África do Sul teme caos em caso de morte de Mandela

Por jns

Do Iol News

O Medo do caos após a morte de Mandela

IOL News | Kashiefa Ajam, original ‘Fear of mayhem after Mandela’s death’

O país aguarda ansiosamente por notícias de saúde de Nelson Mandela.

Há um temor por parte de alguns brancos que os negros possam empunhar as armas e tomar o que eles acreditam que é devido a eles. Dizem que o país vai queimar e vai ser o caos.

Organizações alertam as pessoas brancas para ficarem preparadas e protegerem suas famílias, a menos que os negros entreguem as suas armas de fogo como o governo do ANC (African National Congress) solicitou há alguns anos atrás. Isso, dizem eles, era o plano do governo o tempo todo.

Esta semana o Mídia 24 revelou que o SANDF (South African  National Defence Force) tinha sido colocado em modo de alerta depois que foi especulada a existência de um plano secreto de contingência desde que Mandela ficou doente. Os soldados foram advertidos para se preparar cerca de 10 dias antes de Mandela ter sido internado no hospital.

O mais notável foram os comentários de cidadãos comuns que expressam medo.

Oamis Lacad Ariedlac, mencionou a história de “Uhuru” (o massacre contra a população branca): “Fui informado que o seu retorno será encaminhado depois da partida de Mandela. Tudo o que precisa é de um pequeno grupo de indivíduos com o mesmo pensamento para cumprir esta profecia. Espero que eu esteja errado, mas a realidade não pode ser ignorada, nem o alto nível de empobrecimento e  insatisfação ao nível da base da população. Agora, com Malema e sua turma buscando um novo mandato, a retórica mais ardente é aguardada, agravando ainda mais o potencial de conflito.”

Leon Wolfe escreveu: “Os mais pobres dos pobres vão usar o conflito como desculpa para saquear. O mais estúpido dos estúpidos vai usá-lo como desculpa para o assassinato. O ANC vai fugir. Os EUA (já a caminho) vai usá-lo como desculpa para “restaurar a ordem” e garantir recursos minerais do AS para benefício próprio (…) Veja o número de violentos protestos sobre a prestação de serviços como um exemplo da mentalidade reinante neste país; estar pronto para matar ou ser morto.”

Matérias jornalísticas de lugares tão distantes como a Austrália, o Reino Unido e os EUA apresentam a visão de alguns sul-africanos sobre este momento delicado:

No início deste ano Sebastian Rossouw, da Igreja Católica Regina Mundi, em Soweto, expressou seu temor no The Australian: “Muitos de nós tememos que o que ele representava também possa morrer. É uma preocupação que, quando Mandela partir, surgirá uma ameaça de guerra civil. As pessoas estão preocupadas se ele morrer e se ainda teremos democracia. Será que ainda teremos a paz?”

Ernst Roets, vice-presidente-executivo do grupo racial para os direitos das minorias AfriForum, disse ao TheGuardian que as organizações de manutenção de paz estão trabalhando para resolver as preocupações das pessoas.

“Nós temos um monte de medo. Nós recebemos ligações de pessoas dizendo que estão com medo sobre o dia da morte de Mandela, perguntando o que eles devem fazer. Há organizações marginais que dizem para ‘fugir do país’. Estamos incentivando as pessoas a ficarem atentas e cuidar de sua própria segurança.”

O comentarista político Max du Preez foi repreendido depois que criticou os opositores.

“A versão mais suave do susto o ‘genocídio branco’ é que o ANC consideraria o final de Mandela como uma espécie de licença para começar a se comportar como o Zanu-PF do Zimbabwe, porque a última voz da tolerância, da razão e da reconciliação caiu em silêncio. Mesmo as pessoas mais moderadas acreditam que a morte de Mandela levaria a uma queda acentuada no valor do rand e da bolsa de valores”, escreveu ele.

“Eu suspeito que a única consequência da morte de Mandela vai ser um período de tristeza, nostalgia e um sentimento de coesão nacional. Ele vai lembrar os sul-africanos de todos os grupos e convicções da transição quase milagrosa do apartheid para a democracia e da era dourada sob a sua presidência a partir de 1994”. – Saturday Star

Luis Nassif

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