A interlocução de Chalita com a Igreja Católica

Por maria nadie rodrigues 

Muito boa a reportagem – entrevista – sobre o candidato Chalita/PSB na Folha de São Paulo. Candidato eleito agora, está disposto a mudar a imagem de Dilma junto à Igreja Católica. Vale dizer que ele foi secretário de educação em São Paulo pelo PSDB, é um cara simpático, e muito preparado para uma pasta de Educação. Tenho certeza de que qualquer atitude dele na direção de Dilma será um ganho, porque entre os fieis da Canção Nova, por exemplo, tem sido Chalita uma pessoa bastante respeitada. Ah, ele revela não ser simpático a José Serra. Pra variar.

Pois é. Assim, dia após dia a gente pode ir vendo um novo quadro para o segundo turno, capaz de desfazer os mal-entendidos. Que bom! 

Da Folha

Chalita ajudará PT a avançar entre religiosos

DANIELA LIMA
DE SÃO PAULO

Eleito deputado federal com a segunda maior votação do Estado, Gabriel Chalita (PSB), ex-secretário de Educação de Geraldo Alckmin (PSDB), tornou-se aliado de primeira hora da candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff. Ex-tucano, diz que não admira José Serra (PSDB).

Com 560 mil votos e forte ligação com a ala carismática da Igreja Católica, será uma das armas do PT para avançar entre os religiosos. “Vou me empenhar pessoalmente nisso”, afirmou em entrevista à Folha.

Confira os principais trechos da conversa.

O sr. ganhou espaço na campanha de Dilma Rousseff. Como é a sua relação com ela?
Gabriel Chalita – Eu respeito muito a Dilma e outros nomes do PT. Dei a ela o que pude de sugestões, principalmente na área da educação. Por outro lado, tenho amizades no PSDB. Torci pela vitória do Antonio Anastasia, em Minas, e creio que o Geraldo Alckmin fará grande governo. Política é construir pontes, e eu fiz isso.

O sr. não falou de José Serra. Qual a sua opinião sobre ele?
O Serra tem qualidades. Mas, pessoalmente, não é um político que eu admire.

Como o sr. avalia a polêmica em torno da posição de Dilma Rousseff sobre o aborto?
A crítica é boa quando baseada em fatos. Mas essa tentativa de desconstruir pessoas com boatos é muito ruim. Dilma nunca disse ser a favor do aborto. Ela se posicionou, abordando o tema como uma questão de saúde pública. Eu particularmente sou contra. Mas a questão central nesse caso é a boataria. Isso aconteceu com o Lula, em 2002. Diziam que ele ia mudar as cores da bandeira e fechar igrejas.

O sr. tem uma relação muito forte com a ala carismática da Igreja Católica. Vai se empenhar para desmentir esses boatos entre os religiosos?
Me empenharei pessoalmente nisso. Não é só uma defesa da Dilma, mas da maturidade no debate político.

O sr. acha que a Igreja contribui para o debate político?
Contribui, mas quando não usa a instituição para influenciar o voto. É importante que a igreja promova o debate, para que os fiéis saibam como pensam os candidatos. Mas o Estado é laico e acho que ele tem que ser laico. Ninguém ouviu o cardeal de São Paulo [dom Odilo Scherer] ou o arcebispo do Rio de Janeiro [dom Orani João Tempesta], declarando votos. Eles foram prudentes.

O sr. é candidato a assumir o Ministério da Educação?
Sou candidato a fazer a lei de responsabilidade da educação, que é uma lei que estabelece sanções a quem não cumpre metas. O que falta no Brasil é continuidade. Temos bons projetos.

Mas o sr. sonha em assumir a pasta?
Não. Não penso nisso. E acho que nem ela [Dilma Rousseff] pensa nisso. Seria indelicado começar a pensar no governo sem estar eleita. 

Luis Nassif

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