Bolsonaristas criticam Forças Armadas após relatório não apontar fraude nas eleições

Johnny Negreiros
Estudante de Jornalismo na ESPM. Estagiário desde abril de 2022.
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Nas redes sociais, apoiadores do presidente se decepcionaram com o documento

José Cruz – Agência Brasil

Bolsonaristas foram às redes sociais das Forças Armadas para criticar o relatório sobre as urnas eletrônicas divulgado nesta quarta-feira (9) pelo Ministério da Defesa. O documento não aponta prova nem indício de que houve fraude nas eleições deste ano.

No Twitter, apoiadores do presidente alegam que se manifestaram “à toa”. Desde a declaração da vitória de Lula no último dia 30 de outubro, simpatizantes de Bolsonaro bloquearam vias de forma ilegal em todo o País e outros se manifestaram em frente a bases militares. Ambos pediam “intervenção militar”.

No Instagram, bolsonaristas também mostraram decepção com os quartéis. No entanto, os militantes também pediram que os militares exigissem do TSE o código-fonte das urnas. Esses dados estiveram à disposição de qualquer entidade fiscalizadora entre outubro do ano passado até setembro deste ano. Somente em agosto as Forças Armadas solicitaram acesso.

Porém, o relatório pede mais ferramentas para fiscalização desse quesito. Os generais não teriam tido acesso ao sistema de controle de versões do código-fonte, o que inviabilizou, segundo eles, a comparação da versão do código que foi para as urnas com a versão analisada.

De acordo com a Secretaria de Comunicação do Tribunal Superior Eleitoral, o código-fonte mantido na base de controle de versões foi integralmente disponibilizado para a fiscalização.

Reprodução/Instagram
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Despacho não atesta o pleito

Apesar de não indicar fraude ou indício de manipulação no resultado, o documento da Defesa não atesta totalmente a integridade do processo eleitoral.

Primeiro, foi observado que a ocorrência de acesso à rede, durante a compilação do código-fonte e consequente geração dos programas (códigos binários), pode configurar relevante risco à segurança do processo. Segundo, dos testes de funcionalidade, realizados por meio do Teste de Integridade e do Projeto-Piloto com Biometria, não é possível afirmar que o sistema eletrônico de votação está isento da influência de um eventual código malicioso que possa alterar o seu funcionamento.“, diz o texto.

Segundo o TSE, o sistema não está exposto à internet e, quando foi necessário algum acesso, ele foi feito de forma individualizada, com uso de VPN e verificação de autenticidade em mais de uma etapa.

Já os computadores em que acontece a compilação desses dados não ficam sempre conectados à internet, mas têm eventuais e controlados momentos de acesso para atualização de drivers dos tokens usadas pelas entidades fiscalizadoras para a realização de assinatura digital dos códigos.

LEIA: Após seis meses de impasse, Bolsonaro nomeia novo ministro do TSE

Em relação à biometria, a reclamação dos militares gira em torno da baixa participação de eleitores voluntários que quiseram liberar as urnas com sua digital. A medida inédita foi adotada pela Corte Eleitoral a pedido do Exército.

O relatório afirma que, em média dos dois turnos, somente 13% dos eleitores participaram do teste nas 58 seções de voto em que foi realizado. Além disso, a escolha das urnas não teria sido feito de forma aleatória.

Leia a íntegra do despacho:

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Johnny Negreiros

Estudante de Jornalismo na ESPM. Estagiário desde abril de 2022.

2 Comentários

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  1. O coisinho não poderia apresentar um relatório isento apenas por uma questão de humilhação. A última palavra tem que ser das forças armadas, nem que seja pra dizer “sim, somos babacas”.
    Já os manifestantes, almas de nárnia, quando enfim caminharão para a luz?
    Afff!!!
    Em Nárnia, alguns animais podem falar e as criaturas mitológicas abundam.

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