PMDB e PP confirmam tendência de racha e PR fecha contra o impeachment

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Colaborou Luiz de Queiroz

Jornal GGN – No momento em que lideranças partidárias assumem a tribuna da Câmara Federal, na tarde deste domingo (17), com discursos inflamados de apoio ou rejeição ao processo de impeachment, ao menos dois partidos com bancadas significativas – PMDB e PP – confirmaram a tendência de divisão interna, com promessas de votos que podem ajudar a presidente Dilma Rousseff (PT).

Em seu pronunciamento, o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani, disse que não teve outra opção se não a de declarar o voto da maioria da bancada, que é favorável ao impeachment, mas fez questão de frisar que ele e outros peemedebistas discordam dessa posição e votarão contra a deposição de Dilma.

“A bancada do PMDB conhece meu posicionamento e de outros companheiros que não vão acompanhar a decisão da bancada”, alertou. “Nossa bancada irá encaminhar o voto sim, mas nós sabemos que, aconteça o que acontecer, amanhã teremos um novo dia e uma nova etapa da vida nacional em que cada um aqui precisa ter responsabilidade com o País. Não é possível que disputa política e ambições continuem a levar o Brasil aonde nos trouxe nesse momento”, acrescentou.

Segundo dados da Câmara, o PMDB tem 67 deputados em exercício. Ao longo da semana, 12 deles declararam votos contrários ao impeachment.

Na mesma linha, o PP de Paulo Maluf, com 47 deputados, também fechou questão contra a continuidade de Dilma no governo. Apesar disso, o vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão, informou à imprensa que o partido soma 12 votos contrários ao impeachment.

Na tribuna, quem anunciou a diretriz do PP foi o deputado Aguinaldo Ribeiro, ex-ministro das Cidades. Ele disse que sua “consciência” o obrigava a reconhecer que Dilma tem “inúmeras qualidades”, como a de ser “determinada, obstinada e fiel”. “Porém, não estamos julgando a pessoa da presidente, estamos julgando politicamente o governo”, justificou.

Aelton Freitas, líder do PR, que tem 40 deputados, disse que a diretriz é contra o impeachment, mas que cada deputado vota de acordo com sua “consciência”. “No PR ninguém será submetido a patrulhamento por questão de divergência. Nós garantimos a divergência em nossa bancada, patrocinamos o amplo direito à manifestação. Defendemos o voto não ao impeachment. Uma decisão de fechamento de questão no processo do impeachment seria uma agressão incompatível com a natureza liberal do PR”, argumentou.

O PTN, por outro lado, pode se revelar inteiramente pró governo Michel Temer. Segundo o mapa da Folha, o nanico dará 8 votos a favor do impeachment e 4 contra. Porém, na tribuna, apenas lideranças favoráveis à saída de Dilma tiveram espaço. A oradora da bancada, deputada Renata Abreu, disse que “após muito diálogo na bancada, nós do PTN decidimos estar ao lado da maioria dos brasileiros. Orientamos a todos os nossos deputados que digam sim.”

Os líderes do PSD e PSB, Rogério Rosso e Fernando Coelho Filho, afirmaram que as legendas fecharam questão a favor do impeachment, apesar da integridade moral da presidente. “Quem julgará a presidente da República será o Senado. Estamos tão somente tratando da admissibilidade da denúncia”, amenizou Rosso. “Tenho muito respeito pela figura da presidente, mas ela perdeu a autoridade e a credibilidade para liderar uma agenda mínima para tirar o país dessa situação”, comentou Coelho. A expectativa, contudo, é de que haja dissidentes.

Acompanhe a cobertura ao vivo do GGN aqui.

 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

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  1. PMDB e PP confirmam tendência de racha e PR fecha contra o impea

    Estamos acompanhando e anotando os nomes dos traidores da Democracia. Aqueles que votarem a favor do golpe devem estar cientes da traição que estão cometendo contra o Brasil e o povo brasileiro. Fiquem eles sabendo que os 54 milhões de leitores que elegeram a atual chefe da Nação não vão deixar passar e vitória ds democracia não irá amenizar a execração à qual serão submetidos esses mercenários, filhotes do EC e sem quaisquer condições para representarem a nossa população. A História mostrará que o povo brasileiro, os cidadãos que trabalham por esse país estão do lado certo. O Brasil é muitio maior do que esses traidores e a Globo juntos.

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