Gandhi e as grandes ideias de mudanças

O acerto de Gandhi

Por Danilo Ferreira Zanini

As autoridades e as pessoas com mais idade no país, de maneira geral, nunca levarão a sério os protestos que acontecem no país a fora, se não tivermos uma proposta clara de mudança do país. Gandhi  não apenas pregava uma libertação da Índia do domínio britânico. Ele tinha um claro objetivo de que o país ficaria melhor sem a dominação inglesa; com a valorização da cultura nacional, com a utilização dos produtos indianos e com o boicote dos produtos ingleses. Portanto, uma estratégia econômica inclusiva de combate ao domínio britânico. No final o povo indiano acreditava que realmente sua nação teria melhores condições de vida com sua batalha

No nosso movimento, além de muita força de vontade e determinação, ainda não surgiram grandes ideias de mudanças do Brasil. Por isso, as pessoas dão mais ênfase a violência policial e a quantidade de pessoas do que os argumentos.

A principal consequência disso é que os movimentos que mostram no mundo são vazios, sem liderança, sem direção. Nós estamos sempre contra alguma coisa, mas nunca a favor nada.

No momento estamos lutando a favor de uma melhoria na infraestrutura, isto é, no sistema de transporte público. Porém de uma maneira equivocada estamos contra uma tarifa que realmente é cara. Mas por que não pensamos as causas dessa tarifa? Se pararmos para refletir a questão iremos perceber que o problema está na cadeia como todo:

– O Transporte Metropolitano é caro, desconfortável e demorado

– O transporte rodoviário é o mais alto custo, o mais perigoso em função dos altos números de acidentes de trânsito no páis e, sobretudo infestado de pedágios que estorquem o consumidor. Quem ganha com isso? Por que escolhemos isso?

– Filas gigantescas de caminhões nos portos que encarecem nossos produtos internos, externamente diminuindo receitas do  país, portanto prejudicando todo o Brasil

Assim na minha visão teríamos  que batalhar por modelos alternativos de transporte de mercadoria e pessoas, desde que sejam eficientes. Por exemplo, o transporte hidroviário, que é o mais barato e o transporte ferroviário. Este segundo é o melhor para os grandes centros sendo o de menor custo de operação, o menos poluente( o metrô por exemplo, é energia elétrica) e diminuem os problemas de segurança e tráfico intenso de trânsito.

Observem que nosso trabalho é também a favor da Superestrutura, ou seja, educação e saúde. E pra essa esfera de luta também precisamos desenvolver propostas de políticas públicas. Por exemplo, exigir que os recursos do Pré – Sal vão direto para Educação. Se não for assim cai todo o poder legislativo. Ou entramos com uma ação no Supremo Tribunal Federal exigindo tal recursos vão de fato pra lá.

Mas de fato é ótimo perceber, que apesar das nossas confusões, e também pelo evidente despreparo que possamos enfrentar na negociações contra os “Velhacos do poder”. É sobretudo uma experiência válida, e todos vocês estão de parabéns

Danilo Ferreira Zanini, 24 anos, é jornalista, formado pela PUC-Campinas

Luis Nassif

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