Análise Diária de Conjuntura – Manhã – 05/01/2016
Por Miguel do Rosário, editor do blog.
O cenário político permanece relativamente calmo, mas provavelmente é aquela calma que precede tempestades. Como se todos os exércitos estivessem se preparando para os grandes embates que se darão após o Carnaval.
A entrevista de Jaques Wagner a Folha, assim como a de Patrus Ananias ao Globo, causaram mal estar no PT, por causa do tom de autocrítica.
No entanto, esse “mal estar” também é exagerado pela mídia, interessada em fomentar intrigas dentro do partido, para enfraquecê-lo.
De qualquer forma, a presença de Wagner na mídia ajuda a blindar Dilma e a dar voz ao governo. Wagner é um político experiente, e sabe que a melhor defesa é a humildade.
É tranquilizador, por exemplo, assistir a um ministro do governo afirmando que o impeachment será derrotado na Câmara com folga de votoso. O governo precisa de apenas 191 deputados, mas poderá ter quase metade deste número.
Diante desta afirmação, a entrevista de Aloysio Nunes ao Globo, dizendo que o Senado irá aceitar sim o pedido de impeachment de Dilma, soa como o canto de cisne de um derrotado. O senado não precisará sequer entrar nessa polêmica, porque o pedido não chegará a ele: será enterrado na Câmara.
O Brasil viveu durante muito tempo a guerra entre a UDN e o PDS, o primeiro sempre fazendo o papel de moralista, atacando o adversário com muita virulência, e o segundo fazendo figura de humilde, de vítima dos exageros do adversário. A UDN quase sempre perdia, possivelmente porque o povo identificava, no atacante, o autoritarismo hipócrita que ele estava acostumado a ver em sua vida cotidiana. Wagner está repetindo esse jogo.
linK:http://www.ocafezinho.com/2016/01/05/a-calma-que-antecede-a-tempestade/
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