Suplicy e Mercadante trocam farpas em lançamento do plano de governo de Lula e Alckmin

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Suplicy e Mercadante discutiram a inclusão da proposta da renda básica de cidadania nas diretrizes do plano de governo de Lula e Alckmin

O ex-senador Eduardo Suplicy e o ex-ministro Aloísio Mercadante, presidente da Fundação Perseu Abramo, marcaram o lançamento das diretrizes do plano de governo de Lula e Alckmin com uma troca de farpas por causa do programa renda básica cidadã, bandeira que Suplicy carrega há décadas.

Antes do cerimonial avançar para o discurso de Lula, Suplicy levantou-se de seu assento, foi até a bancada onde estavam Mercadante, Lula, Geraldo Alckmin e todos os presidente ou representantes dos partidos coligados com o PT para as eleições de 2022, e entregou em mãos de Mercadante a proposta da renda básica, alegando que a ideia foi excluída das diretrizes lançadas nesta terça-feira, 21.

Suplicy afirmou que a proposta já foi “aprovada por todos os partidos, sancionada pelo presidente Lula” e “está no programa do PT há muitos anos”, mas não teria sido devidamente contemplada no documento encabeçado pela Fundação Perseu Abramo.

O ex-senador ainda arrancou alguns risos da plateia quando disse que Mercadante parece ter “alguma coisa comigo”. “Não me convidou para essa reunião”, acrescentou Suplicy.

Em resposta, Mercadante sustentou que não era seu trabalho fazer os convites para o lançamento. Já sobre a proposta de Suplicy, o coordenador do programa de governo disse que entrará para uma fila que já tem outras 51 ideias aguardando análise. “As diretrizes são só linhas gerais”, defendeu Mercadante.

O ex-ministro ainda salientou que a proposta de Suplicy será tratada como a de qualquer outro militante do partido. “No momento oportuno, será discutido, mas vai ter que discutir democraticamente porque é assim que funcionamos. Tem coordenação de sete partidos. O senhor será, meu companheiro Suplicy, de 42 anos de partido, tratado com toda deferência, mas com mesmo direito que todos os outros têm de apresentar propostas. Quero dizer que vai entrar na fila de 51 propostas que já temos.”

Antes de encerrar sua fala, Mercadante recebeu da assessoria o trecho do documento onde consta uma “a menção genérica” à renda básica. “Está citada, sim, no item 20. Você poderia olhar com mais cuidado. Está dito: ‘[criar] um programa que (…) viabilizará a transição (…) no rumo de um sistema universal e de renda básica de cidadania.’ Não só está citado como vossa excelência cometeu duas graves injustiças aqui. Mas estou acostumado”, disparou Mercadante.

Faça download das diretrizes do plano de governo abaixo:

DOCUMENTO-DIRETRIZES-PROGRAMATICAS-VAMOS-JUNTOS-PELO-BRASIL-20.06.22-1

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

3 Comentários

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  1. Em todos os governos do PT o Eduardo Suplicy nunca foi tratado com o devido respeito. Todo mundo sabe que o grande responsavel pela catástrofe do governo da Dilma foi o Senhor Aloisio Mercadante que está de volta com toda sua pompa e arrogância. É uma pena

  2. Mercadante foi arrogante, intolerante e mal educado com SUPLICY. Ele errou ao interpelar na defesa do seu plano de renda básica? Sim! Mas tem na sua biografia mais acertos que erros! Tem crédito! E pela idade e por sua luta merecia e merece todo respeito e reverência.

  3. Considero, e não é de hoje, que dentre toda constelação de estrelas petistas, Mercadante sempre me deixou uma impressão fria e destoante do que eu poderia chamar de “alma petista”. É algo que eu imagino como uma espécie de sonho ainda não terminado ou que ficou faltando sempre alguma coisa. Entendo até que ele não desiste, que continua tentando e isso é bom. Porém, para mim, sempre fica parecendo que quando ele está chegando perto de conseguir, pluft! e tudo se apaga, e ele segue sem me convencer. Já o Eduardo Suplicy conseguiu me convence de imediato, que já era um portador da “alma petista” mesmo antes da fundação do partido. Portanto, após esse fato ocorrido em pleno lançamento do plano de governo, hoje eu me acho mais preocupado com Mercadante do que em outros tempos. Afinal, ao dirigir farpas de uma forma contundente e incisiva, que beira os limites de uma agressividade gratuita contra seu antigo companheiro de luta, não ajuda em nada na grande missão do resgate da ordem, do progresso, da democracia plena, do estado de direito pleno , da soberania do nosso Brasil e das nossas valiosíssimas riquezas nacionais. Menos Mercadante.

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