Bendine pede desculpas ao mercado em nome da Petrobras

Jornal GGN – O presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, disse ontem, ao apresentar o balanço de 2014, que a estatal está “passando a limpo os erros cometidos no trato com os recursos da companhia” a fim de dar ao mercado a “transparência que ele merece receber”.

Ele ressaltou que o balanço auditado pela PricewaterhouseCoopers foi aprovado pela diretoria sem nenhuma ressalva. E que este é um passo fundamental em direção ao pleno da credibilidade da Petrobras junto a seus acionistas, fornecedores, ao mercado, à sociedade. “Estamos caminhando em direção à retomada da sua capacidade de recuperação, inovação tecnológica, que faz dessa empresa referência mundial em pesquisa e desenvolvimento”.

O presidente da estatal considerou que os desvios foram totalmente esclarecidos e que, a partir daqui, a Petrobras voltará a garantir a normalidade do relacionamento com investidores, acionistas e credores no Brasil e no exterior.

Bendine ressaltou a competência do corpo técnico da Petrobras para enfrentar as dificuldades e retomar o bom relacionamento com o mercado. “Nosso maior ativo é o nosso quadro de pessoal, o mais qualificado do mundo. São pessoas extremamente engajadas, e eu não tenho dúvida que darão uma resposta à altura dos desafios que estão vindo”.

Para finalizar, o atual gestor da petrolífera pediu desculpas, em nome dos empregados da estatal, pelas irregularidades ocorridas na companhia. “Eu hoje represento a companhia. A Petrobras foi vítima de tudo isso pelo que ela passou. Somando-me aos 86 mil empregados do sistema Petrobras, sim, a gente está com o sentimento até de vergonha disso que a gente vivenciou, desses malfeitos que ocorreram”, disse.

Ele destacou  que a sociedade deve continuar acreditando na Petrobras e pediu desculpas pelo o que aconteceu com a empresa. “Sim, eu faço um pedido de desculpa, em nome dos empregados da Petrobras, porque hoje eu sou um deles.”

Falou também sobre a situação das centenas de empresas que fazem parte da cadeia produtiva encabeçada pela estatal, que gera renda e negócios dos quais dependem milhares de trabalhadores. Muitos desempregados ou sem receber salários, por conta dos impedimentos legais de repasse de dinheiro, principalmente a partir das grandes empreiteiras.

O presidente da Petrobras destacou que o plano de investimento da companhia ainda é robusto para 2015, com R$ 50 bilhões sob responsabilidade da holding e totalizando R$ 90 bilhões considerando todo o sistema.

“A Petrobras não tem hoje nenhum compromisso atrasado. O que nós estamos vivenciando é um momento econômico mais restritivo e está sendo amplificado pela situação dessa investigação. Lógico que o ideal para a companhia é que esses processos de investigação e julgamento aconteçam o mais rápido possível. Mas a gente se vê em uma situação que essas pequenas e médias empresas estão ligadas na cadeia produtiva a uma dessas empresas que também estão passando por dificuldade neste momento, dado o processo de investigação. E a Petrobras não pode avançar em relação a esse processo, enquanto essas investigações e acordos não estiverem definitivamente realizados”, disse.

(Com Agência Brasil)

Redação

18 Comentários

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  1. A PETROBRAS não pode avançar

    A PETROBRAS não pode avançar enquanto as investigações e acordos não terminarem, essa é a declaração terrivel,

    não vão terminar nem em 20 anos porque interessa ao grupo de Curitiba levar esse processo à nuvens.

    Enquanto isso a Petrobrás e o País patinam no limbo para satisfazer a uma agenda politica de uma captura de poder.

  2. Triste ver a captura de um

    Triste ver a captura de um governo democraticamente eleito.

    Estas desculpas públicas e o comentário que ainda tem que esperar o fim do processo, é um caso terrível para o Brasil.

  3. Mercado não é gente

    Se quiser pedir desculpas, peça ao povo brasileiro. Não em nome da Petrobras, que também não é gente. Peça em nome dos que fraudaram a maior empresa nacional, que pertence aos brasileiros. Ou melhor: exija que os fraudadores peçam desculpas à nação, incluindo os que roubaram, os que corromperam e os que querem zerar o patrimônio público, ou seja, o tucanato e suas crias.

    Aí vamos ver se a gente aceita as desculpas.

      1. Aí vamos ver se a gente aceita seu argumento.

        Não se irrite, Cara Galvanizada.

        Fale você em seu próprio nome, que o blog é democrático.

        A gente falamos por nós  – como na eleição em que nossa candidata ganhou do seu candidato, desculpe.

  4. O balanço da Petrobras foi o

    O balanço da Petrobras foi o resgate da chantagem da Price

     

    Fernando Brito 

    BALAN

    Afora os eventuais “sacolejos” diários, todos verão que o “mercado” não terá abalos permanentes com o balanço auditado da Petrobras, divulgado ontem.

    Porque sabe que ele não é “verdadeiro”, considerados os métodos de cálculo usados por outras empresas.

    É claro que o balanço teria de registrar perdas, porque não é possível deixar de falar em perdas quando as petroleiras tiveram de amargar uma redução do preço médio de seu produto de uma média de US$ 109 por barril no terceiro trimestre de 2014 para US$ 77 dólares/barril  no quarto trimestre, também na média.  Média, porque o ano terminou com 62 dólares por barril.

    Mas as perdas por reavaliação de ativos – o tal impairment -pelas métricas usadas nos balanços das demais petroleiras, é muito menor e o mercado sabia disso, tanto que as estimava em, no máximo R$ 20 bilhões, em lugar dos mais de R$ 40 bilhões  divulgados. E as perdas de R$ 6 bilhões com corrupção, todos sabem, não vão além de uma “conta de chegar”.

    Ambos são números que a Price, que audita os balanços da Petrobras, está determinando, com o pé no pescoço que a exigência de apresentação do balanço auditado lhe permite fazer, desde que a presidência da petroleira era exercida por Graça Foster.

    Foi a Price quem forçou o cálculo dos tais R$ 88 bilhões de prejuízo com o impairment, que a acuada Graça Foster aceitou e que, afinal, foram reduzidos para R$ 44 bilhões , que é exatamente a metade de algo que não tinha pé nem cabeça.

    Daí também a fórmula estapafúrdia de considerar 3% a perda por corrupção sobre o valor dos contratos sobre os quais a “Lava-Jato” levantou suspeitas. Nem sua Excelência, o Dr. Sérgio Moro, chega sequer perto disso, e pode-se ver isso até pela sentença que prolatou ontem sobre os prejuízos que a dupla Paulo Roberto Costa, onde estabelece que, em relação à “lavagem de dinheiro” operada por Youssef, o desvio foi de  R$ 18,6 milhões no caso da Refinaria Abreu e Lima.

    Um baita assalto, mas que precisaria ser multiplicado por 330 vezes para chegar ao valor estimado em balanço.

    Os dois valores foram o preço que a Price exigiu para assinar o balanço sem “ressalvas” e, portanto, assumir a responsabilidade solidária que tem no caso de eventuais ações judiciais e, claro, limpar sua fachada diante do mercado pelo “não tinha nem visto” que praticou sobre as contas da companhia até o terceiro trimestre passado.

    Se não assinasse, a Petrobras teria de pagar antecipadamente suas dívidas, o que quebraria até mesmo uma gigante com caixa de R$ bilhões.

    Se assinasse com ressalvas, manteria a empresa sob seu poder.

    A opção foi a de ceder à chantagem da Price, mas exigindo que não houvesse ressalvas e, assim, desaparecesse o seu poder de pressão sobre a companhia.

    Decisão, é claro, que teve o “de acordo” de Joaquim Levy e o diagnóstico de que “não há outro jeito” levado a Dilma.

    É assim que funciona o “limpo” mercado. Empresas de auditoria, classificadora de riscos, certificadoras, tudo é parte de uma imensa máquina de ganhar dinheiro, longe de qualquer “santidade contábil”.

    Como disse, pode haver um “chacoalhão” no mercado, hoje, sobretudo pela negativa de pagamento de dividendos.

    Mas, depois dele, a tendência seguirá sendo a de lenta recuperação da empresa, que teve de aceitar encolher em investimentos e patrimônio.

    Torçamos que não – e acho que não – este encolhimento não represente cessão de alguma parcela dos campos do pré-sal.

    Mas a Price, desde ontem, deixou de ser uma faca de ponta para exigir isso.

     

  5. Por que Moro não manda prender os auditores da Price?

    A britânica PricewaterhouseCoopers é responsável pela auditoria da Petrobras desde 2012. Era possível que a Price tivesse identificado a corrupção no balanço? A auditoria falhou? Para que serve então as auditorias, para enganar o mercado?

  6. Muito estranho esse balanço,

    Muito estranho esse balanço, esses 6 bi de corrupção e esses 44 bi de Impairmant.

    Mas enfim, o importante é que a empresa melhore daqui para frente, principalmente em fluxo de caixa e dívida.

    1. estranho por quê? a

      estranho por quê? a metodologia utilizada foi bem simples: mapearam todos os contratos das empresas denunciadas e consideraram um sobrepreço de 3%

      1. E isso significa o que ? Que

        E isso significa o que ? Que a empresa reconhece que pagou 3% a mais do que precisava ?

        Ora, isso não tem pé nem cabeça.

        1. Daniel,
            Todos sabem que a

          Daniel,

            Todos sabem que a Petrobras estava sofrendo com a  pressão da auditoria externa, se não coloca-se um valor eles não assinariam o Balanço.

            Acho que foi a melhor solução, da mesma forma foi o “prejuizo” por reavaliação de ativos, tudo pressão conseguida pelo grande trabalho da lava-jato e pela impressa brasileira.

          1. Só 6,2 bi de sobrepreço????

            Como assim?

             

            A estimativa de 6,2 bilhões foi basseada na declaração do sr Paulo Roberto (ex diretor da Petrobras e atual delator premiado do lava jato) de que eram cobrados 3 % dos contratos. Conta de padeiro no balanço para atender ao prazo de publicação. Até aí até dá para engolir.

            |Porém dizer que as empresas que pagaram a propina só cobraram sobrepreço de 3% nos contratos para cobrir os custos da propina é muita ingenuidade. Se está corronpendo, é óbvio para qualquer inteligência mediana que o sobrepreço é muito maior, 10, 15 ou 20% , o caixa daPetrobras passa a ser o limite.

            Basta ver as táticas das empresas, combinando entre si preços acima do mercado e rateando os contratos para fingir concorrência. E, como se não bastasse, pleiteando aditivos no correr das obras, aditivos estes aprovados pela gestão a revelia dos pareceres técnicos da fiscalização de obra e engenharia da própria Petrobras.

            Este balanço é uma palhaçada. Engolido com anzol e linha pela auditoria externa.

            Cheira a ENRON versão brazuca.

  7. Uma vergonha esse pedido de

    Uma vergonha esse pedido de desculpas. Coisas curiosas nesse evento da Petrobrás. Uma ex-presidenta mais preocupada em criticar o antigo presidente que em dar andamento à empresa. Mais preocupada em ter seu nome livre de qualquer suspeita que em administrar a empresa e defendê-la. Um novo presidente preocupado em ceder aos interesses dos que especularam contra a empresa. Quais foram os resultados de sindicâncias internas da própria Petrobrás a respeito do tema? Na justiça, a questão ainda está para ser transitada em julgado. E isso levará muitos anos. Quais as razões para inserir como perdas (ou provisioná-las) se não há elementos concretos e definitivos (ainda) para dizer o que de fato ocorreu, como ocorreu e qual a sua real dimensão? Tudo muito estranho. E essa auditoria, para que serviu? O que fará o acionista majoritário (União, representada pela AGU) diante da incompetência manifesta dessa empresa de auditoria diante desses ditos desvios bilionários?

  8. A Price fez a Petrobras

    A Price fez a Petrobras diferir do balanco os 25% do “Conteudo Nacional”? Essa despesa teria que ser paga pela Uniao! 

  9. Desculpas, Sr. Bendine?

    1 A Petrobras teve R$ 59 bi de EBITDA ajustado (resultado mais tributos, juros, depreciação, amortização, investimentos e perdas por reavaliação).

    2 A Petrobras iniciou 2014 com 15,973 bi de barris de reservas Produziu 839 mi, Fechou 2014 com mais reservas do que começou: 16,183 bi.

    3 Apenas oito anos após a descoberta pela Petrobras, o pré-sal passou a responder por mais de 30% das reservas provadas no País.

    4 No Sistema Petrobras, os gastos com pessoal, em 2014, totalizaram R$ 31 bilhões, com 80.908 empregados

    5 O gasto do Programa de Desligamento da Petrobras foi R$ 2,64 bi. O retorno financeiro do programa, até 2018, foi previsto em R$ 12,7 bi.

    6 A Petrobras teve R$ 200 bi de contratos assinados c/denunciados na Lava Jato. Estimou que 3% era indevido e assumiu 6,2 bi como prejuízo.

    7 O resultado da Petrobras sofreu forte impacto pelo declínio dos preços do petróleo

    8 O resultado da Petrobras sofreu forte impacto pela desvalorização do Real

    9 O resultado da Petrobras sofreu forte impacto por impossibilidade de acessar o mercado de capitais para continuar obras.

    10 O resultado da Petrobras sofreu forte impacto por carência de fornecedores qualificados, resultante da “Operação Lava Jato”.

    11 A Petrobras optou por postergar: Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e 2º trem de refino da Ref. Abreu e Lima (RNEST).

    12 Com a reavaliação do Comperj, a Petrobras reconheceu perdas de R$ 22 bi, decorrentes da postergação do projeto e mudanças na conjuntura.

    13 A postergação e reavaliação do 2º trem de refino da Abreu Lima resultaram reconhecimento de perdas por desvalorização no valor de R$ 9 bi.

  10. Desculpas em nome dos empregados?????
    Pediu desculpas “em nome dos empregados da Petrobras”…. Ridículo. Quer passar a impressão que a responsabilidade pelo rombo de bilhões e todos os prejuízos causados ao povo brasileiro, em relação a empregos e orgulho, é da força de trabalho da empresa, justo ela que tem dado seu sangue e suor há anos lutando para elevar e engrandecer este patrimônio nacional, apesar da mais corrosiva e corrupta gestão que se tem notícia na história da Petrobras.   A responsabilidade desta vergonha é da alta gestão e de quem os nomeou, e se este senhor quer se irmanar em alguma responsabilidade que o faça como parte do comando e não como parte da tropa. Após ver todo meu esforço de décadas de trabalho desperdiçada pelos abusos, desvios e falcatruas da gestão, sem falar no nefasto uso político da empresa pelo governo, sinto-me injuriado como funcionário da empresa ao ouvir esta insinuação mentirosa de que tenho responsabilidade nesta imundície, a ponto de ter que me desculpar com a nação. Não passei procuração para este senhor falar em meu nome. E duvido que os meus colegas de trabalho o tenham feito.Pedir desculpas não remedia nada. A presidente falou que está tudo resolvido? A mesma estrutura de comando que permitiu esta bandalheira ainda está lá. Só diretoria nova não basta. Vale lembrar que, até onde se sabe, um dos que mais recebeu propina (97 milhões de dólares) era um mero Gerente (Barusco). Precisa ir mais fundo, que se vai descobrir muito rato neste porão. 

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