Síria vive há 11 anos o maior deslocamento forçado do mundo

Soluções políticas são urgentemente necessárias para acabar com 11 anos de sofrimento. Há também a necessidade de aumentar as oportunidades de reassentamento para os refugiados sírios mais vulneráveis.

Legenda: A refugiada síria Fatima Al Mahmoud, 12, no assentamento informal em Minyeh, norte do Líbano, onde sua família mora. Foto: © ACNUR/Diego Ibarra

A ACNUR, Agência da ONU para refugiados, alerta ao mundo que o drama vivido pelos sírios, há 11 anos deslocados dentro e fora do país, ainda precisa de atenção. A Síria representa a maior crise de deslocamento forçado do mundo, e são mais de 13 milhões de pessoas que fugiram do país ou tiveram que se deslocar dentro dele.

Os países vizinhos e próximos receberam mais de 5,6 milhões de refugiados sírios, a grande maioria dos deslocados, e precisam do apoio internacional para continuar sua ação.

Países que receberam os sírios estão sob pressão financeiro, principalmente devido à pandemia e seus impactos socioeconômicos. Tanto refugiados quanto comunidades que acolheram foram duramente atingidos, perdendo meios de subsistência e enfrentando aumento de preços de alimentos.

A maioria dos sírios refugiados na região vive na pobreza, e os mais vulneráveis estão em situação muito crítica. No Líbano a situação é muito difícil, pois 90% dos sírios vivem em extrema pobreza, juntamente com um número crescente de pessoas das comunidades que os acolhem.

Crianças abandonam escolas para trabalhar, casamentos precoces estão em alta e no horizonte nada há de promissor para o acesso à educação e saúde.

Segundo a ACNUR, a situação só não está pior pois alguns países permitiram acesso dos refugiados ao mercado de trabalho, saúde pública e outros serviços. Conseguiram realizar isso apesar do grande número de refugiados hospedados nesses países.

A Turquia abriga 3,7 milhões de sírios refugiados, a maior população de refugiados do mundo. Líbano e Jordânia estão entre os países com o maior número de refugiados per capita globalmente.

As necessidades humanitárias dentro da Síria estão aumentando pois mais de 6,9 milhões de pessoas ainda estão deslocadas dentro do país e 14,6 milhões de pessoas precisam de ajuda humanitária e assistência. Cerca de 5,9 milhões precisam de ajuda para garantir acomodações seguras e a maioria está enfrentando dificuldades para acessar serviços básicos.

Em 2021, cerca de 36 mil refugiados sírios retornaram ao país. Ao mesmo tempo, muitos dos que se deslocaram internamente também retornaram para casa, aumentando as necessidades gerais de reintegração.

Soluções políticas são urgentemente necessárias para acabar com 11 anos de sofrimento. Há também a necessidade de aumentar as oportunidades de reassentamento para os refugiados sírios mais vulneráveis.

A ACNUR pede aos doadores internacionais que estendam o apoio aos refugiados e seus anfitriões e atendam às necessidades humanitárias urgentes dentro da Síria, inclusive para os deslocados internos, suas comunidades anfitriãs e retornados.

No ano passado, menos da metade do financiamento necessário para o Plano Regional de Refugiados e Resiliência para responder à crise de refugiados na Síria foi recebida.

Dentro da Síria e à medida que as necessidades crescem, as organizações humanitárias exigem urgentemente os recursos necessários para fortalecer seu trabalho dentro do país. O ACNUR recebeu sete por cento dos US$ 465,2 milhões necessários para seu trabalho na Síria em 2022.

Um momento decisivo para os países demonstrarem seu compromisso será a conferência de doadores “Apoiando o Futuro da Síria e da Região”, em maio, reunindo apoio para refugiados e comunidades anfitriãs na região, bem como para pessoas necessitadas na Síria.

Com informações da ONU

Redação

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