Francisco Celso Calmon
Francisco Celso Calmon, analista de TI, administrador, advogado, autor dos livros Sequestro Moral - E o PT com isso?; Combates Pela Democracia; coautor em Resistência ao Golpe de 2016 e em Uma Sentença Anunciada – o Processo Lula.
[email protected]

Pirilampos do imperialismo, por Francisco Celso Calmon

Globo se apega ao velho, anda para trás, com envelhecidos conceptos ideológicos e vassalagem ao decadente império estadunidense

Pirilampos do imperialismo

por Francisco Celso Calmon

A luta ideológica está posta novamente.

Que a esquerda não se acovarde, se exponha e defenda a sua visão de mundo e o sistema econômico-social alternativo ao capitalismo predatório.

Histeria dos jornalistas pirilampos dos EUA quanto as declarações do presidente Lula em relação à China e ao conflito Rússia x Ucrânia.

Num incêndio ou se joga água ou gasolina, dependendo do objetivo.

Sem guerra Zelensky apaga e acaba politicamente. Vai, pois, exigir o impossível para mantê-la, à custa da tragédia do povo ucraniano e da tensão mundial.

O conflito do ponto de vista militar é entre a OTAN, leia EUA, e a Rússia. Sem as armas fornecidas pelos EUA e Europa, a Ucrânia já tinha pactuado a paz.

O acordo de paz, qualquer que seja, será uma derrota para Joe Biden.

Lula é sobretudo um pragmático em prol dos interesses do país, sem viés ideológico. Como a história dele, como sindicalista, parlamentar, chefe de partido e de governo, demonstra.

A Rússia invadiu a Ucrânia. Verdade. E quantos países os EUA invadiram, quantos golpes fomentaram?

A condenação de A ou B não é o caminho mais adequado para a mediação de um acordo de paz.

Lula está na rota certa.

A mídia corporativa fez parte do golpe de 64 e do de 2016. Os EUA também. São corresponsáveis pelas barbáries que acometeram o país e o povo brasileiro.  

A empresa Globo não tem moral para opinar, sem isenção, porque foi parida pelos dólares norte-americanos.

Pequenos e ridículos são os jornalistas do ponto eletrônico, que nunca administraram nem um carrinho de pipoca e trabalham numa empresa que está há muito tempo no vermelho contábil, palpitar de maneira tão rasa e nervosa em prol do “faremos todos o que o Tio Sam mandar”, só ultraja o já combalido jornalismo.

Sem dó e piedade, a Globo vai passando a barca das demissões, por não conseguir manter o seu elenco.

Enquanto o mundo caminha para o surgimento do novo, a organização multipolar, a Globo se apega ao velho, anda para trás, com envelhecidos conceptos ideológicos e vassalagem ao decadente império estadunidense.

A Globo News parece um teatro bufo, com atores amadores nas pautas econômicas, de justiça e política externa, alguns usam a inteligência e malabarismo verbal quando suas opiniões não são as mesmas dos patrões, outros são os que se guiam com empáfia pelo ponto eletrônico.

Valdo Cruz e Gerson Camarotti são os repórteres mais obedientes do ponto eletrônico e de suas falas escorrem venenos.

Os pirilampos podem ficar numa arapuca à medida que os EUA for mudando de opinião, porque não compreendem que eles precisam do Brasil tanto quanto o inverso é verdadeiro. O resto é guerra de palavras, belisca e assopra.

O incômodo real é de natureza econômica e do desequilíbrio na correlação de forças no teatro internacional dos estertores do mundo unipolar.  

É obrigatório operar a política com o retrovisor da história.

21 de abril de 2023, feriado nacional. Esta efeméride nos lembra da conjuração mineira, na qual tivemos Tiradentes, considerado herói, e um traidor, Silvério dos Reis. 

Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, foi o único dos conjurados mineiros sentenciado à morte, ele era de classe média, de origem pobre, os demais líderes da elite mineradora, foi enforcado em 21 de abril de 1792, teve seu corpo esquartejado e espalhado em postes pelo opressor colonial, um macabro terrorismo de Estado.

A inconfidência mineira foi abortada por uma delação premiada!

Joaquim Silvério dos Reis, escreveu uma carta de delação, em 11 de abril de 1789, ao governador de Minas Gerais, Visconde de Barbacena, informando sobre a existência de um movimento em Vila Rica, que, segundo ele, pretendia proclamar a República e libertar o Brasil de Portugal.

Como prêmio o delator cobrou pensão para toda a vida, perdão para todas as suas dívidas, comendas e outros privilégios. Depois de sofrer alguns atentados fugiu para Lisboa, regressou ao Brasil em 1808, morreu no ostracismo.

Lula, tem em seu governo traíras como Silvério dos Reis, o delator, como o cabo Anselmo, agente infiltrado, como Mourão Filho, traidor de Jango – presidente e comandante-em-chefe das Forças Armadas.

Uma coisa é montar um governo politicamente plural, outra é um governo composto por adversários desleais, sujeitos à traição e fermentos à desestabilização e novas tentativas de golpe à democracia.   

Tratar vândalos, inimigos da democracia, à água mineral e com fidalga cortesia é um passo para tratar a cadeia de comando da tentativa de golpe do 8 de janeiro a pão de ló.

Chega de erros de pessoa, stop a falta de RH, mirem-se nos maus exemplos das indicações ao STF e demais Tribunais Superiores do Judiciário. 

A guerra híbrida, local e internacional, não cessou.

Pode governar com a fala generosa, mas os olhos devem enxergar com as lentes da história e os ouvidos com as aurículas leais dos companheiros e do povo.   

A conspiração não é uma teoria, é uma prática histórica no Brasil.

Concluo com duas frases de Tiradentes: Mil vidas eu tivesse, mil vidas eu daria pela libertação da minha pátria.

Se todos quisermos, poderemos fazer deste país uma grande nação. Vamos fazê-la.

Francisco Celso Calmon, analista de TI, administrador, advogado, autor dos livros Sequestro Moral – E o PT com isso?; Combates Pela Democracia; coautor em Resistência ao Golpe de 2016 e em Uma Sentença Anunciada – o Processo Lula.

O texto não representa necessariamente a opinião do Jornal GGN. Concorda ou tem ponto de vista diferente? Mande seu artigo para [email protected]. A publicação do artigo dependerá de aprovação da redação GGN.

Francisco Celso Calmon

Francisco Celso Calmon, analista de TI, administrador, advogado, autor dos livros Sequestro Moral - E o PT com isso?; Combates Pela Democracia; coautor em Resistência ao Golpe de 2016 e em Uma Sentença Anunciada – o Processo Lula.

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador