Falta de apoio institucional para o golpe não impedirá que aloprados de Bolsonaro radicalizem no 7 de Setembro

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Apesar dos bolsonaristas inflamados, as instituições estão atentas desta vez, e os militares não dão sinais de que vão embarcar no golpismo

Desfile cívico-militar do 7 de setembro de 2020, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O Brasil acompanha nesta quarta-feira, 7 de Setembro, o andar dos atos bolsonaristas convocados para este feriado nas principais capitais do País. Atrás de Lula nas pesquisas, Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, tentará usar o Dia da Independência para mobilizar apoiadores e escalar o discurso golpista de que o “datapovo” mostra sua vitória, independente das pesquisas profissionais.

Para o cientista político Aldo Fornazieri, Bolsonaro não tem apoio das Forças Armadas nem das forças de segurança estaduais e municipais para emplacar o golpe. Tampouco tem prestígio no exterior para que qualquer tentativa de ruptura democrática seja avalizada por qualquer potência. Isso não significa que não haverá possivelmente uma radicalização do discurso nas ruas.

“Não tem ambiente nem interno, nem internacional, para o golpe. Se as Forças Armadas embarcarem nessa, seria uma grande aventura e o povo teria de ir para a rua. É um ponto de interrogação, mas acho que não tem apoio militar. O que não impede que os aloprados de Bolsonaro tentem algo”, disse Fornazieri.

Para o jornalista Luis Nassif, Bolsonaro é um político vacilante e, de fato, não ostenta apoio dos militares para concretizar seus desejos golpistas.

“Bolsonaro é um sujeito fundamentalmente medroso. Ele arrota um conjunto de ousadias, mas quando é prensado, recua. O que acho que vai acontecer é, de um lado, ele dando algumas declarações contra violência, mas estimulando violência”, comentou Nassif.

“Mas desta vez, nós temas as instituições alertas. As Forças Armadas não devem repetir o vexame do desfile de tanques cuspindo fumaça para demonstrar força. O ponto central é que tudo indica que as Forças Armadas deixaram de ir atrás (de Bolsonaro). Prova maior é que o general Paulo Sergio Nogueira (ministro da Defesa) virou motivo de troça (após atacar as urnas) e o que vimos, no final, foi uma tentativa de saída honrosa, que o Alexandre de Moraes (presidente do Tribunal Superior Eleitoral) permitiu”, analisou Nassif no programa Política na Veia, uma parceria da TVGGN com CartaCapital.

Assista a live completa abaixo:

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Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

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