A tragédia gaúcha

A tragédia das finanças do Rio Grande do Sul é antiga. Foi agravada no governo Antonio Britto, quando o governador acreditou que o crescimento da economia, no pós-real, prosseguiria no mesmo ritmo do segundo semestre de 1994 – quando foi estimulada por excesso de liquidez e câmbio super-apreciado. Britto apostou no crescimento, aumentou despesas com pessoal, e depois foi apanhado de calças curtas.

Depois de Britto, o estado passou por Olívio Dutra, do PT, e por Germano Rigotto, do PMDB. Nenhum deu jeito nas contas. O desafio agora está em mãos de Yeda Crusius, do PSDB. Seu primeiro ato foi tentar aumentar os impostos, solução que ninguém mais aceita. Agora fala em segurar despesas por cem dias. É uma solução paliativa. Se não se cercar de quadros de primeira, Yeda fracassará onde seus colegas já fracassaram.

Luis Nassif

29 Comentários

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  1. Na época da inflação
    Na época da inflação galopante, tantos os governantes como os empresarios, aplicavam o dindim, e solucionavam seus problemas com os juros. A inflação caiu e os problemas apareceram. Coisas da economia neste caso aliada à administração. Esses governantes não sabem ainda que devem gastar ou se endividar dentro das possibilidades de arrecadação do Estado. Mandar funcionários embora? Não, isso não dá voto. Acabar com a corrupção? Não, pode estar com o rabo preso. Fazer as compras das obras do Estado via leilão eletronico? Não, e os 10%? Fica difícil. Então, o mais fácil é partir para o aumento dos impostos. Nada mais justo.

  2. O processo é mais sutil. Em
    O processo é mais sutil. Em um ambiente de trabalho, o jornalista depende da avaliação das chefias. Quando um jornal resolve mudar sua linha, essa nova orientação fica implícita. Os infiéis ficam sem espaço e os “realistas” tornam-se defensores fanáticos da nova ordem. Ficàm com a convicção de cruzados combatendo os mouros; enquanto os infiéis perdem espaço. É por aí que se produz o pensamento único.

  3. So para deixar claro, não era
    So para deixar claro, não era um novo aumento de impostos e sim a manutenção de aliquotas maiores já existentes e que acabariam agora. Assim o que foi proposta era a manutenção do que já era cobrado anteriormente. O Tarso não foi gov. neste periodo tb??
    Alias ela como outros governadores estão em maus lençois, presa com as vinculações orç., estabilidade funcional, pgto divida. Situação muito díficil mesmo, mas como dizem por ai, nas dificuldades surgem as oportunidades, tomara que ela consiga dar a volta por cima para o bem do Rio Grande e do Brasil.

  4. Nassif,
    A despeito da
    Nassif,
    A despeito da situação do Rio Grande do Sul, outros Estados da Federação estam reivindicando a renegociação de suas dívidas. O Presidente Lula aproveitou e deu uma espinhada, dizendo que os Estados uma vez que gastaram os recursos das privatizações sem abater suas dividas, estariam recorrendo à União para terem o que pela LRF não podem. Gostaria que o amigo introduzisse esse debate sobre o assunto. Adianto aqui que o Governo Collor e FHC perderam a oportundidade de, no programa de privatizações, vincular obrigatoriamente parte da receita das vendas para o pagamento das dívidas, pois ao que parece nenhum Estado fez sua lição de casa, e agora querem que o governo federal assuma. Não sei as implicações de tal exigência na base legal que sustenta nossa federação. Mas se o FHC atropelou tanto a autonomia de Estados e Municipios, talvez cabesse pelo menos essa medida.

  5. Caro Nassif

    Todos sabemos
    Caro Nassif

    Todos sabemos que o ex governador do Rio Grande do Sul, sr Antonio Britto era no inicio da decada de oitenta reporter da TV Globo. Com a eleição de Trancredo Neves no colégio eleitoral o mineiro escolheu Britto para ser seu assessor de imprensa. Tancredo não chegou a tomar posse na presidencia e veio a falecer. Nas eleições do final de 1986 o PMDB conseguiu eleger até “poste” graças a mentira do “plano cruzado. Entre os eleitos estava Antonio Britto, governador do Rio Grande do Sul. O tempo provou que o mesmo era competente como reporter mas afundou o estado por ele governado. No inicio da decada de noventa veio a comandar a fabricante de calçados “Azaleia” e a mesmo entrou em parafuso. Nas ultimas eleições o PT chegou a eleger, graças ao “bolsa familia” alguns governadores entre eles o da Bahia Jaques Wagner. Sabe no que vai dar ? A maior parte dos políticos brasileiros são incapazes de gerir um botequim de esquina. Daqui a quatro anos voltarei ao assunto . . .

  6. Como as coisas e opiniões
    Como as coisas e opiniões mudam rapidamente neste País, dependendo do lado em que se esta. Na câmara dos deputados a senhora Yeda Crusius era crítica ferrenha do govêrno, pregando a redução imediata da carga tributária. Dias após, ao se eleger governadora, mesmo antes de assumir o cargo, manda um PACOTAÇO para a assembléia legislativa por intermédio do ex-governador Rigotto, propondo um TARIFAÇO (aumento de impostos), que foi regeitado até pelo PFL, fazendo com até o vice-governador atual já tenha desfeito o casamento. É COMO EU DIGO SEMPRE: UMA COISA É FALAR QUANDO NÃO SE TEM RESPONSABILIDADE SOBRE NADA (O MEU CASO AQUI). OUTRA COISA É AGIR QUANDO SE TEM A OBRIGAÇÃO E O DIREITO DE PELO MENOS TENTAR CORRIGIR O QUE ESTA ERRADO. Voce tem razão Nassif, a governadora entrou numa tremenda arataca.

  7. E em Alagoas, o Téo Villela
    E em Alagoas, o Téo Villela (PSDB) resolveu tirar o aumento dos servidores, solução que estes também não aceitam mais. Entraram em em greve.

    E pelo toque que o ex-governador Luís Abílio (PDT, ex-PSB) deu, o próprio Téo, em abril do ano passado, havia concordado em dar isonomia salarial pros professores, isonomia que agora retirou por decreto. O Abílio apoiou declaradamente o Téo. E a concordância do Téo com o aumento dos professores deve ter se dado por motivos eleitoreiros. Agora que o pepino está nas mãos dele, ele grita. Pepino, aliás, que há muito tempo é reclamado pelo governo de Alagoas, porque o FHC (por sinal bem amiguinho do Téo), à época da renegociação da dívida dos Estados, impôs o comprometimento de um percentual muito alto da receita com o pagamento da dívida. Mas é claro que o Téo está se fazendo de santo (com a ajuda da Globo), como se nada tivesse a ver com isso. E em tem mais coisas que ferraram e ainda ferram o Estado, tal como o Acordo com os Usineiros. O Téo, aliás, é usineiro também.

    Enfim, não sei como as coisas vão se resolver e nem que rumo vão tomar. A única coisa que sei é que os servidores não aguentam mais ser sangrados por causa das dívidas do Estado, que só aumentam com essa política de juros na estratosfera.

  8. A Tragédia Gaucha é prova que
    A Tragédia Gaucha é prova que a Lei de Responsabilidade Fiscal não pegou.

    O RS é apenas um dos Estados nesta situação.

    Hoje em dia a LRF só serve para alguns administradores justificarem a falta de investimento ou aumento de salários dos funcionálismo.

  9. Acho que sim. Ter uma empresa
    Acho que sim. Ter uma empresa de padrão global, exportando para o Mercosul, é algo do qual não se deve abrir mão. Mas a Bahia tinha as contas em ordem, o RS não. Isso pesou também.

  10. Nassif,
    Sou gaúcho, porém não
    Nassif,
    Sou gaúcho, porém não tenho esperança alguma neste governo Ieda, ela já mostrou a sua arrogância e levou uma trombada da assembléia legislativa antes mesmo de tomar posse, a ponto de o principal personagem da oposição ser seu vice-governador.
    Além do mais, parece que teremos mais do mesmo, promessa de “choque de gestão” e primeira medida aumento de impostos. Britto, Rigotto e Ieda parece serem iguais em tudo, inclusive nas equipes que os acompanham.

  11. Eu acreditei algum tempo
    Eu acreditei algum tempo atrás que a solução para moralizar seria a mulher voltar ao comando, matriarcado, mas depois de Marta Supilicio, Rosinha , Helen Grace, posso dizer que a Mestre Yoda, digo Yeda, vai ser outro fracasso.. e ver pra crer, não votei nela (votei nulo) e sei que nao vou morder a lingua.

  12. Para CLÁUDIO (IUS)

    CÉSAR,
    Para CLÁUDIO (IUS)

    CÉSAR, como ousas desacatar o “sexo frágil” dessa maneira”? A tua mama deveria ter te dado umas boas chineladas.
    Somente vou desculpar a ofensa feita às matronas, por este nobre imperador, em função do título concedido, no Senado Romano, ou quem sabe na China Imperial, ao MESTRE YODA, caso contrário estarias jogado às feras, tche.
    Abraços
    lu dias

  13. Paulo, passei o dia inteiro
    Paulo, passei o dia inteiro fora. Poderia delegar para terceiros a liberaçao dos comentários, mas é que gosto de ler também. Da próxima vez deixo alguém incumbido de liberar. Quanto ao embaixador e governador, a quem você se refere mesmo?

  14. Faltou dizer que o Olivio
    Faltou dizer que o Olivio Dutra contratou 1 funcionário/hora durante o seu governo, inchando a máquina pública. (www.polibiobraga.com.br)

  15. Sobre o Carlos Lacerda, uma
    Sobre o Carlos Lacerda, uma precisão (desculpem se parecer picuinha): na verdade ele nasceu no Rio, em Vassouras foi somente registrado. No município de Vassouras, perto da antiga estação do Commercio, ficava a casa do avô dele, Sebastião de Lacerda, que foi ministro da Viação e que, mais tarde, deu nome ao distrito onde fica a casa (não sei se virou município). O Carlos escreveu um bonito livro sobre essa modesta casa: “A casa do meu avô”. A propósito dessa história de registro, era comum as pessoas nascerem num lugar e serem registradas em outro. Minha avó materna nasceu na fazenda do Oriente (Vassouras), mas foi registrada no Engenho de Dentro. Fluminense de nascimento, carioca de registro. Já o neto que aqui escreve é carioca de nascimento e de registro, e Fluminense de coração…

  16. Nassif ,o quadro é mais
    Nassif ,o quadro é mais desalentador do que pintou o Sr.Marcelo Luiz. A mídia não divulga,até por ter “apostado” nesta chapa,mas os bastidores estão piores que o palco. O resumo da ópera é: quém está fora,” pelo amor de Deus não me convide”,e quém está dentro,” por favor,posso saír”.Embora não tenha sido o candidato de 47% do eleitorado,tenho certeza não há quém torça pelo agravamento desta situação.

  17. A crise gaucha decorre de
    A crise gaucha decorre de vários fatores. Primeiro e mais importante o peso dos inativos sobre o estado, mais da metade da folha salarial é de inativos (maior percentual do Brasil); segundo devido as peculiariades da economia gaucha que tem um proporcionalmente elevado superavit comercial oque gera perdas de icms, devido a lei Kandir, não compensada pelo baixo nível de importações; terceiro fator é o baixo nível de carga tributária no estado que é um dos menores do país. A estes fatores estruturais acrescenta-se falta de visão do ex-governador Britto que ao invés de distribuir o dinheiro das privatizações em incentivos fiscais deveria ter criando um fundo para a ajudar no pagamento dos inativos aliviando o tesouro do Estado.
    Sobre a governadora Yeda, a quem não dei meu voto, parece sim estar cercada de gente muito competente e ter sim um plano para tirar o estado da crise, oque não ocorreu ainda foi percepção do tamanho da crise por algus setores da sociedade como empresarios, membros do judiciário, servidores públicos e alguns politicos. Sobre o pacote enviado a assembleia ele fatalmente ira voltar e sera aprovado proque quem conhece as contas do estado e não esta compromentido com este ou aquele setor sabe que uma elevção dos tributos é indispensável

  18. Luiz Eduardo, vou preparar
    Luiz Eduardo, vou preparar minha crônica semanal justamente em cima de um dos “esquecidos” daquela matéria. Belo material, aliás.

  19. Caro Luis Nassif, por que a
    Caro Luis Nassif, por que a política brasileira quer sempre reinventar a roda? Organizar a administração e as finanças públicas não é fácil, mas os caminhos e instrumentos estão aí. Em primeiro lugar, há que se deixar de ser otário ou de jogar no outro time (não sei em qual categoria se encaixam os responsáveis (sic) pela política monetária nacional) e trazer os juros para o menor patamar absorvível pelo mercado, inclusive porque o eventual impacto inflacionário de tal medida é perfeitamente administrável. É por aí que começa o choque fiscal, já que bastaria que o COPOM …. E, ao mesmo tempo em que se estanca essa sangria de recursos, promova-se, sem inclusive a necessidade de mudanças normativas e, portanto, sem a necessidade da colaboração de nossos veneráveis legisladores, a desprivatização do Estado brasileiro, nos planos federal e estaduais. Começando, por exemplo, por ocupar, em bases meritocráticas, muitos dos cargos de confiança com funcionários de carreira e deixando outros tantos vagos por inúteis serem. Já por aí, percebe-se que dá para economizar um bom dinheiro. Estanque-se também a distribuição, a torto e a direito, dos suados recursos do contribuinte para organizações governamentais. As sérias e capacitadas irão, certamente, conseguir angariar recursos na iniciativa privada. Façam todos, eu disse todos, os procedimentos licitatórios pela Internet. Diminuam-se também os gastos publiciários dos governos, preservando apenas as veiculações de real interesse público. Vetar, constitucionalmente, referências ao nome do governante foi um avanço. É preciso prosseguir, restringindo gastos e saneando as relações entre governo e empresas de comunicação. Imprescindível também seguir combatendo fraudes, com o auxílio das carreiras públicas revitalizadas, estimulando-se o viéis positivo do corporativismo. Que se implantem também modernos instrumentos de gestão, com a utilização de um efetivo sistema de indicadores, na linha defendida por esse blogueiro a quem me dirijo. Tudo isso feito, diminua-se a carga tributária, estimulando-se, por conseguinte, o crescimento econômico e novos investimentos produivos. Sem, por enquanto, a necessidade de se fazer qualquer reforma constitucional. Para a governadora do Rio Grande do Sul, fica também a sugestão de escolher como assessora uma secretária gaúcha que, ganhando 350 reais por mês, faz verdadeiros milagres. Esteve presente num dos blocos de um Globo Repórter recente e comprova a tese de que o povo brasileiro tem muito a ensinar aos seus governantes.

  20. Nassif, não se esqueça do
    Nassif, não se esqueça do FUNDOPEM criado no governo Britto que “dava” dinheiro do estado para multinacionais, com muito pouco retorno. Veja este tema e entenderá melhor o que foi isto!

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