Lá, como aqui…
Da Folha.com
Eleição parlamentar nos EUA tem embate entre imprensa e candidatos
UOL – CRISTINA FIBE DE NOVA YORK
As semanas que antecedem as eleições legislativas viraram palco de um conflito que vai além do racha entre republicanos e democratas: candidatos vs. repórteres.
A mídia americana vem se queixando do que avalia como uma escalada na estratégia de alguns políticos de se esquivar de perguntas que incomodem: alguns silenciam, outros desaparecem. Nos casos mais extremos, apelam à intimidação.
No último domingo (17), os seguranças de Joe Miller, candidato ao Senado pelo Alasca, algemaram um repórter que abordou o republicano após evento em uma escola.
OjorO jornalista Tony Hopfinger, fundador do site “Alaska Dispatch”, seguia o candidato com uma câmera enquanto o questionava sobre acusações de que usou computadores do governo para atividades partidárias em 2008.
O caso motivou a rede CNN a exibir uma reportagem em que menciona candidatos que vêm se negando a dar entrevistas e discutiu a “nova estratégia” dos políticos de “controlar a mensagem”.
Há outros exemplos. Em Nevada, a candidata republicana ao Senado, Sharron Angle, que privilegia entrevistas à mídia conservadora, costuma perder o rebolado ao ser abordada por repórteres com questões das quais discorda.
Suas frases incluem “De onde você tira essas perguntas?” e “Quero que [os jornalistas] façam as perguntas que quero responder”.
Seu oponente, o democrata Harry Reid, é conhecido por controlar os eventos públicos e as coletivas de imprensa de que participa.
DECAPITAÇÕES?
No vizinho Arizona, a governadora republicana Jan Brewer foi acusada de mentir num debate ao afirmar que havia decapitações no deserto, tentando convencer eleitores de que a imigração ilegal piora a violência. Na saída, Brewer, candidata à reeleição, silenciou ao ser questionada.
Para o site “Politico”, os candidatos “estão se esquivando de eventos públicos, se recusando a divulgar aqueles que organizam e faltando a debates e entrevistas televisionadas -com medo do momento ‘te peguei'”.
Em reportagem há duas semanas, a versão impressa do site afirma que o fenômeno vem espantando observadores políticos e questiona se o “ano do candidato desaparecido marca uma nova era, em que os concorrentes locais serão tão protegidos quanto aspirantes presidenciais”.
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