A nova estratégia de segurança dos EUA

Por Savio

Nassif, guinada de 180 graus na política de segurança nacional dos EUA.

Será que vai ter mudanças em relação ao programa nuclear do Irã, a conferir nos próximos dias/meses.

Do IG

EUA abandonam doutrina da “guerra ao terror”

Nova estratégia norte-americana destaca os perigos do extremismo local e reforça a necessidade de engajamento diplomático

iG São Paulo | 27/05/2010 15:30

A Casa Branca apresentou nesta quinta-feira sua nova Estratégia de Segurança Nacional, que coloca o conflito armado como último recurso e se distancia assim da doutrina da guerra preventiva e do unilateralismo estabelecido por George W. Bush.

Em seu lugar, a nova estratégia, de 52 páginas (veja o arquivo em inglês), enfatiza a colaboração com os países aliados e o fortalecimento das instituições internacionais como ferramentas para resolver os conflitos. “Nosso foco é uma estratégia que amplie nossas fontes de influência no mundo e nos permita usá-las para fazer frente aos desafios do século 21″, afirmou o vice-conselheiro nacional de segurança do presidente Barack Obama, Ben Rhodes.

A nova estratégia de segurança nacional do presidente Barack Obama aponta a rede Al-Qaeda como o principal inimigo dos Estados Unidos e não faz mais referência à “guerra contra o terrorismo”, segundo um documento divulgado pela Casa Branca nesta quinta-feira.

“Tentaremos deslegitmar o uso do terrorismo e isolar aqueles que o praticam”, afirma o documento. “Não é uma guerra mundial contra uma tática – o terrorismo – ou uma religião – o Islã”, completa o texto. “Nós estamos em guerra com uma rede específica, Al-Qaeda, e os terroristas que a apoiam em seus esforços para atacar os Estados Unidos e nossos aliados”, conclui o documento.

De acordo com as novas diretrizes, o governo Obama “levará o combate” contra os extremistas “ali onde eles tramam seus planos e treinam, no Afeganistão, Paquistão, Iêmen, Somália e além”, indicou na quarta-feira o assessor na luta contra o terrorismo da Casa Branca, John Brennan.

A Estratégia de Segurança Nacional, a primeira do presidente Obama, é um documento que o governo americano emite no começo de cada mandato, por exigência do Congresso, e fixa as prioridades diplomáticas e defensivas do país.

O texto destaca a ameaças que representam os indivíduos radicais que não têm o perfil tradicional dos terroristas, como o jovem nigeriano que tentou explodir um avião em território americano no Natal, ou o pai de família americano de origem paquistanesa suspeito de ter planejado um atentado com carro-bomba em Nova York no último 1º de maio.

“Nossa melhor defesa contra essa ameaça reside em famílias, comunidades locais e instituições bem equipadas e informadas”, informou o documento, completando que “o governo vai investir em espionagem”.

Segundo Ben Rhodes, o documento apresentado nesta quinta-feira representa “um giro de 180 graus” nas diretrizes de segurança nacional para fazer frente a desafios como o terrorismo internacional e o doméstico, assim como a mudança climática e a proliferação nuclear. “Vamos alimentar a cooperação para resolver os problemas globais com o apoio de nossos aliados”, indicou Rhodes, que acrescentou que também se dará a prioridade ao aprofundamento das relações com potências emergentes como China, Índia, Rússia, Brasil e África do Sul.

Economia e diplomacia

A nova doutrina de segurança do governo de Barack Obama determina ainda a necessidade de somar engajamento diplomático e disciplina econômica com poder militar para impulsionar o lugar dos Estados Unidos no mundo.

Em meio a uma economia ainda frágil e déficits recordes, o governo também reconheceu que os Estados Unidos precisam lidar como prioridade nacional de segurança as tarefas de impulsionar o crescimento e colocar a situação fiscal em ordem.

A nova tática considera o bem-estar econômico como um dos pilares para garantir a segurança do país e advoga por uma “nova base” mediante o aumento do uso de energias limpas e a redução do déficit fiscal. Mas também quer promover o bem-estar econômico fora do país, já que é certo que “golpes à economia global podem precipitar o desastre”, assinala o documento..

Luis Nassif

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