Duelos de Opinião: Tsipras fez certo ao aceitar acordo com a União Europeia?

Enviado por Antonio Ateu

https://www.youtube.com/watch?v=pMLFlrwen6s]

do Ópera Mundi

Duelos de Opinião: Tsipras fez certo ao aceitar acordo com a União Europeia?

 

Por Dodô Calixto

Breno Altman, diretor editoral de Opera Mundi, e Max Altman, colunista do site, discordam sobre atitude de Tsipras ante exigências de credores
 
 

A decisão do primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, de aceitar o acordo com a União Europeia dividiu as opiniões de Breno Altman, diretor editoral de Opera Mundie de Max Altman, pai de Breno e colunista do site. A cisão entre pai e filho sobre postura do premiê ante às imposições dos credores e da Alemanha na negociação da dívida grega é o tema do Duelos de Opinião deste sábado (18/07).

“Ele deveria ter dito não, resistir e ir à luta. Tsipras deixou passar a oportunidade de tomar uma decisão histórica. É evidente que romper com as exigências da troika traria para o povo grego terríveis dificuldades. No entato, ele poderia encontrar saídas a longo prazo e entrar na história como um grande líder de um povo que se rebelou e quer construir um novo caminho”, afirma Max.

“Tsipras não conseguiu reunir forças internas e externas para dobrar o conselho europeu e o FMI. Mesmo com o plebiscito, ele não teve forças suficientes para que houvesse uma alternativa real às medidas de alteridade. Não há aparentemente condições internas na Grécia para aceitar o sacrifício econômico e político que seriam uma ruptura [com a União Europeia dessa natureza”, diz Breno.

Breno Altman considera que foi “inevitável” a “rendição condicional” de Tsipras diante da UE. Por outro lado, para Max, o primeiro-ministro grego “baixou a cabeça e dobrou os joelhos” frente ao bloco.

Duelo de artigos: episódios históricos

Nesta semana, tanto Breno, quanto Max, escreveram para Opera Mundi artigos sobre o tema, comparando a situação atual à episódios históricos.

“Fidel Castro foi à Praça da Revolução e perguntou à multidão ali reunida se estava disposta a resistir. Resistiram, passaram fome, iam a pé para o trabalho pois não havia combustível para os veículos, assavam folha de bananeira à guisa de filé de carne, apagões diários e intermináveis”, escreveu Max, recomendando ao premiê grego que se espelhasse na atuação do líder revolucionário cubano. Clique aqui e leia a opinião completa dele.

“Os russos assinaram o Tratado de Brest-Litovsk em 3 de março de 1918. A paz foi decisiva, nos meses seguintes, para o governo bolchevique enfrentar vitoriosamente a contrarrevolução. O chefe do Syriza vive encruzilhada de dramáticas semelhanças com este antigo episódio do século passado”, comparou Breno. Clique aqui e leia o artigo completo dele.

Opera Mundi TV

Max e Breno Altman, pai e filho, discordam sobre atitude de Tsipras ante exigências de credores

 

Redação

4 Comentários

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  1. Belo debate

    Não só por ser entre pai e filho, o debate é bom e belo. 

    Independentemente de quem tenha razão, a crise da “dívida” grega aponta, de forma didática, a permanência de uma grande ditadura no mundo, da qual, de certa forma, direta ou indiretamente, as outras derivam: a ditadura do capital globalizado. 

    Qualquer uma das escolhas – ambas dignas de Sofia – poderia  / poderá acrescentar mais problemas para a imensa maioria do povo grego.

    A alternativa paterna, em princípio, poderia fortalecer movimentos similares presentes na Europa (destaque para o Podemos). Mas as dúvidas sobre as reais possibilidades de resistência da população à agressão do rentismo, além das incertezas quanto ao alcance de uma eventual solidariedade internacional digna do nome, tornaram a opção temerária demais para ser usada.

    A situação é extremamente complexa. E grave. 

     

        

  2. Tsípras não tinha um plano. Esse é o problema.

         Esperava que a  troika lhe desse um palatável, pois é… quem muito espera sempre cansa. E o problema dos gregos é como diferenciar um aventureiro de um líder de verdade, eis a questão. Diante de um não ele simplesmente não soube o que fazer, já deveria ter uma opção pronta, o que fica cada vez mais evidente é que o “sonho europeu”  seja lá o que for isso é a coisa mais cara para o Tsípras e outros ex revoltados, aí fica difícil, será que não “realiza” que nada é pior do que continuar nessa farsa ? deveria sair do Euro e da otan, já devia ter imprimido muitos dracmas, agora deveria trocá-los recolhendo todos os euros do país euros reservando esses para assuntos externos somente, negociar só com a china.

       O pior que pode acontecer é baixarem a cabeça e fazer como nossos viralatas aceitando tudo quanto é desgraça como coisa natural. Dizem que só restam as ruínas lá mas na Grecia mesmo isso é um negócio para o setor que mais emprega no mundo, tem uma natureza fantástica, não são tão desamparados como muitos querem fazer crer, é melhor recomeçar do zero fora desse esqueminha europeu falido que prosseguir nessa lenta agonia.

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