Jornal GGN – Pesquisadores do Centro Médico da VU University, em Amsterdam, na Holanda, chegaram à conclusão de que pessoas diagnosticadas com depressão tiveram uma taxa de envelhecimento mais rápida nas células responsáveis por proteger o DNA de danos. Na prática, isso significa que os pacientes de depressão podem sofrer precocemente de problemas como demência e similares. O resultado do estudo foi publicado nesta terça-feira (12) na revista Molecular Psychiatry.
Para o estudo, foram avaliados os telômeros de 2.400 pessoas com e sem depressão. Os telômeros são como as pontas de plástico nas extremidades de cadarços: eles “tapam” as extremidades dos cromossomos para proteger o DNA das células de danos. À medida que as células se dividem, os telômeros ficam um pouco mais curtos, por isso são considerados como marcadores úteis para o envelhecimento biológico do corpo.
Os pesquisadores descobriram que os telômeros de pessoas que haviam passado por crises depressivas eram significativamente menores – cerca de 83 a 84 pares de bases de DNA, em média, se comparados às pessoas que nunca tinham sofrido de depressão. Os resultados foram os mesmos quando foram acrescentadas as variáveis que podem danificar a estrutura do DNA, como o consumo excessivo de álcool e o tabagismo.
Depressão ligada, morte acelerada
As pessoas perdem, naturalmente, cerca de 14 a 20 pares de bases de DNA nos telômeros a cada ano. Cada perda dessa equivale, segundo o cientistas, a um avanço na idade de quatro a seis anos. Segundo o estudo, há uma clara associação entre a depressão e o encurtamento de telômeros. A equivalência, porém, é incerta: os pesquisadores não estão inteiramente certos de que telômeros mais curtos possam significar depressão.
A cientista Josine Verhoeven, autora do estudo, afirma que telômeros mais curtos podem definir problemas mentais. Mas, segundo os pesquisadores, é mais provável que a depressão provoque danos que deixem vestígios, mesmo no nível celular. A depressão é conhecida por perturbar muitos sistemas físicos: altera hormônios, suprime a função de imunidade e muda a forma como os nervos trabalham.
Pessoas com histórico de depressão têm maiores riscos de doenças do envelhecimento, como problemas cardíacos, diabetes tipo 2, demência e câncer. “Os resultados sugerem que o estresse psicológico, experimentado por pessoas deprimidas, tem um impacto grande, prejudicial, sobre o desgaste do corpo de uma pessoa, resultando em envelhecimento biológico acelerado”, afirma Verhoeven.
Com informações do MedicalXpress
Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.
Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.