Bolsonaro planeja encontro com extrema-direita na Europa antes de voltar ao Brasil

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Os planos de Bolsonaro voltar ao Brasil em março parecem ter mudado. Partido extremista português organiza encontro mundial com Bolsonaro

Reprodução Correio da Manhã (Portugal)

Jair Bolsonaro não deve voltar ao Brasil no final de março e estaria planejando uma viagem a Europa para se encontrar com lideranças da extrema-direita.

Bolsonaro havia prometido a apoiadores, em evento na semana passada, que retornaria ao Brasil ainda neste mês. Mas os planos parecem ter mudado. É o que indica um despacho publicado publicado pelo governo, no qual autoriza três servidores a viajarem até os Estados Unidos para acompanhar o ex-presidente em agendas no país.

Por lei, ex-presidentes da República têm direito vitalício para manter 4 servidores de segurança e de apoio pessoal, 2 servidores de cargos de comissão, 2 motoristas e 2 veículos.

Na decisão publicada nesta terça (21), o governo comunica que 3 funcionários irão aos Estados Unidos para “prestar assessoria, segurança e apoio” a Bolsonaro nas cidades de Orlando, Flórida e Jacksonville, nos EUA, entre os dias 28 de março e 15 de abril. A informação foi divulgada pelo Uol.

Os deslocamentos desses servidores são pagos com dinheiro público. Conforme mostrou o GGN aqui, até fevereiro deste ano, o ex-mandatário havia gasto quase meio milhão de reais para manter 5 assessores nos Estados Unidos, incuindo passagens, hospedagem, combustível, alimentação, etc.

Tour à Europa com lideranças da extrema-direita

Ainda, de acordo com o jornal português Correio da Manhã, Bolsonaro irá também a Lisboa, Portugal, para um encontro de lideranças da extrema-direita mundial, tendo também como convidados a francesa Marine Le Pen, o espanhol Santiago Abascal e o italiano Matteo Salvini.

O jornal informa ainda que a ideia partiu do próprio ex-presidente Jair Bolsonaro, com assessores do ex-mandatário contatando representantes do partido português Chega!, de extrema-direita. Os assessores informaram que Bolsonaro passaria por Madri (Espanha) e Roma (Itália) antes de chegar a Portugal.

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Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

1 Comentário

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  1. Países com forte tradição democrática como Estados Unidos, Inglaterra, França e Itália têm sido palco de uma ativa movimentação de setores da extrema-direita. Creio ser necessária maior vigilância de políticos democráticos para se contrapor à radicalização da extrema-direita como aconteceu no Brasil. Até hoje não está muito claro quem sustenta do ponto de vista econômico este movimento que ameaça a democracia na Europa e no continente americano. No tempo da “Guerra Fria” as tentativas de setores da esquerda, mesmo moderados, de formar um governo, eram desbaratadas. O estrago que a eextrema-direita provoca nos regimes democráticos, é muito mais trágico. E a reação dos políticos e dos empresários tem sido muito tímida e às vezes até compactuam com estas forças altamente perigosas para o mundo democrático. Faço este alerta. Acorda Mundo!

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