Os evangélicos não praticantes

Comentário ao post O crescimento da migração religiosa 

Por Marcos Roberto

Sobre a expressão “evangélico não praticante” gostaria de dizer que ela não pode ser, por completo, comparada ao que conhecemos como “católico não praticante.” Este último, em sua grande parte, é filho de família católica, que se denomina católico, mas que não tem compromisso com a teologia católica, com os dogmas, nem envolvimento no serviço e na comunhão com outros também não praticantes. Muitas vezes até crê no espiritismo e não aceita todas as normas originadas do Vaticano. Ou seja: o católico não praticante só tem o nome de católico por causa de algum familiar que foi ou é católico.

O evangélico não praticante pode ter esta característica de descompromisso com a comunidade religiosa, mas o que eu tenho notato na grande maioria é a existência de “evangélicos não frequentadores dos templos” por não concordarem com o que muitos dos pastores da linha da teologia da prosperidade tem feito e não se sentirem representados por estas instituições. Isso não significa que não sejam praticantes do Evangelho. Muito pelo contrário. Por prezarem pelo verdadeiro Evangelho não aceitam fazer parte de comunidades que tenham na sua liderança pessoas de testemunho duvidoso e de teologia puramente financeira, como, por exemplo Edir Macedo e tantos outros da sua linha. Muitos desses que estão sendo chamados de evangélicos não praticantes, continuam vivendo o Evangelho, mas longe da estrutura tida como oficial, cheia de hierarquia e de compromisso com a arrecadação em vez da vida das ovelhas.

Os dados da matéria deveriam considerar também isso, pois o fato de não se congregar numa instituição evangélica com templo e hierarquia não quer dizer que a pessoa não pratique o Evangelho.

Só para finalizar, é preciso haver mais separações no meio religioso. Infelizmente. Digo isso pois, chamar de evangélico um fiel da IURD ou da igreja de RR Soares ou da Mundial do Poder de Deus da mesma forma que se chama um presbiteriano, ou batista, ou um fiel da Assembléia de Deus é uma baita sacanagem. Digo isso pois sou evangélico, mas me sinto ofendido se entenderem que o Evangelho que eu sigo é o “evangelho” que estas instituições mercenárias macedianas propagam no Brasil.

Luis Nassif

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