O tiro no pé, por Pedro Augusto Pinho

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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O tiro no pé

por Pedro Augusto Pinho

Estamos diante de um conjunto de dirigentes públicos que não são apenas entreguistas que buscam vantagens pessoais. Distantes da obrigação de servir ao povo, seu dever primeiro, estas pessoas revelam profunda ignorância mesmo nas ilhas por onde transitam.

A recente greve dos caminhoneiros foi mais um atestado da incapacidade gerencial deste golpistas (executivo, judiciário e legislativo) e da mídia que lhes dá sustentação.

Não me surpreenderia se os verdadeiros donos do Brasil os destituíssem. Imagine, caro leitor, se você fosse o dono de uma empresa e os gerentes do negócio uns trapalhões, sempre provocando a desvalorização de seu patrimônio e vendendo-o ao concorrente para lhe pagar dividendos.

Creio que poderemos ter um golpe, agora sob a condução mais competente dos órgãos especializados estrangeiros: CIA, MI6, NSA etc. Todos com especialização no Brasil.

Mas quem colocariam no governo? Quem os representaria no Brasil?

A greve foi programada para evitar as eleições de outubro de 2018, quando as forças que tradicionalmente governaram o Brasil, hoje congregadas no PSDB, DEM, PP, PSD, PPS, PV e partidos de designações religiosas, além da maioria do PMDB, não encontraram candidato capaz de ter receptividade dos eleitores para a Presidência da República e maioria dos governos estaduais.

Havia risco de fraude eleitoral que desse vitória ao candidato do sistema financeiro internacional (banca), Henrique Meireles. Mas o mútuo desconhecimento (candidato-povo/povo-candidato) e sua distância da população poderia criar outro problema.

Raciocinemos como o empresário dos gerentes trapalhões ou como o faz a banca. Qual o objetivo principal?

Como de qualquer força – econômica, social, política, militar, religiosa – conquistar o poder e doutrinar a população a aceitá-la com inexorável, como única possibilidade, como direito divino.

A banca usa este poder para concentrar todos os ganhos da economia no sistema financeiro. Por isso, quando o prezado leitor vê o emblema da BP (British Petroleum) ou da Exxon, não está diante de uma petroleira mais de um braço de uma financeira.

A BP, ex empresa estatal, tem em cinco financeiras seus principais acionistas: Barrow Hanley Mewhinney and Strauss, State Street Corporation, Dimensional Fund Advisors, Franklin Advisers Inc. e Wellington Management Company, a quinta maior acionista da BP.

A Exxon já foi da família Rockefeller, hoje seu principal acionista é The Vanguard Group Inc. Uma empresa financeira, fundada em 1975, que capta recursos de anônimos investidores, pessoas físicas e jurídicas, muitas vezes com endereço em paraísos fiscais. Em sua página de publicidade a Vanguarda enfatiza seus investimentos de longo prazo.

Também criam conceitos absolutamente irreais para gestão econômica do Estado, como o superavit fiscal para pagamento de juros, e o “tripé macroeconômico” com a aberração do câmbio flutuante. Durante os governos militares, o câmbio foi fixado conforme os interesses do governo.

Nenhum País Soberano vai se sujeitar a ter um valor importante para sua economia – o câmbio – fixado pelas potências colonizadoras, o que dirá pelo sistema sem face nem endereço, a banca.

Mas a greve revelou à população o escândalo da corrupção que estava sendo cometida contra o patrimônio da Petrobrás, não apenas ao arrepio da própria lei golpista, mas com seríssimos prejuízos para a Nação.

E os caminhoneiros tiveram o imediato apoio da população e os petroleiros acordaram para defesa de seus empregos, de seus salários, de sua empresa. Professores, fiscais e outras categorias organizadas de trabalhadores, começam a avaliar a greve como defesa do emprego, dos salários e da economia brasileira e, politicamente, contra a corrupção dos golpistas e da Rede Globo – símbolo da mídia antinacional.

O judiciário, golpista de primeira hora, saca um parlamentarismo (por que não monárquico?) como salvação dos empregados da banca, em todos os órgãos públicos: Agências Reguladoras (sic), dirigentes de empresas estatais e fundações públicas, além dos graduados funcionários públicos civis e militares.

Mas o povo, ainda que vítima da pedagogia colonial, começa a desconfiar das “verdades” globais, da corrupção petista, desta economia estranha que vai “uberizando” o trabalho e impossibilitando a aposentadoria.

E os trapalhões, estultos representantes do sistema financeiro internacional, começam a temer pelas suas mordomias, suas benesses, seus ganhos, muitas vezes inexplicáveis, sua ação contra o Brasil Soberano e Justo.

Um tiro no pé de quem nem sabe o que fazer, com todo apoio midiático e financeiro.

Vade retro.

Pedro Augusto Pinho, avô, administrador aposentado 

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

4 Comentários

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  1. Há um problema real que está

    Há um problema real que está afetando toda sociedade…

    A perda de poder aquisitivo começa a fazer a diferença…

    É real nos 99% da sociedade e isso azeda o humor…

    Falar que o caminho é LULA, que é Bolsonaro diz pouco para a maioria que estão rua…

    A grande midia terá que dobrar, cairá de joelhos para que a normalidade volte ao Brasil…

    O certo é que eles, quase histéricos querem quebrar todos os caminhos…

    Não há propostas, nem os golpistas criaram projetos para o futuro…

    É como se tudo fosse consumido aqui e agora – é imediatismo terrível…

    É impressionante…

    Lógico que há os interesses por trás disto…

    Só que o discurso das autoridades que estão ai perdeu a validade!

    O processo ficou crítico e as próximas horas serão decisivas…

    Se a linguagem não mudar, se a propostas forem a de salvar o golpe, a sensação é que esta será gota d’água que faltava…

    As respostas e propostas comuns não pacificam mais…

    Este golpe foi para isso, e será que eles irão contra isso?

    Talvez seja a colheita do que foi plantado…

    O ódio, a falta de reflexão esteja querendo cobrar seu preço…

     

  2. A proposta da direita
    A proposta da direita brasileira não passa de uma roleta de cassino na forma de uma planilha ou macro de excel: é só por pra rodar que os números aparecem. O problema é que apenas números aparecem. Nada dessa bobagem de empregos, salários, educação, saúde ou segurança. Isso tudo já existe na parte de cima da pirâmide e no primeiro. Disso até o mais idiota paneleiro se cansa!

  3. Um pequeno texto muito

    Um pequeno texto muito lúcido. É isso mesmo: a greve dos caminhoneiros, agora sabemos, com um quadro ligado ao PSDB na liderança, foi uma tentativa dos golpistas, no sentido de conseguir apoio dos incautos e, de quebra impedir a realização das eleições marcadas, que libertaria o golpe do incômodo de manter Lula preso e impossibilitado de disputar. A meu ver muita coisa deu errado. São incompetentes mesmo, ainda mais ao se fingirem de democratas. Não percebem que não têm mais credibilidade O povo não aderiu, gastaram muito dinheiro para mobilizar coxinhas com bandeiras do Brasil, faixas e adesivos na cor azul, que caracteriza o apoio militante dos golpistas e ficaram esperando. E nada! Não apareceu a cor vermelha, a cor internacional do trabalho. Até panelaço, coordenado e sincronizado com a Globo, a mídia, também golpista. Levaram militantes até no trajeto dos caminhões, não deu certo a tentativa. Feita a maior barafunda, que ainda se desdobra, prejudicando o Brasil e os brasileiros em todo o território nacional. rebaixando ainda mais o PIB e aumentando a inflação. Sem mexer na política (?) de preços da Petrobras, Parente continuando no comando. O jeito foi marcar nova tentativa para daqui a sessenta dias. Mas uma certeza: muita desmoralização dos envolvidos e votos a menos. Vão tentar de novo, é só esperar os movimentos do Moro, PGR e STF. Fizeram tanta m, que se apegam ao desvio de 2016 de qualquer jeito, mas não têm apoio para entregar o prometido, e os militares não tem colaborado, ao menos nessa fase. Mais à frente é bom não confiar nessa gente.

  4. O gol contra do agronegócio

    Entre os vários tiros no pé que a classe dominante brasileira deu, um que me parecia muito óbvio, bem antes da realização do golpe, foi o do agronegócio entrar nessa canoa furada. Diferentemente dos bancos e outros especuladores, o agronegócio vive daquilo que produz. Sua produção depende de fatores concretos (estrada, combustíveis, e uma politica energética sustentável). Pois bem, a bancada ruralista votou em peso pelo impeachment de Dilma e a favor da agenda de destruição e privatização da Petrobrás. A política que a bancada ruralista apóiou encareceu de forma absurda os custos de produção do setor que representa e, além disso, inviabilizou o setor dos transportes, do qual o agronegócio é extremamente dependente. Como consequência veio a greve dos caminhoneiros e, em sequida, a dos petroleiros, com resultados em perdas de bilhões de dólares para o setor. É impressionante como os donos de grande fatia do pib brasileiro não conseguem enxergar as consequências de suas escolhas. 

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