O dia em que a PM descer atirando e não for carnaval, por Luis Nassif

São Paulo foi pragmático, ao fechar um acordo com o PCC. Até que vieram os massacres de maio de 2006, a pior mancha na história de São Paulo e da PM, que a justiça e a mídia varreram para baixo do tapete

Por Luis Nassif

Confesso que houve uma época em que eu sentia orgulho da ”nossa Polícia Militar”. E dizia “nossa” de boca cheia.

O país saía da ditadura, entrava nos anos 90 com impulsos modernizantes. De minha parte, tornei-me um entusiasta dos planos de gestão. No meu espaço na Folha – e se os colegas soubessem a relevância de um espaço de jornal para disseminar as boas causas! – várias vezes difundi os programas de qualidade do setor público, da Justiça e da Polícia Militar.

Na PM paulista havia um grupo empenhado na modernização, em métodos modernos de gestão, recorrendo a modernas políticas de segurança, ao invés da Rota e outros péssimos exemplos das polícias da ditadura.

Discutia-se o policiamento de vizinhança, o policial se responsabilizando por uma área, tornando-se amigo do comércio e dos moradores, com capacidade de acionar rapidamente viaturas em casos de emergência.

Havia um programa da PM de visitar bairros sendo precedida da Banda marcial. Era tão envolvente o som da Banda da PM que até ousei enviar um dobrado, que recebeu um arranjo belíssima. Era o “Dobrado das Raças do Brasil”, uma apologia ao que parecia ser a democracia racial a caminho.

O que fizeram com as PMs? Hoje são odiadas, temidas, vaiadas. E tudo pela responsabilidade exclusiva de governadores que fizeram da violência contra o crime a panacéia para quem não conseguia combater o crime com metodologia.

A culpa não é de agora. É de Geraldo Alckmin quando foi na conversa de Saulo, seu secretário da Justiça implacável, que ousou invadir a Assembleia Legislativa levando uma tropa de PMs a tiracolo. Era o próprio Alckmin, emulando o discurso com que Paulo Maluf encantava uma classe média paulistana desinformada e revanchista da vida. E tudo isso era mal menor, perto do que ocorreu no Rio de Janeiro com governadores corruptos montando políticas de segurança tortas, e juízes punitivistas sendo eleitos com apoio das milícias.

Afinal, São Paulo foi pragmático, ao fechar um acordo com o PCC, entregando a ele o controle de vastas regiões da cidade. Aliás, pelo que se sabe, eles têm um sistema de justiça mais transparente que a de São Paulo formal.

Até que vieram os massacres de maio de 2006, a pior mancha na história de São Paulo e da PM, que a justiça e a mídia varreram para baixo do tapete. Mais de 600 pessoas assassinadas, quase todos jovens, negros e pobres, grande parte sem registro policial, muitos indo à escola. E a PM tornou-se definitivamente uma instituição maldita.

Qual a vida de um PM hoje em dia? No trabalho, os policiais não tem o estímulo do reconhecimento por parte da população. No final do dia, o PM volta para sua casa, tendo no caminho sempre a possibilidade de uma vendetta por parte das suas vítimas, em uma guerra estimula da exclusivamente por seu chefe maior, o governador do Estado.

Os que são apanhados cometendo ilicitudes amargam punição, expulsão e prisão. Só aí entendem que a tal retaguarda prometida pelo governador era mentira. E, na verdade, o governador não está nem aí para o destino dos que foram ingênuos em acreditar em suas promessas de recompensa. No máximo, defenderão genericamente os massacres cometidos, as chacinas da Candelária, de Paraisópolis. E, nos bares da vida, os policiais  erguerão um brinde em homenagem ao capitão Adriano, que soube usar a função para seus próprios objetivos.

Enquanto isto, os governantes abrigam-se nos palácios de governo, devidamente protegidos por sua guarda pessoal. Antes de dormir farão uma última live, celebrando alguma bala na cabecinha.

A última previsão de Nostradamus pode ter sido a cena dantesca do dia em que a PM descer atirando. E não for na periferia.

 

 

Luis Nassif

22 Comentários

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  1. Ao longo de toda Transição e da Nova República, só alguns poucos policiais compreenderam que uma polícia moderna, respeitada, deve proteger o cidadão, as Leis e a Justiça, e não o estado dominado por classes e grupos mesquinhos e egoístas, que vivem de privilégios históricos dos quais não abrem mão de defender na base da mentira e da boçalidade.

    Aí, ficam os policiais enxugando gelo, fazendo um suposto papel de “vingadores da sociedade”, quando na verdade estão fazendo o papel de cachorros, cujos donos falam “pega! Pega! Pega!” E eles vão.

    É triste demais ver agentes públicos, pagos pelo população para cumprir a Lei, defendendo abertamente a prática da tortura e do assassinato. Eu já perdi as contas de quantas vezes falei para amigos e conhecidos que são policiais que é uma tremenda furada embarcar na conversa de demagogos da mídia e de “cidadãos de bem” da classe media e alta que fazem diuturnamente apologia ao crime, pois não é a carreira deles que estará em jogo quando um policial que eles não sabem sequer o nome executar “a pessoa errada”

  2. Excessos de 1988! Do Artigo 14 da Constituição de 1988: agentes da Segurança e da Justiça, bem como das comunicações e lideres religiosos deveriam ser submetidos a quarentena de no mínimo trinta meses para se candidatarem a cargos eletivos.
    Incorreu no mesmo erro de 1946; de facilitar desvios de conduta.
    Resultante de 1946 o meu – e demais – Município ganhou o poder de arrecadar o IIP – Imposto de Indústria e Profissões, que foi na época mais ou menos como o ICMS de hoje. O Município ficou rico de uma dia pra noite, assim como seu líder no timão, muito mais poderoso.
    Resultou na chacina de 08 de agosto de 1964.
    Se não passa manteiga na venta de gato! É passar e o bichano lamber.
    POLÍCIA E POLÍTICA NUNCA CASOU BEM!
    https://almeidabispo.blogspot.com/2008/08/reprise-da-histria.html

  3. “Qual a vida de um PM hoje em dia? No trabalho, os policiais não tem o estímulo do reconhecimento por parte da população. No final do dia, o PM volta para sua casa, tendo no caminho sempre a possibilidade de uma vendetta por parte das suas vítimas, em uma guerra estimula da exclusivamente por seu chefe maior, o governador do Estado.”

    Moro numa rua paralela a uma favela aqui em São Paulo, onde reside um policial.
    Conheço o casal há décadas e só há uns dois anos soube que o marido é policial.
    Sai e volta do trabalho à paisana, a farda é lavada e posta para secar as escondidas.
    Quantos mais vivem situações parecidas?
    No final da década de 70 comecinho da de 80 era comum ver viatura da policia vir buscar ou trazer oficiais em suas casas, hoje em dia eles querem distancia de qualquer coisa que os identifiquem com praças ou oficias.
    Uma outra coisa que me leva refletir por que a PM daqui não se miliciou foi o fato de algum governo tucano, não sei qual, ter institucionalizado o bico na PM, fazendo com que eles continuem a trabalhar para algumas cidades do estado, quando deveriam estar descansando no seu turno de 12 por 36, para compensar os baixos soldos que recebem, que os levava a fazer bico para bicheiros, artistas e outros.
    Claro que isso pode ter como consequência uma maior violência contra os cidadãos, decorrentes da irritabilidade causada pela sobreposição de turno.

    Nassif e outros mais apetrechados poderiam dar uns pitacos sobre essa medida adotada no estado.

    1. O seu vizinho tem medo porque sabe que participa de uma corporação de assassinos. Se assim não fosse, ele não teria motivo para ter medo. E se fossem, de fato, corajosos, destemidos, enfrentariam o poder estatal e se recusariam, em massa, a participar de achaques, chacinas, morticínios, chantagens, tráfico etc. Entretanto, já entram na corporação com essa intenção malévola e só a transformam em ofício com as burlas que aprendem nas “academias”,

  4. Em recente contato com essa comunidade só vejo ódio, sendimentos violentos, de nojo, preconceito e desrespeito pela democracia e pelo povo brasileiro.
    Insultam, insuflam, mentem, instigam sem o menor constrangimento…
    ..agora mesmo estão pedindo o povo na rua no dia 15, na rua por Bozo e pela tirania, pelo desprezo a democracia e a casa legislativa..
    ..coisa horrível de se ver, de imaginar que estes gorilas querem agora tomar o poder pra si
    ..pra quê, indago, se eles sequer conseguem respeitar as leis, nem darem conta dos seus afazeres?

  5. Os Policiais Militares cometem todos esses abusos pois sabem que serão inocentados pela justiça militar. Eles próprios se julgam.
    É um absurdo em tempos de paz haver justiça militar que só serve para inocentar policiais corruptos e assassinos.
    É urgente a unificação das polícias com a incorporação da Polícia Militar à Polícia Civil, sob o comendo de delegados. E o mais importante: a extinção da Justiça Militar em tempos de Paz. A polícia militar deve ser julgada como a polícia civil, ou seja, pela justiça comum.

    1. Não Wilton.
      Se a polícia militar peca pela violência, pelo menos ela tem a quem obedecer.
      Seu controle deve ser militar, mas o julgamento de seus mal feitos em serviço deve ser feitos pela justiça civil, como foi até um dia destes.
      Nenhum julgamento pode ser confiável quando os julgadores são os seus pares,
      Deixar o controle da polícia militar sob a polícia civil será o maior dos erros.
      Não há polícia mais omissa, manipuladora e corrupta(com as exceções honrosas e sempre em perigo)

  6. Sobre o pequeno interregno descrito pelo Nassif: cidade do interior de São Paulo, 300 mil habitantes, meu carro estacionado na rua, mês de dezembro. Diversos policiais perambulando aos pares. Quando tento abrir a porta do carro 2 deles se aproximam com o indefectível bloco de multa nas mãos. Um deles, 5 m de altura por 3m de largura, voz serena mas firme, me interroga: “o senhor é o proprietário”? Sim, respondi. “Então receba isto”, e destacou do bloco a famigerada “autuação”, sem que eu sequer imaginasse qual teria sido minha infração. Quando comecei a ler o papel ele abriu um sorriso do tamanho de sua altura: “A Polícia Militar de SP deseja um feliz Natal e…, etc., etc.”. Meninos, eu vi !

  7. A Verdade é Libertadora. Quer dizer que Forças Progressistas a partir da década de 1980 entregaram o estado de São Paulo à Bandidolatria? PT e PSDB de histórica mediocridade entregavam os Cidadãos Paulistas ao crime e assassinatos? E só agora vocês tem a cara de pau de reconhecer a verdade? E divulgá-la !!!! Então os números da bárbarie apresentadas neste mesmo Veículo em outra matéria só corrobora com a verdade? A EXPLOSÃO DA CRIMINALIDADE a partir dos anos de 1980 com a Lei da Anistia, a criação do PT, a volta de párias como Montoro, Covas, Picolé, Brizola, Teotônio, Dirceu, Genoíno, Arraes,…e tantos outros que construíram a tragédia destes 40 anos de farsante Redemocracia, ao lado de seus parceiros de sempre Sarney, Collor, ACM, Agripino Maia, Jader Barbalho, Bezerras, Coelhos, Efraim’s, Jucá,…E CONHECEIS A VERDADE. E A VERDADE VOS LIBERTARÁ. E está libertando. Finalmente depois de 90 anos de trevas. Pobre país rico. Tancredo neves de Estado Fascista de 1930 à Farsante Redemocracia de Párias Corruptos como seu Neto de 1980. Explosão da Bandidagem. Afinal seus braços políticos foram anistiados. Mas de muito fácil explicação.

  8. Sinceramente, acreditar na polícia como instituição positiva do estado, acreditar que em algum momento da história política brasileira (porque a polícia é uma instituição absolutamente política, e em nada pública) ela poderia ter sido um espaço institucional de modernização e democratizante, é uma ingenuidade e uma ignorância estúpida da realidade social do país, mas muito próprias da classe média e dos analistas e intérpretes sociais oriundos desta classe. Esses erros de análise e interpretação correspondem muito bem ao apego, de tais analistas e intérpretes, a uma visão essencialmente institucional da política e da sociedade nacionais, e consequentemente a uma crença infundada no “progressismo” de certas movimentações, mudanças, e “novidades” em matéria de gestão “pública”. O que é necessário é se atentar à realidade dos fatos, à realidade das coisas: A realidade de que neste país a polícia foi criada e alimentada para “civilizar” o povo, isto é, para correr atrás de preto e de pobre (pobres quase todos pretos), reproduzindo assim as estruturas sócio-econômicas de poder. É necessário também não se furtar a dizer a realidade de que a polícia brasileira é essencialmente corrupta e assassina, não apenas em razão das políticas de segurança pública dos governadores estaduais do país (que mantém insistentemente e por motivos óbvios uma política de relações promíscuas entre polícia e crime organizado), mas também porque o seu próprio corpo profissional constitutivo (formado historicamente como um baixo clero do poder executivo do estado, e após a abertura de acesso à essa instituição, entendendo-se a si próprio como o braço armado do mesmo), arrogou-se e arroga-se ainda hoje a legitimidade do uso da violência, isto é, a legitimidade do uso do poder político que lhe coube em partilha. Não nos enganemos, a sede de poder consome esse país, e aqueles que ainda hoje (diante das circunstâncias trágicas da violência que existe aqui) desejam ingressar nas forças policiais, o que buscam é poder (seja qual for o tipo que venha a lhe caber em partilha: o poder de vida ou de morte; o de manter a sua própria existência ou de determinar a supressão da existência dos outros).

  9. O mais inacreditável é que a truculência tenha se multiplicado em um governo petista, pouco antes da Copa do Mundo, ainda na Copa das Confederações, em 2013, junto com os protestos de junho. E a contribuição não se deu apenas do ponto de vista administrativo, do governo federal para os estaduais. O empenho do PT, nesse aspecto, foi muito mais profundo. A ponto de a filósofa Marilena Chauí vir ao Rio dar palestras em quartéis da PM, inclusive no BOPE (“Homem de preto, qual é sua missão? / É invadir a favela e deixar corpo no chão”), a fim de orientá-los e incentivá-los na repressão aos manifestantes de esquerda. Pasmem! Essa história ainda está para ser (mais bem) contada!

    1. Um aumento da truculência policial num governo petista, se de fato ocorreu, pode até ser explicada como uma reação da corporação ao PT e não sob orientação do governo do PT. Mas Marilena Chauí dando palestras em quartéis orientando na repressão aos manifestantes de esquerda é uma história que tem urgência em ser (mais bem) contada. De minha parte, por ora, considero uma enorme fake-news, uma baita tentativa de assassinato de reputação. Alguém poderia esclarecer melhor ?

  10. Tem um documentário acessível no Youtube onde se pode confrontar com teses perturbadoras sobre as idas e vindas das ciências na investigação da origem da vida na Terra.
    A pesquisa parte da seguinte indagação. Origem da Vida – Acidente ou Design Inteligente?
    Para estudar as origens da degeneração que se abateu sobre as polícias, civis e militares, o título da pesquisa poderia ser:
    Degeneração das Polícias – Fatalidade ou Aparelhamento Espúrio?
    Essa pesquisa vem sendo desenvolvida e as primeiras avaliações são igualmente perturbadoras.
    https://www.youtube.com/watch?v=fPZAWAO6_YQ
    Com a diferença que o dedo inteligente que atua sobre o objeto de estudo, nesse caso, é humano. E da pior cepa da espécie. A mesma cepa de onde se originam aqueles que levaram também todas as principais instituições nacionais ao estado de absoluta degenerescência em que se apresentam atualmente.

  11. As UPPs aqui no RJ tinham tudo para funcionar.
    Para tanto, bastava que quando a lei se estabelecesse na comunidade os fora-da-lei saissem, o que não ocorreu. A convivência destruiu o projeto.
    Durante anos trabalhei numa empresa que disponibilizava transporte para funcionários e durante este período não foram poucas as vezes que interrompemos a viagem para passagem de algum “bonde” da bandidagem na via. Se acham pouco, se imagine dentro de um ônibus diferenciado (destes utilizados em viagens interestaduais com ar, o que na época não existia nos urbanos ), com todos sentados no horário do rush e uma molecada armada te encarando.
    Após o início do projeto UPPs e até hoje (utilizo a via ainda) os “bondes” sumiram.
    Enfim, um mau resultado é consequência do grau de tolerância concedido às falhas encontradas no projeto. Percebendo os desvios, quem coordena o empreendimento deve agir rapidamente para recolocar o trem nos trilhos.

    Podemos observar as consequências danosas da falta de reação imediata em relação aos desvios nas declarações do governador de SP sobre os desatinos deste governo ora aboletado em Brasilia, cuja leniencia e acobertamento de atos que põem em risco a democracia em favor do estado de terror, de exceção e de obscurantismo, desagua na morte de inocentes por todo Brasil.
    https://www.jb.com.br/pais/politica/2020/02/1022450-moro-precisa-ter-mais-firmeza-ao-lidar-com-motim-de-pms–afirma-doria.html
    E tudo corroborado por aquele que representa o maior risco a nossa fragil democracia.

    https://www.jb.com.br/pais/politica/2020/02/1022458-bolsonaro-compartilha-convocacao-de-ato-com-grupos-autoritarios-contra-o-congresso-e-gera-repudio.html

    Aliás, a respeito do apoio do imbecil mor e de “parlamentares” de partidos apoiadores, impossível não deduzir o alto grau de burrice destas amebas.
    Afinal, apoiar um ato contrário a um dos pilares da democracia como aprovação da fala de um general desprovido de bom senso é um tiro na bunda. Sem congresso nao há democracia, sem democracia governa um general, não um simples capitão ou um civil, estes buscarão apenas que se abafem seus crimes ou os dos seus.
    Por fim, vale destacar que estes facistas vêm tentando fazer o mesmo com o STF, mas como a maioria reage com energia ao crime os canalhas se seguram. Que o congresso faça o mesmo, forme maioria e defenda a democracia, sob pena de que o “foda-se” do general alheio ao processo democrático se concretize.
    Quem viveu sob uma ditatura como eu vivi por 21 anos sabe a merda que é a falta de uma constituição.

  12. Nassif, sua ingenuidade é compreensível.
    Mas nem por isso menos assustadora.
    Polícia, do radical grego pólis, como política, é tema intrínseco a noção de estado, afinal foi o medo (da fome e dos saques dos vizinhos) que transformou bandos de coletores em aldeias e aldeias em cidades.

    Esse preâmbulo indica que não podemos imaginar um projeto qualquer de segurança pública desconectado do avanço da sociedade em si.
    Toda essa balela que Nassif acreditou era, no máximo, conversa para ninar semovente.
    Sem distribuir renda e diminuir desigualdade não há segurança. Ponto.

    Sobre o pacto do partido (pcc) com o partido do capital paulista é preciso dizer:
    Ele foi imposto pela unicidade e escala econômica alcançada pela organização.

    O que não aconteceu no RJ e sua miríade de comandos de comandos (como cantou Fernanda Abreu), onde a dinâmica econômica, o aspecto geográfico das fatias pobres da cidade, e principalmente a proximidade com as instalações bélicas das FFAA (centros “fornecedores”) levaram a uma pulverização das cadeias produtivas do tráfico.

    Sem mencionar questões culturais: a Globo é carioca de origem e de gestos, e isso faz enoooorme diferença na postura de governantes.
    Resumindo:
    Sem o fim da proibição e anistia para todos os crimes derivados do tráfico e associações para o tráfico com entrega de armas com indenização (sim, é melhor pagar caro para apreender uma arma que esperar que ela cumpra seu objetivo fatal), não haverá um futuro digno desse nome.

    PS: Nassif Polícia não tem nada a ver com cidadania ou democracia
    Ela é o Estado armado(e assim deve ser).
    Só controlamos ela se controlamos o Estado.

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