Um desgoverno em estado terminal, por Fábio de Oliveira Ribeiro

Ele soube ganhar a presidência, mas em apenas dois meses ele desperdiçou todo capital político

Um desgoverno em estado terminal

por Fábio de Oliveira Ribeiro

Após ter derrotado os romanos em três grandes batalhas campais (Trasimeno, Ticino e Canas), Hanibal acampou em frente às muralhas de Roma. Então o ilustre cartagines desistiu de atacar a cidade, razão pela qual um dos generais dele disse que ele sabia ganhar batalhas, mas não sabia tirar proveito das vitórias.

O mesmo pode ser dito de Bolsonaro. Ele soube ganhar a presidência, mas em apenas dois meses ele desperdiçou todo capital político.

Primeiro, o Exército deixou bem claro que não será comandado por Jair Bolsonaro ou pelos filhos dele. Depois os generais calaram a boca do chanceler amalucado que ele nomeou para o Itamaraty. Agora, o presidente fanfarrão que se veste como um Jeca Tatu será obrigado a ficar calado.

Essas três “capitis diminutio” ou “interditos proibitórios” que limitam o poder presidencial transformaram Bolsonaro numa espécie de palhaço com a faixa. Ele é presidente porque não governa. Se tentar governar (coisa que ele não consegue fazer), o Bozo será substituído pelo vice.

Em silêncio Bolsonaro é um gênio. Quando abriu a boca em Davos ele começou a se complicar. Sempre que coloca a ideologia na frente do pragmatismo, o presidente brasileiro causa um dano à economia e à imagem internacional do Brasil.

Bolsonaro tentou mudar a embaixada brasileira para Tel Aviv e foi desautorizado. Mesmo assim os árabes impuseram sanções comerciais que afetaram negativamente os interesses dos produtores rurais que apoiaram o PSL.

A importação de leite em pó da União Europeia não rompeu o isolamento diplomático do nosso país. Ela apenas causou danos aos próprios produtores de leite que ajudaram a eleger Bolsonaro.

Por razões ideológicas, o novo presidente do Brasil aderiu à bravata de Guaidó na Venezuela. A instabilidade em nosso afeta negativamente interesses econômicos e estratégicos da China. Imediatamente os chineses resolveram comprar nos EUA todos os produtos que compram no Brasil. Esse será o golpe de misericórdia no regime que Bolsonaro e seus filhos queriam impor aos brasileiros.

Enquanto o presidente afunda no pântanos que ele próprio criou o poder vai se transferindo para o general vice. Mourão parece ser mais preparado para exercer a presidência do que Bolsonaro. Mas assim que der o bote na faixa presidencial ele se tornará vidraça da oposição e dos fanáticos ligados à Bolsonaro dentro e fora do Congresso Nacional.

Quem disse que era só tirar a Dilma que a economia melhorava está amargando prejuízos. Quem apostou suas fichas em Bolsonaro será levado falência pelo presidente que elegeu. O impasse criado pelo golpe de 2016 “com o Supremo com tudo” não foi solucionado. Tudo piorou, inclusive os indicadores econômicos.

Se assumir a presidência Mourão não terá uma tarefa fácil pela frente. Nós precisamos de mais democracia e não de uma nova ditadura. Para sair da crise econômica/política/institucional que foi criada pela Lava Jato, agravada durante fraude do Impeachment e amplificada com a eleição “fake news” de Bolsonaro o Brasil precisa desesperadamente anular a eleição de 2018.

Entretanto, não basta eleger apenas o novo presidente do país. Um novo Congresso Nacional também terá que ser eleito para substituir esse que nasceu maculado por fraudes financeiras e publicitárias.

Fábio de Oliveira Ribeiro

14 Comentários

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  1. Pelo visto, e o que está dito, a saída seria as oposições, sabe-se lá como, dar um golpe no golpe de 2016, afastar seu segundo presidente fantasia e o seu substituto e instalar um novo governo? Estaria contando com a conversão das Forças Armadas, os milicos ainda na ativa, que abandonariam seu costumeiro apoio ao capital estrangeiro e a tudo que vier do EUA, que se voltariam para as suas responsabilidades constitucionais de defender nossa soberania e a Democracia? É bom acordar. Só uma rebelião (utópica) levaria a um entendimento de que não se pode dirigir de modo sustentável um país, sem benefícios para o povo, favorecendo apenas os grandes empresários e banqueiros.

  2. Concordo plenamente com você, Fábio, mas quem garante que os ignorantes ou hipócritas ou cafajestes do tse (com minúsculas sim, pois nem maiúsculas merecem no nome), quem garante que aquele órgão dirigido por uma ministra de votos idiotizados pela contradição no stf vai ter coragem para ter vergonha na cara e aceitar que os disparos de mentiras nas redes sociais, disparos financiados por empresas, alteraram criminosamente o resultado da eleição, pondo no poder uma besta e no congresso um bando de larápios (ops, laranjas)? Sinceramente, não acredito, pois nós, povo, somos uns merdas e não reagimos nas ruas, se preciso partindo pro pau, incendiando essa merda toda dos poderosos…Infelizmente, só nos resta mesmo nos “divertirmos” com as imbecilidades e cafajestices de ministros mais que denunciados mas protegidos pela justiça de merda que temos, e também pelo clã BOÇAL….QUE DE PAI PARA FILHOS SÃO TUDO UM ESTRUME SÓ…..

  3. Não soube ganhar……caiu no colo…….

    Ganhou com apoio dos lojistas, sendo lojista ele mesmo, aliás, intrigava-me a participação dos verdinhos na patranha lojista até descobrir que são lojistas juramentados……..

    Esse boneco que ganhou a eleição manda tanto que tem que aturar tres desafetos em seu governo, com certeza, empurrados a força goela abaixo………

    Quem manda mesmo está no exterior, e quem fiscaliza, na paulista……………..

    Tal qual o guaidó, escudado por uma dona estadunidense…………..

  4. Um excelente diagnóstico em poucas linhas. Parabéns Fábio.
    O porém está em “… o Brasil precisa desesperadamente anular a eleição de 2018.” Quando apareceu o escândalo do caixa dois nos patrocínios de fake news via whatsapp, gritei insistentemente para que o Haddad se retirasse da disputa e denunciasse ao mundo a falcatrua daquela eleição. Agora a Inês já foi cremada. No mais, resta aguardar que a casa caia pela podridão extrema dos seus ocupantes.

  5. A ideologia do Bozo é pior que a de qualquer pinguço de botequim de quinta categoria.
    Ele é um poço de imbecilidade e ainda é um “puta mal caráter”. Ele e seus filhos.
    Nunca pensei que iria dizer isso, mas hoje eu acho que “quanto pior, melhor”. Esse safado tem que ficar até o fim do governo. Difícil chegar lá e praticamente impossível se reeleger.
    Depois tem que vir o Dória.
    Depois o Moro.
    Esse país tem que se tornar um puteiro a céu aberto!
    Tem que voltar a hiperinflação para que os militares fiquem sem soldo. Os procuradores e juízes se tornem gente comum, igualados aos demais pela pobreza.
    A saída do bolsonabo, rapidamente, vai acabar fazendo com que esse imbecil ganhe condição de voltar ao poder de novo.
    Infelizmente o brasileiro é burro.
    Foi o povo que elegeu “esse porra” (acho que essa é uma boa definição dele).
    Então o povo tem que sofrer.
    Por último, li num site ultra-coxinha, Money times, uma matéria dizendo que está “difícil sair da recessão provocada pela Dilma”. E o jornalista “explicava em português essa tese”.
    E assim se esconde a verdade o tempo todo.

  6. Bolsonaro tem que ficar dois anos. antes disto haveria novas eleições. Este é o plano da rosa webber e cia ltda.. Depois ela julgará as fraudes da campanha eleitoral, Bolsonaro será retirado e tudo cairá no colo do mourão.
    meu nariz pode se enganar mas eu vou por ele.

  7. O terrorismo contra o PT e as forças progressistas, que se materializou no golpe de 2016 e se consolidou com a eleição de Bolsonaro, gerou uma força de desintegração em todos os níveis, social, econômico, político cultural e geopolítico. As forças armadas pretendem se preservar colocando uma camisa de força no grande imbecil que ajudaram a eleger, mas são incapazes de recolocar o país nos trilhos, porque isso exigiria desvincular-se da potência imperialista e isso, todos sabemos, não acontecerá. No atual quadro de forças, o país oscilará rumo ao desconhecido.

  8. O terrorismo contra o PT e as forças progressistas, que se materializou no golpe de 2016 e se consolidou com a eleição de Bolsonaro, gerou uma força de desintegração social, econômica, política, cultural e geopolítica. As forças armadas, que pretendem se preservar colocando uma camisa de força no grande imbecil que ajudaram a eleger, são incapazes de deter esse processo, porque isso exigiria desvincular-se da potência imperialista e isso, todos sabemos, não vai acontecer. O Brasil oscilará rumo ao desconhecido.

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