Lula faz história e vence a máquina governamental, por Danilo Strano

Um presidente da República, exercendo o mandato, nunca perdeu a disputa pela reeleição.

Lula faz história e vence a máquina governamental

por Danilo Strano

Citando o novo presidente eleito, “nunca antes na história desse país” as eleições foram tão acirradas em nossa jovem democracia. Após um segundo turno de acusações e uma apuração muito tensa, Lula se sagrou vitorioso e será novamente o presidente do Brasil, em 2023.

São diversos fatos inéditos nessa vitória. Nunca tivemos dois candidatos que ocuparam o cargo de presidente disputando diretamente o cargo. O petista teve a o maior número de votos da história de um presidente brasileiro, mais de 60 milhões no total. 

Mas o fato mais relevante me parece outro! Um presidente da República, exercendo o mandato, nunca perdeu a disputa pela reeleição. Fernando Henrique, Lula e Dilma, todos conseguiram se reeleger. Um candidato com mandato presidencial é muito forte, ele tem a máquina do estado em suas mãos. Bolsonaro na reta final das eleições fez tudo que pode para tentar ampliar sua votação entre os mais pobres, público onde é mais rejeitado. Auxílio Brasil, renegociação de dívidas, benefícios por categorias, Vale Gás e outras medidas foram tomadas, mas o resultado não foi o bastante para sua vitória. 

As principais lideranças mundias se manifestaram reconhecimento imediato sobre vitória de Lula. O presidente dos Estados Unidos, presidentes sul-americanos, presidentes europeus e lideranças globais, twittaram em seus perfis parabenizando o petista e desejando sorte. Isso era esperado, pois a política externa de Bolsonaro sempre foi mal vista por grande parte do mundo. O que surpreendeu ontem, foi o reconhecimento imediato da derrota por aliados do presidente Bolsonaro. O Presidente da Câmara, Arthur Lira, o Governador Ibaneis (DF), o Governador eleito por São Paulo, Tarcísio Freitas e o Governador Cláudio Castro (RJ), reconheceram, antes de qualquer manifestação de Bolsonaro, a derrota e se colocaram a disposição para trabalhar em parceria com o novo presidente. 

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Nordeste, mulheres, negros, jovens e católicos, entre esses, Lula foi o mais votado e conseguiu a vitória, mesmo contra a máquina do Estado gastando bilhões nos últimos meses. O país está dividido, logo após o resultado ser oficializado, manifestações contrárias pipocaram nas redes sociais e nas ruas. Lula terá que pacificar o país para conseguir governar. 

Bolsonaro ainda não admitiu a derrota, mas com o abandono do mundo político, parece que qualquer tentativa de um caminho diferente  do reconhecimento da vitória de Lula, não terá força para prosperar. 

Danilo Strano – Cientista Político

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