Governo comemora desmobilização social contra aumento de impostos

Planalto avalia que não haverá perdas de votos da base aliada e conseguirá enterrar denúncia de corrupção passiva no Congresso 
 
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
 
Jornal GGN – A falta de mobilização contra o aumento de imposto anunciado pelo governo no dia 20 de julho, portanto há mais de uma semana, está sendo considerada pela equipe do governo Temer como uma vitória. 
 
Pouco antes de anunciar a medida havia uma preocupação de que, com o aumento da insatisfação popular materializada em manifestações nas ruas, Temer perderia apoio da base aliada no Congresso. Agora, com a escassa mobilização popular o governo confia que falta pouco para conseguir engavetar de vez a denúncia de corrupção passiva, com votação marcada para a próxima quinta (03/agosto), e ainda conseguir fazer passar a reforma da Previdência. As informações são do jornal O Globo. 
 
O Globo
 
Governo comemora falta de mobilização popular contra aumento de impostos
 
Por Júnia Gama, Leticia Fernandes e Eduardo Barretto
 
Avaliação no Planalto é que não haverá perda de votos contrários à denúncia contra Temer
 
A escassa mobilização popular contra o aumento de imposto anunciado pelo governo na semana passada teria dado sobrevida ao presidente Michel Temer no Congresso, onde sua base aliada confia que irá enterrar a denúncia por corrupção passiva na votação marcada para a quarta-feira que vem, no plenário da Câmara.
 
É unânime, entre integrantes do governo, a avaliação de que mais imposto é sempre negativo e “deve ser evitado” mas aliados de Temer acham que o gesto foi uma sinalização política para a base aliada. Teria mostrado que o governo está comprometido com o ajuste fiscal e reforça a autonomia da equipe econômica, apesar de questões políticas.
 
Há também a expectativa de que o aumento do dinheiro em caixa pode tirar o governo da “paralisia” e facilitar o repasse de verbas para deputados atuarem em suas bases eleitorais.
 
— Aumento de imposto é sempre uma coisa ruim. Mas, por outro lado, o governo ganha capacidade de investimento e isso anima os deputados porque dá a perspectiva de que haverá liberação de gastos, hoje muito contingenciados — afirmou um ministro, de forma reservada.
 
O líder do governo no Congresso, André Moura (PSC-SE) reforça a tese. Ele disse que os líderes governistas sondaram os deputados sobre eventuais impactos da medida na votação e concluíram que, devido à falta de reações populares, não deverá haver mudanças nos votos pró-Temer.
 
— Há essa expectativa de que o resultado do aumento de imposto seja mais investimento. Não tem nenhum tipo de impacto na base, porque a base entende que a equipe econômica trabalha para manter o equilíbrio fiscal e a recuperação econômica. A população não quer saber de aumento de imposto mas não houve grande reação, manifestações, nada disso — afirmou Moura.
 
O Planalto acredita que o anúncio aumenta a pressão sobre o Congresso para que aprove a reforma da Previdência. Segundo integrantes do governo, o aumento de impostos teve que acontecer porque não havia de onde tirar dinheiro. Nessa lógica, a reforma da Previdência seria essencial para que o aumento no preço da gasolina possa ser revertido mais à frente, caso a economia dê sinais de recuperação.
 
Redação

16 Comentários

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  1. Este país nunca dará certo.

    Este país nunca dará certo. Nunca será uma nação soberana. Temos que nos conformar com o que nos espera, ou seja, sermos oficialmente uma colonia, sei lá de quem. Este povo não tem um pingo de sentimento pela pátria. São pessoas, pelo menos a maioria, completamente alienada, midiotizada pelos que tem o poder e, o mais incrível é que não conseguem ou não querem reconhecer isso.  

  2. Nélson Rodrigues aos jovens: Envelheçam!

    A volta do supermercado Futurama, ali na Gal. Jardim, se faz por dentro da Praça Rotary, que deveria se chamar Monteiro Lobato por razões óbvias, porque ali fica a biblioteca Monteiro Lobato, oras, mas enfim, prossigamos.

    Na saída da praça, surge o bar do Ceará, local propício para estacionar as pesadas sacolas de compras (sabe quanto pesa duas caixinhas de cerveja? 3 garrafas de vinho?), o local é assim tipo um mata-burro, não tem como não parar ainda mais se for no fim da tarde, horário mais do que propício para mitigar aquela sede avassaladora que nos acomete nessa parte do dia e que prosseguirá noite afora. 

    Refiro-me sempre aos botecos como laboratórios de sociologia e antropologia, muitas vezes também se assemelham a uma roda de psicoterapia de grupo. Ou a uma Ágora às avessas. 

    Quarta-feira, estaciono minhas sacolas no pé do balcão, vou até a geladeira (no Ceará é self service) e pego minha cerveja preferida, que pode ser qualquer uma, desde que gelada. No balcão, papo animado entre o Ceará e uma menina muito jovem, estudante do Mackenzie (a molecada tem um carinho muito grande com o Ceará). Ouço o papo. Ela está comemorando os 20 anos, veio renovar a matrícula para o próximo semestre. Papai paga a faculdade. Numa descrição sucinta, a menina é pera com leite total, bem vestida e bem cuidada, cabelos, etc. 

    O Ceará anda indignado com “tudo isso aí”, e logo em seguida começa a imprecar contra o Temer, que gastou “bilhões para aprovar a reforma trabalhista”, e quanto não vai custar a previdenciária? Daí a menina sai em defesa da reforma trabalhista e solta a pérola: “Sabe, Ceará, essa reforma vai ser ruim para nós, mas vai ser bom para a Economia, porque eles vão gastar menos com a gente”. E repetiu a frase. Não tive coragem de dar risada, o momento era trágico demais. Pensa que acabou? Tem mais. 

    O papo segue, o Ceará pergunta o que o pai dela faz. é corretor numa cidade próxima a São Paulo. O Ceará quer saber como vão os negócios, se está tudo parado como aqui em SP. A menina responde que sim, a venda de imóveis está parada “porque as pessoas estão guardando o dinheiro, estão segurando o dinheiro, ninguém está gastando”. 

    Estudante do terceiro ano de Direito do Mackenzie, 20 anos naquele dia. O que será que estão botando na água dos bebedouros da escola?

    Sei que devemos depositar nossas melhores esperanças nos jovens, que são o futuro, que essa geração que está vindo aí vai arrebentar a boca do balão, etc e tal, mas, convenhamos, assim fica difícil. 

    Quarta feira o bar do Ceará foi uma Ágora às avessas. 

    1. Quem criou as almas de planilha.

      De fato uma frase reveladora.  Eu conhecia os cabeças de planilha, aquele tipo que vê a economia como operação de subtrair e somar.  Mas agora você me revelou  um novo ser ,uma alma de planilha:

      “”Vai tudo melhorar porque eles vão gastar menos com gente ” ( veja que eu não disse com a gente). Esta é a submissão total.

       

    2. Pera com leite

      Raciocina comigo!

      Se essa criatura esvoaçante sai da faculdade, acha uma vaga de procuradora da fazenda nacional ou integrante do ministério público federal como primeiro emprego, logo de cara, com aquele salarião e com garantias vitalícias, que tipo de “cidadã” teremos?

      Se houver emprego, garantias sociais, segurança, possibilidade de empreendimento para esses “pera com leite”, quando eles aprenderão a viver?

      Cara geração cria a crise que precisa.

      Ela vai sair da faculdade, não vai achar emprego, os concursos vão acabar nos próximos 20 anos, ela, provavelmente vai aprender a costurar,  fazer doces ou ser representante da Avon  se quiser sobreviver, e finalmente vai conhecer a dificuldade que precisa para entender o que seja desigualdade e privilégio.

      Vai lutar pela volta do emprego, pela previdência pública, vai reclamar da falta de segurança, de atendimento médico, de assistência à população e vai passar a vida esperando abrir vaga no serviço público para finalmente poder pensar em envelhecer em segurança.

      1. Amoraiza,

        A criatura esvoaçante só vai se dar conta (ou não) da realidade quando assistir da esquina do Mackenzie uma horda de famélicos invadindo e saqueando o Pão de Açúcar do outro lado da rua Maria Antonia. Certamente será surpresa para ela. E falta pouco para isso. 

        1. Esquina do Mackenzie

          Se ela não viu até agora, não vai ver mais. Ela frequenta o Mackenzie, não mora perto.

          E mesmo que morasse, com essa mentalidade, teria uma justificativa bem coxinha para o estado de necessidade alheia.

          Fosse ainda uma estudante do período noturno e teria uma noção mínima da vida.

          Mas “filhinha de papai”, só vai se dar conta quando viver a situação.

          Se o pai é corretor, não deve demorar.

           

  3. O Mundo retórico do golpismo.

    Diante de tudo isto estas figuras voltam a falar em povo, ou em manifestação. Se isolaram há muito tempo, e sequer sabem o que há  além do vidro da janela dos palácios.  Em tempos de queimada  por baixo das cinzas , um simples sopro pode fazer o fogo explodir novamente. Nossos deputados e senadores olham  hipnotizados apenas para as cinzas e continuam assoprando.

  4. Das dezenas, talvez mais de

    Das dezenas, talvez mais de uma centena….sei lá, de comentários já emitidos neste espaço, há alguns, não muitos, que desejaria não ter feito. Arrependimento? Não necessariamente. Apenas a sensação de que não fui justo ou procurei ser mais realista que o rei. 

    Três dos mais recentes foram, pela ordem: 1) Um feito em meados do ano passado, no qual defendi o Juiz Moro numa questão envolvendo super salários que excediam o teto. 2) Idem o procurador Dallagnol com relação a denúncia de que comprava e revendia casas financiadas pelo programa “Minha Casa, Minha Vida”, transação que lhe rendia excelentes lucros. Considerei normal e avaliei como “moralismo barato” a opinião de colegas. 

    Já o terceiro é menos prosaico, dado que feito para um texto do professor Aldo Fornazieri, publicado em 05/06/2017 sob o título “UM PAÍS QUE NÃO TEM DIGNIDADE NÃO SENTE INDIGNAÇÃO”. Não pelo gracejo de que ele teria escrito tal texto com “dor de dente”, tal o grau de amargura, fatalismo e acidez do mesmo, mas sim por não ter captado a pertinência das suas arguições.

    Pois o brilhante professor estava certo. Se não pela forma, pelo menos no conteúdo, quanto ao fulcro da questão. Tornamo-nos, infelizmente, numa país sem dignidade, sem alma, sem vegonha nas “fuças”. Abaixo, o fecho do post que bem se adequa ao teor do que está em foco:

    Somos governados pela submissão e pela indiferença. Não somos capazes de olhar à nossa volta e de perceber as nossas tragédias. Nos condoemos com as tragédias do além-mar, mas não com as nossas. Não temos a dignidade dos sentimentos humanos da solidariedade, da piedade, da compaixão. Não somos capazes de nos indignar e não seremos capazes de gerar revoltas, insurreições, mesmo que pacíficas. Mesmo que pacíficas, mas com força suficiente para mudar os rumos do nosso país. Se não nos indignarmos e não gerarmos atitudes fortes, não teremos uma comunidade de destino, não teremos uma alma com um povo, não geraremos um futuro digno e a história nos verá como gerações de incapazes, de indiferentes e de pessoas que não se preocuparam em imprimir um conteúdo significativo na sua passagem pela vida na Terra.

    Pois é: o governo usurpador, cujo chefe se encontra em vias de prestar contas a Justiça, ainda se gaba da não reação do povo, da postura de carneirinhos que vão para o abate. 

    Sim, professor, não temos auto-estima e muito menos amor para com este Brasil. Balizamos nossas vidas no ódio e no ressentimento político. Quando não, na indiferença dos que acham que o problema é sempre dos outros; os omissos e covardes.

    https://jornalggn.com.br/comment/1104388#comment-1104388

     

     

     

  5. brasileiro se satisfaz com pouco…

    diariamente bombardeados com os altos índices de rejeição, conclui que não precisa fazer mais nada

    e ao não fazer mais nada, o mercado e os abutres agradecem, pois seus relatórios internos de investimentos, principalmente em previdência privada e portos, apontam que Temer tem apoio de 80% da sociedade

    gente, cuidado com os truques da Globo, pois ela sempre nos vê como o mercado quer que sejamos vistos em tudo que publica, enganados

    1. negócios já fechados para 1920, 21 e 22 garantem…

      teremos que pagar por alternativos, saúde, previdência, transporte, segurança, educação e, principalmente, energia e fornecimento de água limpa

    2. e por falar em reservas naturais de água…

      bem……………………..deixa acontecer…………………………..

      será acordado que o leilão será para o bem de todos os povos do planeta

      e o brasileiro na maior alegria

  6. Governo não se equivoca.

    Mas a tática vem desde as primeiras declarações sobre o pacote de maldades que ora está desembrulhado.

    Quando houve reclamações e resistência, recuaram.

    É que resistência é todo dia, até esse mal sair.

    Não dá pra pensar como se a Resistência francesa tivesse tirado férias durante a Ocupação.

    Imaginem todos os desempregados nas ruas.

     

     

  7. Tava lendo há pouco, uma

    Tava lendo há pouco, uma carta enviada ao governador da capitania de Sergipe del Rey, Manuel Pestana de Brito, em 29 de julho de 1656. Uma ameaça ao dito governador, ele próprio um pecuarista, que resistia à cobrança exagerada de impostos sobre o gado, então quase todo no meu atual município, em seu território original. Em 5 de novembro do mesmo ano, como perceptível atitude desesperada pra tentar sensibilizar o governo colonial contra as imposições da capitania baiana, que de fato era o que elevava os impostos, a vaqueirama invadiu a capital da capitania, São Cristóvão, e lá se manteve até ser expulsa três dias depois. Mais de trinta pessoas indiciadas, presas e torturadas, a maioria delas com processos viciados que foram queimados quinze anos depois como forma de evitar pedidos de reparos por injustiças causadas. Até onde pude ver nas fontes primárias, trata-se da primeira rebelião efetivamente contra o governo colonial português na história do Brasil. Curioso é que não faltaram alertas contra os excessos de Estado, por políticas tímidas que demandaram gritantes injustiças, reconhecidas pelo próprio governo adiante.

    Imposto é imposto. Sem justiça, no mínimo gera imensos “laranjais” como forma de escapulir aos excessos do Estado. Os fenícios aceitaram ser roubados pelos assírios por um bom tempo; depois, como cada vez mais a fome ensandecida dos últimos não parasse de crescer, pegaram seus barcos e foram fundar Cartago.

  8. É impressionante a apatia da

    É impressionante a apatia da população brasileira. Por muito menos quase derrubaram um prefeito de sp por causa de 0,20 de aumento de passagens de onibus.

    Acho que a esquerda não consegue se articular nem pela redes sociais, coisa que a direita é mestre.

    Quando a esquerda se organiza aí leva junto mst e cut, coisas que a classe media tem ojeriza.

    O resultado vai ser muito triste: temer triunfanto e lula e dilma presos. Pior impossível, mas é o que tem de concreto pela frente. 

    Enquanto isso, aecio e serra seguem intocáveis…dá vontade de esquecer que país existe.

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