Andre Motta Araujo
Advogado, foi dirigente do Sindicato Nacional da Indústria Elétrica, presidente da Emplasa-Empresa de Planejamento Urbano do Estado de S. Paulo
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O exemplo na política de austeridade, por André Araújo

O exemplo na política de austeridade

por André Araújo

Países europeus, através dos séculos, passaram por grandes crises econômicas e seus governos recorreram a políticas de aperto dos cintos ao extremo, a austeridade para salvar a Nação. Um exemplo recente foi a Inglaterra ao fim da Segunda Guerra.

Por um período de seis anos, de 1945 a 1951, a Inglaterra se viu depauperada, sem divisas para importar comida e petróleo, teve que vender seus maiores ativos no exterior e os Estados Unidos cobraram implacavelmente os fornecimentos de material bélico que fizeram no período crucial de setembro de 1939 a dezembro de 1941. Neste período, o Reino Unido estava sozinho contra a Alemanha, Itália e Japão, os EUA eram neutros e vendiam caro seus suprimentos.

Finda a Guerra, o Governo britânico de Clement Attlee, do Labour Party, aplicou um severo racionamento de comida, energia elétrica, gasolina e de tudo o que fosse importado. Havia uma caderneta de racionamento onde a cota de manteiga era de 57 gramas por semana e de açúcar era 207 gramas por mês por pessoa.

O plano de austeridade foi bem sucedido porque o primeiro aperto de cinto foi o da Família Real. Os Windsor iam à fila de racionamento, as luzes do Palácio de Buckingham estavam sempre apagadas. O mesmo rigor estava no Parlamento e na Câmara dos Lordes.

A Monarquia inglesa, com toda sua pompa, protocolo e tradição custa hoje 78 milhões de Libras por ano, incluindo os estipêndios da Rainha e de sua família, muito menos que a Presidência de países pequenos.  A Casa Real não tem mais iate e nem avião, a Rainha quando viaja usa aviões da British Airways em voos normais.

No Brasil pretende-se impor um “teto de gastos” draconiano MAS esqueceram dos símbolos. Os símbolos são ESSENCIAIS em planos de austeridade. Onde estão eles? Em nenhum lugar. O plano então não tem apelo e nem bandeira. Cortar onde? Será no esparadrapo, na merenda das crianças, nos salários das enfermeiras? Nos essenciais investimentos públicos?

Os exemplos precisam vir de cima nem que sejam limitados. Por exemplo, porque Ministros tem que ter jatinhos a disposição para leva-los de Brasília às suas cidades de origem? Uma viagem de Brasília a São Paulo, ida e volta de jatinho da FAB custa, por baixo, 35 mil Reais. Um só Ministro fez, em curto período, 70 viagens. E pior,  voam de Brasília a SP em voos individuais, não juntam dois ou três no mesmo voo. Essas viagens jamais deveriam existir, QUEM ACEITA SER MINISTRO TEM QUE MORAR EM BRASILIA, se quer ver a mãe ou a esposa que faça a viagem por voo comercial à sua custa, esta não é uma despesa do Estado.

Mordomia semelhante não existe em outros países. É absurda e abusiva! Viagens de Ministros devem ser coisa rara, não é para inaugurar canteiro de obra visando criar capital político para futura eleição. Em princípio, um Ministro raramente deve sair de Brasília, tem que haver séria justificativa para isso.

Um Ministro, por definição, deve receber autoridades e cidadãos em Brasília, em seu gabinete. Os interessados devem ir até ele e não ele aos outros. É assim que se faz em todo mundo. A saída do Ministério deve ser exceção, no Brasil é a regra. Eles  gostam de viajar,  é uma forma de se exibir em público, fugir de problemas e decisões, combustível, mão de obra cara para servir passeios políticos.

Acabar com essa prática seria forte símbolo de austeridade compreendido por toda a população, gesto impactante de fácil e geral percepção, claro, transparente, cristalino. Estão economizando, dirá o povo. 

Onde estão os cortes ESSENCIAS no Congresso, explodindo de funcionários, mordomias, passagens, gasolina que dá para cada Deputado ir à China e voltar, “missões” para “observar” algum evento de importância zero como a Assembleia Geral da ONU, conferências em Portugal, eleições no Panamá, homenagem ao coronel Odorico em Nazaré das Farinhas e outros eventos de nenhum interesse nacional?

E as “corporações judiciárias” estão cortando onde? O Ministério Público de Minas Gerais pretende pagar R$1 bilhão de auxílio-moradia retroativo a 1994, assim mesmo, com a maior candura. No STF há 400 recepcionistas e incontáveis seguranças para as casas dos Ministros de Brasília e de onde moram em outros Estados. A casa oficial que merece segurança paga pelo Estado deve ser uma só.

Nos Tribunais de todo o Brasil há “lanches” com iguarias raras que jamais caberiam em lanches vespertinos. O próprio lanche pago pelo Tesouro já é algo discutível. Nas Assembleias Legislativas continuam licitações frívolas, como no Rio, Estado que não está pagando bombeiro, na rua há licitação para coquetéis e banquetes da ALERJ. Quem comanda esses organismos não tem a mínima sensibilidade de suspender tais desperdícios de dinheiro?

Assembleias e Câmaras de todo o Brasil continuam gastando com homenagens (flores e coquetel), medalhas padrão Sucupira, santinhos e livrecos inúteis, rádios e TVs que ninguém ouve ou vê. É uma farra como se fosse dinheiro sem dono.

Na PEC 55 quem vai cortar isso, de onde vem a tesoura? Porque a PEC não apontou os cortes? Não teve coragem? Deixar os cortes a cargo dos que devem ser cortados, como os Congressistas, significa que vão cortar nos que não podem se defender, ou há alguma dúvida disso? A PEC 55 não teve coragem de fazer o corte específico, direto, cirúrgico, direcionado, ao estabelecer um teto linear deu a tesoura ao interessado na despesa, vão cortar nos pobres e nos investimentos para não cortar no custeio que os afeta.

E ainda vemos santelmos como certos economistas PhD dizendo em programas de TV que “estamos fazendo o Congresso discutir o orçamento de verdade, eles vão ter que decidir onde cortar” É assim Dr. Pessoa? Simples assim? E o senhor acha que essas raposas curtidas vão cortar o jantar delas? 

É cada raciocínio simplório! E são alçados a gênios pela Globonews! Estão entregando uma ilusão ao público, quem deve e pode cortar é o Governo através de sua força no Congresso.

Para não ficar só em críticas dou quatro ideias simples de controle de gastos que podem ser implantadas rapidamente na União e também nos Estados.

1.Um centro de controle de ALUGUEIS de prédios para o Governo Federal, Estatais e órgãos federais autônomos. Esse centro, que pode ficar no Ministério do Planejamento, dará PARAMETROS de aluguel por metro quadrado em áreas de cada cidade onde o Governo Federal tem atividades.

Em Brasília o número de prédios alugados pelo Governo Federal é enorme, a decisão é do Ministro, alugam prédios caríssimos por uma questão de “prestigio”, sem perguntar se existe espaço disponível em prédios que já são do Governo. Ou trocam de prédios pelo simples prazer de trocar, como fez o Ministro George Hilton dos Esportes na sua curta temporada como Ministro. O prédio anterior era modesto e ótimo, mudou para outro mais chique e completamente desnecessário.

Isso se repete todo dia, quem controla acima do Ministro?

A SAC, Secretaria de Aviação Civil alugou um andar em um prédio corporativo, do estilo construído para multinacionais que precisam causar boa impressão e, portanto, são mais caros por metro quadrado. Um órgão do Governo não tem necessidade de conquistar clientes, não precisa de padrão de edifício de grife, é Governo, pode estar em qualquer lugar.

2.Um centro de controle dos contratos de TERCEIRIZAÇÃO de mão de obra, hoje uma mega despesa. Gasta-se com isso mais do que com empreiteiras, há conhecidas irregularidades que até os jardineiros da Esplanada dos Ministérios sabem como é que faz (manda 7 e cobra 10). Sendo um super item de despesa jamais se ouviu falar de uma investigação.

Hoje cada órgão faz a terceirização como bem entende, não é só de mão de obra, é também de veículos. É preciso ter parâmetros e contínua fiscalização sobre esses contratos que envolvem mais faturamento do que de obras públicas e, é hoje, o grande ralo do custeio.

3.Um centro de controle de despesas com Tecnologia de Informação, outra mega despesa dispersada e fragmentada por todos os órgãos. Há muito sistema ruim, ultrapassado, ineficiente, incompatível, desintegrado, compra-se ou aluga-se software superado, implantações caríssimas. Quem é do ramo sabe do que eu estou falando. Porque não fazer o SERPRO fiscalizar essa feira livre?

4.Um centro de controle de compra de passagens aéreas. O Governo Federal é o maior comprador de passagens do País, paga preço cheio e sem descontos quando pelo seu poder de compra poderia ter descontos monumentais.

As multinacionais que conheço compram um pacote mínimo e máximo de passagens para o ano inteiro e tem descontos de até 70% porque garantem um fluxo de caixa para as empresas aéreas. É um processo universal!

Providências simples que poderiam estar na PEC 55, mas é mais fácil um limite teórico jogando o problema da definição para os outros e não para o Governo, que é quem tem a obrigação de Governar no interesse da sociedade dando eficiência aos gastos.

O Ministro Meirelles, que é quem tem a chave do cofre e deveria ser o grande comandante dessa tarefa de melhor utilizar os recursos públicos, tira o corpo fora para não se desgastar e joga a tarefa para a Comissão Mista do Orçamento. A Comissão vai arbitrar sem a liderança do Governo porque a PEC 55 não dá qualquer direcionamento ao que deve ser cortado, só o limite teórico. Esse direcionamento deveria estar na própria PEC que pode tudo, especialmente dar parâmetros aos gastos, salários, contratações, terceirizações, alugueis, etc.

A grande mudança digna de uma PEC histórica seria acabar com “autonomias” financeiras que são fogueiras do dinheiro público em benefício de corporações, daí nascem os contracheques de 120 mil Reais e as “férias acumuladas” de 400 mil. As absurdas propagandas do TSE após as eleições (para que servem?), a população vê continuadas “fogueiras” de dinheiro consumido de forma descuidada e debochada e aí pedem austeridade no posto de saúde?

Sem moral não se faz austeridade e a moral está no exemplo. Recursos públicos são sagrados, não pode haver essa “folga” de dar cheque em branco sem perguntar onde vai ser gasto. Isso é o que se faz por todo o Brasil em benefício de Assembleias, Câmara de Vereadores, Tribunais, Universidades, Ministérios Públicos. Transfere-se o recurso sem fazer perguntas.

No regime da Constituição de 1946 não era assim, como não é assim em País nenhum digno desse nome. Há que haver controle permanente da destinação por parte de um órgão paralelo àquele que vai gastar. No passado quem pagava a construção de um prédio de fórum era o Poder Executivo, hoje é o próprio Judiciário que vai usar o fórum.

Perdeu-se um elo na cadeia do controle. O Executivo é o único poder que assina cheques, todo o dinheiro vem do Poder Executivo que é quem arrecada os impostos, quando ele repassa para outro poder tem que reter o controle de como o dinheiro será gasto.

Hoje não é assim, passa-se todo mês um duodécimo para a USP e ela gasta como quiser, o que ela faz? Gasta tudo com a folha para benefício de quem recebe os recursos e não em benefício da população. Essa autonomia vai contra todas as regras universais de controle de recursos públicos. Se dá cheque em branco para dezenas de corporações gastarem como bem entendem.

O primeiro dinheiroduto é a folha, o segundo é o aluguel de prédios. Em São Paulo, órgãos que há 20 anos tinham um prédio sóbrio hoje tem mega torres mais dez ou quinze prédios. Nenhum Poder tem um controle central dessas aberrações, alugam prédios em zonas nobres ao invés de prédios nos centros das cidades onde é muito mais barato por metro quadrado, tudo sem duplo controle, um só grupo decide, aluga e paga.

Tudo isso quebrou o Estado brasileiro nos três níveis, não foi o dinheiro para os pobres.

Uma simples auditoria em contratos novos vai achar alugueis acima do mercado, tem empreendedores que constroem prédios já para alugar ao Governo, o melhor locatário do mercado. Prédios são alugados para conforto dos burocratas e não para o público que demanda a repartição em busca de algum serviço, assistência, documento ou direito.

A austeridade subjacente à PEC 55 tem duas visões: ou é puro teatro para os “mercados” ou vai afetar profundamente os que não tem como se defender, a escala mais baixa do funcionalismo, geralmente a que lida com o público, policiais, atendentes de saúde, atendentes nos balcões das repartições, faxineiros, merendeiras. Vai afetar também suprimentos. No Rio já foi cortado o prato dos pobres vendido nos restaurantes populares, a última linha de defesa da miséria, não se ouviu falar de cortes nos andares de cima.

Não vai ser possível, politicamente, sequer tocar na remuneração absurdamente alta das “corporações” que ainda tem a cara de pau de pedir aumentos em meio à crise. A Constituição de 1988, a pior da História do planeta, criou “autonomias” para fugir da centralização do regime militar. Dá-se dinheiro em transferências cegas para determinados órgãos sem controle de cima.

O que fazem com o dinheiro sem carimbo? Ora, que pergunta. A TOTALIDADE vai para salários, vantagens, auxílios, quinquênios, a criatividade é infinita. Nada vai para algo em benefício da população.

Na USP e na UNICAMP, que tem percentual fixo da receita do ICMS do Estado de São Paulo, quase 10%, foi TUDO para a folha. Aliás, tudo não, foi mais que tudo, a folha consome 105% do repasse do ICMS, donde se encontram “Procuradores” da USP se aposentando com 80 mil por mês. O que faz um Procurador de uma universidade que um escritório de advocacia não possa fazer por um décimo do custo? E não são 2, 5 ou 10 Procuradores, são mais.

Fazendo uma comparação com a Harvard University, a USP tem uma relação de funcionários por alunos 5 vezes maior, professor por aluno é de 1,6 maior. É um descontrole absoluto, sabe por quê? O Reitor é eleito pelos professores e funcionários, quer dizer, não há dinheiro algum para pesquisas e investimentos, vai tudo para os eleitores que votam no Reitor. É um descalabro total.

Não há mundo sistema mais aberrante onde aqueles que pegam os contracheques elegem os que assinam os cheques, nem a Corte de Luís XVI inventaria sistema mais torrador de dinheiro do que esse. Não vejo no MUNDO REAL nenhuma chance de um plano de austeridade nos gastos públicos dar certo com racionalidade no Brasil em um Governo que não tenha força política para cortar a despesa na ponta em que ela é gasta. 

O teto de gastos é uma ficção para jogar a bola do corte para o Congresso, que não vai cortar na carne nem sob tortura, vai cortar na ponta da pobreza, na educação, na saúde, na assistência social, não vai cortar na carne deles e daqueles a quem temem. A pressão de quem deve ser cortado é muito maior do que aqueles que não devem ser cortados porque já estão no limite da pobreza.

Então vão ser feitas economias ruins onde não há o que cortar, poupando a elite do funcionalismo dos Três Poderes que ganha MUITO MAIS em dólares do que corporações da mesma função ganham nos países ricos, poupando mordomias das quais nem se cogita cortar. Esses não serão tocados! A ALERJ do Rio vai continuar a ter centenas funcionários ganhando acima do teto, o Tribunal de Justiça da Bahia vai continuar a pagar uma aposentadoria de 33 mil Reais a uma atendente de recepção, a Câmara Municipal de São Paulo vai continuar a ter aposentado ganhando o dobro do teto, cidades pequenas que mal conseguem pagar a luz da Prefeitura vão continuar a pagar vereadores 9 mil Reais por mês, função que pelo mundo e mesmo no Brasil antigo era prestada DE GRAÇA, era uma honra servir à cidade.

Lamento a desconfiança, austeridade no Brasil só com regime autoritário, o resto é um teatro de sombras venezianas que todas fingem acreditar que vai dar certo só porque existe uma lei de teto, um faz de conta ignorando a realidade dos fatos. Resgato aqui a honrosa exceção das Forças Armadas, onde todos ganham pouco e não reclamam, um General de Exército ganha menos que um juiz do trabalho iniciante, o controle de gastos é rígido a ponto de haver dias sem rancho para economizar comida, eles sabem dar valor ao recurso público e fazem milagre com poucos recursos. Mas é uma exceção.

Andre Motta Araujo

Advogado, foi dirigente do Sindicato Nacional da Indústria Elétrica, presidente da Emplasa-Empresa de Planejamento Urbano do Estado de S. Paulo

64 Comentários

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  1. Araújo, na verdade é fácil

    Araújo, na verdade é fácil entender porquê os seus deputados, senadores e governadores consideram tais privilégios como normais. Basta você voltar no tempo alguns 450 anos e você verá que é o exato mesmo comportamento da realeza do tempo da colônia, os seus mandantes acreditam serem nobres feudais. Eles copiaram a nobreza portuguesa, a qual não preciso dizer que sempre esteve anos-luz abaixo da nobreza inglesa nos critérios de moral e exemplo a ser seguido.

    O que vocês têm hoje são herdeiros de escravocratas cuja mentalidade parou no século 17/18 e para eles todas essas mordomias e privilégios são “direitos” deles, aonde o povo para eles é nada mais do que “aquela massa de escravos para serem usados para o trabalho pesado”.

    1. Se é assim…

      Se o Brasil foi governado 500 anos pela Casa Grande, então por que o PT, quando chegou ao poder, nem falou em cortar mordomias?

      Se examinar bem de perto, verá que boa parte dos atuais políticos não vieram de famílias ricas. Não são descendentes de linhagens de fidalgos aportados aqui 450 anos atrás. Em geral começaram pobres e usaram a política para enriquecer.

      Esse despautério todo nada mais é do que consequência da paixão nacional pelo Estado Grande. A única maneira de diminuir a roubalheira dos políicos é diminuir a quantidade de dinheiro que passa pelas mãos deles, encolhendo o Estado.

      1. “Se o Brasil foi governado

        “Se o Brasil foi governado 500 anos pela Casa Grande, então por que o PT, quando chegou ao poder, nem falou em cortar mordomias?”

        Porque com certeza perderia sua base de sustentação, e não teria a chance de mostrar que é possível fazer um “pouco” de justiça social, mesmo não tendo o aval da elite conservadora neoliberal. 

        Agora ganhar 4 eleições não dá né? Aí já é demais!

        1. Se após ganhar 4 eleições…

          Se após ganhar 4 eleições o PT ainda não tinha base de sustentação própria, então alguma coisa estava muito errada desde o princípio.

          E de onde você tirou essa ideia de que nossa elite conservadora é “neoliberal”? Alguém já viu Sarney pregando o estado mínimo?

          1. “Se após ganhar 4 eleições o

            “Se após ganhar 4 eleições o PT ainda não tinha base de sustentação própria, então alguma coisa estava muito errada desde o princípio.”

            Duas palavras LAVA JATO, “parar esta porra”!

            Sarney tinha agenda propria, ele usava seu poder para conseguir vantagens junto a empresas privadas. Exemplo: Emprestou 200 milhões de dolares para a Sharp do Mathias Machline, posso garantir que houve “pay back”.

            Um exemplo de estado minimo é o Pato da FIESP. 

          2. Pedro ABBM

            É, exatamente ! Alguma coisa estava errada mesmo desde o princípio.

            O que seria, em sua opinião? O sistema político? , a sede que os perdedores estavam após tantos anos na seca ? Nossa mídia ? estrangeiros de olho em nossas riquezas e querendo tudo a preço do banana? A elite brasileira ? O PMDB cada vez mais se tornando um balcão de negócios e c/ vice decorativo, mas mt esperto e ativo ?

            O Sarney é neo-liberal ? kkkk

             

      2. Pedro ABBM

        Engraçadíssimo seu comentário, que me fez lembrar do DR. Ronaldo Caiado e de outro senador, do mesmo nível, acho que do Esp. Santo (um que só sabe falar de aborto) e culpar o PTpelos 500 anos em que “comandou” o país. kkkk

         

    2. Acho que a questão é mais

      Acho que a questão é mais complexa. Se vc fizer uma analise dos biotipos dos deptados federais, a esmagadora maioria vem das classe media e baixa, não são herdeiros de escravocratas. O problema é institucional, de sistema de leis, de pesos e contrapesos. Nos EUA onde há muito maior accountability, responsabilidade no gasto publico, tambem houve sociedade escravocrata até pior que a nossa, onde ao menos houve mesclagem etnica extensiva.

      A questão é de haver sistemas de controle, o ser humano aqui ou em Washington não é muito diferente, na realidade o Parlamento do Imperio brasileiro brasileiro era bem mais honesto do que o Congresso americano do mesmo periodo

      quando todo voto era comprado,  ve-se isso no filme LINCOLN.

      Temos uma péssima Constituição que obriga a haver um presidencialismo de coalizão, repetido nos Estados e Municipios e  essa é engrenagem que exige a corrupção em larga escal. A Republica de 1946 em compração com a atual era muito mais ética, havia uma elite parlamentar de primeira qualidade e mesmo o segundo time  era muito melhor que o de hoje.

      É portanto um defeito do sistema constitucional que praticamente expele a verdadeira elite do Pais de participar do Congresso que vira reserva de mercado para politicos profissionais em campanhas eleitorais e sem outra capacidade.

      1. Os que você citou são

        Os que você citou são chamados de “novos-ricos” se eu pesquisei corretamente o termo equivalente em português. Eles não vêem de berço de ouro mas copiam todos os defeitos dos verdadeiros bem-nascidos na esperança de serem aceitos como um deles.

        Eu concordo com o que você escreveu sobre sistemas de controle, mas é necessário ver que você não têm como ter sistemas de controle que funcionem quando o responsáveis por colocar eles em prática consideram completamente normal se apropriar do tesouro público e humilhar os “inferiores”. Note a diferença que eu descrevi entre a realeza inglesa e a realeza portuguesa (foi desta segunda que vocês copiaram o modelo a ser seguido), você conseguiria imaginar um Don João ou uma Maria Isabel aceitando esperar em uma fila de racionamento como todos os outros? a corte portuguesa daonde os seus líderes tiraram o exemplo jamais iria conter os próprios privilégios em benefício de outros, e eles continuam seguindo esse exemplo distorcido até os dias de hoje.

        Eu acho que o problema de vocês como povo é que vocês jamais passaram pelo trauma de uma guerra e portanto nunca tiveram que deixar forçadamente o modelo medieval feudal  como aconteceu em quase todos os países maduros, o “sistema de castas” nobre/plebeu nunca foi seriamente confrontado e portanto vocês continuam patinando neste estágio até hoje. Como exemplo, olhe com atenção como os seus juízes e procuradores se comportam em público. Não lembram a realeza do século 18? o ministro Gilmar Mendes não te lembra um daqueles inquisidores da Santa Inquisição que tinha poder total sobre tudo e todos? juízes acreditando que podem fazer qualquer coisa e ordenar qualquer coisa sem terem que responder pelos seus atos? Isso é o retrato de uma sociedade do século 17/18, não do século 21.

        1. Mr.

          Somebody,

          “Me engana que eu gosto!” O senhor não é estrangeiro nem aqui nem na China. Seu esforço para se mostrar (na forma que escreve), parece o emprego de uma História-Cobertura bem piegas…

          “Se cuida e abra o olho”

          1. Your ad hominem attack just
            Your ad hominem attack just shows your inferiority complex. I write in Brazilian Portuguese as a sign of respect, not for boast myself.

        2. Concordo

          Concordo com o Sr. O Brasil nunca teve guerras, por isto perdeu o “senso de urgência” em fazer um país que funcione.

          Talvez o Brasil nunca venha a ter guerras, pois um país de baixa demografia, e de crescimento demográfico baixo dificilmente entra em conflito seja externo ou interno. Os  continentes de maior concentração demográfica são os com mais guerras, como a Europa, a Ásia e a África. E os países  com menor concentração demográfica não tem ou nunca tiveram guerras, como o Canadá, a Austrália e o Brasil.

          Os exemplos e valores passados pela  colonização também são muito importantes, como o Sr. disse. Canadá e Austrália, apesar de nunca terem tido guerras em seus territórios ( como o Brasil também nunca teve guerras em seu território ),  tiveram a colonização inglesa como exemplo.

          Os ingleses mesmo foram originários dos povos germânicos ( a língua inglesa é uma mistura de alemão, latim e francês). Os germânicos, foram povos altamente amadurecidos pelas guerras e perseguições que tiveram na Idade Média, quando a Inquisição dizimou vilas germânicas inteiras, só porque não se dobraram à vontade da igreja. No fim da Idade Média, os germânicos já estavam plenamente amadurecidos. Maquiavel descreve os alemães como um dos povos mais bem organizados militarmente da Europa. Tinham castelos e fortalezas, praticavam exercícios militares regulares, e tinham provisões fartas nos celeiros, para estarem sempre preparados para ataques de inimigos. Os ingleses herdaram dos alemães esta organização e senso de urgência para melhorarem o país. E os americanos herdaram dos ingleses este senso de eficiência.

          —————

          Aqui no Brasil tivemos alguns governantes exemplares, como Dom Pedro II por exemplo. Porém, como não haviam dificuldades extremas nenhuma, que obrigassem ao povo amadurecer e se organizar, estes exemplos não se disseminaram. No fim, o próprio Dom Pedro II acabou sendo deposto por um golpe de estado.

          Aqui no Brasil, tem um ditado que diz bem, que o país não amadurece porque nunca teve guerras, e tem clima bom para plantio, terras férteis em abundância, e nenhuma catástrofe natural que ocorra em nosso território. O povo adormeceu diante de tanta facilidade.

          Ao contrário disto, temos exemplos como o Japão, com diversas catástrofes naturais frequentes, terremotos, tsunamis, tufões. histórico de guerras e de fome no passado, pouca terra para plantio e quase nenhum recurso natural abundante ( sem petróleo ou  minério valioso ) , e o Japão tem um dos maiores PIBs do mundo.

           

           

  2. Grande AA.
    Finalmente vc

    Grande AA.

    Finalmente vc entendeu.

    Eu nunca vi estudantes ocuparem as escolas contra o desperdício, ou o MTST bloquear avenidas pedindo o fim da mordomia do judiciário.

    Por isso é que a PEC de gastos públicos é importante.

    Farinha pouca? Meu pirão primeiro.

    Com um teto de gastos vai haver uma disputa pela farinha.

    Quero ver escolas ocupadas, Avenidas interditadas, manifestação de artistas e intelectuais todos contra o desperdício de dinheiro público.

    Invéz de Fora Temer, Fora Mordomia.

    Não quero ver o nunca mais o Nassif defendendo o aumento de impostos, e a volta da CPMF.

    Aos domingos, ao invez de participar de um sarau num bar chique, que tal uma manifestação na avenida pedindo respeito pelo dinheiro público? Pode me chamar que eu vou.

     

     

  3. Não se deve servir de exemplo, mas se pode servir de lição

    “1 – A Coragem de Dizer a Verdade

    É evidente que o escritor deve dizer a verdade, não a calar nem a abafar, e nada escrever contra ela. É sua obrigação evitar rebaixar-se diante dos poderosos, não enganar os fracos, naturalmente, assim como resistir à tentação do lucro que advém de enganar os fracos. Desagradar aos que tudo possuem equivale a renunciar seja o que for. Renunciar ao salário do seu trabalho equivale por vezes a não poder trabalhar, e recusar ser célebre entre os poderosos é muitas vezes recusar qualquer espécie de celebridade. Para isso precisa-se de coragem. As épocas de extrema opressão costumam ser também aquelas em que os grandes e nobres temas estão na ordem do dia. Em tais épocas, quando o espírito de sacrifício é exaltado ruidosamente, precisa o escritor de muita coragem para tratar de temas tão mesquinhos e tão baixos como a alimentação dos trabalhadores e o seu alojamento.

    Quando os camponeses são cobertos de honrarias e apontados como exemplo, é corajoso o escritor que fala da maquinaria agrícola e dos pastos baratos que aliviariam o tão exaltado trabalho dos campos. Quando todos os alto-falantes espalham aos quatro ventos que o ignorante vale mais do que o instruído, é preciso coragem para perguntar: vale mais porquê? Quando se fala de raças nobres e de raças inferiores, é corajoso o que pergunta se a fome, a ignorância e a guerra não produzem odiosas deformidades.” Brecht

  4. O problema não é não dar o exemplo, mas debochar do povo

    Além de gordos salários, aposentadorias, mordomias e propinas em cheques nominais, existe a farra pornográfica pura e simples. Só nos últimos dias foram manchetes os seguintes gastos num país em vésperas de cortar a verba minguada da saúde e educação:

    -600 mil para show de samba do “governo”

    -29 milhões em cartão corporativo em 4 meses – a maior parte em despesas SIGILOSAS -a turma deve gostar muito de tapioca.

    -270 mil para reformar o gabinete do Jucá, o novo líder do governo especialista em estancar sangrias

    – quase 280 viagens em voos da FAB sem justificativas, o que é ilegal – a maior parte realizada pelo advogado do PCC

    – reforma do quarto do michelzinho e do “escritório” da primeira periguete sem valor informado -chuto uns 300-500 mil por que a turma não economiza nosso dinheiro

    – 2 jantares pomposos para câmara e senado aprovarem a pec maldita. Já vi cálculos que cada jantarzinho saiu em torno de 500 reais por golpista e todos levaram acompanhantes por nossa conta.

    – aumento vergonhoso da verba de propaganda para mídia golpista: só a veja teve aumento de 600%, a caras embolsou aumento de quase 2500% – isso mesmo 2 mil e quinhentos por cento de aumento num país que quer pagar menos de um salário mínimo para os aposentados.

    -a cereja do bolo repercutida ontem: gasto de 200 mil/ano para bancar lanchinhos do “ministro da educação” durante seus voos – ele planeja quase 200 voos por ano e exige conforto com frutas e pudins.

    …E o povo que coma brioches…

     

  5. e perguntando,

    Como sempre cartesiano lucido incisivo, mas apontado caminhos, não fica na simples exposição.

    Tenho uma duvida com relação ao desmonte dos ativos da Petrobras: as vendas são feitas como leilão internacional? Existem parâmetros para determinar se o valor da entrega é correto? Existem clausulas para novos investimentos? As dividas ficam com a viúva? Um acionista minúsculo pode reclamar de danos por administração temerária?

    1. A PETROBRAS tem um regime

      A PETROBRAS tem um regime especial de dispensa de licitação nas suas compras e vendas, regra foi criada no Governo FHC. A Petrobras comprou muitas empresas por negociação direta e pode vender ativo da mesma forma, não precisa fazer elilão. Geralmente a administração de empresas abertas procuram obter um Laudo de Avaliação de firma reputada para ter

      lastro em uma venda de ativos. Os acionistas minoritarios tem representação no Conselho (3 em 10) e podem fiscalizar cada transação. Um voto dissidente de Conselheiro minoritario pode travar uma transação porque a outra parte sente insegurança juridica.

  6. Pela primeira vez concordo em 1000% com o André

    Se o dinheiro agora é pouco, temos de começar cortando por cima. No mais, bem lembrada a crítica à Constituição. Creio que por trauma do regime militar ela passou por uma idolatria que não encontra respaldo em um texto detalhista e que engessa o funcionamento do estado. Há muito que desmistificar em certas verdades tidas como absolutas.

  7. Esse é um dos melhores

    Esse é um dos melhores artigos do tipo “esquerdolandia” do AA.

    Mesmo que tenha falado pouco ou nada de juros (ele já escreveu sobre isso em outro, sei, mas nunca é demais lembrar disso, dado o tabu com esse tipo de assunto quando se fala em despesas públicas). Traz uma boa lembrança de fatos triviais que “até o jardineiro sabe”.

    Eu, por exemplo, numa muito breve passagem pelo serviço público, certa feita, sugeri passagem aérea com o horario e precço melhores para chegar tranquilo na reunião.

    Perda de tempo, veio uma passagem muito mais cara (com horário e com trajeto irracionais, do Rio passando por Guarulhos).

    E não foi a unica vez. Tinha uma agencia de viagem que cuidava disso.

    É um exemplo comezinho do famoso “passar a mão onde alcança”.

    1. Minha cara sou aqui no blog

      Minha cara sou aqui no blog um combatente sem treguas à politica absurda de juros altos como pretexto para combater a inflação. Existem mais de vinte artigos meus aqui sobre o tema juros. Mas este aqui é sobre despesas de custeio.

  8. “austeridade no Brasil só com regime autoritário”

    Embora algumas críticas desse artigo ao comportamento e aos gastos excessivos dos que comandam o país sejam válidas, o autor deixa de mencionar sobre os reais objetivos da austeridade da PEC: desvio de mais recursos públicos para pagamentos de juros da dívida pública (favorecimento do mercado financeiro), arrocho salarial, desmonte do estado e entrega do patrimônio nacional ao grande capital nacional e internacional. Pior que isso, o autor ainda faz apologia a regimes autoritários e enaltece de forma estúpida a capacidade de administração de gastos das forças armadas. Parece ignorar que praticamente  todos os esquemas de corrupção vigentes hoje nas grandes estatais persistem desde a ditadura militar. Lamentável que o Jornal GGN publique artigo de conteúdo tão equivocado

    1. Meu caro, eu conheço de perto

      Meu caro, eu conheço de perto a vida de mais de 30 Generais do Exercito. Não existe um com vida acima de classe media.

      O General Stenio Caio de Albuquerque Lima foi o gestor da construção da Refinaria de Cubatão, por muitos anos a maior do Brasil. Começo e acabou a obra antes do prazo, não trocou sequer um sofá da sala, muito menos o carro.

      O Ministro dos Transportes Mario Andreazza foi pintado pela esquerda como a 7ª fortuna do mundo, quando morreu houve

      uma lista entre amigos para pagar o enterro.

      Legou a familia o digno apartamento que já era dele muito antes do Governo militar existir.

      Os dois filhos engenheiros do General Medici, Presidente da Republica, depois da Presidencia do pai, tinham empregos

      de padrão medio em firmas de engenharia civil e sempre viveram de salario e modestamente.

       

      Se vc tem tanta certeza me aponte um unico militar do regime de 64 que tenha enriquecido no Governo, um só.

      1. André, é impossível medir a

        André, é impossível medir a corrupção do período militar, pois a imprensa era censurada. Não é porque os militares eram honestos que justifica que eles possam tomar o poder de forma autoritário e tentar ‘purificar’ o país dessa corja que é a política dos civis. 

      2. Caro André, fica realmente

        Caro André, fica realmente difícil apontar “enriquecimento no governo”, um dos motivos é o acesso a dados financeiros de todos os militares da época.

        Agora, o inegável, que MUITOS  após passarem para a reserva foram parar na iniciativa privada, condição sine qua non para as empresas terem acesso as concessões e obras do então governo. Vou dar alguns exemplos na minha carreira; Grupo Ultra, Varig, Transbrasil, sem falar da Boeing Company que teve um ex Brigadeiro como seu representante de vendas, basta ver a frota de aviões comercial do final dos anos setenta até o final dos anos oitenta, o domínio dela era quase total, e olha que a Airbus e a Mcdonnell Douglas fabricavam otimos aviões.

        Não posso aqui afirmar com 100% de certeza, mais com 99% posso, que todas estas construtoras envolvida na LJ  tinham ex milicos em postos estratégicos (ganhando bem), a promiscuidade era gritante, só não podia expô-lá! 

  9. “Regime autoritário” Pelo

    “Regime autoritário” Pelo visto são pessimos administradores. Não fosse assim não teriam quebrado o Brasil muitas vezes, entregando o poder com país falido, e tiveram muitos anos para colocar o Brasil nos eixos. Perderam a oportunidade e agora não adianta lamentar ou defendê-los. É uma vergonha.

    1. O Brasil teve dois periodos

      O Brasil teve dois periodos autoritarios, o Estado Novo de 1937 a 1945 e o Governo Miliatar de 1964 a 1985.

      Ambos cercearam as liberdades democraticas e praticaram pesada repressão.

      MAS não se pode brigar com a realidade. Ambos construiram boa parte da infra estrutura brasileira.

      O Estado Novo formou a base  de grandes instituições brasileiras como a Previdencia Social.

      O Governo Militar construiu quase toda infraestrutura brasileira que existe hoje, Itapu e mais 18 grandes usinas hidroeletricas, todos os aeroportos internacionais de hoje, os metros de São Paulo e Rio, a Ponte Rio Niteroi, os dois grandes sistemas de sanemaneto, SP e Rio, toda a petroquimica, 8 refinarias de petroleo, a exploração maritima de petroleo, a EMBRAER, a EMBRAPA, a telefonia, a incursão do Brasil na Africa.

      Em São Paulo os governos militares fizeram todas as grandes avenidas, com exceção da 9 de Julho, as marginais e suas 35 pontes, no Rio o Aterro do Falengo e todos os grandes tuneis.

      É incrivel é que exista quem ache que foi o Lula que começou a explorar petroleo no mar.

      1. “MAS não se pode brigar com a

        “MAS não se pode brigar com a realidade”, levando a um endividamento externo IRRESPONSÁVEL, deixando Pindorama de joelhos, conhecida como a “década perdida”. 

        Fixed it for you!

        P.S também faltou mencionar um dos “entulhos” da ditadura, que são as pensões milionárias do setor publico/militar. Dois exemplos; coronéis (e suas viúvas) da PM de SP, que recebem até hoje valores iguais a ministros do STF, como também filhas de militares que não se casaram “no papel” com seus respectivos mensalinhos. 

         

      2. É fato que a leis básicas –

        É fato que a leis básicas – como a CLT – e a infraestrutura forarm feitas em períodos autoritários. Mas isso não significa que o país esteja condenado a voltar a repetir esse passado, em que o custo para esses regimes se manterem era a proibição do livre pensar. O que a elite consciente deste país tem que fazer  ( e te incluo nesse grupo, André) é lutar com todas as forças para a coisa mudar num cenário DEMOCRÁTICO. Imitemos o Reino Unido e não a Rússia de Putin. 

      3. Conformando-se com a realidade…

        AA tem um fraco por regimes autoritários porque estes são o ambiente ideal para o nacional-estatismo. Sem brigar com a realidade, a História de fato registra vários períodos autoritários que representaram um considerável impulso ao progresso do respectivo país. Inclusive a Alemanha nazista dos anos 30.

        Mas se analisar caso a caso, nenhum deles mostrou-se sustentável indefinidamente. Os únicos exemplos de países que se indistrializaram plenamente, enriqueceram e permaneceram ricos até hoje, são países de tradição democrática, que praticaram o liberalismo tanto no terreno político quanto no econômico, ainda que tenham de tanto em tanto cedido a tentações protecionistas. Mesmo o Japão e a Coréia do Sul, que iniciaram sua industrialização sob regimes autoritários, somente se consolidaram como nações desenvolvidas após cederem ao liberalismo.

  10. Que bom que você defende o

    Que bom que você defende o corte de gastos e não o aumento de impostos como muitos.

    Agora pergunto: isso passa pela cabeça desses estudantes quando fazem essa ocupações das escolas?

    Ou do MST quando ocupa uma fazenda ou bloqueia uma rodovia?

    Sim, eles querem derrubar a PEC dos gastos, mas não moverão um dedo pela racionalização do gasto público ou contra as mordomias do funcionalismo público.

    Então a estratégia de limitar os gastos acaba sendo uma ótima estratégia para se chegar ao estágio que você pretende.

    Já imaginou as escolas do Brasil ocupadas pela racionalização do gasto público?

    Só que sem a PEC 241 isso jamais vai acontecer.

    Portanto que venha a PEC.

     

  11. Sua diagnóstico foi perfeito,

    Sua diagnóstico foi perfeito, mas o remédio que você indica é terrível.

    O país tem que melhorar, ou parar de piorar, pela via democrática, não há outra. E você, André, que faz parte da elite, tem que lutar pra mudar usando a via democrática – e não dar apoio a alguém com que tenha o perfil de putin ou edorgan  (as forças armadas acho que tomaram juízo depois de sairem do poder deixando um país quebrado e uma transamazônica tomada de mato;  não vão querer mais pôr a mão nessa cumbuca de novo). Talvez o maior problema é que contamos com uma elite (da qual você faz parte ) que crê que o único jeito de tentar consertar isso daqui é na mão de ferro, na força militar. Talvez seu sonho seja uma monarquia militar (rs). Já passamos pelos  dois regimes e não me parece que esse país teve a pornográfica desigualdade social reduzida nesses períodos. A elite tem que lutar para ter gente com o espírito da família real inglesa e não um putin dos trópicos. Ou você é do tipo que  que se um regime autoritário fazer o país crescer, dar empregos pra todos e deixar que você expresse sua opinião, pouco lhe importa se o ditador de plantão proibir uma opinião contrária à sua e até leve pra prisão quem a expressa? 

  12. concordo discordando

    AA, concordo discordando em muitos pontos.

    Por exemplo, não penso que a CF 1988 seja ruim. O que falta é o tribunais de contas fazer seriamente o seu trabalho.

    Assim como o legislativo nos 3 niveis. 

    O que faz qualquer prefeito, governador ou presidente? 

    A primeira coisa é conseguir uma maioria confortavel exatamente para que não seja incomodado por CPIs, etc.

    É o que acontece em muitos municipios e governos estaduais.

    E como se consegue isso? 

    Não tem nada com ideologia, interesse publico.

    É Grana, muita grana!

     

  13. Falou um pouquinho para o 10!

    O texto ia muito bem até falar em autoritarismo, já que isso contradiz o exemplo com que ele mesmo começa, afinal, não me consta que houvesse um governo autoritário na Inglaterra nos anos de austeridade citados.

  14. Horas de voo

        Neste ano e no próximo, em todas as unidades da FAB – no momento em reorganização completa – as horas de voo programadas para todos os esquadrões foram reduzidas em até 45% ( em média 30% ), sendo que algumas apenas são autorizadas “horas operacionais” apenas suficientes para não danificar a aeronave.

         Mas, duas unidades não tiveram nenhum corte, aliás possuem espaço ( retirado de outras caso exigivel ) para aumenta-las, e claro, estas unidades estão sediadas em Brasilia, sendo os GTE 1 e o GTE 2.

          Quanto ao custo de hora de voo, as forças aereas calculam diferentemente de empresas comerciais, é a “hora de voo logistica “, que no caso dos executivos FAB ( Legacy 600 e ERJ-145 ) oscila entre US$ 3.500 a US$ 4.200.

      1. Calculo diferente

             Na aviação comercial ou executiva comum, um dos maiores dispendios é o combustivel, mas depende muito de como a aeronave é utilizada, na real o de como ela se paga e dará lucro ao operador , combustivel portanto é insumo, pois o maior custo nestas empresas é a amortização da aeronave, seguido da taxa de ocupação, depois é de quantas “ciclagens” ela dá antes das manutenções, outras variaveis muito mais custosas que o combustivel, no caso Brasil, é relativo ao pessoal, impostos, taxas e até os “fringes” de bagagem. Combustivel é insumo e uma das unicas despesas passiveis de negociação e reduções, o calculo básico na aviação comercial, desde que o Mundo é mundo, é “ticket médio” X 45% de ocupação por perna ( ciclagem ), o maior custo em uma aeronave comercial não é combustivel, mas sim quando ela encontra-se parada em pátio.

              Já na aviação militar , e o GTE encontra-se nesta estrutura, o calculo do custo é diferente já na origem, pois as aeronaves são adquiridas, não são de leasing, portanto o “custo logistico” tambem engloba a futura reposição, que mesmo dirimida em 20/30 anos, trata-se de um custo que se acresce após 5 a 8 anos ( curva de utilização ), pois as peças e manutenções ficam cada vez mais onerosas, e as aeronaves GTE voam pouco, os B737-200 quando da aposentadoria, eram as aeronaves do modelo menos voadas no Mundo – o que para uma aeronave não é “bom”.

               Na “hora logistica”, a orçamentaria, o combustivel tem um peso até pequeno, pois ela é calculada por esquadrão ( cada esquadrão tem um orçamento ), que a FAB não explicita – comenta que é item estratégico, e é mesmo – mas posso lhe dizer que nesta equação entra até a variavel relativa a aposentadoria futura do pessoal, é até possivel, em varias ocasiões ocorreu, que horas logisticas do GTE não foram “pagas” por ele, mas debitadas como “treinamento”, portanto em outros centros de custos – tipo assim : um oficial superior – aviador, lotado em algum gabinete em Brasilia, com passagem anterior por algum “modelo” que faz parte do GTE ( 1 ou 2 ), que para manter suas “horas”, sua proficiência de voo, realiza transportes pelo GTE, neste tipo de caso – transportar um ministro de BSB – GIG – BSB – estas horas podem ser debitadas como treinamento ou avaliação de proficiência, não “caem na conta” do GTE.

                 O custo de h/v que coloquei é da aviação comercial, tendendo a “executiva contratual”, a hora logistica FAB é muito mais cara, nela até pode ser incluida a manutenção da base de Brasilia ( a do JK não a de Anapolis ), é só imaginar a quantidade de pessoas, que poderiam estar operacionais em outras funções mais relevantes – como os do plantão do “Corpo da Guarda e Cerimonia “, 24/7 a postos para a recepção de “autoridades”.

              

  15. Estava havendo confusão em

    Estava havendo confusão em alguns comentarios. Regime autoritario não é regime ditatorial. O regime autoritario pressupõe maior concentração de poderes na Presidencia, continua sendo democratico mas o Presidente pode agir

    por ordens executivas em grande numero de questões e fazer o Governo andar em questões vitais e de emergencia.

    A 5ª Republica Francesa, instituida pelo General De Gaulle em 1958 era um regime autoritario em relação à 4ª Republica,

    De Gaulle exigiu nova constituição com muito maior poderes para a Presidencia.

    O que eu disse é a PEC de corte de gastos deveria alterar a Constituição para acabar com a autonomia financeira das “ilhas de gastança” que recebem cheque em branco para gastar como quiser, o principio é que o Tesouro é quem paga e nada pode ser extorquido do Tesouro se este considerar o gasto abusivo ou injustificado.

    O principio é que quem assina o cheque deve ter controle sobre o gasto, ninguem pode ter “”direitos” absolutos sobre o recurso publico, este não pode ser obrigado a pagar despesa que não é aprovada pelo seu controle, isso seria uma PEC revolucionaria, se isso é regime autoritario então que seja assim considerado.

    Não há DIREITO DIVINO sobre o dinheiro publico.

    1. André, parabéns pelo

      André, parabéns pelo excelente artigo, irretocável. Em relação ao termo ‘regime autoritário’, muitos fazem confusão com ‘ditadura’. O senso comum conhece como ‘regime de mão forte’.

  16. Austeridade somente possível em regimes de força, um contrapont

    Desde às 12p2 que estou aqui me segurando para não enfiar a colher nesse angu. Não tem jeito, depois dessa de que generais e altas patentes do ciclo militar eram franciscanos, precisando recorrer a crowdfunding para o enterro, não dá mais.

    Pelo começo:

    Argumentação correta, irretorquível, farta de exemplos, eu mesmo presenciei inúmeros casos, dentro do BB, de malversação do dinheiro público por pequenas prefeituras do interior, municípios pobres, sem recursos. Indo além, para o plano federal, era absolutamente constrangedor ver as viagens internacionais do governo Dilma sendo esmiuçadas quanto aos gastos, do valor das diárias ao tamanho da comitiva. Ninguém está pedindo que chefes de Estado se hospedem em hostels, mas que dêem o exemplo. Trata-se de exemplo, portanto. Como nenhuma informação da grande mídia sobre essas viagens foi contestado em momento nenhum pelo Planalto, dou por verdadeiras. É fato que o Estado é perdulário. Ponto.

    É no último parágrafo que a porca começa a torcer o rabo. “Lamento a desconfiança, austeridade no Brasil só com regime autoritário… Resgato aqui a honrosa exceção das Forças Armadas, …o controle de gastos é rígido a ponto de haver dias sem rancho para economizar comida, eles sabem dar valor ao recurso público e fazem milagre com poucos recursos. Mas é uma exceção.”

    Aos fatos:

    Maio/1984 – O BB possui uma agência localizada a 50 km de uma unidade do glorioso exército nacional, onde também funciona o PAVAN – Posto Avançado de Crédito Rural, ligado a essa agência. Na pequena cidade, antiga, que remonta o tempo da Guerra do Paraguai, não há agências bancárias, apenas o Pavan, do BB. Todo final de mês, as viaturas do exército, caminhões e jipes, carregados de militares, se deslocavam por 50 km até a agência, para o pagamento.

    Atendendo a um ofício do comandante do quartel, que pedia a instalação de uma agência na cidade, a fim de evitar um dia perdido, o BB optou por instalar no quartel um Caixa Avançado. Adivinha quem era esse caixa? Esse caixa saía cedo juntamente com mais 3 colegas, no próprio carro, até o Pavan, 50 km. Quando chegavam lá, o jipinho do exército, câmbio seco, caindo aos pedaços, estava na porta esperando, um motorista e um recruta com um fuzil, a título de segurança. Era o tempo de abrir a unidade, abrir o cofre, pegar o baú de dinheiro e ir para o quartel. Como não fiz o Tiro de Guerra, porque dei uma “carteirada” em nome do meu pai no exame médico, costumo dizer que os 9 meses que passei lá dentro foram o meu tempo de serviço militar.

    Quem tinha pedido a instalação da agência tinha sido o novo comandante, um tenente-coronel cearense recém-chegado, de biotipo atípico, alto, corpulento e olhos claros, bonachão e simpático. No dia da instalação do Caixa Avançado, almoçamos com o comandante no Cassino dos Oficiais.

    O rabo da porca começou a torcer no primeiro pagamento. O local onde funcionava o caixa era uma sala antiga, um móvel mais antigo ainda, onde ficava a máquina autenticadora e uma gaveta pequena para acomodar o dinheiro, improvisação total. A unidade tinha de 200 a 300 recrutas, além do quadro de normal de oficiais e não oficiais, de modo que o corredor estava apinhado de”recos”.

    O comandante chegou e foi se aproximando do balcão onde atendia, e aquele mar de gente foi se abrindo para dar passagem, parecia Moisés (Charlton Heston) abrindo o Mar Vermelho. Alguém imaginaria o comandante, dentro do quartel, entrando na fila? Aproximou-se, sacou do bolso o contracheque e pediu que fosse emitida uma ordem de pagamento para Fortaleza, em favor da ex-mulher, até o último centavo. Pediu que registrasse no documento: “Trata-se de pensão alimentícia referente ao mês tal”. Concluído, agradeceu e foi-se embora, novamente ao estilo Moisés e o Mar Vermelho.

    No segundo mês, idem. Daí minha cabeça começou a conjecturar. Não há pensão alimentícia no mundo que alcance 100% dos proventos, ainda que sob concordância do alimentando. Uma possível explicação, uma conjectura, portanto, era uma separação fictícia, a fim de beneficiar-se do desconto no Imposto de Renda, prática comum naquele tempo. No limite, do que vivia esse comandante? Está certo que tinha casa na Vila Militar, não tinha nenhum tipo de despesa com carro, água, luz, telefone, comida, aluguel, empregados domésticos, nada. Ainda assim, 100% dos proventos para a, em tese, ex-esposa?

    No terceiro mês, começou a clarear tudo. Concluída a transação da ordem de pagamento para a, em tese, ex-esposa, ele sacou a carteira, abriu e displicentemente foi retirando e jogando cheques no balcão, um a um, cerca de 4 ou 5, e pediu para botar na conta. Assim que ele saiu, observei que os cheques eram todos de fornecedores do quartel, supermercados, açougue, padaria, etc. No outro mês, idem, porém mais cheques e os valores já perfaziam cerca de duas vezes os proventos normais de um comandante de quartel. Nenhum pudor, nenhuma preocupação em esconder nada, eram cheques que só faltavam ser nominais (naquele tempo não havia a obrigação de ser nominal a partir de um certo valor). Na cara dura mesmo.

    Se tem uma coisa muito comum dentro de quartel, é a fofoca, mesmo porque eles têm assim muito tempo ocioso para isso. Um dia , o cabo da tesouraria, que conferia e assinava todos os empenhos, não segurou a boca e contou que o coronel “matava”, dito assim a boca pequena, que o comandante anterior era um franciscano perto do atual. Ora, se o supermercado emite uma nota de 100 e fornece apenas 70 de alimentos, como fica o rancho do quartel? Vai faltar comida para o mês, certo? Errado. Para isso, é preciso criatividade.

    Uma sexta-feira cheguei cedo, abri a sala e não havia ninguém para atender, porque era dia de ordem unida, todos no pátio. Diz o coronel, em tom simpático e paternal, diria quase maternal: “…vcs são garotos, muitos jovens, vieram de longe, estão com saudade de casa, do pai e da mãe, portanto vcs estão todos dispensados no final de semana, apresentem-se de volta na segunda-feira cedo”. Gritos, quepes para o alto em comemoração. Dali mesmo começou a debandada, todos para a estrada pegar carona. Um deles foi até ao caixa sacar uns caraminguás que tinham sobrado do pequeno pagamento que recebiam e disse, com satisfação, que esse coronel sim, era legal, o antigo nunca dispensava. Só então reparei que isso já vinha acontecendo com regularidade. Simples, liberando a recrutada na sexta pela manhã, o quartel se livrava do almoço, café da tarde e jantar da sexta, sábado e domingo inteiros. Três vezes por mês dessa lambança, e a comida dava para o rancho, não faltava.

    Porém, depois que a besta-fera sente gosto de sangue na boca, daí em diante ninguém segura, o bicho quer sempre mais sangue. Com o tempo, tornou-se acintoso demais, não havia mais fornecimento, mas apenas a emissão da nota fiscal pelo fornecedor, a tesouraria empenhava, emitia-se o cheque do BB, da conta do quartel em favor do comerciante, este recebia, endossava e devolvia no ato ao comandante. Este chegava no caixa e depositava na própria conta o cheque emitido pelo quartel, da conta 31201. Depósitos do Governo Federal, à vista. Não sei que nome dar a isso.  

    No final da tarde, quando chegava de volta na agência, antes de passar os documentos/cheques para lançamento (não havia informatização, era tudo escriturado em fichas gráficas), ia até a máquina xerox e copiava tudo. Montei um dossiê, mês a mês, com todas as lambanças do coronel, tudo comprovado, a vinculação do favorecido no verso dos cheques dos comerciantes, a xerox da conta do coronel com os depósitos creditados, xerox dos cheques, tudo. Agora vem a parte cômica, a minha intenção era botar tudo em um envelope, explicando detalhadamente cada transação, e…mandar para a Folha de São Paulo (não riam, relevem, o ano era 1984 e eu tinha apenas 29 anos). Ainda bem que não fiz isso, teria sido sumariamente demitido (ou pior). Ou nada disso, porque a Folha não iria publicar nada. Sabe por que? Porque o ano era 1984, e o presidente da República chamava-se João Baptista de Oliveira Figueiredo, e o regime era ditatorial e autoritário.

    O tenente-coronel da época certamente ascendeu a coronel, talvez tenha chegado a general, fato é que foi para a reserva com o soldo de general, caso tenha ficado só em coronel.

    Um final de semana de 1986, arrumando minhas tralhas para a mudança para Jataí (GO), achei numa gaveta do guarda-roupa os envelopes do BB com todas as xerox dentro. Aproveitei que a churrasqueira estava acesa e tudo virou cinzas.

    Isso aconteceu em uma unidade do exército, nos estertores do regime militar, sei que é um cisco perto de corrupção de alto escalão, porém dá para inferir o que aconteceu entre 1964-1985. Não dá para abraçar essa causa, da austeridade, controle de gastos e lisura somente possíveis em regimes autoritários, não dá mesmo. Lamento, Araújo, mas minhas convicções vão em sentido contrário. 

  17. A farra com dinheiro público

    A farra com dinheiro público faz parte da nossa cultura, que sempre é evocada para algo danoso.  Um exemplo simples, temos 513 deputados federais para uma população de um pouco mais de 200 milhões de habitantes, um país formado por 26 estados + 1 DF. Ao passo,  que EUA para uma população um pouco 300 milhões de habitantes e 50 estados,  têm apenas 435 deputados. Nosso judiciário e Mp’s são verdadeiras ilhas da fantasia. Se já não bastassem seus salários generosos, existem seus recessos vergonhosos. Nossos congresso, assembléias, câmeras todos os Tc’s de qualquer nível não ficam atrás, pois além dos senadores, deputados e vereadores gozarem de vários benefícios,   existem porteiros ganhando mais que muitos profissionais qualificados no Mercado. Alem disso, somos o paraíso dos rentistas no planeta. 

  18. Como sempre o Andé faz uma

    Como sempre o Andé faz uma ótima analise, só vi um porém quanto ao militares pelo que já li eles são responsaveis por grande parte do défcit da previdência.

  19. AA em mais uma empreitada

    AA em mais uma empreitada intelectual, bem a seu gosto, referente à política. 

    Em texto anterior, o autor nos apresentou, deliciado, um tratado político com viés maquiavélico, ligando os pontos e esclarecendo-no,s à luz da contemporaneidade, que a vitória de Trump era um triundo do ideário self made man, do Glorious Yankee Doodle, do Huck Finn já maduro que vence todos os prognósticos destituídos de pragmatismo e com boa dose de esforço, confiança e empenho em suas empreitadas. Enfim, era a personificação daquilo que seria a base da ”civilização” norte-americana pondo de lado os punhos de renda tão caros à Ivy League e àqueles que se arvoram em dinastias e oligarquias do Tio Sam no comando do mundo.

    Daí que, admoestando-nos, Araújo nos remetia aos valores de tycoons vanguardistas como um  Jay Gould — que não ficaria nada atrás de um operador do Talibã com sua barba hirsuta e seus anseios de explodir ferrovias tocando o terror em nome da glória redneck — de um demagogo como Andrew Carnegie, de um piedoso e mui cristãmente-batistamente antiético John Rockfeller que despachava com o diabo durante a semana para aos domingos comungar na presença de nosso Senhor Jesus Cristo, de um carniceiro em primeiro grau como Gustavus Swift e sua máquina de moer carne de boi e aleatóriamente, de gente. Tudo isso nos foi apresentado como corolário da irrevogável verdade suprema referente ao capitalismo — os grandes não tem moral e é inútil lutar contra isso.

    Passando para o campo da política, nossos olhos antes enturvecidos foram clarificados pelo discurso conservador de AA, transmutando para nossos dias cibernéticos toda a saga de vultos sagrados da política, levando-nos até a presentça de um certo baixinho chamado Napoleão, de etílicos Churchills e suas empreitadas racistas-civilizacionais, entre outros espécimes do homo politicus que tanto entusiasmam as mentes destoantes do iluminismo e do rigor da análise visando o escrutínio da honestidade intelectual verdadeira. Abaixo a mediocridade de minorias e das opressões cotidianas burguesas em forma de romances kitsch, a onda agora é o culto aos grandes, que vez ou outra descem dos seus plintos nos civilizacionais museus do primeiro mundo para nos esbofetear e nos alertar sobre nossa pequenez cidadã.

    Mais eis que agora nos aparece um AA completamente destoante da negação da moral em prol do coletivo como substrato civilizacional, nos apresentando, indignado, um tratado sobre a importância da moral(!) nos representantes dos poderes estatais, poderes estes que, seguindo a lógica anterior do articulista, seriam a personificação do Absoluto hegeliano, a moral estrita, o farol que nos conduz ao horizonte da ética perfeita. Ou alguém acredita que nosso AA estaria tecendo anteriormente loas ao estado padrão Dom Quixotes, à Luis XIV ou ao personalíssimo Maquiavel e seu tratado do príncipe ensimesmado? Evidente que não, pois como bom conservador, Araújo olha pelo retrovisor da História buscando o arquétipo do homo politicus virtuoso na memória da humanidade, visto que na contemporaneidade pós-modernista, a virtude parece algo tão etéreo quanto o imperativo categórico de Kant.

    Com quem ficar, afinal? Com o louvor épico dos grandes vultos que nos inspiram temor e fervor ou com as personificações da moral austera visando a transmissão de valores estóicos em tempos bicudos, assim como Sua Majestade Rainha da Inglaterra já fez no pós-guerra? Difícil sabermos, assim como é improvável o prognóstico do que o Glorious Yankee Doodle caçador de pussies fará nos protocolos como zelador da Roma 2.0. Herdeia daquela mesma Roma antiga onde ”servador de AA, transmutando para nossos dias cibernéticos toda a saga de vultos sagrados da política, levando-nos até a presentça de um certo baixinho chamado Napoleão, de etílicos Churchills e suas empreitadas racistas-civilizacionais, entre outros espécimes do homo politicus que tanto entusiasmam as mentes destoantes do iluminismo e do rigor da análise visando o escrutínio da honestidade intelectual verdadeira. Abaixo a mediocridade de minorias e das opressões cotidianas burguesas em forma de romances kitsch, a onda agora é o culto aos grandes, que vez ou outra descem dos seus plintos nos civilizacionais museus do primeiro mundo para nos esbofetear e nos alertar sobre nossa pequenez cidadã.

    Mais eis que agora nos aparece um AA completamente destoante da negação da moral em prol do coletivo como substrato civilizacional, nos apresentando, indignado, um tratado sobre a importância da moral(!) nos representantes dos poderes estatais, poderes estes que, seguindo a lógica anterior do articulista, seriam a personificação do Absoluto hegeliano, a moral estrita, o farol que nos conduz ao horizonte da ética perfeita. Ou alguém acredita que nosso AA estaria tecendo anteriormente loas ao estado padrão Dom Quixotes, à Luis XIV ou ao personalíssimo Maquiavel e seu tratado do príncipe ensimesmado? Evidente que não, pois como bom conservador, Araújo olha pelo retrovisor da História buscando o arquétipo do homo politicus virtuoso na memória da humanidade, visto que na contemporaneidade pós-modernista, a virtude parece algo tão etéreo quanto o imperativo categórico de Kant.

    Com quem ficar, afinal? Com o louvor épico dos grandes vultos que nos inspiram temor e fervor ou com as personificações da moral autera visando a transmissão de valores estóicos em tempos bicudos, assim como Sua Majestade Rainha da Inglaterra já fez no pós-guerra? Difícil sabermos, assim como é improvável o prognóstico do que o Glorious Yankee Doodle caçador de pussies fará nos protocolos como zelador da Roma 2.0. A nação herdeira daquela mesma Roma antiga onde o dístico ético para a mulher do político era ”A mulher de César deve estar acima de qualquer suspeita”. Infelizmente nenhum prognóstico também é plausível via artigos de nosso AA, pois como sabemos, o conservadorismo instrumentaliza a moral e a ética a seu bel-prazer e um parecer sobre como procedermos em relação à conduta polítcia é algo pouco proveitoso em um ambiente ambíguo onde nem mesmo a religião se atreveria a manipular.

    1. Meu caro, vc me honra com um

      Meu caro, vc me honra com um longo e embasado comentario. Peço venia para registrar minha visão de Historia que está no substrato de meus artigos. Eu uso o criterio do “mundo tal qual ele é”, tenho horror a historiador que injeta, moral, ideologia ou religião ética na Historia, tentanto fazer a realidade caber no pacote de suas ideias.

      Veja a Historia como o caos completa sem logica, moral ou ética, a Historia é o registro dos fatos tais quais são. Me apoio

      no grande sabio Eric Hobsbawn, marxista profundo e denso que jamais deixou o marxisto turvar sua narrativa de Historia.

      Trump é um dado da Historia contemporanea que se desenrola agora na nossa janela. Ao tempo que nasci Hitler estava no apogeu, ele era um dado da Historia depois acabou nas cinzas da fogueira que ele mesmo mandou acender. Como negar

      porque não gostamos que Hitler um dia existiu? Ou Stalin, meu personagem preferido pelo absurdo de seu poder?

      Trump é a resultante de uma serie de variaveis dentro do contexto americano, ele pode ser e deve ser até um simbolo falso e enganador mas que se alimentou das doenças claras no tecido social americano, de seu grande campo majoritario desprezado pelos “ativistas de minorias” que exageram na dose, Obam é uma expressão dos movimentos sociais e Hillary é uma aproveitadora desses movimentos, ela não tem nada de minoria, por nascença, cultura e vida ela é do mais puro mainstream da elite americana rica e conservadora, só a capa é democratista, algo tão claro que perdeu a eleição.

      Trump pode ser um desastre, pode até ser cassado, ele é apenas hoje a expressão de um mal, o que não é bom começo para uma presidencia, minha intuição é que não vai acabar bem mas é apenas uma intuição pessoal.

      1. ” Ao tempo que nasci Hitler
        ” Ao tempo que nasci Hitler estava no apogeu”,

        Hehehe,
        Que quilometragem, meu xará. Um motor de oldsmobile feito pra rodar 400.000km.
        Compatilho a admiração pelo velho Hobsbawm, profundo conhecedor do pensamento de Marx. Ele nunca simplifica, grande pecado de muitos marxistas.

  20. Por o gênio na garrafa

    Concordo plenamente, caro Araújo. A maioria dos desastres administrativos deste país veio pela Constituição de 1988, a Constituição mais sem noção de todos os tempos. Disse bem.

    O problema foi que com o fim do regime militar, houve uma democratização desastrada. Deviam ter democratizado apenas o voto popular, mas não, quiseram descentralizar o poder. Este foi o mesmo erro que Lula continuou fazendo ao nomear Procurador Geral por lista tríplice, ele deu poder às corporações.

    Deviam ter mantido toda a estrutura do poder da ditadura, que era perfeita, mas apenas com a diferença do voto livre e sem as torturas.

    ——-

    Mas agora vem a pergunta, quem vai re-colocar o gênio de volta na garrafa? Quem terá coragem de mexer no vespeiro? Tarefa quase impossível

    Se alguém ousar centralizar gastos de novo, irá mexer num vespeiro gigantesco. Por isto, nem o PT, nem Temer ousaram, nem ousarão.

    A idéia de privatizar tudo, é uma idéia simplista que resolve, pois, passando-se simplesmente o poder do governo para a iniciativa privada, todos os  desperdícios seriam cortados sem dó nem piedade.

    Só que se fossem privatizados setores estratégicos como os Bancos Públicos, o Governo perderia poder de atuação na economia, então é um enigma, de qual caminho tomar. Aí o nosso crescimento econômico seria anêmico sempre.

    Também mesmo que pudéssemos centralizar o poder novamente, o executivo é refém de todos os outros poderes, ele seria coagido a descentralizar novamente. Seria extorquido e chantageado pelo Congresso, porque se não cedesse, eles derrubariam o presidente, como fizeram com Dilma. O presidente não tem voz ativa o suficiente para enfrentar pessoas bem mais poderosas do que ele, pois a Constituição de 88 cortou quase todos os poderes do presidente, deixando-o apenas uma figura decorativa, que está aí para levar a culpa pelos fracassos.

    Ao pedir a re-democratização do país os brasileiros deram um imenso tiro no próprio pé. Deveriam ter apenas pedido o fim das torturas, e o voto direto, nada mais, e mantido a estrutura de poder do regime militar.  O PT se engajou fortemente nesta re-democratização mal feita que levou o Brasil para o buraco. Sem um pouco de autoridade, este país não anda. O problema é que os brasileiros confundem autoridade com autoritarismo, e na dúvida excluiram ambos.

    É de se entender o porque de tantos coxinhas clamarem pela volta do regime militar. Compreensível, porém não justificável. – Afinal queremos centralização de poder, mas não torturas nem violações de direitos humanos.

    Cada vez que o povo se manifestou por alguma coisa, a situação no Brasil sempre piorou, porque todas as manifestações foram manipuladas por interesses de grupos ou corporações em proveito próprio. Nunca vou a manifestações algumas por este motivo. O caminho para o inferno é pavimentado por boas intenções.

    No fim, a própria midia ficou com a parcela maior do poder do país deixando o Governo refém dela, e ela se apossou também de uma parte do erário, na forma de verbas publiscitárias. Por isto dificilmente a midia deixaria o Governo reaver a sua centralização de poder.

    Como um jogo de xadrez, onde jogadas erradas são feitas, e o jogo vai ficando cada vez mais difícil de ser ganho, ou de se voltar atrás onde se começou a errar. A coisa vai ficando complicada.

    E o governo não parará aí. Os pobres serão o bode espiatório, como os Cristãos eram na Roma Antiga. Depois que todas as medidas de austeridade forem tomadas, o Governo vai perceber que não resolveram o problema. Então vai querer inventar novas penalizações aos pobres. Vai querer talvez privatizar presídios, incluir os pobres no imposto de renda e todas as maldades mais que uma mente humana pode imaginar.

    ———-

    Mantido o rumo atual, continuarão cortando na carne dos pobres. Estes como as poucas defesas que teriam, deveriam deixarem o país , imigrando, como se isto fosse possível, ou deixarem de se reproduzir voluntariamente, para sumirem do país como classe. Sem eles, o governo não teria mais em quem jogar a culpa e precisaria assumir a sua culpa. Se os pobres forem inteligentes o suficiente, farão isto mesmo, pois outra saída não está visível no horizonte. Sem algum espírito de renúncia, ninguém vira este jogo.

    Se o povo não fizer alguma coisa por si mesmo, dificilmente alguém o fará.

    A maior causa do caos atual é o governo ceder seu poder a vários poderes que não tem voto. O Brasil não está maduro para ser administrado sem uma hierarquia rígida e severa, e talvez jamais esteja.

     

    ” O segredo das Artes Marciais, é você não se opor ao ataque. Você usa a força do adversário contra ele mesmo. O Verdadeiro Artista Marcial não luta, ele dança ao ritmo da vida. O Verdadeiro Artista Marcial é um dançarino”.

     

     

    1. O que deve ser democratizado é a riqueza, não voto popular

      Democratizar voto?

      De que adianta eleger um candidato, se ele é derrubado pela elite caso não atenda os seus interesses e conveniências?

      A Dilma foi eleita mas o voto de milhões de brasileiros foi desrespeitado por algumas centenas de indivíduos da plutocracia, pela plutocracia e para a plutocracia.

      1. Dividir a riqueza?

        Dividir a riqueza? Mas isto é uma ideologia fracassada que naufragou em 1989 com a queda do muro de Berlim.

        A democratização de riqueza, não é mais possível, pois os mais ricos estão com a faca e o queijo na mão e não tem a menor intenção de dividir com ninguém.

        Nenhum protesto será ouvido, pois a midia encobrirá. Na melhor das hipóteses será duramente reprimida pela PM.

        ———-

        O socialismo foi um acidente de percurso, ocorrido no século XX, apenas porque a Rússia se encontrava numa posição geográfica isolada, e o proletário tomou o poder sem que a elite pudesse pedir ajuda a ninguém uma vez que Moscou ficava a centenas de Km de outras capitais européias.

        Este incidente não ocorrerá mais, pois hoje temos um mundo interligado e conectado, via internet, qualquer ameaça de um proletário tomar o poder, e em poucos minutos a cavalaria chega socorrendo a elite, e prendendo os “revoltosos”. Na luta, nada mais se conseguirá.

        Cada vez mais a elite tomaráe e assumirá  o poder em todo o mundo. Se não for por bem, eles o farão por golpes de estado. E a riqueza não será dividida, ao contrário, será concentrada cada vez mais.

        Não estou pedindo a você que acredite nisto, você verá com os próprios olhos.

        ————

        A única forma de um proletário ter acesso à riqueza daqui pra frente, é tendo algum produto ou alguma habilidade rara altamente requisitada pela elite. Aí ele receberá riqueza como pagamento, e será soerguido de sua classe social, para uma mais alta.

        Lula só chegou ao poder porque os EUA permitiram, precisavam dele para iniciar a extração do pre sal para eles. E a nossa elite precisava de Lula para tirar o Brasil da imensa crise econômica criada por FHC, que se arrastava há anos. Feito isto Lula agora será descartado, e nenhum outro líder populista subirá ao poder sem que seja requisitado de novo pela elite.

        O mesmo podemos dizer dos outros presidentes populistas que o Brasil teve.

        A elite tolerou Getúlio Vargas, porque viram que só ele poderia dar o início ao processo de industrialização no Brasil, que interessava à elite. E tolerou Jucelino Kubitchek apenas porque viram que ele deu outro grande avanço no processo de industrialização do país, com a vinda de multinacionais de peso para cá. Nada foi a toa.

        ————-

        Dividir a riqueza assim sem mais nem menos, sem motivos, não faria sentido para a elite. Cabe ao povo se adaptar, e achar algum nincho nesta nova ordem mundial. Quem duvidar, é porque tem uma fantasia  de esquerdista sonhático.

         

         

    2. Ou seja, substitui a democracia…

      Ou seja, substitui-se a democracia pela ditadura da maioria.

      Uma estrutura de poder centralizada e hierarquizada como era no tempo dos militares é algo totalmente incompatível com a democracia, isso é mais do que óbvio. É um erro crasso achar que uma democracia é legitimada apenas por uma votação. A preferência dos eleitores é um dado volátil, o governante que teve 80% dos votos pode perfeitamente não ter nem 10% de apoio dois meses depois. O que fica, em um governo, são as garantias individuais, a independência dos poderes, a liberdade de consciência, o imopério da lei. É isso que tipifica um regime democrático, e não a dança das intenções de voto.

      Mas seu ponto de vista não me causa espanto. A esquerda brasileira está retornando a seu DNA autoritário, herdeiro de Getúlio Vargas, que por sua vez é herdeiro do positivismo de Comte, com seus devaneios de implantar uma “ditadura republicana” chefiada por líderes iluminados que supostamente levariam o país ao progresso tutelando a sociedade civil. O que ganhamos desse despautério todo foi o Estado gigante que suga a poupança da nação para sustentar seus filhotes.

      1. ” Eficiênciacracia “

        Caro Pedro, esta “democracia” anárquica, estilo “casa da sogra” que temos no Brasil não existe em nenhum país bem sucedido do mundo e nunca existiu em nenhum país bem sucedido da história.

        Me cite um só país que tenha uma democracia igual a nossa, ( republicanista, onde o poder é dividido, e todos podem fazer o que bem entendem ) e seja bem sucedido.

        Seriam os EUA o país com democracia modelo ? Mas os EUA tem até uma lei patriotica, que nada mais é do que um AI-5 disfarçado. Nos EUA, eles votam em distritos, os ricos tem a maioria dos distritos, e os pobres tem a minoria. Resultado é que os ricos sempre ganham as eleições e os pobres só ganham se a elite permitir. É uma democracia com estruturas ditatoriais. Ou uma ditadura com verniz democrático. É uma ” ditacracia ” ( democracia + ditadura ) . Mas é assim que tem que ser, se eles fossem como nós, teriam um golpe de estado a cada vinte anos, e não teriam um PIB de 16 trilhões de dólares. Nos EUA eles manipulam a democracia quando vêem que podem perder. Por exemplo, lá presidiários e ex presidiários não tem direito de votar.

        Tudo isto em nome da eficiência. O foco da ” democracia ” nos EUA é a eficiência e não o povo com poder. Talvez fosse mais certo chamar de ” eficienciacracia “. O foco deles é manter o PIB lá nas alturas e crescendo continuamente. É isto que importa realmente. E mesmo as migalhas que caem da mesa dos ricos nos EUA para os pobres, acabam sendo gordas migalhas.

        Não é a democracia que é ruim, são os brasileiros que não entendem o que é realmente a democracia. Democracia não é casa da sogra. Democracia e centralização de poder podem sim coexistir, desde que sejam para o bem do povo e da eficiência no aumento do PIB. 

        —————–

        O grande ensinamento do yin yang, é que mesmo na luz tem de haver um pouco de escuridão, e mesmo na escuridão, tem de haver um pouco de luz. Mesmo na melhor democracia, tem de haver um pouco de autoridade, mesmo que seja para defender a própria democracia. Se na democracia não tiver um pouco de autoridade, pelas leis do yin e yang, não funciona.

         

  21. “Austeridade no Brasil só com
    “Austeridade no Brasil só com regime autoritário”,é a frase mais
    realista e sensata q lí neste momento conturbadíssimo,visto q a
    PF,Judiciário e bancos ganham RIOS DE DINHEIRO aqui !!
    Obs:Quase perco este artigo,como aprendi,o fechamento com a
    frase conclusiva acima foi fenomenal,de não se acreditar!
    Obs2: NÃO SOU PUXA-SACO!(acho q não!?será?xii,espero q não!)

  22. o sistema não está funcionando direito
    AA em mais uma empreitada intelectual, bem a seu gosto, referente à política.

    Em texto anterior, o autor nos apresentou, deliciado, um tratado político com viés maquiavélico, ligando os pontos e esclarecendo-no,s à luz da contemporaneidade, que a vitória de Trump era um triundo do ideário self made man, do Glorious Yankee Doodle, do Huck Finn já maduro que vence todos os prognósticos destituídos de pragmatismo e com boa dose de esforço, confiança e empenho em suas empreitadas. Enfim, era a personificação daquilo que seria a base da ”civilização” norte-americana pondo de lado os punhos de renda tão caros à Ivy League e àqueles que se arvoram em dinastias e oligarquias do Tio Sam no comando do mundo.

    Daí que, admoestando-nos, Araújo nos remetia aos valores de tycoons vanguardistas como um Jay Gould — que não ficaria nada atrás de um operador do Talibã com sua barba hirsuta e seus anseios de explodir ferrovias tocando o terror em nome da glória redneck — de um demagogo como Andrew Carnegie, de um piedoso e mui cristãmente-batistamente antiético John Rockfeller que despachava com o diabo durante a semana para aos domingos comungar na presença de nosso Senhor Jesus Cristo, de um carniceiro em primeiro grau como Gustavus Swift e sua máquina de moer carne de boi e aleatóriamente, de gente. Tudo isso nos foi apresentado como corolário da irrevogável verdade suprema referente ao capitalismo — os grandes não tem moral e é inútil lutar contra isso.

    Passando para o campo da política, nossos olhos antes enturvecidos foram clarificados pelo discurso conservador de AA, transmutando para nossos dias cibernéticos toda a saga de vultos sagrados da política, levando-nos até a presentça de um certo baixinho chamado Napoleão, de etílicos Churchills e suas empreitadas racistas-civilizacionais, entre outros espécimes do homo politicus que tanto entusiasmam as mentes destoantes do iluminismo e do rigor da análise visando o escrutínio da honestidade intelectual verdadeira. Abaixo a mediocridade de minorias e das opressões cotidianas burguesas em forma de romances kitsch, a onda agora é o culto aos grandes, que vez ou outra descem dos seus plintos nos civilizacionais museus do primeiro mundo para nos esbofetear e nos alertar sobre nossa pequenez cidadã.

    Mais eis que agora nos aparece um AA completamente destoante da negação da moral em prol do coletivo como substrato civilizacional, nos apresentando, indignado, um tratado sobre a importância da moral(!) nos representantes dos poderes estatais, poderes estes que, seguindo a lógica anterior do articulista, seriam a personificação do Absoluto hegeliano, a moral estrita, o farol que nos conduz ao horizonte da ética perfeita. Ou alguém acredita que nosso AA estaria tecendo anteriormente loas ao estado padrão Dom Quixotes, à Luis XIV ou ao personalíssimo Maquiavel e seu tratado do príncipe ensimesmado? Evidente que não, pois como bom conservador, Araújo olha pelo retrovisor da História buscando o arquétipo do homo politicus virtuoso na memória da humanidade, visto que na contemporaneidade pós-modernista, a virtude parece algo tão etéreo quanto o imperativo categórico de Kant.

    Com quem ficar, afinal? Com o louvor épico dos grandes vultos que nos inspiram temor e fervor ou com as personificações da moral autera visando a transmissão de valores estóicos em tempos bicudos, assim como Sua Majestade Rainha da Inglaterra já fez no pós-guerra? Difícil sabermos, assim como é improvável o prognóstico do que o Glorious Yankee Doodle caçador de pussies fará nos protocolos como zelador da Roma 2.0. A nação herdeira daquela mesma Roma antiga onde o dístico ético para a mulher do político era ”A mulher de César deve estar acima de qualquer suspeita”. Infelizmente nenhum prognóstico também é plausível via artigos de nosso AA, pois como sabemos, o conservadorismo instrumentaliza a moral e a ética a seu bel-prazer e um parecer sobre como procedermos em relação à conduta polítcia é algo pouco proveitoso em um ambiente ambíguo onde nem mesmo a religião se atreveria a manipular.

  23. É um escárnio assombroso!

    Governo do Rio dá isenção fiscal a joalheria, com data retroativa a 2013

    No meio do furacão político e de denúncias que o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) comprava joias para lavar dinheiro, o governo do estado concedeu uma nova isenção fiscal a uma… joalheria!
    O Diário Oficial desta sexta-feira (18) traz uma portaria autorizando a Sara Joalherias a ser enquadrada, retroagindo a julho de 2013, no Regime Especial estabelecido no Decreto nº 41596/2008, o que autoriza joalherias a receberem isenções fiscais.
    Segundo o texto, a portaria de hoje corrige uma outra que saiu no dia 21 de outubro. A portaria anterior retroagia o benefício a junho de 2013, e limitava a concessão do benefício a 31/12/2015.
    Já a nova, muda o mês de junho para julho e, para piorar, não traz nenhuma data de encerramento da benesse fiscal.
    De acordo com levantamento do gabinete do deputado estadual Eliomar Coelho (PSOL), esta joalheria já recebeu, entre 2008 e 2013, R$21.798.078,15 em incentivos fiscais.
    “Essa portaria publicada hoje comprova que não há nenhuma transparência na concessão dos benefícios. A CPI é urgente para abrirmos essa caixa preta”, disse o parlamentar.
    A joalheria pertence a família Zylberman, e tem lojas em Ipanema, Leblon, São Conrado e Barra da Tijuca.

  24. Constituição de 88

    Não me admira que a constituição de 1988 seja tão ruim assim. é que na época qualquer um poderia se candidatar a constituinte. Constituinte, eram as pessoas que escreveriam a Constituição. Qualquer analfabeto, sem a mínima noção de contrapesos das leis, sem noção de Maquiavel, poderia ser eleito constituinte, e escrever uma Constituição que dirigiria o destino do Brasil,  um país do tamanho da Europa.

    Para se ter uma idéia, até o Serra foi constituinte, e muitas leis, são da autoria dele. Imaginem hoje, que ele não sabe nem quais são os países do BRICS, não tem noções sobre diplomacia, imagine ele naquela época escrevendo uma Constituição. E imaginem dezenas de outros menos preparados ainda do que o Serra escrevendo também a Constituição. Deu no que deu, e por isto hoje o Brasil está este caos.

    ———

    A constituinte de 88 foi feita em bases erradas, pois para se candidatar à constituinte, um candidato deveria de no mínimo ter PHd em alguma área similar, como administração por exemplo.

    Os melhores e mais indicados para assessorar a escrita de uma  Constituinte, seriam mesmo os Generais, pois saberiam indicar todos os contrapesos jurídicos e de poder das instituições, uma vez que eles são treinados em logistica de poder. E já que eles estavam passando o poder aos civis mesmo, isto seria excelente. Mas para isto seria na época muito difícil, pois a sociedade pegou ojeriza das Forças Armadas, devido aos 21 anos de ditadura e torturas. Infelizmente, as Forças Armadas haviam perdido a confiança da maior parte do povo.

    ” A ditadura militar foi uma nódoa na história das Forças Armadas, que manchou a imagem dos militares diante do grande valor e conhecimento que eles têm na sociedade. ” Não precisava ser assim. 

     

  25. Concordo com o André. . .

    Concordo com o André, o exemplo de corte de gastos, de economia de custeio tem que vir de cima .Sinceramente, não acredito que os ministros de Temer, o presidente da Câmara Federal Rodrigo Maia, o presidente do senado Renan Calheiros e esses deputados federais que derrubaram uma presidente honesta se mostrem favoráveis a apertarem os próprios cintos só para dar o exemplo. Quanto ao presidente Temer, os banquetes luxuosos que tem oferecido aos deputados para conferir seus votos para as malfadada PECs é o melhor exemplo de quem não é dado a austeridade de gastos.

  26. Onde cortar?

    Concordo com o artigo, o qual aponta os absurdos gastos dos três poderes. A PEC da miséria é só para nós, simples mortais. Lá no Olimpo, os três poderes continuam a farra, com nosso dinheiro.

    Queria acrescentar que, já que o governo “não pode gastar mais do que arrecada”, é preciso decidir ONDE cortar.

    A imagem abaixo pode ser útil para analisarmos a questão.

    O peso do rentismo no orçamento federal

  27. Sobre as sugestões para centralização de compras
    Caro André,

    O Ministério do Planejamento já caminha, em alguns aspectos, para a adoção de soluções de centralização de compras públicas conforme sugeridas. Exemplo disso é que já existe um sistema centralizado para compra de passagens aéreas sem intermediação por agências de viagens (https://goo.gl/p0WNPd ).
    Há também um projeto iniciado em 2016 para substituir, ao menos em Brasília, os contratos de transporte, anteriormente descentralizados, por um contrato centralizado de gestão de frota (https://goo.gl/BHLne1).
    Quanto à fiscalização dos contratos de TI pelo Serpro, tenho sérias dúvidas. Vale lembrar que o Serpro também é uma corporação estatal que, como muitas, utiliza suas prerrogativas – desenvolver softwares em áreas estratégicas do governo – para vender serviços ao governo em valores muito acima do mercado. Se o Serpro não é capaz de justificar seus preços adequadamente, porque seria capaz de fiscalizar contratos de terceiros?

    1. Folgo em saber que já existem

      Folgo em saber que já existem tais iniciativas e sobre aluguel de predios? Esse é um terreno pavaroso, repartições publicas (como a SAC) em predios luxuosos construidos para multinacionais, não tem sentido. Governo não precisa de clientes, a logica do predio é outra, sobrio, discreto, sem firulas, quem precisa do Governo vai a qualquer lugar.

      Os burocratas alugam predio para CONFORTO DELES e não estão pensando nos cidadãos que demandam o Governo.

  28. Item 4

    Com relação ao item 4, das passagens aéreas, além de não terem descontos, os órgãos públicos não podem usufruir do benefício das milhas, as quais ficam para uso PESSOAL das autoridades. Vejam bem, só autoridades, servidores não.

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