Projeto de Bolsonaro quer permitir garimpo em terras indígenas

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Medida é temida por indígenas e ativistas; presidente ainda sugeriu “confinar ambientalistas”

Indígenas e ativistas mostram preocupação com medida anunciada por Bolsonaro. Foto: Reprodução/Christian Braga/MNI

Jornal GGN – Em mais uma atitude que contraria quem defende o meio ambiente, o presidente Jair Bolsonaro anunciou que vai enviar ao Congresso Nacional um projeto de lei que autoriza a exploração de mineral, a instalação de lavras de petróleo e gás, além da geração de energia elétrica em terras indígenas.

O projeto de Bolsonaro prevê ainda a autorização de exploração de territórios indígenas para turismo, agricultura, pecuária ou extrativismo florestal. A autorização do uso da terra será dada pelo Legislativo e os indígenas que moram nessas comunidades serão ouvidos, mas não terão direito a veto.

Segundo informações do jornal El País, Bolsonaro pressionou o Legislativo pela aprovação de sua proposta e disse que, se pudesse, confinaria os ambientalistas na Amazônia. “O grande passo depende do Parlamento, vão sofrer pressão dos ambientalistas. Esse pessoal do meio ambiente. Se um dia eu puder, eu confino-os na Amazônia, já que eles gostam tanto do meio ambiente, e deixem de atrapalhar os amazônidas aqui de dentro das áreas urbanas.”

O presidente voltou a pregar a visão usada na ditadura, de que os indígenas devem se “integrar” à sociedade não-indígena. “O índio é um ser humano exatamente igual a nós. Tem coração, tem sentimento, tem alma, tem desejo, tem necessidades e é tão brasileiro quanto nós”, disse, durante evento que comemorou os 400 dias de seu mandato.

“A vil afirmação de que “O índio é um ser humano exatamente igual a nós. Tem coração, tem sentimento, tem alma, tem desejo, tem necessidades…” repete o etnocentrismo dos invasores europeus, que há mais de 500 anos massacraram milhões de irmãos nossos, prática que nos tempos atuais configura crime racial inafiançável”, diz a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), em nota reproduzida no site do Conselho Indigenista Missionário (CIMI).

“O ‘sonho’ do governo Bolsonaro é na verdade a vontade de atender os interesses econômicos que impulsionaram a sua candidatura e sustentam o seu governo, mesmo que isso implique em total desrespeito à legislação nacional e internacional que assegura os nossos direitos fundamentais”, afirma a entidade.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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