A morte de Tide Hellmeister

Por Elizabeth Lorenzotti

Nassif

Por favor, noticie o falecimento de Tide Hellmeister, nosso grande artista gráfico e mestre da colagem, ilustrador da coluna de Francis no Estadão e em O Globo durante anos. Dia 31, de problemas cardiacos, após cirurgia de emergência.

A missa será na quarta, dia 7, às 19h30, na Igreja São Gabriel no Itaim, Av. São Gabriel, 108.
Voce já destacou aqui trabalhos dele, que estão no Dossiê Caricatura, e não sei como puxar (clique aqui)
Paulistano de 1942. Breve estudo de desenho e pintura com o pintor João Suzuki. Iniciou-se profissionalmente como auxiliar de desenho e cenografia do extinto Canal 9, TV Excelsior, como assistente do pintor e cenógrafo Cyro Del Nero.

Colaborou na Massao Ohno Editora, executando livros de vanguarda como capista e programador visual, obtendo prêmio na Bienal do Livro do México, 1964. Criou capas de discos para várias gravadoras: RGE, Fermata, RCA Victor, Philips, recebendo o Prêmio Léo, na Argentina, como melhor capista de 1966.

Trabalhou no projeto visual para a implantação do Jornal da Tarde. Foi editor de diagramação e arte da edição diária e dominical no jornal Última Hora;

Foi diretor e consultor de arte na Editora Abril entre 1978 e 1983, junto às revistas Exame, Quatro Rodas, Cláudia, Placar, Moto, Cláudia Moda, Viva Vida, Contigo, Nova, Saúde e Jornal Noticiário da Moda e também junto ao Departamento Comercial da Editora. Diretor de arte do Círculo do Livro; consultor de arte da Abril Cultural (depois Editora Nova Cultural) e da Editora Best-Seller. Autor do projeto visual para o Prêmio Abril de Jornalismo.

“A vida é uma colagem”, ele dizia. Trabalhador incansavel, com uma produção incalculável. Completaria 50 anos de carreira em 2009.


Luis Nassif

18 Comentários

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  1. Puxa Mario, mas que
    Puxa Mario, mas que conicidência você estar aqui. Vi sua lágrima de papel por ele, muito legal. Só a idade não é 84, maas 66. Abraço

  2. Mario, muito bonita sua
    Mario, muito bonita sua homenagem no flickr, pena que não consigo entrar para comentar lá.

    Mas deixo aqui o comentário, já que este blog faz critica da mídia: o Tide passou 50 anos da vida ilsutrando jornais, revistas, livros, na maioria jornais.

    Ilustrou por 7 anos a coluna do Paulo Francis no Estadao e no Globo, e Francis declarou uma vez que não sabia se a ilustração dele era moldura do texto ou vice-versa.

    Muito bem: a Folha, segundo soube, porque não leio quase, deu uma notinha sobre a morte dele. o Estadao nem isso…

    Passei biografia, dados e dicas para o caderno 2 do Estadão, e nada.
    Nem uma linha.
    Só saiu no necrologio de sábado, por iniciativa do irmão do Tide.

    Entetanto, nas noticias do caderno, saiu a morte do boi Bandido, que era ator de uma novela da Globo.

    Os tempos são, mesmo, muto tristes com relação à imprensa.

    Mas o que salva são artistas como você, que resgatam sua importância e influência, e os comentários que vi em sua página, e os milhares de admiradores do Tide.
    Um abraço

  3. Os acontecimentos são como
    Os acontecimentos são como uma teia de aranha onde cada fato esta interligado, e de alguma forma, mesmo que imperceptível num primeiro momento, refletem sobre o todo. Se a imprensa noticia coisas aparentemente sem importância para um certo público (morte do boi, gordura de um certo jogador, pixação etc), deveria estar atenta às outras notícias que sustentam a emoção, a arte e a cultura. Infelizmente estamos privados da presença do Tide mas sua arte, com certeza, pode tocar cada parte dessa teia. Onde estão os cadernos de cultura da grande imprensa com uma reportagem especial sobre vida e obra do Tide?

  4. Elizabeth, Mário, Graça…
    Elizabeth, Mário, Graça… meu deus, que bom que vocês se manisfestaram. Achei que estava ficando louco, sozinho… Depois de tudo o que o Tide fez pela arte, pelo design e pelo grafismo jornalístico deste país nos útlimos 50 anos, ninguém – mas, ninguém mesmo – teve a dignidade de tornar público um evento tão doloroso quanto a perda desse mestre. Estou chocado até agora. Pela falta de visão, consideração, reconhecimento, e, até de cultura – por que não?, desses que estão sentados atrás da chancela da editoria dos grandes jornais. E estou triste. Por não ter mais a oportunidade de encarar aquele sorriso quase garoto, de quem descobria a cada instante uma nova travessura possível no talho do papel, do traço, da cor. Convivi com Tide por quase seis anos, criando intensamente textos para as suas imagens, interferindo constantemente em suas diagramações, dando palpites nas cores dos seus pincéis, provocando a ira sempre risível dos seus trocadilhos infames. Foram incontáveis projetos, frutos dessa parceria, que ficaram guardados até hoje nos meus arquivos pessoais. Digo até hoje pois acabo de resgatá-los para ilustrar um texto, para mim muito especial, que estou escrevendo sobre Tide Hellmeister. Vão desde roughs (em vegetal) das páginas do revolucionário tablóide “Arte, Afinal”, passando por capas de livros memoráveis e projetos de comunicação visual, até ilustrações-colagens, peças publicitárias e catálogos para seus próprios vernissages. A memória de Tide merece muito mais. Lembrá-lo é o mínimo que podemos fazer.

  5. Perdi meu eterno incentivador
    Perdi meu eterno incentivador irmão Tide..
    Agora o céu estará mais colorido com suas colagens.

    Saudades Saudades Saudades.

    De seu eterno admirador

    Chiquinho

  6. Amigos

    é muito bom saber que
    Amigos

    é muito bom saber que não estamos loucos sozinhos.
    Graça
    sempre lembro da frase terrivel e verdadeira de Hannah Arendt: “A sociedade de massas arruina tudo o que toca”.

    Não há espaço para a delicadeza, amigos. Infelizmente.

    Edson-

    também fiquei muito chocada, me fez mal até fisicamente constatar isso, a falta de uma noticia sequer sobre o Tide – que mereceria grandes materias, no minimo, dessa infeliz grande imprensa para a qual tanto ele contribuiu.
    Gostaria de ver esse seu resgate quando estiver pronto.

    Chiquinho, um abraço

  7. Tide Hellmeister foi um
    Tide Hellmeister foi um artista na acepção da palavra. Talentoso, criativo, incansável e apaixonado pelo que fazia. Tenho o privilégio de ter encomendado um quadro a ele recentemente e com enorme carinho irei preservá-lo. É com muita tristeza que envio meu abraço para toda a família Hellmeister.

    Do amigo e admirador, Ricardo Granito.

  8. Edson, ainda bem que te
    Edson, ainda bem que te encontrei. Não estava encontrando seu tel, e-mail, enfim…Me lembro muito bem quando criança, do jornal que vocês faziam, o Arte, afinal, era fantástico, tenho exemplares até hoje em casa.
    Uma pena que os grandes veículos não estão dando nada, ainda bem que temos a internet para reencontrar os amigas e divulgar a notícia.
    Um abração!

  9. Edson W.Soares.
    Que bom
    Edson W.Soares.
    Que bom saber notícias suas.
    Epson.

    Graça. Obrigado pela lembrança.

    É realmente uma pena que os grandes veículos de comunicação nada falaram sobre meu irmão.

    Tem nada não…Continuem falando de novelas, de crimes bárbaros, de corrupção. Essa é a cultura infeliz que norteia os grandes meios de comunicação.

    Foi uma pena muito grande a perda de meu incentivador, meu grande mestre na culinária, meu amigão muito querido, meu irmão .

    Saudade, Saudade, Saudade.

    Fique com Deus Tidão..

    Chiquinho.

  10. Vi a notícia da morte do Tide
    Vi a notícia da morte do Tide na Folha. Uma nota, nada mais. Eu me tinha como um dos amigos dele. Amigo distante em muitos sentidos. E nos últimos anos acho que falhei numa ajuda que poderia dar ao Tide num projeto que associava colagens e eventos na área de RH. Uma idéia ousada, bonita e romântica como tudo que ele propunha. Fiz pouco e fui deixando o principal para depois. Agora resta apenas um sentimento de não ter me empenhado mais em articulações com gentes de RH. Ao mesmo tempo, resta-me o orgulho de ter sido amigo do Tide num ambiente no qual gente engravatada era incapaz de respeitar a criatividade do grande artista.
    No meu blog registro pesar pela morte do amigo e minha falta de empenho no projeto colagem/RH. Seguimentos de tal registro me trouxeram até aqui. Vejo que Beth e Graça continuaram amigas de sempre do Tide. Abraço-as neste momento de tristeza. Mas, ao mesmo tempo, me proponho a com vocês todos a fazer todas as homenagens que o Tide merece. Saudades e grande abraço, Jarbas.

  11. Quando Tide dizia que “a vida
    Quando Tide dizia que “a vida é uma colagem” ele retratava, de forma irretocável, sua relação com a vida.

    Trabalhei com ele na Gazeta Mercantil, numa época em que o jornalismo ainda não havia se transformado em produto tecnológico sofisticado.

  12. Estive com Tide no lançamento
    Estive com Tide no lançamento do “Calendário”, sua última obra, no dia l7 de dezembro. Era só alegria e entusiasmo. Tiide respirava arte e sua morte, prematura, foi um duro golpe para a colagem no Brasil, que tinha nele seu mestre e referencial máximo.
    Trabalhei com ele, na Gazeta Mercantil, numa época em que o jornalismo ainda não era o produto tecnológico sofisticado de hoje.
    Para a família e os amigos só o tempo poderá ajudar a diminuir a dor que, quando transformada em saudade, o tornará cada dia maior.

  13. Sinto imensamente a perda
    Sinto imensamente a perda deste grande nome das artes gráficas brasileiras. Conheci o Tide quando ele ainda trabalhava no SESC. Ele e meu pai (Oswaldo Campanha) foram grandes amigos e trabalharam juntos em projetos para empresas. Estive em algumas de suas esposições e sempre fiquei deslumbrado frente à criatividade e magnitude de suas obras. Sua capacidade de trabalhar com os mais diversos materiais criando obras inenarráveis ilustrou, decorou e engrandeceu o setor das artes neste país.
    Infelizmente perdi contato com ele há três anos, logo depois da morte de meu pai. Lembro-me ainda de um comentário seu quando me presenteou com uma de suas obras na década de 80: “Wado, guarde este presente por mais alguns anos. Quando eu morrer é capaz que valha alguma grana”. Sua criatividade e seu talento só não superaram sua espontaneidade, irreverência e alegria. Fique em paz meu amigo. Foi uma honra conhecê-lo.

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