Ministro da Saúde propõe medidas para fortalecer o SUS

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – “O SUS tornou-se a maior política de justiça social do país, sem nunca retroceder”, afirmou o peemedebista Marcelo Castro, ministro da Saúde. Em sua coluna na Folha de S. Paulo, nesta terça (10), o ministro que carrega cinco mandatos como deputado – e que chegou ao cargo como uma das negociações do Planalto com a ala rebelde da bancada – afirmou que mesmo com as dificuldades econômicas enfrentadas hoje no país, se garante saúde no Samu, nas UPAs, hospitais e diversas unidades para a população.
 
Castro apontou os investimentos municipais da ordem de R$ 214 bilhões anuais, em um esforço conjunto de “todos os governantes” que “respeitaram a Constituição e contaram com dirigentes que promoveram consideráveis avanços no sistema”. Destacou que para a gestão da pasta alavancar, serão necessários ultrapassar problemas como “financiamento adequado, atenção básica de qualidade e em todos os municípios do país, gestão regionalizada e eficiente, relações público e privada em ambiente de segurança jurídica e sanitária”, além da formação de profissionais. 
 
Desafios para o SUS
 
Por Marcelo Castro
 
Na Folha de S. Paulo

Toda sociedade luta pela conquista de direitos e garantias fundamentais. Dentre eles, a saúde é um dos mais lembrados. No Brasil, o benefício é garantido pelo SUS (Sistema Único de Saúde), que completa 27 anos.

O direito à saúde foi reconhecido tardiamente no país, mas, de maneira generosa, garante acesso às ações e aos serviços para a sua promoção de maneira universal, integral e igualitária.

A partir da Constituição de 1988, o Brasil passou a ver a saúde de modo integral, unindo prevenção e cura, e incluiu a todos, deixando de ser um serviço apenas para o trabalhador contribuinte do regime geral da Previdência Social.

Ao longo desses anos, o número de atendidos pela saúde pública no Brasil saltou de 50 milhões para 200 milhões de pessoas. O SUS tornou-se a maior política de justiça social do país, sem nunca retroceder. Todos os governantes respeitaram a Constituição e contaram com dirigentes que promoveram consideráveis avanços no sistema.

O SUS foi uma conquista realizada por muitos cérebros e corações. Há no país milhares de pessoas que mensalmente discutem e fiscalizam a saúde em seus conselhos, numa verdadeira democracia participativa. São profissionais, especialistas, pesquisadores e acadêmicos que todos os dias lutam pelo sonho de ter no país uma saúde de qualidade.

Atualmente, União, Estados e municípios investem cerca de R$ 214 bilhões anuais em saúde pública. Sabemos que ainda é insuficiente, dado os altos custos em razão do avanço tecnológico da medicina. Tal situação exige do Estado racionalidade em sua incorporação, pautando-se pelo custo-benefício e evidências científicas.

Com todas as dificuldades, temos saúde no Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência), nas UPAs (Unidade de Pronto Atendimento), nos hospitais, nos centros de atenção e controle de câncer, nas unidades básicas, nos laboratórios, na vacinação, na fiscalização e controle de transporte de mercadorias perigosas, nas ações dos 300 mil agentes de saúde e endemias e em muitos outros espaços e formas.

Isso é a força viva da sociedade na garantia da implementação e do aperfeiçoamento constante do SUS, ouvindo os seus integrantes institucionais, os municípios e os Estados, o setor privado, o Legislativo e agora o Judiciário, que tem sido chamado diariamente a mediar questões individuais de saúde.

Para avançarmos ainda mais, são temas que importam considerar: financiamento adequado, atenção básica de qualidade e em todos os municípios do país, gestão regionalizada e eficiente, relações público e privada em ambiente de segurança jurídica e sanitária.

O aperfeiçoamento da rede pública ainda esbarra na necessidade de formação de profissionais de saúde para o modelo SUS e no debate sobre a judicialização que precisa ser enfrentado. Houve um crescimento constante dos gastos do Ministério da Saúde com ações judiciais para atender pedidos por cirurgia, equipamentos e medicamentos, inclusive para a compra de produtos sem registro na Anvisa ou eficácia comprovada. Os valores saltaram 500% nos últimos quatro anos e, em 2015, devem ultrapassar R$ 1 bilhão.

Meu compromisso no Ministério da Saúde é atuar com maior destaque nesses pontos, sem desconsiderar os demais, e trabalhar para dar continuidade a tudo o que vem sendo desenvolvido nesses 27 anos. Precisamos subir, junto com a sociedade, os degraus da consolidação do SUS para a garantia de um país mais justo. A saúde nos pertence e dela não vamos nos separar.

MARCELO CASTRO, 65 anos, é ministro da Saúde

 

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

4 Comentários

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  1. É  MNINISTRO  MAIS  ESSAS

    É  MNINISTRO  MAIS  ESSAS  UPAS, sao  um entrave  na vida  dos  brasileiros.  Hoje  mesmo estamos  enterrando o marido de uma sobrinha  minha  que  caiu da laje   e  levaram para a  UPA . O  rapaz   tinha  batido a  cabeça  we  teve  outras  sequelas.  A  UPA  deveria  ter  transferido ol rapaz  para  o  hospital  geral ou  para o hospital do  suburbio  pois  sao  as  2  unicas unidades  que  tem  edquipamento  e medicos  especializados  como  ortopedista  e outros  que  precisasse.  Resultado  fiquei sabendo que  a  UPA  deu  o  atendimento e mandou o paciente para casa.  mesmo sem   poder  movimentar  a boca  o que  ja  caracterizava  problemas  cerebrais devido a  queda.  O  Rapaz  voltou  para a  UPA  pois  o  hospital do suburbio nao quis   recebe-lo  ja  que  provavelmente  seu quadro  se agravou  e os  primeiros  socorros  seriam  fundamentais.  creio  eu,  De volta  para a  UPA  descobriram que o  rapaz  tinha  contraído  TATANO  pois  dizem que  ele  tinha  caido  em cima  de  fezes  de cachorro  e segundo contam  fezes  de  cachorro tem  o virus  do tatano(nao sabia  disso)Depois  de  2  dias   esperando na  UPA  transferiram o rapaz  para o  Couto Maia  e veio a  falecer  ontem  a  noite. Para  a mim  a  UPA que o  atendeu  foi   irresponsavel  pois  sabem que  nao tem  equipamentos  para  esse tipo de  atendimento  e deveriam  ter  transferido  o rapaz   numa   ambulancia do  samu  para um dos  dois  hospitais.  Eu  vou aconselhar  minhas  sobrinhas a  abrirem  processo  contrta a  UPA.  e medicos  que  atenderam  o  rapaz.  É  preciso tambem se  saber que  esses medicos  nao estao fazendo  esses mal atendimentos  propositadamente para   prejudicar o  SUS  

    1. sua capacidade de analise

      Edson Tadeu sua capacidade de análise é incrivelmente “burra” , os medicos que trabalham sem recuros de equipamentos, tomografo, e outros não são culpados pela falha que ocorreu.

      Voce me lembra a musica do Chico Buarque que bebeu todas no buteco e depois bateu no garçon pois a conta estava cara!

      Einstein disse : Existem duas coisas infinitas : a grandeza do universo e a ESTUPIDEZ HUMANA

      Está frase é para vc

      1. e vc na ânsia de atacar o “golpista”

        não leu o texto dele que considera a falta de equipamentos na UPA e que por isso mesmo deveriam ter transferido o paciente a um hospital mais adequado

      2. Um médico NÃO PODE liberar um

        Um médico NÃO PODE liberar um paciente que necessite de tratamento PORQUE não pode trata-lo.

        Uma coisa é não poder trata-lo e outra é mandar o cara pra casa.

         

        Quando um médico manda uma pessoa para casa, É PORQUE esta pessoa NÃO PRECISA DE TRATAMENTO ESPECIALIZADO.

        Ou o médico é incompetente e esconde sua incompetência na falta de equipamentos que a UPA jamais terá PORQUE em sua implantação FOI PLANEJADO que não o tivesse.

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