“Eu nunca estudei se a Terra é plana”, disse Nikolas Ferreira, que presidirá Educação na Câmara

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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"Eu nunca nem parei pra pesquisar isso. De verdade, eu não me importo. Se a Terra é plana, é oval, é quadrada, sabe, caguei."

Foto: Reprodução/Redes

Eleito o novo presidente da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) já afirmou que não “estudou” se “a Terra é plana”, e anunciou que uma de suas prioridades será o homeschooling, a educação domiciliar que retira as crianças da escola.

Terra Plana

Em um vídeo recuperado após a nomeação de Nikolas, o deputado foi questionado sobre o que ele achava da teoria da Terra Plana. “Eu posso ser sincero? Eu nunca nem estudei isso. Tipo, não me chama a atenção, sabe. Juro!”, falou, rindo.

Em seguida, chegou a dizer que “gosta de quem gosta”, de quem “tem curiosidade com isso”.

Concluindo: “Mas eu nunca nem parei pra pesquisar isso. De verdade, eu não me importo. Sério mesmo. Se a Terra é plana, é oval, é quadrada, sabe, caguei.”

Homeschooling

Em outro episódio já polêmico, o recém nomeado presidente da Comissão de Educação falou, em suas redes sociais, que uma de suas prioridades será o homeschooling – a prática que retira as crianças dos colégios para estudar em casa, com os pais, sem controle pedagógico.

“Com 22 votos, acabo de ser eleito, Presidente da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados. Neste ano de presidência, debateremos assuntos importantes e complexos como: Plano Nacional de Educação, Segurança nas Escolas, fortalecimento da Educação Básica, homeschooling, dentre diversos outros temas que são importantes para a Educação em nosso país”, escreveu.

“Para isso, realizaremos audiências públicas, criaremos subcomissões e fiscalizaremos a política nacional de educação do atual Governo”, prosseguiu.

Críticas

A nomeação do deputado bolsonarista no setor responsável por propostas de educação para o Brasil, nesta quarta-feira (06), foi recebida com críticas por parte de especialistas da educação e pela população, nas redes sociais.

“Em um gesto de escárnio com a educação, a extrema direita indicou Nikolas Ferreira para presidir a comissão sobre o tema na Câmara. O bolsonarista, além de condenado por transfobia e apoiador dos golpistas do 8 de janeiro, é inimigo declarado das pautas históricas da educação”, reagiu a deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS), que é também bibliotecária.

O deputado Tarcísio Motta (PSOL-RJ), que é também historiador e professor, também mostrou a indignação:

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Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

3 Comentários

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  1. A eleição de um sujeito sem educação, para presidir a comissão de educação, torna o Brasil, no mínimo um país curioso. Uma curiosidade que me chama atenção nas suas aparições em público, é que ela expressa um ar de quem está prestes a correr para o banheiro. Desconfio que ele sofre de desenteria crônica. Um forte indício de que estou com a razão, foi a declaração dele sobre o terraplanismo.

  2. A leviandade da mídia continua, pois tratam o caso Nikolas Ferreira como uma provocação e ou vitória da oposição. Fossem sérios, e se levassem a sério a educação, os jornalões e TV estariam todos batendo pesado nesta escolha. Colocar Nikolas na educação diz muito sobre o que é o bolsonarismo. Nâo votaram apenas contra o governo, votaram contra o país. Colocar esta escolha como briga parlamentar é demonstrar a falência destes partidos. Ganhar direito a escolha é também ganhar o ônus da escolha. PL é um partido para o qual o máximo em educação que tem é Nikolas e o máximo em Justiça é Toni. Não há embate parlamentar que justifique isto.

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