Equipe de Lula vê risco de Bolsonaro em aceno golpista e sonda Forças Armadas

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Equipe de Lula tem conversado com membros das Forças Armadas para verificar até que ponto a intenção de golpe se efetivaria

Com as incisivas declarações de Jair Bolsonaro sobre não aceitar o resultado eleitoral, tirando o crédito das urnas eletrônicas no Brasil, a equipe de Lula tem atuado e conversado junto a membros das Forças Armadas para verificar até que ponto a intenção de golpe se efetivaria.

A colunista Vera Rosa, do Estadão, publicou que a pergunta da equipe de Lula a generais do Exército é direta: “sem rodeios, querem saber se Lula conseguirá tomar posse, caso seja eleito”.

E a resposta tem sido consoladora: “nada impedirá o vencedor, qualquer que seja ele, de assumir a cadeira no Palácio do Planalto.”

Essa é a imagem passada, pelo menos, por Nelson Jobim, ex-ministro da Defesa e também ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal). À colunista, disse: “A impressão que fico, nessas conversas, é a de que as Forças Armadas são totalmente legalistas.”

Nesta terça (19), o mandatário participou de uma cerimônia do Dia do Exército, no setor militar urbano, em Brasília. Em indicativos de referenciar o golpe que instaurou a ditadura do regime militar, disse que “as Forças Armadas não dão recado, elas estão presentes” e, em tom de ameaça, que “elas sabem como proceder, sabem o que é melhor para seu povo, o que é melhor para seu país”.

“Todos sabem que a alma da democracia repousa na tranquilidade e na transparência do sistema eleitoral. Sistema esse que deve ser cada vez mais zelado por todos nós. Quem dá o norte para nós são as urnas. Não podemos jamais ter uma eleição no Brasil que sobre ela paire o manto da suspeição”, afirmou.

O levantamento de suspeitas de Bolsonaro sobre as urnas eletrônicas no país é recorrente. Na semana passada, em agendas no Rio Grande do Sul, ele afirmou que os votos serão contados e “quem acredita em pesquisa” eleitoral acredita também “em papai noel”.

Com estes episódios, a equipe de campanha de Lula está consciente dos riscos para além das ameaças em quase todas as declarações públicas de Jair Bolsonaro, diante de militares, levantando dúvidas sobre o processo eleitoral e motivando a população a se armar contra o governo, caso ele, Bolsonaro, seja derrotado.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

2 Comentários

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  1. Sério isto !? Pergunta que não se faz , resposta que se por ventura fosse sim os caras não dariam.
    Confesso não ter entendido nada , devo ser muito bobo …

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