Edição de hoje do “The Guardian” registra o sensível enfraquecimento político de Marina Silva no cenário político brasileiro. Embora isso seja evidente desde o terceiro lugar obtido nas eleições presidenciais de 2010, a mídia nacional tende a superestimar o papel de Marina em 2014. Nos últimos dias, por exemplo, tem sido atribuído a um suposto temor do poder de mobilização da ex-ministra do Meio Ambiente o projeto com regras restritivas aos novos partidos.
Se a afirmação do The Guardian estiver correta, vale a pergunta: se Marina perdeu a importância no cenário, que ganho político teria a base governista de se mobilizar em torno de um projeto apenas para inviabilizar a criação de seu partido, a Rede de Sustentabilidade?
Da Folha de S. Paulo
Marina Silva deve enfrentar dificuldades em 2014, diz jornal britânico
BERNARDO MELLO FRANCO
DE LONDRES
Em reportagem publicada nesta terça-feira (23), o jornal britânico “The
Guardian” afirma que a ex-senadora Marina Silva deve enfrentar
dificuldades para concorrer novamente à Presidência em 2014.
O texto elogia a trajetória de Marina na militância ambientalista, mas
sugere que ela perdeu espaço político no Brasil após o terceiro lugar na
eleição presidencial de 2010.
“Apesar do seu perfil global –ela carregou a bandeira olímpica na
abertura dos Jogos de Londres– [Marina] Silva mergulhou nas sombras em
seu país”, diz o jornal britânico.
Segundo o “Guardian”, a agenda da sustentabilidade foi “deixada de lado”
pelo governo Dilma Rousseff em favor de investimentos em áreas como
mineração e infraestrutura.
“São tempos difíceis para ser um militante ambientalista”, afirma o
jornal, ressalvando que Marina já deu um “passo considerável” na coleta
de assinaturas para fundar seu novo partido, a Rede Sustentabilidade.
À publicação britânica Marina fala sobre a possível candidatura em 2014,
que ela ainda não anunciou formalmente. “Não sei se vai ser mais
difícil desta vez, mas sei que vai ser mais importante, porque muita
gente perdeu a esperança.”
O “Guardian” diz ainda que a fé evangélica de Marina teria afastado parte de seus possíveis aliados.
“[Marina] Silva continua popular, mas seu ardor religioso –ela se
converteu do catolicismo para o cristianismo evangélico– desanimou
alguns apoiadores em potencial”, diz o jornal.
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