Protestos no Chile: A volta da normalidade?

Jornal GGN – Três dias após o presidente do Chile, Sebastián Piñera, ter retirado o Estado de Exceção, o que na prática impede o toque de recolher e o controle das forças armadas e militares centralizadas no governo, o cenário dos protestos nas ruas do país não mudou. Manifestações que começam pacíficas terminam em forte repressão da polícia chilena e das Forças Especiais, com bombas de gás lacrimogêneo, disparos de armas e balas de borracha, e tanques com gás de pimenta que avançam ostensivamente sobre a população que vai às ruas se manifestar pela mudança da Constituição no país.

O GGN acompanhou os protestos desta quarta (30), na capital de Santiago do Chile:

 

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Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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  • O presidencialismo, uma monarquia com prazo definido, é essa m. mesmo. A maioria não quer mais ver a cara do sujeito, mas retirá-lo antes do prazo é ilegal. Fazer o quê?
    E no Brasil? Parlamentarismo, com esses sacos de gatos que se dizem partidos? Com um povo que vota em quem o pastô mandô?
    Por qualquer ângulo que olho, não vejo saída.

  • A situação do Chile é um exemplo das muitas possibilidades de mudanças profundas na atualidade de nossas sociedades latino-americanas, um exemplo que pode se generalizar, contudo, apenas no término dos diferentes processos em curso nos demais países. As coisas devem ser ditas como são e o que acontece no Chile é que ali se poderá concretizar, afinal, uma clássica revolução de tipo bolchevique em solo bolivariano.
    Com efeito, a formação dos Cabildos alavancada pelo movimento popular em luta contra a ditadura do parasitismo do capital financeiro esboça a construção de um poder alternativo ao Estado no Chile, cuja forma final abrangerá o comando majoritário das forças armadas.
    Simultaneamente, ouve-se a difusão da ideia de uma Assembleia Nacional Constituinte a ser eleita no curto prazo. A aceitação desta proposta, no entanto, dependerá da percepção da possibilidade de vitória que as elites locais tiverem. A crer nos autores brasileiros que tem examinado a impropriamente chamada crise chilena dificilmente ela será aceita pelos atuais dirigentes chilenos, dada a extrema cristalização de sua opinião e a de seus partidários no Chile como na América Latina e de sua pétrea obtusidade correspondente.
    A crise não é chilena, argentina, brasileira etc. A crise é do sistema imperialista ocidental (EUA e Europa) como um todo. O que pode dizer neste momento é que o desmanche deste sistema tomará formas variadas, conforme as formas a serem alcançadas de reorganização de nossos Estados nacionais, determinadas pela ação de nossos povos. De qualquer modo, todos esses processos tomarão a forma dominante da afirmação nacional de nossas respectivas soberanias.

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