DEFESA NACIONAL – Ministro Celso Amorim apoia cooperação ent

O ministro da Defesa, Celso Amorim, apontou a necessidade de cooperação entre países sul-americanos e africanos para garantir que o Atlântico Sul seja uma via segura de comércio. Amorim afirmou, no entanto, que nenhum país deve delegar sua defesa a terceiros.

“A fluidez do cenário internacional exige que o Brasil e a América do Sul possuam uma estratégia comum”, disse o ministro, em seminário promovido ontem na Câmara pela Frente Parlamentar de Defesa Nacional.

O ministro também destacou a aprovação da Medida Provisória 544/11, que cria um regime tributário especial para a indústria de defesa nacional. A MP foi aprovada na quarta-feira pela Câmara e seguirá para o Senado. Para Amorim, as medidas previstas na MP estão alinhadas como Plano Brasil Maior, que tem como objetivo aumentar a competitividade da indústria nacional.

Segundo o ministro, o governo também continuará a “dar boas-vindas” ao capital estrangeiro na indústria bélica. Além de parcerias entre nações sul-americanas e africanas, Amorim que há previsão de cooperação na área de defesa com países como Estados Unidos e Índia.

Caças – Ao deixar o evento, Amorim foi questionado sobre a compra de novos caças pelo governo. A aquisição vinha sendo negociada com França, Estados Unidos e Suécia, mas tem sido adiada. O ministro disse que o processo pode avançar neste semestre, mas ressaltou que a decisão cabe à presidente Dilma Rousseff.

Amorim lembrou que a compra não é simples, pois envolve a transferência de tecnologia e um índice de produção nacional, além de gerar obrigações contratuais durante dez anos. Ele disse que a aquisição dos aviões também levará em conta a capacidade financeira do País. “É uma compra necessária, mas não é barata.”

Independência – O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, afirmou durante o seminário que o desenvolvimento científico e tecnológico do País precisa estar associado à soberania nacional. Ele afirmou que o ministério desenvolve projetos em conjunto com o setor de defesa, que receberam investimentos de R$ 1,5 bilhão em 2010 e 2011.

Raupp disse que espera um aumento significativo dessa colaboração ao longo dos próximos anos. “Quase 50% das nossas atividades estão previstas na Estratégia Nacional de Defesa”, destacou.

Segundo o presidente da Frente Parlamentar de Defesa Nacional, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), o futuro e as perspectivas da Estratégia Nacional de Defesa são fundamentais para garantir a soberania do Brasil sobre o seu território. “A soberania não é uma questão das Forças Armadas, é questão nacional de desenvolvimento.”

Zarattini também destacou a importância da transferência de tecnologia, dos investimentos nacionais no setor e na capacitação de pessoal nos últimos anos. “Estamos formando pessoas com conhecimento tecnológico cada vez maior.”

Fronteiras e espaço marítimo são prioridades

O chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas, general José Carlos de Nardi, afirmou ontem no seminário que Exército, Marinha e Aeronáutica terão como prioridade, nos próximos 20 anos, a defesa da Amazônia, das fronteiras brasileiras e da chamada Amazônia Azul.

A Amazônia Azul corresponde às águas jurisdicionais brasileiras, que abrigam recursos de pesca e petrolíferos pertencentes ao Brasil. O que define o limite dessas águas é a existência de navios de patrulha na região.

Na Marinha, segundo o general, as previsões incluem a construção de submarinos, a modernização do poder naval, o monitoramento e o controle das águas de interesse do Brasil e a implantação da 2ª Esquadra no Norte e no Nordeste.

O general afirmou que, no caso do Exército, haverá menor concentração de brigadas no Sudeste e no Sul. A ideia, segundo ele, é colocar mais tropas no centro do poder político e criar novas brigadas para monitoramento das fronteiras.

Em relação à Aeronáutica, ele anunciou a previsão de deslocamento de caças para a região amazônica e de produção de aviões KC-390, da Embraer, para garantir a independência de mobilidade. Este modelo poderá substituir o C-130 Hércules, utilizado no transporte de tropas e cargas. (NN)

Redação

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