Lula dá o tom do seu governo para 2024: o Brasil interno

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Durante reunião da Comissão do G20, Lula falou que o foco será o Brasil interno e que ministros não poderão deixar "a peteca cair"

Foto: Ricardo Stuckert / PR

Se o ano de 2023 foi o de “reconstrução” e de recuperação da imagem do Brasil no mundo, o de 2024 será o do Brasil interno. Esse foi o tom dado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em reunião com os ministros, nesta quinta (20), para falar sobre as tarefas do G20.

Apesar de o motivo do encontro ser justamente a atuação dos integrantes do governo Lula no comando do bloco econômico internacional -, do qual o Brasil presidirá a partir de dezembro -, Lula indicou que o foco de 2024 do seu governo será a atuação interna.

“Se esse primeiro ano foi o ano de reconstrução das coisas que nós tivemos que recolocar nesse Brasil, o ano que vem é o ano da gente colocar o pé na estrada, visitar esse país, conversar com prefeitos, governadores, deputados, senadores”, disse.

“E, sobretudo, conversar com o povo que tem expectativa que a gente atenda os interesses que eles estabeleceram durante o processo eleitoral”, completou Lula.

“Se virar em dois”

Aos seus ministros, Lula ressaltou que será necessário “se virar em dois ou duas” para ter a prioridade no país, mas também cumprir com a grande responsabilidade de coordenar a presidência do grupo das 20 maiores economias do mundo.

“Todo mundo vai ter muita tarefa, mas é importante vocês não esquecerem que vocês foram eleitos, indicados ministros para governar o Brasil, que portanto a prioridade é a função para a qual vocês foram escolhidos, para ser ministro.”

“Significa que vocês vão ter que trabalhar mais do que já estão trabalhando, significa que vocês vão ter que se virar em dois ou em duas para que a gente possa atender as necessidades de organização do G20 e para que a gente não possa deixar a peteca cair”, afirmou.

A responsabilidade de presidir o G20

Ainda assim, o presidente disse que presidir o G20 representará “a maior responsabilidade internacional do Brasil”. Em junho, Lula instituiu a Comissão Nacional para a Coordenação da Presidência do G20, formada por representantes de todos os Ministérios de governo, e também do Banco Central.

Os trabalhos ficarão sob a liderança dos Ministérios de Relações Exteriores e da Fazenda, que terão a importante tarefa de decidir e implementar as agendas do bloco econômico.

Por outro lado, terão o apoio de outros dois paises, o último que presidiu o G20, Índia, e o que sucederá o Brasil no próximo ano, África do Sul.

Até novembro de 2024, o Brasil terá que organizar mais de 100 reuniões oficiais do G20, sendo a maior delas a 19ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo, nos dias 18 e 19 de novembro de 2024.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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