Eleições presidenciais no Equador

Por JC

Revolução Cidadã sujeita de novo ao voto popular no Equador

Prensa Latina

Quito (Prensa Latina) Oito candidatos e seus vices competem pela presidência do Equador, em uma disputa eleitoral que o governamental Movimento Aliança PAIS tem vantagem pelo respaldo ao gerenciamento econômico, avanços sociais e popularidade do presidente Rafael Correa.

Com 60,6 por cento de apoio a Correa e 72 de aceitação ao gerenciamento de seu governo, o Aliança PAIS não se contenta e chama o povo nesta campanha a ratificar o apoio com seu voto para obter maioria na Assembleia Nacional.

PAIS procura conseguir coerência ideológica no Parlamento, de onde tem que impulsionar novas leis que coadjuvem o processo de mudanças, assim como conseguir fazer avançar outras cinco estancadas ali pela oposição, entre elas o Código Penal, a de terras, a de águas e a de comunicação.

Atos públicos, caravanas e diálogos com as comunidades são as principais atividades de campanha dos candidatos, que se estenderão até o próximo dia 15 de fevereiro.

No dia 17 deste mês, os equatorianos deverão definir nas urnas quem será o presidente e o vice-presidente, assim como escolherão os 137 legisladores e cinco deputados ao Parlamento Andino (Parlandino).

Cada candidato oferece seu programa de governo; uns falam de reduzir a despesa pública e impostos aos ricos, outros fazem promessas sobre leis e mudanças, ao mesmo tempo em que especialistas alertam sobre alguns desses projetos e variações constitucionais.

O historiador e catedrático equatoriano Juan Paz y Miño explicou recentemente que ao menos quatro candidatos presidenciais opositores ao governo propõem assuntos medulares que representam uma ruptura com as postulações da Carta Magna, assinada há quatro anos.

“Não cabe questionar porque foi aprovada com 82 por cento do respaldo popular”, sentenciou Paz y Miño.

Na sua opinião, esses candidatos propõem um modelo econômico de vantagens ao setor privado e de abertura a mercados, o vai contra os princípios constitucionais nacionais relativos à redistribuição da riqueza, do serviço social e do financiamento do Estado.

O intelectual equatoriano afirmou que seria complicado o panorama se persistirem essas pretensões e assinalou que a Constituição fala de universalizar a segurança social para todos os equatorianos desde o nascimento, no entanto isso não será possível quando falam em reduzir a despesa pública, por exemplo.

Estão na disputa eleitoral as candidaturas presidenciais aprovadas pelo Conselho Nacional Eleitoral. Rafael Correa e Jorge Glass, concorrem pelo governamental Movimento Aliança PAÍS; e o opositor Movimento Criando Oportunidades (CREO) apresenta o ex-banqueiro Guillermo Lasso e Juan Carlos Solines.

Entre as sete candidaturas opositoras estão a do Partido Sociedade Patriótica (PSP), liderado pelo ex-presidente Lucio Gutiérrez com Pérola Boyes e a de Alberto Acosta e Marcia Caicedo, pela chamada Coordenadora Plurinacional de Esquerdas.

Pelo Movimento Ruptura foram aprovados Norman Wray e Ángela Mendoza; o empresário bananeiro Álvaro Novoa e sua esposa Anabella Asín concorrem pelo Partido Renovador Institucional (Prian), enquanto a dupla Mauricio Rodas e Inés Manzano participam pelo movimento Sociedade Unida Mais Ação (Suma).

A proposta inscrita pelo Partido Roldosista Equatoriano (PRE) são o pastor evangélico Nelson Zavala e a ex-deputada Denny Cevallos.

A Revolução Cidadã, impulsionada por Correa, tem permitido uma mudança indiscutível na melhoria da qualidade de vida e institucional da nação, e suas 35 propostas para um novo período de mandato mantêm a linha de continuidade desse processo.

A reeleição do atual presidente é crucial, pois significa radicalizar e consolidar o que se fez nestes cinco anos, o que impõe uma mudança no modelo econômico e na matriz produtiva de um país exportador primário para um país terciário com desenvolvimento de serviços associados ao conhecimento.

*Correspondente da Prensa Latina no Equador.


Luis Nassif

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