O processo sucessório na prefeitura de Recife

Comentário ao post “Eduardo Campos nega rompimento com Lula

Só quem não entendeu o processo sucessório que se passou em Recife pela escolha do candidato do PT, é que julga injustamente o Gov. Eduardo Campos como “traidor”. O PSB, sempre, pelo menos aqui em Pernambuco, desde a primeira eleição do ex-prefeito João Paulo do PT, trabalhou ao lado e a favor do PT, e diga-se de passagem foi um aliado sem negociar cargos políticos em troca de apoio. Grande parte dos benefícios que Lula trouxe ao Estado, sempre foi dito e defendido pelo Gov. Eduardo como sendo graças à Lula e sua parceria com ele.

Sempre me considerei petista, votei em Lula desde 1994, como sempre também votei na maioria dos seus candidatos nas eleições, e sempre defendi o partido de grande parte dessas acusações levianas que são divulgadas pelo PIG. Mas não sou trouxa, acreditar cegamente num partido e tudo o que é decidido por eles, diga-se de passagem pelos seus burocratas paulistas que só vêm ao nosso Estado durante as eleições, acreditar que suas decisões representam a máxima e absoluta vontade do nosso povo é muita inocência.

Mas penso ainda que o maior culpado dessa situação sucessória do PT em nossa Cidade, não foi a escolha de Lula por Humberto ou ainda que esta decisão tenha vindo da direção nacional do partido. O problema principal, ao meu ver, é que o PT precisa de uma grande oxigenação dos seus quadros. Nossos dois maiores representantes aqui no Estado – João Paulo e Humberto Costa estão “podando” todos os nossos futuros promissores quadros no partido. Ninguém aparece mais que eles. E acho que isso vale para o PT nos outros Estados também.

A verdade é que ainda há muita gente boa no partido, mas o PT está se convertendo sim, perdendo a sua representação democrática, se burocratizando e se transformando num partido comum. E a culpa maior é de seus principais representantes na esfera estadual, que estão fazendo das tripas o coração pra não largarem o osso, dando passagem para os novos, mais antenados, que estão em mais contato com o povo nas ruas, e menos acorrentados com as amarras do poder.

Luis Nassif

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