas ele não tem nenhuma especialização na área tributária.

        Bem, Altamiro Borges inicia o texto dele revelando que a sonegação de R$415 bilhões somente em 2013 foi obtida em Estudo do Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda. Há então o suporte do número em um estudo e em um estudo feito pelo Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda. Não há dúvida que ai aparece um pouco mais de conhecimento na área tributária.

        Bem, dito que a sonegação é de R$415 bilhões, Altamiro Borges passa a criticar os que omitem sobre o problema da sonegação embora até devessem ter a obrigação de mencionar sobre este problema. Nisso eu concordo com ele. Além disso, ele se dedica a mostrar o que se poderia fazer de bom com este valor. E então traz a opinião de Heráclio Mendes de Camargo Neto, presidente do Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda – Sinprofaz que diz que estes altos valores “são sonegados pelos muitos ricos e por pessoas jurídicas (empresas), com mecanismos sofisticados de lavagem de dinheiro e caixa dois”.

        Fora os R$415 bilhões que eu considero um chute, o que foi dito até o segundo parágrafo é o óbvio, mas que em nada serve para conferir validade ao valor apresentado de R$415 bilhões. E no início do terceiro parágrafo o Altamiro Borges diz o seguinte: “O estudo do sindicato poderia servir como base para enviar à cadeia centenas de sonegadores bilionários – alguns deles, provavelmente presentes no último ranking dos ricaços da Forbes”.

        No Estado Democrático de Direito um estudo servir como base para enviar à cadeia centenas de sonegadores bilionários é um disparate sem tamanho.

        Depois ainda no terceiro parágrafo e continuando no quarto parágrafo, Altamiro Borges passa a tratar da justiça ou injustiça do IR. E no quinto parágrafo ele coloca lado a lado o tamanho da sonegação e a campanha do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário e da Associação Comercial de São Paulo que criaram o Impostômetro para registrar diariamente o quanto se paga, no ano, até a data, de imposto no Brasil. E encerra a o texto com o seguinte comentário do presidente do Sinprofaz, Heráclio Mendes de Camargo Neto:

        “Se nós conseguirmos cobrar essas grandes empresas e pessoas físicas muito ricas, o governo poderia desonerar a classe média e os mais pobres. Seria o mais justo. Se todos pagassem o que devem, nós poderíamos corrigir a tabela do Imposto de Renda e reduzir alíquotas sobre alimentos e produtos de primeira necessidade, que todo mundo usa”.

        Encerra é modo de dizer porque há uma afirmação de Altamiro Borges em que ele se refere ao que seria resultado da frase de Heráclio Mendes de Camargo Neto. Segundo Altamiro Borges, o presidente do Sinprofaz com a frase acaba “desmascarando os ricaços sonegadores – verdadeiros impostores!”.

        Ora, alguém é capaz de mencionar um ricaço sonegador que foi desmascarado pela frase de Heráclio Mendes de Camargo Neto.

        E o pior que ele bate palma para frase que é de certo modo para adquirir vantagem e sem muita consistência ou utilidade. Segundo Heráclio Mendes de Camargo Neto “Se todos pagassem o que devem, nós poderíamos corrigir a tabela do Imposto de Renda e reduzir alíquotas sobre alimentos e produtos de primeira necessidade, que todo mundo usa”. É claro que se a idéia é manter a mesma carga tributária e se houver redução do descumprimento da obrigação de pagar o tributo devido, haverá espaço para correção da tabela do Imposto de Renda. Só que incidência do Imposto de Renda nas faixas de renda mais baixa é uma forma de se obter uma carga tributária muito maior do que se ela só incidisse nas faixas de renda mais altas. Então a correção da tabela do Imposto de Renda deveria ser a mínima possível, pois qualquer aumento maior implicaria uma redução muito grande da arrecadação.

        E eu disse que a frase de Heráclio Mendes de Camargo Neto era para adquirir vantagem porque com se o governo corrigir a tabela do Imposto de Rendo o Heráclio Mendes de Camargo Neto será beneficiado.

        Então não há nada no texto, salvo dizer que se trata de estudo, que permita afirmar que a informação de que a sonegação foi de R$415 bilhões em 2013 seja uma estimativa e não um chute. E eu insisto em dizer que se trata de um chute porque todas as avaliações sobre sonegação para países com o histórico tributário do Brasil não conseguem visualizar como a sonegação poderia ultrapassar 2% do PIB em um país com a economia e com um histórico tributário como o do Brasil.

        Aliás, veja que a vantagem que Heráclio Mendes de Camargo Neto queria adquirir está sendo utilizada pela OAB para justificar a correção do IR sobre pessoa física. A posição da OAB pode ser vista no post “OAB pede aumento do valor para isenção do IR” de terça-feira, 11/03/2014 às 11:55, trazendo matéria de Mariana Branco sobre a arguição de inconstitucionalidade do IR pela OAB junto ao STF pelo fato de a correção das faixas se dar em patamar inferior ao da inflação. Em meu entendimento, se a Lei do Imposto de Renda não faz a previsão de que a correção deve acompanhar a inflação não haveria porque o STF considerar a correção em valor inferior à inflação como inconstitucional. O endereço do post “OAB pede aumento do valor para isenção do IR” é:

        https://jornalggn.com.br/noticia/oab-pede-aumento-do-valor-para-isencao-do-ir

        E veja que em seu comentário, em que você refuta a minha alegação de que se tratava de chute dizer que a inflação no Brasil em 2013 fora de R$415 bilhões, você foi procurar fundamentação para o valor de R$415 bilhões de sonegação em 2013 em fala do ex-ministro Adib Jatene que não é especialista em tributação e na perda que a CPMF representou em termos de controle de sonegação.

        Nos últimos dez anos, o Brasil ganhou outros instrumentos de controle fiscal, inclusive com possibilidades de verificação pela fiscalização do sigilo bancário. As notas fiscais, sejam emitidas no varejo sejam emitidas na indústria ou no atacado, são emitidas em meio eletrônico e capturadas ou diretamente pela fiscalização ou via memória eletrônica. Em valor a própria perda da CPMF foi compensada pelo incremento em outros tributos. A própria CPMF tem também problemas, pois ela incide nas transações financeiras criando um mecanismo de aumento de juro, ao afetar a captação financeira. Assim, a CPMF se de um lado fornece recursos para o Estado, de outro ela retira dinheiro do governo quando este tem que rolar sua dívida de curto prazo.

        Enfim, tudo indica que o dimensionamento da sonegação no Brasil em 2013 tenha sido um chute.

        Clever Mendes de Oliveira

        BH, 11/03/2014

  5. Não é tão simples assim. Ele

    Não é tão simples assim. Ele fala como se não fizesse parte da alta burocracia estatal que ganha salários altíssimos e com estabilidade de emprego.

    Se fosse tão fácil como ele está falando, por então as pessoas preferem passar em concurso do que abrir uma empresa e sonegar a vontade ?

    Que existem muitos sonegadores, principalmente entre os pequenos e médios empresários é fato.

    Mas isto se dá por alguns fatores como um maior incentivo a sonegação pela dificuldade de se calcular e pagar impostos e também pelo maior risco da atividade empresarial. É claro que se tiver certeza que não será pego, vai sonegar. Se não for incentivado a não sonegar, vai sonegar. Evidente que a maioria dos trabalhadores não sonega porque é descontada na fonte. É preciso o governo olhar para este lado tambem e aumentar o incentivo a atividade empresarial, comercial, industrial e de serviços. É muito dificil e arriscado se montar uma empresa.

    Por outro lado os incentivos ao serviço público estão em alta. Muitos funcionários, principalmente de áreas meio, fiscais, analistas, auxiliares administrativos, alguns com apenas nível médio ganham altos salários e com estabilidade de emprego. Muito mais altos, em muitos casos, que funcionários da iniciativa privada. Quem vai se interessar em tentar empreender algo com esses incentivos ? Muito pensam, é melhor estudar uns 2, 3 anos para concurso, passar e ficar bem mais tranquilo. Não é um problema pessoal, é natural, cada um quer o melhor para si. Mas o Governo tem que se atentar para esse ponto. No médio e longo prazo o País poderá ter problemas com isso. Poderá virar um páis quase que com apenas grandes empresas com baixos salários e funcionários públicos.

    1. mas não existe só a sonegação, Daniel…

      tem também a exploração do trabalhador…………..

       

      sem lucro ou capital declarado como manda a lei, fica mais fácil não dar aumento salarial

      1. Pode existir casos, mas não

        Pode existir casos, mas não creio que seja a regra. Ainda mais no momento atual. Estamos com pleno emprego, há falta de mao de obra em alguns setores e a renda tem crescido bastante.

        Nao se pode cair nessa conversa do sindicalista. É discurso politico dele para fortalecer a sua situação e o seu cargo, que já é dos mais valorizados do País.

        Primeiro que ele está equivocado, quem mais sonega são pequenos e médios e não os muito grandes, que tem capital mais barato e outros meios de economizar. Segundo, qual a vantagem para o País demonizar os empresários e empreendedores dessa forma ? Porque ele nao propoe uma recionalização da arrecadação de impostos, um facilitação na arrecadação ? Óbvio, porque com uma facilitação o cargo dele perderia importância.

        1. bem….falei sim só dos grandes,

          mas preciso me informar melhor sim sobre a possibilidade de pequenos e médios serem os que mais sonegam, porque sempre acreditei que a maior tributação sobre lucros e capital excedentes fosse o principal incentivo para a sonegação, partindo do fato de que pequenos e médios sempre caminham sobre margens apertadíssimas entre grana aplicada e retorno.

           

          no ramo da construção, por exemplo, e para pequenos e médios, só temos picos de lucros ou enriquecimento rápido com a valorização da área escolhida, mas sempre com a marcação em cima do leão, a depender, lógico, do administrador da região

        2. A GLOBO e a VALE são

          A GLOBO e a VALE são pequenas?

          A sonegação somente destas duas equivale a sonegação de quantas pequenas?

          Mas, a sonegação de uns não justifica a sonegação de outros.

          O FATO CONCRETO  é que quem paga todos os impostos é a ponta, é aquele que trabalha vendendo seu trabalho em troca de salário, aquele que não tem para quem repassar o seu preço.

          O sonegador cobra os impostos destes e não repassa para o governo, ou seja.  É LADRÂO.

          Aqueles que declaram que tem renda formal de um salário mínimo e depois declaram R$ 300, 400 mil por ano de dividendos recebidos são outros pilantras. O  governo sabe disto e não fecha a porta.

          Mas, o governo não se importa com a sonegação, é só não corrigir a tabela de isenção do IRPF e atualizar todos os anos a expectativa de vida da população para o fator previdenciário morder mais forte.

  6. nosso leão sempre pertenceu aos donos do circo midiático…

    é por isto que só cobra religiosamente de quem não tem como pagar

    querem saber porque ele é assim:

    observem os que reclamam da saúde, moradia e da educação

     

    querem mudanças de verdade? eu diria que não

    diria que são verdadeiros otários a serviço dos que sempre sonegaram tudo de que precisam e reclamam

  7. nosso leão sempre pertenceu aos donos do circo midiático…

    é por isto que só cobra religiosamente de quem não tem como pagar

    querem saber porque ele é assim:

    observem os que reclamam da saúde, moradia e da educação

     

    querem mudanças de verdade? eu diria que não

    diria que são verdadeiros otários a serviço dos que sempre sonegaram tudo de que precisam e reclamam

  8. Quero ver alguem abrir uma

    Quero ver alguem abrir uma pequena empresa, pagar substituição tributária sem antes mesmo de receber um produto no estoque, tirar nota integral e pagar uma carga de imposto que em alguns produtos chega a quase 100% do produto, tomar um calote do cliente e não ter meio nenhum pra receber o prejuízo, ter que pagar o imposto sobre a venda não recebida. Uma legislação trabalhista que coloca o patrão (como se pequeno empresário tivesse o “luxo” de ser patrão) como bandido, qualquer coisa que acontecer é o funcionário que está certo, ele chega pra trabalhar, cruza os braços e só sai se você pagar a multa pra mandá-lo embora. Uma coisa é sonegação das grandes empresas (essa é cafajeste), outra é sonegação das pequenas empresas, que é o unico jeito de manter no ramo. Quem acha que qualquer empresário é rico, é porque nunca montou uma empresa e começou do zero, pois o que tem de patrão que no fim do ano ganha menos que empregado não é pouco.

  9. Sonegação x Copa do Mundo

    Já vi de tudo o que argumento tentando explicar a sonegação e, o que é pior, justificá-la. Tentando, apenas, porque sonegação é, pura e simplesmente, desvio de recursos públicos para o caixa de empresas ou as contas de pessoas físicas. Corrupção, enfim. Crime. Entretando, os indignados seletivos,  ou desinformados ou hipócritas, só denunciam, genericamente, a corrupção nos órgãos públicos, como se em todos eles houvesse desvios. Seria manobra diversionista? Ou, em outras palavras, cortina de fumaça? 

    Será que os que dizem ser contra a Copa, usando o mantra de “saúde, educação e segurança padrão FIFA”, já se deram contra da sonegação do valor equivalente a quatorze vezes o montante total de investimentos para o evento, só em 2014 (415bilhões/30 bilhões)? Já viram que os 74,5 bilhões sonegados até hoje em 2014 equivalem a 2,5 Copas? Ou, simplesmente, isso não lhes interessa?  Por essas e outras é que não dou o mínimo crédito à espontaneidade e à sinceridade dos movimentos  “contra tudo isso que está aí”, a começar do que se intitula” Não vai ter Copa”.

    1. eu também não vejo lógica nenhuma nesses protestos…

      protestam contra a corrupção, por exemplo, mas desconhecem que já existem estudos que apontam a sonegação das grandes empresas como sendo fonte de grana mais abundante dos corruptos e dos corruptores

  10. Sonegação na educação privada ou na privada educação

    LN, 

     

    totalmente sem querer acabei por ver esta notícia que saiu no UOL: um grupo de ensino paulista, com mais de 100 unidades, teria sonegado  R$ 300 milhões de reais. 

     

    Isso se soma à esta notícia. 

     

    Em primeiro lugar, a razão deste tipo de notícia sair assim, sorrateiramente, É verdade que no caso deste grupo de ensino a Receita Federal manteve o sigilo. MAs também é verdade que com empresas desse porte são também grandes anunciantes do presente ou em potencial. Refiro-me ao tradicional “cala boca” pago por meio de anúncios publcitários. 

     

    Outro aspecto da questão é a falta de uma discussão séria e profunda a respeito de um sistema progressivo de impostos, bandeira abandonada pelo PT e jamais levantada pelo PSDB. 

     

    Sequer os ditos paritdos de esquerda pretensamente mais autênticos tocam neste assunto. 

     

    Até que ponto um sistema progressivo afastaria grandes investidores ou toranria o Brasil menos atrativo para investimentos?

     

    Como essa nossa classe média é capaz de se identificar com os mais abastados, que dispõem de condições diversas para a sonegação, e não com os mais pobres, que proporcionalmente pagam mais impostos.

     

     

    Estamos a menos de 2 meses do prazo final para a entrega do IR.

     

    Você não acha que esta discussão merece maior atenção?

     

    Um passarinho me controu que ao cobrar impostos progressivamente os mais ricos são os primeiros a combater a corrupção. E não se beneficarem dela.

     

    Em tempo, segue o link do uol:  

    http://educacao.uol.com.br/noticias/2014/02/26/receita-federal-investiga-grupo-educacional-por-sonegacao-fiscal.htm

  11. na lista da Forbes tinha de tudo…

    tinha até  quem é dono de plano de saúde ao mesmo tempo que é dono também de uma rede de hospitais

  12. Nassif…

    essa jogada da Amil daria um belo e interessante programa…………..

    numa semana, saúde, na outra, educação

     

    se já teve, bota aqui pro pessoal entender melhor como é fácil, extremamente fácil, gerar o caos

  13. E a Rede Globo? Pagou o DARF?

    E a Rede Globo? Pagou o DARF? Ou um DARF não pago, tecnicamente não significa sonegação mas apenas calote? Opa… peralá… sonegador não; devo sim pago quando puder… Canalhas!

  14. Esses 1 trilhão e 300 bilhões

    Esses 1 trilhão e 300 bilhões são fictícios… são resultado de erros sistêmicos, legislações com dupla ou tripla interpretação e até que tenham ultrapassado o prazo legal de cobrança por culpa da própria fazenda, mas que ela reluta em retirar.

  15. Em valores correntes o PIB

    Em valores correntes o PIB brasileiro em 2013 atingiu R$ 4,84 trilhões 

    Impostos arrecadados em 2013 R$ 1,7 trilhão ou seja 35%.

    Quer dizer que faltam ainda 10% em sonegação? 

    Esquisito isso…

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