Temer e seu poder originado no terror

Texto republicado em face da intensa repressão policial e militar que ocorreu na Esplanada dos Ministérios em 24/05/2016. Ao promulgar um Decreto inconstitucional transformando as Forças Armadas em tropas de assalto da quadrilha que assaltou o poder, o usurpador Michel Temer apenas confirmou o que eu disse em 10/05/2017. A fonte do poder que ele quer exercer é apenas uma: o terror. Portanto, os brasileiros já podem começar a pedir ajuda militar a Putin para remover da presidência aquele terrorista. 

A primeira coisa que um estudante de Direito aprende é que o poder só pode ter três fontes:

1-     voto popular

2-     divina

3-     força bruta

Michel Temer foi eleito vice-presidente numa chapa que tinha como programa de governo a preservação e, se possível, ampliação dos direitos sociais, trabalhistas e previdenciários. Ele traiu Dilma Rousseff para chegar ao poder através de um golpe de estado e começou a impor ao país um programa de governo diametralmente oposto àquele que o levou à vice-presidência.

A princípio, o usurpador disse que tinha legitimidade popular. Todavia, ele foi eleito indiretamente pelo congresso mediante uma fraude (o impedimento da presidenta do Brasil) e não pelo povo brasileiro. Em razão de destruir programas sociais e de insistir em revogar direitos trabalhistas e previdenciários, a popularidade de Michel Temer é a menor na história republicana do Brasil.

Para tentar se salvar, Temer tentou associar sua imagem ao do Papa. Mas o Papa recusou seu convite para vir ao Brasil. E a CNBB fechou questão contra as reformas do usurpador e passou a apoiar as manifestações contra seu regime ilegítimo.

Sem legitimidade popular e não podendo se escorar na Igreja, Michel Temer passou a dizer que foi “ungido por deus” para comandar o Brasil e um de seus esbirros apresentou um projeto para impedir a realização de eleições em 2018. É evidente, portanto, que o usurpador considera revogado o princípio segundo o qual o poder tem origem no voto popular (art. 1º, da CF/88).

A origem divina do poder de Michel Temer é duvidosa. Ele não pertence à família real brasileira. Além disto, as autoridades eclesiásticas e especialistas em Direito Canônico não legitimaram o mandato dele, tampouco reconheceram que ele tem uma relação especial com Deus.

É obvio que Temer deve adorar algum deus. Impossível saber qual ele é resolvi fazer uma pesquisa no Twitter: https://twitter.com/FabioORibeiro/status/862277121443602433

O poder que Michel Temer exerce não tem legitimidade popular e nem a CNBB nem o Papa secundaram sua alegação de que ele foi “ungido por deus” para governar nosso país. Resulta daí que o poder exercido pelo usurpador só pode ter uma origem: a força bruta. Portanto, já estamos vivendo numa nova ditadura. 

Fábio de Oliveira Ribeiro

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