PT divulga nota em defesa da vida e da democracia

Partido diz que governo Bolsonaro falhou em garantir a saúde da população e preservar os empregos, além de ser “permanente ameaça à democracia”

Jornal GGN – O diretório nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) divulgou uma nota em que critica abertamente o governo Jair Bolsonaro no momento em que o país enfrenta uma grave crise sanitária em decorrência do coronavírus.

“Diante do agravamento da crise sanitária, Bolsonaro já não tenta sequer disfarçar sua aposta criminosa no caos social”, diz o partido. “(Bolsonaro) Manipula o desespero da população frente à crise, pela qual seu desgoverno é o maior responsável, de forma a acelerar a marcha do golpe autoritário que é o seu projeto de poder”.

 

Veja a íntegra da nota abaixo:
Em Defesa da Vida, dos Empregos e da Democracia: Fora Bolsonaro!

 

A evolução da crise social, econômica e política, fortemente agravada nos últimos meses pela pandemia do coronavírus, deixa evidente a incapacidade de Jair Bolsonaro e seu governo para garantir a saúde da população, salvar vidas, preservar os empregos e a renda, além de constituir ele mesmo uma permanente ameaça à democracia.

O governo de extrema-direita já vinha aprofundando o programa neoliberal imposto ao país pelo golpe de 2016; desmontando o estado e as políticas de inclusão e proteção social, como o SUS, retirando direitos dos trabalhadores, tornando a economia do país mais vulnerável e privilegiando os ricos em prejuízo da imensa maioria.

Diante do agravamento da crise sanitária, Bolsonaro já não tenta sequer disfarçar sua aposta criminosa no caos social. Manipula o desespero da população frente à crise, pela qual seu desgoverno é o maior responsável, de forma a acelerar a marcha do golpe autoritário que é o seu projeto de poder.

Mais de dois meses depois da emergência sanitária declarada pela OMS, o Ministério da Saúde ainda se recusa a fazer os testes em massa imprescindíveis para orientar e planejar o combate ao vírus. Não preparou o SUS com novos leitos, pessoal e equipamentos; não se articulou com a rede particular nem com os sistemas estaduais e municipais. Bolsonaro e seu governo se recusam a aprender com as experiências de enfrentamento da pandemia em outros países.

O apoio aos estados e municípios, solenemente prometido há 45 dias, deu lugar a um plano de asfixia financeira dos entes federados que estão na linha de frente do combate ao vírus. O Ministério da Saúde não entregou o que prometeu e o Ministério da Economia não apenas nega como tenta barrar no Congresso o socorro financeiro necessário para que governadores e prefeitos enfrentem brutal queda de receita.

É uma asfixia programada para provocar a paralisação dos serviços de saúde, assistência social, segurança pública, educação nos estados e municípios, em prazo brevíssimo, e jogar a culpa do colapso nos governadores e prefeitos.

Os bancos se beneficiam de um pacote de R$ 1,2 trilhão, mas não há crédito de emergência para as empresas nem mesmo pelos bancos públicos. O governo diz, cinicamente, que defende os microempreendedores, as pequenos e médias empresas, mas suas ações levam à destruição dessa força econômica, ao contrário de todos os países que estão financiando diretamente os mais afetados pela crise.

Ao invés de garantir empregos, o governo estimula demissões, suspensão de contratos e confisco de salários, aproveitando a situação para tirar ainda mais direitos dos trabalhadores. E cria todo tipo de dificuldade para pagar a renda de R$ 600 que o Congresso aprovou a partir de proposta do PT junto com os partidos de oposição.

Ações e omissões são cruelmente articuladas de forma a aumentar o sofrimento do povo. A sabotagem de Bolsonaro às medidas sanitárias e econômicas contra a crise é um investimento deliberado no cenário do golpe. Seu discurso de domingo, num ato pela reedição do AI-5 na área do Quartel-General do Exército, não permite dúvidas ou vacilações.

É inadiável uma reação contundente das instituições e da sociedade, de todos aqueles que defendem a vida, os empregos, a democracia. E o PT contribuirá para articular essa reação.

O Brasil e as instituições estão diante de uma escolha entre Bolsonaro ou a democracia. Entre Bolsonaro ou a retomada do crescimento econômico e da inclusão social. Entre Bolsonaro ou a defesa da vida.

O PT não faltará ao país nesta hora. Vamos aprofundar a unidade do campo popular e de esquerda e fortalecer as ações dos movimentos sociais e das Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo.

Preservando nossa identidade e compromissos com os trabalhadores, o PT vai somar esforços com todos os democratas, de forma a aglutinar uma ampla frente com partidos e organizações da sociedade para salvar o país de Bolsonaro e seu governo.

É hora de colocar um ponto final no governo Bolsonaro, essa página nefasta da História do Brasil. Em defesa da vida, dos empregos e da democracia: FORA BOLSONARO!

 

 

Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores

Redação

1 Comentário

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  1. A informação mais relevante da nota são as duas últimas palavras, o FORA BOLSONARO, que até agora era rejeitado pela direção nacional do PT. Curioso que dia 9 de abril o diretório nacional se reuniu e não aprovou essa palavra de ordem, mas em pouco mais de 10 dias teve que voltar atrás. É a política correta, a meu ver. Mas tarde demais. Ah, se essa fosse a palavra de ordem há um ano atrás, no “tsunami da educação”… Mas a oportunidade foi perdida. Me pergunto, como o PT pôde demorar tanto tempo para levantar o FORA BOLSONARO se levantou o FORA FHC em janeiro de 1999? Que mutação foi essa? Quem explica? Com o agravante do PT ter sido golpeado e estar diante de um governo fascista.

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