Estadão sonega informações no impresso

O ESTADÃO SOB CENSURA (DOS SEUS EDITORES)

Nos anos de chumbo o Estadão costumava colocar trechos do poema Os Lusíadas, de Camões, no lugar das matérias censuradas a mando da ditadura militar. Era uma maneira de comunicar aos leitores que o jornal estava sob censura, porque nem isso – a censura – podia informar em suas páginas.

Nos dias atuais, em plena democracia, o mesmo jornal que gosta de afirmar que está sob censura  há mais de um ano por estar proíbido pela justiça de publicar notícias acerca de um processo do filho de José Sarney, processo este que corre em segredo de justiça, pratica, no que julga conveniente, uma espécie de autocensura, como se verá adiante.

O jornal da Tarde, do mesmo grupo editorial, nos anos de chumbo costuma publicar receitas de diversos pratos – doces e salgados – no lugar das matérias censuradas. Nos dias atuais é o Estadão que publica receitas, mas não de pratos apetitosos da culinária nacional. O jornalão tenta enfiar guela abaixo de seus assinates uma “receita” capaz de levar José Serra ser eleito presidente da República. Nessa tarefa publica o que interessa e censura o que não interessa. É o que se pode constatar das matérias abaixo:

O internauta que ontem acessou o portal do jornal, mesmo sem ser assinante, ficou sabendo que:

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,fhc-admite-vitoria-de-dilma-…

FHC admite vitória de Dilma, mas prevê desenvolvimento mais lento Em entrevista ao ‘Financial Times’, ex-presidente diz que ‘Lula surfou na onda’ das reformas de seu governo 25 de setembro de 2010 | 14h 52


Clarissa Mangueira, da Agência Estado

LONDRES – O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso admitiu em entrevista ao jornal britânico Financial Times que a candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, deverá sair vitoriosa das eleições marcadas para o próximo dia 3 de outubro. Mas alertou que essa vitória representará um desenvolvimento mais lento do País. “Isso vai nos impedir de nos desenvolvermos mais rapidamente. Mas não vai levar o Brasil para trás. A sociedade é muito forte para isso.”

Veja também:

linkLeia o artigo do FT (em inglês)

O ex-presidente não escondeu sua frustração ao falar sobre as próximas eleições, afirmando que a oposição ajudou a tornar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva um mito. “A oposição entendeu errado. Nós permitimos a mitificação de Lula. Mas Lula não é revolucionário. Ele surgiu da classe trabalhadora e se comporta como se fizesse parte da velha elite conservadora”, declarou FHC.

Segundo o ex-presidente, Lula anestesiou o Brasil. “Nós esquecemos que o País precisa continuar avançando. O que eu consegui fazer levou o País para a frente. Mas então ele parou”, ressaltou FHC.

“Nós precisamos de uma nova onda de reformas”, acrescentou o ex-presidente. “Como nós teremos um aumento de produtividade para competir? Isso significa reforma fiscal, impostos menores e investimento em capital humano e infraestrutura.”

FHC afirmou ainda que a grande questão que deveria ser debatida atualmente é a da “qualidade”. “Nós gastamos toda a nossa vida nos preocupando sobre quantidade. Se o PIB cresce ou não. Agora a questão é qualidade. Que tipo de educação é essa? A principal razão para as crianças não irem à escola não é mais econômica. É porque elas perderam o interesse. A qualidade do ensino é péssima”, acrescentou o ex-presidente.

Indagado sobre como Lula será lembrado na história, FHC respondeu: “Acho que ele será lembrado pelo crescimento e continuidade, e por ter dado mais ênfase nos gastos sociais”. Sobre sua própria importância para a política brasileira, o ex-presidente disse que “eu fiz as reformas. Lula surfou na onda”.

O jornal impresso 

Já o assinante do jornal – aquele que paga boa parte dos custos – não mereceu receber a informação completa. Os editores do jornalão resolveram praticar autocensura e omitiram, na edição impressa de hoje, que FHC previu a vitória de Dilma. Essa parte, como se pode ver abaixo, foi censurada:

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100926/not_imp615479,0.php

FHC prevê progresso mais lento se petista vencer 26 de setembro de 2010 | 0h 00

– O Estado de S.Paulo

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou em entrevista ao jornal britânico Financial Times que a eventual vitória da petista Dilma Rousseff representará um desenvolvimento mais lento do País. “Isso vai nos impedir de nos desenvolvermos mais rapidamente. Mas não vai levar o Brasil para trás. A sociedade é muito forte para isso.”

Ele não escondeu a frustração ao falar das eleições, afirmando que a oposição ajudou a tornar o presidente Lula um mito. “A oposição entendeu errado. Nós permitimos a mitificação de Lula. Mas Lula não é revolucionário. Ele surgiu da classe trabalhadora e se comporta como se fizesse parte da velha elite conservadora.”

Segundo Fernando Henrique, é preciso “uma nova onda” de reformas. “Como nós teremos um aumento de produtividade para competir? Isso significa reforma fiscal, impostos menores e investimento em capital humano e infraestrutura.”

Indagado sobre sua própria importância para a política brasileira, o ex-presidente definiu: “Eu fiz as reformas. Lula surfou na onda.”

Luis Nassif

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