Parte 2: A greve geral deve ser a palavra de ordem, por Roberto Bitencourt da Silva

Parte 2: A greve geral deve ser a palavra de ordem

por Roberto Bitencourt da Silva

Perdoem-me o uso de linguajar informal, mas o momento brasileiro requer opiniões e posições as mais claras possíveis. Uma conversa coloquial, aproximativa e franca. Esse vai ser o tom aqui usado. Dito isso, retomo algumas ideias exploradas em artigo anterior, a respeito da greve dos caminhoneiros e da necessidade de organização urgente de uma greve geral.

Em primeiro lugar, vou te contar… Tem coisas que ultrapassam qualquer limite do razoável. É muito mimimi, ai ai ai, ui ui ui, sobre a greve dos caminhoneiros autônomos, entre importantes frações politicamente progressistas, particularmente sintonizadas com o petismo.

Não nego a existência de contradições no movimento. Muitos já abordaram e também abordei antes a esse respeito. Mas, cumpre observar o óbvio: os caras simplesmente pararam todo o sistema produtivo e a circulação do capital. Algo que, talvez, somente no início dos anos 1960 ferroviários, portuários, marítimos e bancários eram capazes de fazer.

Se alguém está prestando atenção na pauta do noticiário televisivo, assim como nos pronunciamentos de diferentes autoridades públicas (do governo federal, dos governos estaduais de Rio e São Paulo etc.), também feitos por representantes de entidades patronais do comércio e da indústria, ao menos de Rio e São Paulo, deve ter percebido a verdadeira sensação de pânico instaurada. Desconforto completo. Temer já apela à “vontade de Deus”.

Convenhamos, nós que somos profissionais da área de educação, ciência e tecnologia, bem como inúmeras outras categorias profissionais de trabalhadores, podemos fazer e já fizemos incontáveis movimentos e greves. Nunca teremos condições de atingir o coração do sistema do capital e do poder vende pátria no Brasil como os caminhoneiros estão conseguindo.

Isso devido ao perfil de nossa economia, semicolonial, que praticamente dispensa educação e conhecimento autóctone. Nas linhas da dependência e da economia subalterna na divisão internacional do trabalho, nunca iremos acertar o coração do poder, porque educação, ciência e tecnologia são áreas marginais em nossa sociedade. A regra é a importação de saberes e máquinas. O ensino fundamental praticamente tratado como assistência social.

Então, considerando o espetacular impacto causado pela greve dos caminhoneiros, assim como o mal-estar que motiva a sua manutenção – um governo espúrio e antinacional, a extorsão nos preços dos combustíveis hoje praticada pela Petrobras –, a greve geral deve representar a palavra de ordem de todas as centrais e sindicatos de trabalhadores.

Ai ai ai, tem muita contradição, ui ui ui. Parceiro, infelizmente, o grosso daquilo que chamam de esquerda no Brasil urbano é filho da pequena burguesia e da burguesia. Urra estridentemente sobre marxismo, totalmente abstrato, acadêmico e colonizado, e não tem a menor sensibilidade à luta de classes. O trabalhador de carne e osso lhe causa estranheza. Os destinos e desafios da Nação igualmente estranhos. O importante é o “lugar de fala”, a “representatividade”, “problematizar os comportamentos”…

Amigo, trabalhador humilde e mediano é sujeito prático e tem código de honra na lida que é muito difícil. Sobretudo, quando consegue romper as cadeias da opressão e do deboche dos de cima, quando alcança capacidade organizativa, solidariedade interna ao grupo e identificação. Obtém uma força tremenda! Por isso, gosta e demanda firmeza e ousadia. A ação é o melhor guia para o aprendizado, a conduta e a mudança. E não a conversa furada. Acho que Marx e Rosa falaram sobre isso…

E a esse respeito apenas os caminhoneiros e os petroleiros, agora, se colocam em ação política aberta. Movem-se para tentar repercutir e resolver os problemas da Nação. Enquanto isso, as centrais sindicais emitem débeis notas de solidariedade. Prontificam-se a “mediar” as “negociações” com o governo. Será que as centrais não percebem que ninguém quer negociar coisa alguma com a camarilha golpista, vende pátria, reacionária do poder, que somente tem destruído os parcos direitos coletivos e o fiapo de soberania do País!?

O posicionamento das centrais sindicais, CUT à frente, por tratar-se da principal entidade, é indigno e incompatível com os desafios do nosso tempo! Alegar que não quer colocar mais lenha na fogueira é o fim! Aguardam o que? Eleição? Lulinha paz e amor, milagrosamente, resolver tudo, lá da cadeia, a qual se rendeu docilmente sem mais aos seus covardes algozes?! Amigo, do jeito que a coisa vai, se as direções das centrais continuarem gostosamente nas suas cadeiras, em breve, nós, o Povo Brasileiro, vamos virar escravos de vez e os governantes do Brasil já vão falar logo em inglês.

Já perdemos, desonrosamente, muitos direitos coletivos e fundamentais instrumentos de exercício da soberania popular e nacional com esse comportamento apassivado, medíocre, medroso, burocratizado e eleitoreiro. Ao fim e ao cabo, as centrais estão deixando rendidos os trabalhadores e faixas da pequena burguesia.

Numa conjuntura como essa ficar de braços cruzados, na condição de espectador, é algo infame! Somente conversa furada é o que as centrais têm apresentado. Ademais, líderes políticos fracos não promovem as necessárias palavras de ordem para a ação e a mobilização popular! Líderes preocupados apenas com as tranquilas boquinhas dos mandatos eleitorais! A falta de “homência” – royalties para o grande Guimarães Rosa –, a inação prevalece quando o tempo exige firmeza e ação. Ahh, um Brizola na área! Incendiava mais ainda essa joça, articulando e mobilizando os trabalhadores do Brasil, colocando o condomínio entreguista do poder na parede. Esse é o tipo de líder político que tanto faz falta e o Brasil precisa.

Nós não precisamos concordar com metade ou grande parte das reivindicações dos caminhoneiros. Porém, há que saudar – e muito – a ousadia e a disposição, assim como a motivação original da greve, mesmo que não seja claramente reverberada como muitos dos nossos doutos das esquerdas purinhas esperam. Ou seja, o motivo da submissão da economia nacional e popular aos interesses de 20%, 25% de acionistas gringos da Petrobras, que são representados por criminosos lesa pátria, como Temer e Parente, que destroem a histórica e querida empresa nacional, que praticam preços extorsivos sobre o Povo para saciar a gula lucrativa e espoliativa, colonizante, do capital estrangeiro.

A greve geral em solidariedade aos caminhoneiros e aos petroleiros, estendendo a pauta e o envolvimento de múltiplas categorias de trabalhadores e faixas da pequena burguesia, superados os ui ui ui dos melindres dos “sábios”, “eruditos” e “cheirosos”, tirará qualquer dúvida que se tenha sobre o significado da grande paralisação de caminhoneiros.

Se a greve se encerrar, assim, com parca solidariedade e articulação efetiva, o que acontecerá é a prevalência do jogo imposto por Temer, Globo etc., de mera questão tributária sobre o preço do diesel. Com a consequente sangria nas contas públicas, transferência dos custos para o grosso da população, via aumentos regulares e absurdos na gasolina e no álcool. Com a vitória de um governo ilegítimo e sem moral sobre uma das maiores e mais impactantes greves já vistas na história brasileira. Além de abandonar os caminhoneiros e petroleiros às suas próprias sortes (ou azares).

Importa lembrar que o governo está absolutamente desmoralizado. O discurso e a agenda liberal patrocinada por todos os agentes do poder no Brasil – burguesias internas, grandes veículos de comunicação, multinacionais, fazendeirões, oligarquias políticas etc. – estão em frangalhos. Diga-se, no Brasil, liberalismo é nome elegantérrimo para mascarar o abjeto entreguismo vende pátria.

O regime republicano pactuado na Constituição de 1988 ruiu com a ganância ditatorial das burguesias e oligarquias internas, serviçais do capital estrangeiro, que enclausuraram o poder e bloquearam qualquer voz e vez para o Povo nas instituições. Agora, amigo, não há mais espaço para negociação. E os caminhoneiros e os petroleiros estão demonstrando firmeza e clareza a esse respeito. É preciso que a voz do Povo se faça ouvir! Que a agenda pública seja por ele, por nós construída. E a greve geral é oportunidade ímpar para isso!

Greve geral contra o governo Temer, pela anulação de todas as medidas inconstitucionais e lesivas aos direitos coletivos do Povo Brasileiro e à soberania da Pátria! Por uma Petrobras, uma exploração, produção, refino e distribuição do petróleo totalmente estatal!

Por eleições diretas e uma Assembleia Nacional Constituinte que funde uma nova e popular República, assentada em mecanismos de controle e participação majoritária direta, via referendos e plebiscitos! Eis alguns motes decisivos para a necessária greve geral. As centrais precisam sair da infrutífera zona de conforto e da modorra. O Brasil precisa e exige.

Roberto Bitencourt da Silva – historiador e cientista político.

 

Redação

13 Comentários

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  1. Ah, Roberto!

    Quanta ingenuidade.

    Só podemos desculpar tanta ingenuidade por entendermos sua urgência em nos mostrar um caminho. Só isso!

    Olha, dizer que foram os caminhoneiros (sozinhos) que pararam a prestação de serviços dentro das cadeias de produção do capital é tolice, e das grossas!

    Isso não retira a gravidade do momento, ao contrário!

    Revela uma estranha simbiose entre interesses de patrões e de empregados (a maioria deles).

    Vamos, como diria Jack, o Estripador, por partes:

    – A natureza dos vínculos: autônomos, avulsos e contratados!

    Não me recordo bem, nesse setor, poucos ou quase nenhum caminhoneiro pode ser chamado de autônomo na completa acepção do termo.

    Seus fretes estão nas mãos das empresas contratantes (grandes redes industriais ou comerciais) ou de grandes transportadoras, que terceiriza o serviço, enquanto os trabalhadores contraem financiamentos de longo prazo para “alugar” o bem de capital(caminhão), que na medida que o próprio bem é a garantia do pagamento das prestações (alienação fiduciária e outras modalidades), ele NUNCA é o dono do bem.

    Um tipo de acordo caracu, onde os patrões entram com a cara e os motoristas…você sabe. 

    Porém, essa natureza de hiper-exploração não lhes retira a percepção ideológica de que são “autônomos”, que não têm patrão!

    Autônomos mesmos só uns poucos, com caminhões velhos e vinculados a atividades de baixo valor agregado, não raro funci0nando eles mesmos como intermediários (compram e revendem) dessas mercadorias, como no interior do RJ temos os carregadores de aipim e abacaxi no extremo norte (São Francisco do Itabapoana), tijolos (lajotas) de Campos dos Goytacazez, e naquela região, aqueles que trazem os restos a extração de eucalipto do ES e BA para a queima nos fornos das olarias.

    O resto, a grande massa de motoristas (80%) é de empregados com renda média de 2 a 3 SM.

     

    – A natureza do movimento:

    Então, Roberto, os manuais políticos ensinam que essa enorme massa vinculada aos patrões (80%) NUNCA teria força nem iniciativa política para um troço dessa monta, e se tivesse, não contaria com tanta “paciência” dos patrões e dos seus prepostos, os governantes.

    Outro detalhe crucial.

    Não existe greve de trabalhador brigando por alteração de valor de insumo, sim, se o movimento fosse autenticamente caminhoneiro, a luta seria por uma tabela mínima indexada de frete, e ponto final.

    Subiu combustível, sobe o frete e dane-se o resto.

    Alguém disse isso ontem e foi erradamente ridicularizado: é como ver o pedreiro avulso brigando pelo preço das ferramentas, e não do valor de sua hora trabalhada!

    Isso não existe!

    Brigar por valor de combustível e de redução de tributo ou pedágio é imaginar que o movimento metalúrgico fizesse greve por redução do preço do aço, do frete das entregas dos automóveis, ou da passagem de ônibus que os levam ao trabalho!

    Repito: isso não existe.

    No entanto, como eu mencionei lá em cima, essas constatações não tornam nosso trabalho político mais fácil, pois um novo componente retorna a pauta: a junção de trabalhadores e patrões para desestabilização política.

    A História mostra que tais movimentos NUNCA se inclinam à esquerda, pela sua própria natureza intrínseca.

    Salvo engano meu, e zeus do céu, eu quero estar errado, a greve dos petroleiros vai ser rechaçada pela população (pela mídia nem precisa dizer) e vai apanhar no lombo tudo aquilo que não foi sapecado nos caminhoneiros!

    Vai ser apresentada como oportunismo político, como coisa de petista que quebrou a Petrobrás e pior, com a atual narrativa de que há “políticos” infiltrados nos caminhoneiros recalcitrantes (na verdade um racha pelo controle da narrativa e inciativa política do movimento), certamente vão conseguir “descobrir” que a culpa é nossa, da esquerda.

    Eu compreendo seu desespero, Roberto, mas menos, meu filho, menos.

     

    1. O último parágrafo de seu

      O último parágrafo de seu comentário é perfeito. Eu acho que a esquerda está caindo em uma armadilha, basta acompanhar a sequencia dos fatos. No início da paralisação dos caminhoneiros eu só vi apoios da extrema direita nas redes sociais. O presidente de uma associação dos caminhoneiros se reuniu como o governo na quinta e depois no domingo: não falou nada sobre ‘infiltrados’ na greve. No final de semana começaram a aparecer apoios de esquerda; por uma estranha coincidencia o presidente da associação e depois o governo anunciaram a presença de ‘infiltrados’ na paralisação dos caminhoneiros.

      A Globo, seguindo o discurso do governo continuando falando vagamente de ‘infiltrados’, o Marun hoje já colcou o ‘volta Luila’ no mesmo saco que os pedidos de intervenção militar enquanto o resto da imperensa – como o JB e o El País Brasil que não pdoem ser acusados de ‘imprensa golpista’ – falam abertamente quem são os inflitrados, a extrema direita.

      No meio disso tudo a esquerda continua silenciando ou diminuindo a ‘infiltração’ da extrema direita, querendo ‘disputar’ o movimento, falze-lo crescer e derrubar Temer – So não entendi quel o plano para o dia seguinte da derrubada do Temer…

      A mairoira do país não é de extrema direita, as pesquisas eleitorais mostram isso. Mas a extrema direita está parecendo ser mais bem sucedida em pensamento estratégico que a esquerda, infelizmente para todos nós.

       

  2. Corporativistas

    “os caminhoneiros e os petroleiros, agora, se colocam em ação política aberta. Movem-se para tentar repercutir e resolver os problemas da Nação.”

    Os petroleiros não, mas os caminhoneiros estão olhando só pros próprios umbigos.

     

  3. mesma coisa

    Qualquer rol de reinvidicações que não tragam como item n. 1 a liberdade de Lula e Dirceu será para continuar tudo como está!

    1. É tudo junto e misturado

      O papel do Lula não pode ser outro, o dos parlamentares também.

      O povo nas ruas é outro.

      É tudo junto ao mesmo tempo agora.

      Greve Geral contra o golpe e os golpistas bandidos e entreguistas.

  4. Greve Gerais – Irã histórica

    Oportuno lembrar das ações que depuseram, no Irã,  do poder as petrolíferas sob o governo vassalo do Xá Reza Pahlevi,

    Não foi somente a  greve dos petroleiros, mas a greve dos trabalhadores da indústria do petróleo, foi decisiva, para derrubar o governo e devolver o poder ao povo na figura dos nacionalistas.

    Ocorreram confrontos de rua com mutas mortes executadas pela repressão policial. Incendiaram o país.

    Fato importatíssimo: O Aiatolá Khomeini estava exilado na França e liderou à distância o levante nacionalista.

    Será que LULA e o PT conseguiria apoio maciço da população, também das forças armadas para repetir a história?

    O Xá foi deposto, expulso para exílio nos Estados Unidos, as lideranças revolucionárias tomaram o poder e instalaram o poder teocrático, nacionalizando o petróleo.

    Mas nossas lideranças progressistas ainda poderão construir a greve das greves, construir apoio maciço.

     

  5. CUT vai para onde o povo está.

    Nã tenho dúvidas que um dos fatores que levaram Lula à prisão e a continuação de Temer na presidencia foi a vergonhosa participação das lideranças dos movimentos sociais da CUT que se isolaram na defesa da democracia e do Lula como se só a eles essas bandeiras pertencessem. E para espanto de todos continuam a agir da mesma forma. Quando todo povo se une nesse momento a CUT fica fazendo bico doce querendo fazer a SUA GREVE para aparecerem como salvadores da Pátria. Está mais do que na hora das bandeiras se unirem sejam elas de coxinhas ou mortadelas e lutarem por um objetivo único qual seja o FIORA TEMER O petróleo é nosso, Lula Livre etc…

  6. Caminhoneiros se beneficiarão às custas dos contribuintes

    Nada contra a greve geral, muito pelo contrário. Mas os Caminhoneiros se contentaram com o atendimento de suas reivindindicações pelo governo que eles apoiaram e estão se lixando que estes benefícios a si concedido sejam arcados não pelos Magnatas Acionistas da Petrobrás, mas pelos Contribuintes, já que os Fasci-Golpistas querem aumentar os tributos para compensar a redução do preço do diesel.

    Com o atendimento das reivindicações dos Caminhoneiros não são os Capitalistas que detem ações da Petrobrás que ganharão menos, mas os Trabalhadores que perderão ainda mais.

    Os Caminhoneiros poderiam lutar para que fosse instituído imposto sobre os dividendos recebidos pelos Acionistas bem como para que fosse elaborada e promulgada lei complementar sobre as grandes fortunas.

  7. Síndrome de Estocolmo, uma patologia típica da esquerda

    Estranha patologia essa, a Síndrome de Estocolmo, alguém precisa estudar a fundo isso, e explicar porque ela acomete exclusivamente a esquerda. A direita não padece desses arroubos infantis, eles têm muito claro o inimigo e o aliado. 

    Vamos todos agora, enrolados em bandeiras, emocionados em busca desse povo (vale chorar abraçado), e chamá-los “para o nosso lado”, nossos irmãos de sempre. Podemos começar com uma aula pública no canteiro central da rodovia dos Bandeirantes, ou nas Marginais, não esqueceremos de convocar o Dalçoquio e sua turma, quando iremos explicar para nossos irmãos o que é Hegemonia em Gramsci. Só para começar. 

    Pesquisadores do futuro irão estudar a fundo os tempos atuais, partindo de 2013, e descobrirão, estupefatos, que 90% do que se publicou após o 13 de junho de 2013, não passa de rotunda besteira. E constatarão que só por volta de 2015, quando a vaca já caminhava célere em direção ao brejo, é que a ficha começou a cair, menos para a academia, que continua chamando aquilo de “nossos meninos”, refém das bobagens que proferiu em escala industrial. Escreveram toneladas de besteira na época, e a história se repete.

    Entrava em surto cada vez que um deles, da Academia, começava a explicar os black blocs (cheios de P2 infiltrados) iniciando assim: “…é preciso entender esses meninos e o movimento, que nasceu na Alemanha, são autônomos e horizontais…etc”, tudo no formato ABNT, e pedindo compreensão para os nossos valorosos meninos, conferindo seriedade acadêmica ao embrião do golpe. 

    Chega. Cada um que vá tratar da sua Síndrome de Estocolmo, não padeço desse mal. 

  8. C.Q.D. ou Brasil, um país imbecilizado até o tutano
     

    Matheus Pichonelli compartilhou uma publicação.

    1 h ·  

    O que estão colocando na água da galera?

     Daniel Trevisan2 h

    Avaré merece ser estudada com maior profundidade. Pessoas marcharam até o quartel do Exército pedindo intervenção militar ao som de “Pra não dizer que não falei das flores”, um dos maiores hinos contra a ditadura. Doido, né? Poderiam tocar “Eu te amo meu Brasil”, de Dom e Ravel. Faria mais sentido.

    Para quem duvida, o vídeo vai abaixo: 

    https://www.facebook.com/mpb.historia/videos/1779912782088185/?hc_location=ufi

     

     

    1. Pessoas marcharam até no quartel?

      Quantos gatos pingados marcharam até o quartel?

      Esses viúvas dos Abacates que marcham até os quarteis são pessoas que amam o passado e que não vêem que o novo sempre vem.

       

    2. No vácuo e na saudade

      Havia um espaço a ser ocupado, a direita foi e ocupou esse espaço.

      A direita, que não tem ideologias, não é neoliberal, não tem nada a não ser interesses práticos.

      A esquerda ficamos aqui a ocupar o lugar da fala.

      No aguardo de uma crítica filosófica, psicanalítica e marxista.

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