A cobertura do casamento de Cachoeira

Nassif,

interessante observar duas reportagens sobre o casamento de Cachoeira ontem e as versões sobre a ausência de políticos na festa (a FSP dá a entender que a ausência foi total, esquecendo-se da presença de um vereador do PSDB). Uma delas parece clipping da assessoria do bicheiro.

um abraço, Marlon

Da Folha

Com beijo nos pés da noiva, Cachoeira cumpre a promessa de casamento

CATIA SEABRA ENVIADA ESPECIAL A GOIÂNIA

Livre da cadeia há um mês, o empresário Carlinhos Cachoeira encerrou o que chamou de “pior ano” de sua vida com uma festa nos jardins da mansão onde vive, em Goiânia. Cumprindo promessa registrada em interceptações telefônicas, ele casou na noite de ontem com Andressa Mendonça.

Na cerimônia, Cachoeira beijou os pés da mulher, adornados por um sapato da grife Christian Louboutin. Depois, repetiu o gesto diante de fotógrafos à porta do condomínio onde vive.

“Beijei os pés dela por tudo que ela fez por mim quando estive segregado”, disse Cachoeira, rosa na lapela.

“Esse foi o pior ano de minha vida e o melhor por ter casado com ela”, afirmou, explicando por que insistiu na realização da cerimônia ainda este ano. “Você não ouviu os grampos [feitos pela Polícia Federal na operação que levou à sua prisão]? Prometi casar com ela este ano.”

Durante o casamento, o noivo recusou-se a falar sobre munição que afirma ter contra o PT: “Nada de política. Hoje, só falo de casamento. De política, só com orientação dos meus advogados.”

Cachoeira explicou ainda por que optou por um grupo restrito de cerca de 35 convidados, a maioria de Anápolis: “Estou me afastando dos políticos.”

Num sofá de sua ampla sala de estar, ao lado do piano, ele descreveu um pouco de sua rotina. Disposto a recuperar o peso perdido na cadeia, onde ficou por cerca de nove meses durante este ano, caminha todo dia pela manhã e come enroladinho de queijo com Coca-cola na sequência. Até agora, ganhou 30% da massa perdida. “Aquele spa ali é duro”, brinca, copo de uísque na mão.

Andressa diz ter tremido dentro do vestido de renda, modelo curto, da estilista Letícia Bronstein. Questionada sobre a ausência de parlamentares, ela foi na linha do marido: “Nada de político.”

Do O Popular

Festa celebra união de Cachoeira

Empresário condenado por corrupção se casa com Andressa Mendonça em evento para 50 pessoas

Fabiana Pulcineli

Cachoeira e Andressa brindam o casamento após benção do pastor Victor Hugo Queiroz

“As tempestades vêm, mas Jesus nos ensinou que elas passam. Há tempo para tudo. Quero hoje profetizar para vocês um tempo sem tempestades; um tempo de alegria, celebração e paz”, disse o pastor Vitor Hugo Queiroz, da igreja evangélica Vida Nova, no comando da benção ao casamento de Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e Andressa Alves Mendonça – agora Ramos –, na noite de ontem.

Ao final da cerimônia, Cachoeira, condenado a 39 anos de prisão, repetiu o pastor: “2013 será bem diferente deste ano, que foi o pior da minha vida”. O POPULAR acompanhou com exclusividade o evento na casa do empresário, no Residencial Cruzeiro do Sul, no Condomínio Alphaville, para 50 convidados.

Com canções interpretadas por coral, pianista e violino, a cerimônia durou menos de 25 minutos. Ao entregar as alianças, o pastor, da igreja de Andressa e que se referia a Cachoeira como Carlinhos, colocou o casal frente a frente e pediu que fizessem declarações de amor. “Mais que fazer declaração, eu sou um homem de atitude. Então vou beijar os pés dela por agradecimento a tudo que ela fez por mim”, disse Cachoeira, ajoelhando-se, sob aplausos.

Andressa disse que esperou muito o momento e que deseja uma “vida longa marcada por companheirismo e amor” aos dois. “E que tenhamos as bênçãos de Deus, que fez todo esse milagre na nossa vida”, completou.

A plateia era formada apenas por parentes e amigos próximos de Anápolis. Os padrinhos, apenas oito, eram pais, irmãos e amigos do casal. A única “celebridade” presente era o cantor Amado Batista. De político, apenas o vereador Fernando Cunha Neto (PSDB), sobrinho de Cachoeira. “Não convidei ninguém. Não tinha a quem convidar”, disse à reportagem. “Você sabe também que nessa hora todo mundo some, né?”

Interrompendo as fotos com os convidados, Cachoeira senta-se ao sofá no deck, próximo à piscina. Diz que quer muito falar sobre política, mas não agora, e afirma estar tranquilo. Diz que não acredita em nova prisão. “Eu não devo. Eu não devo. Quem disse que eu devo?”, repetiu. A reportagem cita os seis processos na Justiça e a condenação por vários crimes, como comandar jogos ilegais e corrupção de agentes públicos.

Cachoeira diz que “tudo vai cair”. Repete a tese da defesa, de que as provas apontadas pela Operação Monte Carlo são inválidas porque os grampos são ilegais.

Andressa, de vestido de renda, curto, de manga longa, interrompe, pedindo para continuar as fotos. Depois ele volta a falar. Mas repete que só vai falar em 2013. Questionado sobre a lua-de-mel, disse que deve ir para uma chácara em Anápolis. “Fazer o quê? Não pode sair. Se me arrumassem um indulto…” Ele precisa de autorização da Justiça para sair de Goiânia.

Antes de circular entre os convidados para cumprimentos e fotos, Cachoeira e Andressa saíram de carro até a porta do condomínio, para conversar com jornalistas. Repetiram a cena do beijo nos pés. “Este foi o pior ano da minha vida, mas vocês não sabem a força que essa mulher tem”, disse.

O casamento havia sido marcado para o dia 22, no salão do condomínio, com a presença de mais convidados, mas foi adiado. À entrada da casa, o cerimonial comentou que os vizinhos pediram discrição. “Uma moradora, que é juíza, disse que não quer nenhum tipo de incômodo”, confidenciou.

Cachoeira permitiu a entrada da reportagem quando Andressa já se preparava para entrar na sala adaptada para a cerimônia, acompanhada dos dois filhos. O cartorário Antônio do Prado conduziu o casamento civil. O empresário perguntou à Andressa por duas vezes: “Está feliz?”

Desde as primeiras entrevistas, a empresária afirmava à imprensa que os dois iriam se casar quando Cachoeira saísse da prisão, onde ficou por nove meses. Em audiência na Justiça Federal, ele se recusou a prestar depoimento, mas disse que se casaria um dia depois de ser solto.

Cachoeira voltou a ser preso no dia 7 de dezembro, mas saiu quatro dias depois.

Empresário reclama de armação em Brasília

“Foi tudo uma sacanagem que armaram em Brasília”, disse Carlos Cachoeira à reportagem, em sua casa, no Condomínio Alphaville ontem, evitando dar mais detalhes sobre sua defesa. “Só vou falar depois”, repetia.

Desde que saiu da prisão, ele prometeu por duas vezes falar a respeito das acusações, ameaçou o PT e disse que Goiás ainda vai se orgulhar dele. No entanto, ainda não cumpriu a promessa.

Ao sair da prisão pela segunda vez, no início do mês, ele disse ser o “garganta profunda” do PT e prometeu entrevista coletiva para o dia seguinte, quando os advogados avisaram que ele não falaria. A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do caso Cachoeira no Congresso discutia na ocasião o relatório final, que pedia o indiciamento de 46 pessoas, e acabou sendo rejeitado pelos parlamentares.

Questionado sobre a desistência de falar do PT, ele disse que prefere falar mais pra frente. “Não é o momento agora.”

Comentou que não fala em off com jornalistas, porque teve uma conversa gravada e que foi ao ar no caso Waldomiro Diniz, em 2004. “Aliás esse caso tem tudo a ver com tudo isso que aconteceu”, afirmou, mas novamente evitando dar mais detalhes. 

Luis Nassif

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