Xadrez da Venezuela e dos golpes de Estado, por Luis Nassif

Se não tivesse sido inviabilizado politicamente pelo golpe, Lula poderia estar cumprindo seu papel de mediador

Criticam-se muito os debates nas redes sociais, pela visão estritamente bipolar de todos os temas: é bom ou mau, é a favor ou contra. No caso brasileiro, esse simplismo é fruto de décadas de cobertura jornalística monofásica, de se concentrar em apenas um ângulo da questão, com receio de que os leitores possam se confundir se expostos ao tico e ao teco.

Tome-se o caso da Venezuela. Do lado da mídia, a discussão se dá exclusivamente sobre os vícios do governo Nicolás Maduro, como se a simples queda dele resolvesse todos os problemas. É uma versão ampliada do “fora Dilma”, cuja consequência maior foi o advento da ultradireita tosca de Jair Bolsonaro. Do lado das esquerdas, sobre as artimanhas da indústria do petróleo, que está por trás de quatro em cada quatro golpes de Estado, sem pensar em saídas alternativas. 

Abstraindo-se todas as torcidas e exageros, há poucas dúvidas de que o governo Maduro se tornou inviável. Mas passa-se ao largo do ponto central da discussão: qual a solução para a questão venezuelana? É central porque decorrerão, daí, consequências relevantes para o continente e, especialmente, para os países que fazem fronteira com a Venezuela, incluindo o Brasil, submetido a um governo sem-noção, de abibolados fundamentalistas.

Dez de dez golpes de Estado dos últimos tempos estavam ligados à questão do petróleo. E a Venezuela é dona das maiores reservas de petróleo do planeta. Está aí o caso brasileiro, para ninguém duvidar. E, mesmo em países conduzidos por déspotas reconhecidos, sua deposição legou uma realidade muito mais cruel e despótica.

Peça 1: Iraque

Em 2003, nas ondas dos atentados às torres Gêmeas, impulsionado pelo vice-presidente Dick Cheney, os Estados Unidos invadiram o Iraque, controlado pelo ditador Sadam Hussein.  O mote da invasão foram notícias falsas – difundidas pelos grandes jornais – da existência de armas químicas no país e das ligações de Hussein com a Al Qaeda. As duas informações eram falsas.

A ideia era a luta mundial contra o terrorismo. Em nome da guerra, flexibilizaram-se os direitos individuais, autorizou-se a tortura.

Em 28 de abril de 2004, explodiu o escândalo da prisão de Abu Ghraib, com fotos tiradas por soldados foram divulgadas pela CBS News. Havia prisioneiros nus, amontoados, forçados a simular atos sexuais. Outra mostrava uma soldada segurando um prisioneiro pela coleira.

Foi uma guerra de oito anos, que só terminou em 18 de dezembro de 2011.  O resultado imediato foi a morte de milhares de pessoas, a desorganização total do país. A consequência posterior foi o aparecimento da facção terrorista Estado Islâmico, sucedendo a Al Qaeda.

O desmantelamento do modelo anterior – ainda que fincado em Hussein – criou um caos permanente, com a impossibilidade dos grupos étnicos e de poder de negociarem. Este ano, o Plano de Resposta Humanitária tentava captar US$ 700 milhões para fornecer assistência básica a 1,75 milhão de iraquianos vulneráveis.

 Peça 2 – A Líbia

Em 2011 a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) comandou a invasão “humanitária” da Líbia. Muhamar Kaddafi foi apresentado ao mundo como um ditador sanguinário. Até então, era visto como âncora de racionalidade ocidental no Oriente Médio. O que mudou foi sua tentativa de alterar o jogo do petróleo, afastando a Total francesa, a italiana ENI, a britânica  British Petroleum (BP),  a espanhola Repsol,  a ExxonMobil, Chevron, Occidental Petroleum, Hess and Conoco Phillips, em favor da Corporação Nacional do Petróleo, da China.

Logo após a execução da Kadafi, explodiu a violência entre os diversos grupos apoiados pela OTAN para a deposição do ditador.

Em 2014, o general Khalifa Haftar tentou dissolver o Congresso. Pressionado, o Congresso permitiu novas eleições. Os islamitas foram derrotados e reagiram com uma ofensiva para tomar o Aeroporto Internacional a Líbia. Houve reação que espalhou a violência descontrolada por todo o país.

Desde a morte de Khadafi, 19 jornalistas já foram executados na Líbia. Segundo o Jornalistas sem Fronteiras, há inúmeros casos de desaparecimento e total impunidade para os autores.

“Informar tornou-se uma missão quase impossível, face à diversidade de autoridades e de milícias, a oeste e este da Líbia a procurarem silenciar jornalistas”, refere a dizem o JSF.

As reações contra o governo explodem em várias direções. Recentemente, um pequeno grupo de homens armados tomou o capo de Sharara, que produz 314 mil barris de petróleo por dia, mantendo-o paralisado no mês de dezembro. Sua reivindicação era simples: melhores condições de vida na região.

No início do mês, aviões norte-americanos bombardearam regiões da Líbia sob controle da AL-Qaeda (https://goo.gl/3cxgAZ). Dias atrás, o governo líbio pediu ajuda à ONU para manter a segurança contra o jihadismo.

Foi preciso um longo calvário para o governo líbio chegar à conclusão racional:

“Acreditamos, que todos os partidos aprenderam a lição, tomaram consciência das graves consequências da crise contínua. É hora de recorrer à razão, agora, que o caminho para a estabilidade está claro e todos perceberam que não há solução militar para a crise”, foi sua declaração.

As disputas de são entre o governo reconhecido pelo Acordo Nacional da ONU e o Exército Nacional Líbio (LNA) de Khalifa Haftar criou uma terra de ninguém, ao sul do país, que tornou-se espaço para a proliferação de diversos grupos armados.

Peça 3 – Zimbabue

Um ano de protestos com a crise econômica do Zimbábue promoveu a queda de Robert Mugabe. O exército deu um golpe de Estado colocando em seu lugar o vice-presidente Emmerson Mangagwa. Em 30 de julho de 2018 houve eleições gerais. Mangagwa foi eleito e sua vitória contestada pelo principal partido de oposição, o MDM Alliance. Mas o Tribunal Constitucional confirmou a vitória de Mangagwa.

Ele chegou ao poder anunciando os novos tempos de democracia.

Em fevereiro deste ano, 19 personalidades internacionais assinaram um manifesto contra os abusos contra direitos humanos no país.

Estamos profundamente preocupados com as graves violações dos direitos humanos no Zimbabué e condenamos a violenta repressão de manifestantes pacíficos, incluindo os líderes e membros do Congresso de Sindicatos do Zimbabué, que apelaram a uma greve pacífica de três dias em meados de janeiro. Desde então, as forças de segurança usaram munição real contra civis, matando pelo menos 12 pessoas e ferindo 78 outras. Ativistas da sociedade civil e políticos da oposição foram arbitrariamente presos e detidos. Os nossos colegas dos grupos de defesa dos direitos humanos do Zimbabué relatam que policiais e homens em uniformes militares estão realizando ataques porta-a-porta em áreas urbanas, durante os quais violações e espancamentos ocorreram.

Peça 4 – A Venezuela

O que ocorreria com a deposição de Maduro por um golpe armado? A consequência óbvia seria a transformação de parcelas relevantes das Forças Armadas e das milícias em organizações clandestinas armadas. Haveria a desestruturação política final do país, dividido entre os chavistas órfãos de representação, e a oposição que não dispõe de uma liderança capaz de unir a própria oposição, com o país convertendo-se em palco para disputas em torno do petróleo.

E, afinal, Maduro tem o apoio das Forças Armadas, do Judiciário e de parte do Parlamento. O que se pretende com a intervenção? Eliminar totalmente as instituições, ainda que manipuladas por ele?

Se não tivesse sido inviabilizado politicamente pelo golpe, Lula poderia estar cumprindo seu papel de mediador.

 

Luis Nassif

31 Comentários

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  1. Já estou começando a ficar convencido de que a pressa da Casa Branca em derrubar Maduro na Venezuela vai apenas produzir um efeito colateral no Brasil: a queda abrupta do vagabundo Jair Bolsonaro.

    1. Se me permite o aparte, acho que, infelizmente, se tal ocorrer, será porque o plano original da Casa Branca e mais ainda, do Deep State que controla de fato o poder oficial, é de acelerar a tomada de poder no Brasil pelos seus aliados de sempre da América Latina, os militares, que só estão parecendo mais “racionais” no assunto da invasão da Venezuela porque não querem colocar o deles na reta – a expressão é exatamente esta, e sua grosseria é proporcional ao fato.
      Portanto, qualquer análise de custo-benefício que tente obter alguma vantagem da invasão da Venezuela é duvidosa e traiçoeira, porque, à parte as questões ética e de direito internacional que andam valendo menos que vintém, nada que é bom para os USA é bom para o Brasil, politica e economicamente – até que Bernie seja eleito, quando esta proposição poderá ser posta à prova como uma lei da gravidade dos USA na América Latina (em comentário avulso, há um link para uma aula do professor Noam Chomsky sobre o mando dos USA sobre a América Latina, dada na época do golpe em Honduras; estou no início mas achei inofensivo indicar antes de finalizar porque o assunto é premente).
      As relações dos poderes oficiais dos USA com o Brasil se dão em variados setores – judiciário e sistema de injustiça, parte do empresariado, mídia, setores de relações internacionais em universidades públicas (os think tank voluntários, rs, acho que nossa diplomacia é melhor que isso), parte das Forças Armadas, afinal, há pelo menos século somos colonizados pelos USA e isso não se resolve com apenas década e meia de relativa liberdade e soberania; a depender de quem estiver na liderança de cada golpe contra a América Latina, tais setores serão mobilizados de maneira coordenada – a mídia é sempre o elemento auxiliar sem o qual nada se faz; como este parece ser um caso dos hawks, vamos ver a quantas anda a sintonia entre setores militares daqui e de lá – repito, os militares no desgoverno, ao menos o vice, estão sendo cautelosos, até agora, por dois principais motivos, sabem que os USA não vão usar seus soldados e não querem ser a chamada bucha de canhão (da Guerra do Paraguai para cá os canhões devem ter enferrujado, junto com a coragem “cívica”), e há um projeto de aproximação dos militares em direção da sociedade civil para a iminente tomada “constitucional” (aí entrará o STF já tutelado por milicos) do poder – se a campanha midiática for bem sucedida, veremos como ficará a questão da coragem de enfrentar, pela primeira vez em muito tempo, um exército vizinho em melhores condições para a guerra. Não sabemos quais setores das Forças Armadas do Brasil tem ligações diretas e amigáveis com os USA e não podemos tomar os generais no poder executivo como representação dessa relação – basta ver as movimentações subterrâneas, ou nem tanto, no tal Comando Sul. Algo se mexe nos planos militares dos USA para a América Latina, e ninguém passará incólume desse terremoto.

      Os USA não vão sacrificar o golpe que estão dando no Brasil pela Venezuela; se a queda do Vergonhoso ocorrer, o que duvido que seja por este motivo, será para os USA uma chance de, de facto, tomar as rédeas do Brasil e ditar as regras mais claramente, afinal, aí serão duas galinhas de ovos de ouro em risco de escapar das garras do abutre do Norte, e delicadeza não é o forte da gangue do Trump, que está jogando tudo nessa invasão e na construção do muro na fronteira com o México para tentar a reeleição – depois do fracasso de sua demagogia econômica, apenas a retórica belicista e de pânico poderá lhe dar sobrevida, se Deus não chamá-lo antes para uma conversa particular antes de mandá-lo ao quinto círculo do Inferno.

      Sampa/SP, 24/02/2019 21:52

  2. Tudo bem. Agora, baseado em quê, dizer que o Governo do Presidente Maduro tornou-se inviável, quando da leitura depreende-se que a oposição é inviável, porque não tem como unificar o país que, está dito, tende a se esfacelar politicamente?

  3. É exatamente a possibilidade de que diante de uma situação onde inexista o diálogo, a única saída possa ser a ação alguém capaz de promover este diálogo e, obviamente esta pessoa no âmbito na América Latina seria o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva porque não tem outro. Na medida que as portas do Diálogo se fecham e que as condições resultantes desta situação, como demonstrou o Luis Nassif e neste artigo, sejam praticamente impossíveis, até mesmo aqueles que estão patrocinando, ou melhor parte deles, o golpe na Venezuela, hoje, vão ter que se acostumar com a ideia da saida negociada como única alternstiva e isso certamente significará o resgate de Lula e, é exatamente isto que a direita aqui no Brasil, Bolsonaro, Moro e irmãos Marinho temem porque eles sabem que isto sera o fim deles e por isso mesmo eles é que estão desesperados….

  4. “o governo Maduro se tornou inviável” por que? Pelo mesmo motivo que o governo Dilma, a recusa da oposição em aceitar o jogo democrático. E a “solução” seria retirar Maduro, como foi impedir Lula de se candidatar? Maduro ganhou, como Lula ganharia. É simples desse jeito. Os povos tem direito a auto determinação, não precisam ser tutelados pelos EEUU, nem pela “republica” de Curitiba, nem pelas redes sociais direcionadas (whatsapp/facebook), nem pelas igrejas, nem por deos, nem por ninguém.

  5. Se Lula não tivesse sido inviabilizado politicamente pelo golpe o Brasil estaria fazendo companhia para a Venezuela (embora não esteja em situação muito mais favorável que aquele país)
    Algum grupo de parasitas já teria se juntado para uma liderança qualquer se autoproclamar “presidente legítimo”
    Isso, na melhor das hipóteses.
    O destino político das américas, como não é segredo pra ninguém, queiramos ou não, é decidido nas lojas.
    Aliás, não só das américas.

  6. Parabéns, Nassif.
    Finalmente alguém apresentando o problema com a complexidade que ele merece.
    Apenas um detalhe. A prisão de Lula faz parte da ação geopolítica americana.
    Além da saída autônoma para a Venezuela, haveria um Brasil forte e soberano, articulando os Brics. Leia-se fortalecendo um mundo multipolar e, consequentemente, enfraquecendo o poder americano.

  7. Nassif, eu gosto muito de sua coluna. Suas análises trazem um pouco de temperança e racionalidade dentro um cenário jornalístico/político sombrio e obtuso. Fico sempre aguardando a coluna sair com novo – e certamente excelente – análise. Mas sugiro revisão no texto antes de publicar. Há diversos erros próprios de pressa e – obviamente – não desconhecimento.

  8. Alguém já conseguiu logar no blog com o mesmo nome de usuário usado na outra plataforma?
    Há uma semana tento e não. O sistema, quando comento com os mesmos usuário e senha anteriores, me contempla com o mesmo avatar usado na outra plataforma. Penso que não está perdido meu histórico anterior.
    Quando possível, favor publicar o passo a passo para recuperar o status.

  9. O caso do Zimbabue não se encaixa na sua análise.
    A queda de Mugabe foi uma revolução palaciana; quem assumiu o poder foi Emmerson Mnangagwa, apelidado de Crocodilo, que sempre esteve na sombra de Robert Mugabe. Ele era candidato natural à sucessão de Mugabe, até entrar em desgraça por causa de atritos com a última esposa do presidente, que queria a presidência para si.
    A repressão ocorrendo hoje não é nada diferente do que acontecia sob Mugabe, e o mesmo partido político, o ZANU-PF, continua no poder. Não houve substituição de uma facção por outra, nem intervenção externa para ajudar na derrubada do presidente.

  10. Guaidó afirma que o exército não deve lealdade a quem queima comida.
    Antes o Maduro não queimava comida e mesmo assim o Guaidó era contra a lealdade do exército ao Maduro. Ou seja, o priblema é outro.

  11. “Do lado das esquerdas, sobre as artimanhas da indústria do petróleo, que está por trás de quatro em cada quatro golpes de Estado, sem pensar em saídas alternativas.”
    Estranho artigo. Muitos erros de revisão prejudicando a leitura.
    E quais seriam essas “saídas alternativas”?
    Me parece que este pessoal só aceita a saída a la Getúlio Vargas, Jango ou Lula.
    Realmente não consegui alcançar o entendimento.

  12. Nassif,

    “E, afinal, Maduro tem o apoio das Forças Armadas, do Judiciário e de parte do Parlamento. O que se pretende com a intervenção? Eliminar totalmente as instituições, ainda que manipuladas por ele?

    Se não tivesse sido inviabilizado politicamente pelo golpe, Lula poderia estar cumprindo seu papel de mediador.”

    Já parou pra pensar que é exatamente isso que eles querem?

    Na década de 70, setores do governo americano atuaram para bagunçar o mercado de petróleo, de forma a conter o crescimento do Japão e países europeus.

    Como o Pepe Escobar diz, é o “Império do Caos”.

  13. Comparar a situação que enfrentava a Dilma com a de Maduro (mesmo que “ampliada”) parece ser tão improvável ter vindo do Nassif que vou dar um tempo…

  14. Vou repetir o que comentei no post de AA.

    Maduro é um governante fraco e problemático, mas isso – em hipótese alguma – autoriza o uso gratuito e assimétrico de forças pelos EUA.
    Maduro não provocou, não invadiu, não bombardeou alvos externos.
    Maduro não é uma ameaça a nenhum país, nem ao Brasil.
    A lisura do último pleito foi atestada por mais de 200 observadores internacionais (como no Brasil).
    O povo escolheu, cumpra-se.
    Se Maduro é corrupto, ou não, é problema dos venezuelanos que o elegeram. Eles que se entendam.
    Se os EUA precisam de petróleo e ouro barato, que comprem em outro lugar. Ninguém lhes conferiu salvo conduto para roubar riquezas de um país soberano.
    Os EUA são hoje um fator de desestabilização mundial. É a única super potência com ambições imperialistas que restou no mundo e precisa ser contida.

  15. Não vou comentar o xadrez porque estou à esquerda e o articulista à direita, portanto, incompatíveis e o debate, infrutífero.
    Mas necessário reconhecer que, apesar da preferência pela queda de Maduro disfarçada em “alternativa” – quem na América Latina, ou no mundo, está em condições de, como moral pública ou política, sugerir que a Venezuela “precisa” de “correção” (sic) de rumos? Por que a fdp da classe média e da mídia brasileiras não se entendem com seu presidente miliciano? A eleição de Maduro foi mais legítima, como processo eleitoral, que a “nossa” – até o articulista reconhece que a jogada é uma burrada digna das bestas de extrema-direita Trump-Bolso.
    O Brasil precisa perder o ranço imperial sobre a América Latina: se não sabe respeitar a soberania alheia, enfie a viola no saco e se olhe no espelho, pátria amarelo-hepatite! O sujo falando do mal lavado, o roto do rasgado, um país comandado por uma famiglia de milicianos e uma turba de ignorantes que não se entendem nem entre eles não tem moral, nem coragem, para responder sobre Queiroz, laranjas e desvios de dinheiro público (um perigo para o crime organizado que quer o butim; se eles não sabem “ocultar patrimônio” com merreca, imagina com um PIB de trilhões para negociar?), querem na cara dura falar em “democracia”, “direitos humanos” (não era coisa de bandido?), soberania, eleição limpa (sic, sic, sic, sic).
    Bem, um pouco de marxismo cultural para acender as redes sociais desocupadas:
    Professor Noam Chomsky, sobre as ações dos USA na América Latina – até 2009 (o vídeo é de dezembro daquele ano).

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=NKwJI9axblQ%5D

    Sampa/SP, 24/02/2019 – 22:12

  16. o que se pretende?

    fazer da Venezuela um Brasil atual, sem soberania e sem dignidade

    no popular: ou mostrar que o poder estrangeiro é irresistível para traidores ou infinitamente maior do que a vontade do povo

    porque deu certo no Brasil

  17. Olá.

    Recomendo um texto sobre a Venezuela do jornalista Pedro Paulo Rezende, muito elucidativo.
    Os links coloco abaixo:

    https://arsenal-geopolitica-defesa.com.br/142-2/?fbclid=IwAR2IMUf4fkFP8VWnKgxtq9QZYhnuHYb48jwTdL_pQi2Xc_gzZPiaitKkxcQ

    https://debategeopolitico.wordpress.com/2019/02/15/venezuela-os-riscos-de-uma-intervencao/

    Caso o jornalista Luis Nassif queira reproduzir o texto do jornalista Pedro Paulo Rezende não haverá da parte do mesmo nenhum senão. Disse-me ele que a reprodução é livre, bastando sitar a fonte.

    Saudações.

  18. Nassif, por favor, escreva alguma coisa sobre as instituições manipuladas por Maduro e como essa manipulação acontece.

    A coisa tá pior que no Brasil, com chantagens (feitas por quem?) até contra ministros da suprema corte?

    Você acha que Maduro quer guerra para se manter no poder, um cara que foi eleito em todas as eleições em que concorreu?

    Exatamente, Lula, que é um preso político mantido preso pela turma do Trump, poderia ser um interlocutor confiável entre Maduro e a oposição responsável venezuelana , se é que isso existe. Mas dificilmente Lula conseguiria convencer o Guaidó, o homem de confiança de Trump, a entabular qualquer tipo de negociação.

    Se a guerra acontecer e ela se espalhar por toda a América ao sul do equador (“não existe pecado do lado de baixo do equador”, lembra da música do Chico?) talvez a Globo resolva não mais apoiar candidatos fascistas tipo Bolsonaro, no futuro. Mas aí será tarde demais e nós, que escaparmos das bombas inteligentes russas, teremos que viver como ratos de esgotos sob os escombros da guerra, sem água, luz, transporte público, comida e, o que é pior para uma expressiva parcela da população brasileira, sem as novelas da globo. Mais ou menos como a população de Aleppo, na Síria.

    E é sem gozação que eu lhe digo: não estou com nenhuma doença terminal (recebi o exame de HIV na semana passada,deu negativo), mas psicologicamente preparado para o que der e vier. Não se trata de desejo de suicídio, mas de uma serenidade suicida.

  19. O Brasil está sendo sabotado por dentro,como nos países acima citados,todas as medidas tomadas por este governo está simplesmente desconstruindo tudo e favorecendo interesses estrangeiros em detrimento dos interesses nacionais empresariais e “povais”,existem células de defensores de interesses estrangeiros infiltrados na própria estrutura do Estado (economia, judiciário etc..)estes são elementos de instabilidade e visam a destruição da nossa Constituição,da ordem estabelecida democraticamente e nacionalista, TODOS MORREM DE MEDO DE SEREM DESCOBERTOS!!
    Obs: Acordemos ou o Brasil geograficamente se dissolverá com esta INVASÃO ESTRANGEIRA PREDADORA !!

  20. Eu acredito que está notícia .leva a quem ler , prestar muita atenção em qual tipo de políticos devemos acreditar, observar suas intenções. tenho certeza que o povo brasileiro errou denovo. ou nunca tivemos políticos realmente comprometido com os interesses dos brasileiros. Ou sempre foram subordinados por grandes grupos internacionais. então assim nunca conseguem atingir um propósito no sistema nacional para melhorar a economia do país pura in competência ou corrupção mesmo, pois nosso país e rico por ter uma diversidade bem ampla e um povo trabalhador.o único problema está nas políticas públicas mesmo precisamos de um chefe de estado que acima de tudo seja onesto;

  21. Acima de qualquer racionalidade, está a disputa pelo controle do poder mundial. O poder dos EUA encontrou seus limites dentro dos marcos legais estabelecidos há décadas. Desde então, transformam em inimigos todos aqueles que não se alinham aos seus interesses. Líbia, Iraque, Cuba, Brasil, Paraguai, Venezuela, todos vítimas de golpes de Estado ou agressões militares patrocinados pelos EUA. A “razão” do império em dificuldades produziu essas tragédias.

  22. infelizmente o meu comentário criticando o texto parece que se diluiu no éter.
    “há poucas dúvidas de que o governo Maduro se tornou inviável.”
    Este é o ponto. Entendo que há controvérsias!

    1. consegui resgatar o coment abduzido.
      eis:
      Até tu?
      “cobertura jornalística monofásica”
      “há poucas dúvidas de que o governo Maduro se tornou inviável.” O correto aqui não seria dizer que a cobertura monofásica vem inviabilizando o governo Maduro? Será que devemos dar de barato que a falha foi de Chaves e é de Maduro? Qual foi/é o papel da mídia mundial e da pressão externa?
      Estou aprendendo a desconfiar de tudo e me parece que o governo legítimo da Venezuela e seu povo sofrem por conta de incessante pressão externa e das derrotadas direitas venezuelanas.
      O povo eleitor do bolço treme de medo que o Brasil se torne uma Venezuela. Elegeram o elenão para escapar disso (e da mamadeira erótica). Demos a soberania de graça por isso.

  23. Uma pena que o blogue não permita edição dos comentários como antes. Parece que reformas no Brasil, mesmo em blogues progressistas, não funcionam, rs.
    Ainda assim, e descumprindo resolução – a moda pegou – que fiz de parar de dar palpites em público sobre qualquer coisa, duas nem tão breves observações:
    1 – Acho que o comentarista Thiago se refere à “oposição responsável” da Venezuela: pois ela existe, e por ser responsável e não apoiar a safadeza que está sendo feita em seu nome – o talzinho que não digo o nome não é “oposição”, é um soldadinho treinado pelos USA para promover desordem e violência na Venezuela para dar pretexto para intervenção – invasão e pilhagem – estrangeira. Aqui um vídeo do Democracy Now! com um representante dessa oposição – apenas para informação, não me posiciono pessoalmente sobre suas alegações porque discordo de muitas e não cabe aqui um debate sobre elas.
    https://www.youtube.com/watch?v=PH3AfGO-RvU

    2 – Sobre a mediação, o jornalista Greg Wilpert do canal The Real News Network (TRNN) – esse canal é uma excelente fonte de informações e análises pela perspectiva progressista de esquerda -, especialista (não gosto do termo mas é o que vou usar na falta de outro melhor) em história política recente da Venezuela, disse que esse também não é o interesse dos USA – que representa as forças do Capital que estão comandando esse circo de horror – porque foram eles exatamente que boicotaram todas as tentativas anteriores de diálogo entre oposição e governo; o que é óbvio porque os USA não querem democracia em lugar nenhum, nem em seu território – democracia real é uma ameaça para os interesses do Capital, lição do professor Chomsky, entre outros, e da realidade dos fatos, rs -, querem apenas escolher e empoderar um capacho seu que mantenha seus interesses e de suas empresas acima dos direitos do povo, direitos e povo que são, em todos os lugares do mundo, a verdadeira arma de destruição em massa dos interesses capitalistas.
    No mundo da regressão, eu prefiro a digressão para voltar ao mesmo lugar, rs:
    Como pode ser racional ou justificável um mundo que fabrica e feudaliza riquezas naturais, e outras artificialmente criadas como a do mercado financeiro, enquanto mantém bilhões de pessoas na extrema pobreza, vive em guerra sob pretexto de proteção e ninguém se sente seguro, ostenta avanços tecnológicos que colocam a ficção científica como exemplo de falta de imaginação e se mantém inerte e incompetente para lidar com uma crise climática que já dá seus sinais de alarme e de que não poupará ninguém: o ser humano se afastou demais, de modo a perder a noção do perigo diante de um penhasco, da realidade material e da dimensão espiritual da sua breve existência nesse planeta. O preço a ser pago não se calcula pelas regras do Mercado.
    Alguém precisa chamar esse bando de adulto autoindulgente que comanda o mundo, os filhos de Mamon, para uma conversa séria. Talvez um reflexo social e econômico do pequeno ditador que alguns identificam nas novas gerações ou num certo tipo de incapacidade para educar, seja consequência do hiperneoliberalismo, pessoas e grupos avessos a regulações e regulamentos, que respeitam e reconhecem apenas a própria “liberdade” – que não é bem liberdade porque não assume consequências, é mais um direito onipotente de fazer o que quiser porque, e enquanto, pode pagar para não lidar com as tais consequências -, uma falta de freio em seus instintos, falta de compaixão e de capacidade de empatia real, desconexão com as dimensões de tempo e espaço, as dimensões reais e virtuais (a desterritorialização globalitária, que se torna para muitos deslocamento involuntário com todas as crises que acarreta o desenraizamento impedido de deitar novas raízes em novos lugares e situações). Como podemos aceitar como “normal” um mundo que só produz sofrimento desnecessário, de maneira sádica? Como se pode racionalizar a estupidez? Como calcular como num jogo de tabuleiro o bem estar, ou sua falta, de bilhões de pessoas e de seres sencientes?
    Estaremos todos sob hipnose? Em caso positivo, de qual tipo, que acha que dar um celular para uma mulher é uma política pública de redução de desigualdade enquanto rouba descaradamente bilhões em direitos coletivos e públicos (me refiro à sem noção da esposa do Bill Gates, em entrevista recente nos USA, que apontou isso como uma forma de combater a desigualdade (contar até dez para oferecer a ela que troque seu padrão de vida bilionário pela miséria “salva por um smartphone”, @#$%&@#$%&, caracteres do estelionato, coincidência, serve como palavrão, rs) e à denúncia da ativista indiana Vandana Shiva (https://www.youtube.com/watch?v=GwxOxQ1AOEg) sobre a forma de enriquecimento ilícito do sr. Bill, que já comanda a OMS, por exemplo, e alega que a p(h)ilantropia é melhor que pagar imposto, cara de espanto).
    Não dá. O mundo precisa urgentemente de uma revolução porque continuar a racionalizar a estupidez enquanto ela não chega no nosso quintal, e mesmo quando somos expulsos de nossas casas (situação dos migrantes da pobreza e da desigualdade), não é estoicismo, é sado-masoquismo ou falta de vergonha na cara.

    Um vídeo de hoje (ainda não assisti) no Democracy Now! com o chanceler da Venezuela:
    https://www.youtube.com/watch?v=7dim9uOsDuI

    Sampa/SP, 25/02/2019 – 14:25

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