Brasília – A crise prisional no Maranhão é emblemática e evidencia a incapacidade do Estado brasileiro, em todas as suas instâncias e Poderes, para lidar com a questão carcerária, avalia o sociólogo Renato Sérgio Lima, membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e pesquisador da Fundação Getulio Vargas (FGV). Para ele, é fundamental e urgente haver uma reformulação da política de segurança pública no país, com efetiva articulação entre a União e os estados, a garantia de condições mínimas de sobrevivência para os presos enquanto cumprem a pena privativa de liberdade e a implementação de punições alternativas às prisões.
Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.
Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.
Nosso modelo de justiça, o
Nosso modelo de justiça, o modelo polícial e o carcerário estão falidos.
São frutos do colonialismo e amadurecidos à facão pela ditadura.
Só funcionam para pobres, portanto, como já dizia Justo Veríssimo…
“POBRE QUE SE EXPLODA”
Esses são os maiores reflexos da “casa grande e senzala”,…
ainda presentes em pleno séc. XXI
A “”ditadura” acabou há 28
A “”ditadura” acabou há 28 anos. Os governos posteriores não fizeram nada para melhorar o sistema judicial e carcerário, tiveram tempo para isso, falta vontade, capacidade e inteligencia, não adianta culpar Pedro Alvares Cabral pelos problemas do Braasil. Sempre a culpa é de alguem, nunca do mau e incompetente gestor.
> Não adianta continuar do
> Não adianta continuar do mesmo jeito, em que o Brasil é o terceiro ou quarto país que mais aprisiona no mundo sem que isso resolva o problema.
O Brasil afinal é o terceiro ou ou quarto?
O problema da criminalidade não se “resolve”. Pode ser mitigado. Tratar gente como lixo como nesse presídio do Maranhão, além de imoral (mesmo que sejam criminosos) certamente não ajuda, muito menos entregar a administração “de facto” das unidades prisionais a facções criminosas, mas é ilusão achar que vamos transformar presídios em escolas que vão transformar assassinos, estupradores e traficantes em cidadãos de bem.
Caro Nassif e demais
Ninguém
Caro Nassif e demais
Ninguém culpou ZD, Genoino e Delúbio, por isso, ainda???!!!
Nenhum presídio é brincadeira, todos são explosivos.
Roseana Sarney, deve ter feito algo de grande desagrado aos membros da casa grande, da qual faz parte, por isso as denúncias.
Saudações
Ah, os CDPs paulistas não são
Ah, os CDPs paulistas não são diferentes dos cadeiões de Pedrinhas. Aqui também, o fantasma sempre a espreita esperando a ordem pra explodir !
E a parte da Sra Sarney?
Um monte de verdades, mas o curioso é que se fosse em SP ou no RJ, era incapacidade do Alckmin ou do Cabral. Quando é no Maranhão, é incapacidade do Estado brasileiro, e não há citação sobre a “maravilhosa” Roseana Sarney…
Sociedade violenta…
Ainda que a imensa maioria da população carcerária seja composta de pretos e pobres, fruto das distorções do judiciário, que protege os mais ricos (geralmente brancos) e condena quem não tem condição de se defender, a sociedade brasileira é historicamente violenta e favorável a penas de prisão cada vez mais duras para todos, quando não à pena de morte. O mito do brasileiro cordial para mim não passa disso, um mito, uma lenda, muito distante da realidade.
Quando cheguei no Brasil em 1990, fiquei impressionado pelo lado amável da população, o contato fácil com pessoas desconhecidas, a vontade de ajudar o estrangeiro, e outras qualidades que dão do povo brasileiro uma impressão extremamente favorável para quem vem de fora (no meu caso, da Bélgica). Somente depois de um tempo foi que percebi a violência, escondida ou escancarada, que permeia toda sociedade e sua cultura. Qual é a primeira reação que você ouve quando um motorista embriagado atropela e mata transeuntes? Ou quando algum crime é cometido? “Tem que matar”, “bandido bom é bandido morto”, “bota em cana”, “tem que ter penas mais duras”. Isso quando o culpado (às vezes o suspeito, que no fim descobre-se não ser culpado) não é linchado e morto pela turba ensandecida. Quando alguém ousa insurgir-se contra essa realidade, o comentário mais ouvido, e não só na classe média ultraconservadora, é: “lá vem a turma dos direitos humanos dos bandidos, cadê os direitos humanos da vítima?”. Qual é a razão da votação expressiva que a “Turma da bala” recebe em todas as eleições, não só em São Paulo mas em todo país? Porque boa parte da população pensa como eles. O guarda da rua, o lixeiro, o taxista, a empregada, en geral têm a mesma mentalidade do operário, do líder, do chefe de turno, do gerente ou diretor. Pode se expressar de outra forma, mas a mensagem é a mesma: Bandido bom é bandido morto, lugar de bandido é na cadeia ou três palmos debaixo da terra.
Enquanto não mudar essa mentalidade brutal, não haverá nenhuma pressão por mudanças ou melhorias no sistema carcerário.
famiglia Sarney
No Maranhão não se aplica a afirmação do sociólogo.
Lá, a famiglia Sarney resolveu perfeitamente essa questão.
Vejam a declaração de um senador do Amapá sobre o problema:
“Aqui no Maranhão, nós conseguimos que a violência não saísse dos presídios para a rua”, disse o pai da governadora. “Por exemplo: o Espírito Santo não teve Carnaval no ano passado, porque as rebeliões nos presídios… eles [os presos rebelados] determinaram que não poderia ter Carnaval. E não se fez, porque tocaram fogo em ônibus, tocaram fogo na cidade, quebraram tudo. E nós temos conseguido que aqui essa coisa não extrapole para a própria sociedade.”
Isso tudo é culpa do Alckmin
Isso tudo é culpa do Alckmin e do PSDB há vinte anos…
Não? Mas os Sarneys fazem parte da casa grande e…
Não? São aliados?
Então a culpa só pode ser do ESTADO… (sem partido)
Estado não é incapaz, é seletivo.
Prezados e prezadas,
Certos termos em Sociologia escondem incapacidades conceituais de lidar com certos fenômenos.
Não é correto dizer (na minha opinião) que o modelo carcerário é falho por incapacidade. É uma escolha de gestão de recursos públicos do Estado.
Dentro desta escolha está expressa outra: a vida do apenado vale pouco ou nada, ainda mais em um país onde se mata 30 ou 40 mil (dentre 60 mil) de jovens pretos todo ano.
Ora, para o sistema penal brasileiro, se esta gente já sobreviveu é porque algo na máquina de execuções “falhou”, mas que poderá “funcionar” quando o infrator voltar às ruas.
Nem os surtos recentes de violência intra para extra muros amedontra a elite, simplesmente porque lhes confere a legitimidade para atos cada vez mais violentos contra presos e familiares, alimentando a roda da violência que por sua vez, confere statuus político, material acadêmico, pautas de matérias, empregos a policiais e uma dose de paranoia para conter e controlar soluções políticas paliativas.
Não é coincidência que os sistemas penais de países mais pobres sejam sempre parecidos, e o dos ricos também, ou é?
O contribuinte rejeita ferozmente qualquer política pública de bem estar carcerário, porque imagina que isto é algum tipo de “prêmio”, e não raro, quando crises cíclicas atingem países centrais, os direitos e garantias destes internos tendem a ser questionados por setores médios e pobres da sociedade.
Todos se esquecem, por óbvio, que o crime é fenômeno transclassista e permanente, resultado da sociabilidade humana.
E como punição e persecução sempre obedecem parâmetros ideológicos, onde alguns crimes e classes são estigmatizadas e outras tratadas com benevolência, não há de se falar em “incapacidade”.
Quando massacramos presos, fazemos uma escolha, uma escolha burra, como a realidade tem nos revelado, mas sempre uma escolha.