Xadrez das insurreições bolsonaristas, por Luis Nassif

Mas não deve haver ilusões: o país enfrenta nitidamente uma conspiração com participação de think tanks, pastores evangélicos, agentes infiltrados nas corporações públicas, inclusive no Exército, estimulando teorias conspiratórias.

Como entender o que se passa hoje no país, com multidões de zumbis, repetindo teorias conspiratórias das mais amalucadas, e acampando em frente aos quartéis?

Trata-se de um xadrez complexo, que envolve muitos personagens, um clima de mal-estar generalizado em relação às limitações do modelo democrático liberal, em cima dos quais atuam ideólogos e agentes provocadores, invocando vários instrumentos do fascismo histórico.

Um dos principais sociólogos contemporâneos, Manuel Castells faz uma boa síntese dos tempos atuais:

Peça 1 – como ocorrem os golpes civis

Nas duas últimas décadas multiplicaram-se os chamados golpes civis, sem o velho modelo de intervenção militar, mas com uso intensivo das redes sociais, insuflando a revolta popular. Foram batizados de “revoluções coloridas”, ou “primaveras”.

Não é um fenômeno simples e individual, como um golpe militar. Há a necessidade de uma insatisfação mais disseminada, que se espraia por vários grupos e organizações. É nesse caldeirão que atuam os demais personagens: os agentes ideológicos, os financiadores e a malta propriamente dita. alimentada por teorias conspiratórias.

O fato de existir um clima prévio de insatisfação impediu muitos analistas de enxergarem o todo. Passaram a enquadrar os movimentos pós-2013 na categoria de geração espontânea e qualquer tentativa de identificar influências externas foram tratadas como “teoria conspiratória”.

Isso porque havia o movimento de uma rapaziada em torno da bandeira do passe-livre, provavelmente nascido espontaneamente do ativismo digital. Havia (e há) um caldeirão de insatisfações diversas, no qual se movem estruturas organizadas para dirigir o movimento de manada para os jogos políticos.

Em 2015, o livro “Guerras Híbridas: Das Revoluções Coloridas aos Golpes”, de Andrew Korybko, traduzido para o português pela Expressão Popular, sistematizou os pontos em comum entre as diversas “revoluções coloridas”.

Um dos diagramas mostra o funcionamento desses movimentos.

No comando da organização, há os ideólogos fornecendo o cimento que juntará todos os tijolos. Abaixo deles, os financiadores e o social – os institutos e ONGs que passaram a organizar movimentos jovens por vários países.

Essas ONGs, das quais a mais notória é a Atlas Network, monta treinamentos para jovens atuarem politicamente nas redes sociais e na vida real. A partir daí geram um conjunto de informações, fatos e teorias conspiratórias que alimentam a mídia.

O símbolo de punho cerrado remete ao movimento original, que forneceu o know how e a inspiração para os demais: o Otpor!, sobre o qual se falará mais abaixo.

Cada um desses núcleos possui um patrocinador. No caso brasileiro, em geral organizações norte-americanas. Depois, os chamados Tenentes/Assistentes – os movimentos tipo Vem Pra Rua, MBL, Passe Livre etc. Finalmente, os civis/simpatizante, na sua versão atual infestando as portas dos quartéis.

Se o Ministério Público Federal quiser sucesso em sua empreitada de investigar os sediciosos, tem que identificar os ideólogos (que articulam todas as peças do jogo) e os financiadores.

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Peça 2 – a criação da tecnologia do golpe

A tecnologia das chamadas “revoluções coloridas” veio da Sérvia, no levante de 2000. Depois, houve a Revolução das Rosas, na Geórgia, em 2003; a Revolução Laranja, na Ucrânia, em 2004, e a Revolução das Tulipas, no Quirguistão, em 2005, todas elas no rastro do desmanche do império soviético.

A primeira organização que emergiu dessas manifestações foi a Otpor!, constituída por jovens da Sérvia, que depois adotou o nome de Canvas. Seu símbolo esteve presente em vários movimentos, inclusive nas jornadas de 2013 no Brasil.

Conforme trabalho de 2009 (quatro anos antes das manifestações brasileiras) por Felipe Afonso Ortega, na tese de mestrado de relações internacionais “Cores da Mudança? As Revoluções Coloridas e seus reflexos em política externa” pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, havia um padrão comum a todos esses movimentos.

  • Participação direta dos Estados Unidos, através do Departamento de Estado ou think tanks. Há uma divergência menor: se o apoio norte-americano (e europeu) foi essencial para o movimento, ou apenas ajudou a turbinar um descontentamento que já mobilizava a população.
  • Adesão dos revoltosos aos Estados Unidos, Europa e OTAN.
  • Ligações transnacionais entre todos esses movimentos.
  • A utilização de eleições (nem sempre presidenciais) para contestar abertamente o governo e/ou o regime vigente.
  • Uma grande participação popular, não apenas durante as eleições, mas também antes e, se necessário, após os processos de votação, para contestar possíveis fraudes. 
  • E uma mudança significativa de governo, às vezes acompanhada por mudança de regime. 

O episódio brasileiro mais revelador foi a própria eleição de Bolsonaro. Nos primeiros meses de governo, além de um lambe-botas humilhante em relação aos Estados Unidos, vendeu a ideia da entrada do Brasil na OCDE (o grupo de países desenvolvidos), embora provavelmente não tivesse a menor ideia sobre o seu significado.

Mark Bessinger, professor de Princeton e um dos autores mais citados sobre o tema “primaveras”, com o livro “Structure and Example in Modular Political Phenomena: The Diffusion of Bulldozer/Rose/Orange/Tulip Revolutions Perspectives on Politics”, mencionou::

“O governo Americano gastou 65 milhões de dólares promovendo a democracia na Ucrânia nos anos imediatamente precedentes à Revolução Laranja. Em maio de 2005, Bush viajou para Tbilisi, onde caracterizou a Revolução das Rosas como um exemplo a ser seguido por todo o Cáucaso e pela Ásia Central. Sob a influência das comunidades da sociedade civil que elas servem e de seus financiadores governamentais (…), um grande número de ONGs americanas (Freedom House, National Endowment for Democracy, National Democratic Institute, International Republican Institute e a Fundação Soros) silenciosamente passaram a adotar modos mais confrontacionais de promover mudanças”.

Peça 3 – os think tanks no Brasil

Todas essas revoluções – incluindo as manifestações de 2013 no Brasil – tiveram apoio ostensivo de Institutos e ONGs norte-americanos.

Não significa necessariamente que o grupo original do Passe Livre tenha sido pau-mandado de ONGs externas. Mas, a partir de determinado momento, houve o apoio direto de agências de publicidade ligadas ao Partido Democrata e que se especializaram em aporte operacional a movimentos dessa ordem.

Antes mesmo de 2013, houve os primeiros ensaios,  como o Movimento Cívico pelo Direito dos Brasileiros, conhecido como Cansei, organizado pelo então empresário João Dória Jr. Ou o Dia do Basta, em 2013.

A organização com maior penetração no país foi a Atlas Network, uma rede de think tanks americana canalizando recursos públicos do Departamento de Estado Norte-Americano e do National Endowment for Democracy (Fundação Nacional para a Democracia – NED) para estruturar, financiar e dar treinamento a uma série de afiliadas pelo mundo.

Os braços da Atlas Network no Brasil

No Brasil, o principal ativista e o ponto de contato com esses think tanks é Winston Ling, herdeiro do grupo Olvebra, de uma família ligada a Chiang Kai-shek, um dos governos mais corruptos da história, derrubado por Mao Tse Tung. Com a queda, famílias como a Ling e a família Pih fugiram para o Brasil com parte do patrimônio acumulado. 

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Ling não se envolve diretamente nos negócios da família, é considerado um bon vivant. Seu feito empresarial mais conhecido foi ter adquirido os direitos do concurso Miss Brasil. 

Ele vive em Hong Kong, onde dirige a Ouray Iniciative, de defesa da autonomia da região.

Peça 4 – o fator religioso

O segundo personagem relevante desses movimentos são pastores pentecostais.

Há dois movimentos que explicam sua ascensão no país – ambos ligados à geopolítica norte-americana.

O primeiro, o Relatório Rockefeller, fruto de sua viagem à América Latina em 1969.

Batizado de “A qualidade de vida nas Américas”, o relatório trazia conclusões interessantes. Uma delas era a ampliação do uso do rádio transistor que afetaria as expectativas de “milhões que ficam isolados por analfabetismo e por localizações remotas” e, sabendo que existiam modos de vida diferentes, “nunca mais se contentaram em aceitar como inevitáveis os padrões do passado”. O que comprova que toda mudança tecnológica na comunicação desorganiza o mercado de informações trazendo instabilidade.

Um ponto positivo foi chamar a atenção para a relevância da ciência e da tecnologia no crescimento e, consequentemente, na estabilidade democrática do continente. A Fundação Rockefeller foi relevante para acelerar a biotecnologia e a pesquisa agrícola e nuclear no país.

Há trechos dedicados à Igreja católica, com preocupações explícitas:

“As comunicações modernas da Igreja e a educação crescente têm causado uma agitação entre as pessoas que teve um impacto tremendo na Igreja, tornando-a uma força dedicada à mudança – mudança revolucionária se necessário. 

A Igreja pode estar um pouco na mesma situação que os jovens – com um profundo idealismo , mas como resultado, em alguns casos, vulneráveis ​​à penetração subversiva; pronto para empreender uma revolução, se necessário, para acabar com a injustiça, mas não está claro quanto à natureza última da própria revolução ou quanto ao sistema governamental pelo qual a justiça que ela busca pode ser realizada”.

Atribui-se a essa visita de Rockefeller a iniciativa americana de substituir a influência da Igreja Católica no país – especialmente o ativismo das comunidades eclesiais de base – por novas formas de religiosidade, estimulando a expansão do neopentecostalismo no país.

Não por coincidência, as primeiras notícias sobre a nova religião aparecem na primeira metade dos anos 70, em matéria de capa da revista Veja.

O ex-Ministro Eugênio Aragão chama a atenção para outro personagem:

“Importante explorar o papel do Summer Institute of Linguistics (SIL) durante o governo Geisel, para trazer o pentecostalismo ao Brasil como alternativa ao catolicismo. A fachada era o trabalho missionário de indígenas, mas esse instituto se converteu no verdadeiro think-tank e atuador na importação do pentecostalismo no Brasil”.

Peça 4 – o pacto político de Reagan e João Paulo 2o

Mas a pá de cal nos movimentos eclesiais de base, deixando o campo aberto para o neopentecostalismo, foi dado pelo Papa João Paulo 2o, em um pacto com o governo Reagan.

Principal estudioso do pacto Reagan-João Paulo 2o, Mark Riebling traz informações definitivas em seu livro “A equipe da Guerra Fria do Papa João Paulo II e Ronald Reagan” com base em arquivos ultrassecretos do Conselho de Segurança Nacional, disponíveis na Biblioteca Ronald Reagan em Simi Valley, Califórnia.

“Na verdade, os documentos revelam uma corrida contínua para reforçar o apoio do Vaticano às políticas dos Estados Unidos. Revelam também um Vaticano que age politicamente, mas sempre de forma altamente espiritual”.

O papel político “altamente espiritual” de João Paulo 2o para desmontar a teologia da libertação pode ser conferido no trabalho “O Vaticano e a Igreja no país”, de Ivo Lesbaupin, Sociólogo da Universidade Federal do Rio de Janeiro Centro Joao XXIII – /SER.

“O documento de Santa Fé I, de 1980, que propunha a política norte-americana para a América Latina a ser implementada pelo governo Reagan, dizia: “( … ) A política exterior dos EUA deve começar a enfrentar (e não simplesmente reagir posteriormente) a Teologia da Libertação tal como é utilizada pelo clero da Teologia da Libertação. O papel da Igreja na América Latina é vital para o conceito de liberdade política. Lamentavelmente, as forças marxistas-leninistas utilizaram a Igreja como uma arma política contra a propriedade privada e o sistema capitalista de produção, infiltrando a comunidade religiosa com idéias que são menos cristãs que comunistas “.

O artigo lista algumas das intervenções do conservadorismo do Vaticano no Brasil:

  • 1984 – Fevereiro: o cardeal Dom Eugênio Salles suspende a Missio Canônica de Frei Clodovis Boff, que era professor da PUC desde 1978. A suspensão atinge também Frei Antônio Moser. –
  • Maio: inspeção nos seminários e casas de formação. O cardeal Hoeffner visita o seminário na Arquidiocese de sao Paulo. 
  • 7 de setembro: colóquio de Leonardo Boff com Ratzinger em Roma. Depois de duas horas, a conversação é acompanhada pelos Cardeais D. Aloísio Lorscheider (presidente da Comissão Episcopal de Doutrina da CNBB) e D. Paulo Evaristo Ams. De entrada, D. Paulo sugere que, para a elaboração do novo documento da Teologia da Libertação, deveriam ser consultados os teólogos da libertação, os episcopados onde há pastoral popular junto aos oprimidos numa linha libertadora e o documento deveria ser elaborado no Terceiro Mundo. 
  • Os cardeais D. Aloísio Lorscheider e D. Paulo Evaristo Arns perdem vários dos seus cargos nos dicastérios romanos. 
  • 1985 – 11 de março: notificação romana sobre o livro de Leonardo Boff, Igreja, carisma e poder. Aí se afirma que as opções analisadas no livro são de tal natureza que 22 põem em perigo asa doutrina da fé( … )”. O teólogo acata a decisão da Congregação para a Doutrina da Fé. 
  • 19 de março: em visita ao Brasil, D. Agnello Rossi publica documento em que critica a Teologia da Libertação: Verdades, erros e perigos da Teologia da Libertação.

O principal ideólogo desse conservadorismo era o teólogo Joseph Aloisius Ratzinger, depois Papa Bento 16, de curto reinado.

O jogo continuou no governo Bush.

Na biblioteca da Universidade de Princeton é possível consultar o “Documento de Santa Fé II. A estratégia americana. A política do governo Bush para a América Latina”, continuação no Santa Fé I.

O início é terrorista:

“As Américas ainda estão sob ataque. Alertamos sobre esse perigo em 1980 (1). O ataque se manifesta na subversão comunista, terrorismo e tráfico de drogas”

E propõe uma repressão severa às oposições: 

“As forças contrárias ao desenvolvimento devem ser diminuídas o máximo possível. Esta proposta não é importante apenas porque apoia o direito dos regimes latino-americanos de estabelecer os limites constitucionais da atividade política democrática”.

Havia propostas para atrair os militares, aumentar o orçamento da USIA (Agência de Informação dos Estados Unidos) e fortalecer o Escritório de Diplomacia Pública.

Havia propostas específicas para os sistemas judiciais, com viés claramente repressivo:

“Para realmente promover os direitos humanos, os EUA devem ajudar a fortalecer os sistemas judiciais na região. Também deve diferenciar entre grupos de direitos humanos que apóiam o regime democrático e aqueles que apóiam o estatismo”.

Obviamente, ênfase total na privatização das indústrias das paraestatais:

“Os Estados Unidos devem encorajar o desenvolvimento da iniciativa privada na América Latina por meio de programas públicos e privados e fazer tentativas para acelerar a privatização das indústrias paraestatais”.

E um chamamento à participação das instituições privadas:

“A opinião pública e as instituições privadas nos Estados Unidos devem se encarregar da educação da mídia e dos líderes comunitários quanto à natureza do conflito marxista-leninista adaptado pelos nacionalistas aos problemas do subdesenvolvimento. O casamento do comunismo com o nacionalismo na América Latina, porém, representa o maior perigo para a região e para os interesses dos Estados Unidos”.

Peça 6 – a expansão do coronelismo neopentecostal

Em 5 de janeiro de 2020, o Jornal GGN trouxe a seguinte matéria: “Como os neopentecostais conquistaram o Brasil”, mostrando que adquiriram, por aqui, características muito similares ao coronelismo da Velha República, permitindo um controle absoluto sobre os fiéis.

Um relatório de 2014 sobre o movimento pentecostal na América Latina, da consultoria espanhola Lorentz & Cuenca, traz boas luzes sobre o avanço do movimento pentecostal na América Latina.

O estudo lembra o Relatório Rockefeller de 1969, que sugeria o uso das igrejas como estratégia dos EUA e da CIA para deter o auge da Teologia da Libertação. O Relatório Rockefeller se tornou uma lenda, mas é enquadrado pelo trabalho na relação das teorias conspiratórias. 

Mas não ignora a profunda influência americana nas primeiras investidas neopentecostais.

As novas missões protestantes, especialmente as vindas dos Estados Unidos, traziam novos rituais, baseados na conversão e no êxtase religioso. Gradativamente foram se adaptando às condições latino-americanas, em um processo de aculturamento originalíssimo.

(…) Cria-se um pentecostalismo latino, uma miscelânea religiosa emulando várias características do catolicismo tradicional.

Enquanto o protestantismo norte-americano se adaptava ao liberalismo do país, as igrejas latino-americanas recriaram as relações patriarcais das fazendas, dos colonos colocados sob o guarda-chuva protetor dos coronéis e da fé. Era o patriarcado colonial adaptado às condições das megalópoles contemporâneas.

(…) Mencionado no trabalho, Jean-Pierre Bastian ressalta que 

“poderíamos dizer que nesta ‘hibridez’ se está lidando não só com a adaptação ao mercado latino-americano, mas também com a criação de produtos originais, híbridos, que os pentecostalismos ofereceram em toda a região. Isso se nota em particular a partir da produção musical dos hinos, que de fato até os anos 70 era de origem anglo-saxão, e que a partir de então se transformou em cantos diretamente inspirados pelas tradições musicais populares endógenas. Hoje em dia, vemos se desenvolver o que estes movimentos chamam de “Ministérios de louvor”, que adotam a música local, em particular o samba ou outros gêneros tropicais como a salsa etc. Inclusive se chamou a este tipo de expressão musical com algum tipo de anglicismo como “salsa-gospel” ou “samba-gospel”.

Peça 7 – a reconstrução da democracia

Como se mostrou, o caos político do país – iniciado na década de 2010 – decorre da confluência de vários personagens, com ligações internacionais, quase todos estimulados pela geopolítica norte-americana, a parceria do Departamento de Estado com o clube dos bilionários.

Esse jogo, no Brasil, levou a ameaças concretas de dissolução do conceito de nação, permitindo um pacto amplo das forças modernas contra o anacronismo representado pelo bolsonarismo e pelas Forças Armadas – hoje em dia mais parecidas com sub-sucursais do exército americano do que defensoras do interesse nacional..

O fato Amazônia/meio ambiente muda o cenário. Mesmo os Estados Unidos se dão conta do risco global representado pelo desarranjo das instituições brasileiras.

Mas não deve haver ilusões: o país enfrenta nitidamente uma conspiração com participação de think tanks, pastores evangélicos, agentes infiltrados nas corporações públicas, inclusive no Exército, estimulando teorias conspiratórias.

A luta pela democracia passa, agora, pelo desmonte desses movimentos conspiratórios. Daí a necessidade do Ministério Público, Polícia Federal, polícias estaduais centrar as investigações nos cabeças desse jogo, os ideólogos e financiadores. Antes que um candidato a general Olimpio Mourão Filho resolva sair a campo.

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Luis Nassif

25 Comentários

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  1. Todo esse movimento complicado, explicado de forma impecável pelo Nassif, é apenas uma das pernas da guerra híbrida que fez vários países vítimas, com mudanças de regime ou golpes coloridos/floridos. O Brasil de 2013 até hoje sofreu e ainda sofre ataque híbrido. Todo o movimento, além de canalizar a insatisfação, sempre presente em qualquer época em maior ou menor grau, passa pelo não reconhecimento das eleições. Alguém se lembra em 2014 o PSDB, esse mesmo partido que hoje virou um farelo, contestando as eleições? Pois é apenas mais um dos movimento dentre tantos que compõem a guerra híbrida. Há um esqueleto dessa guerra que visa remover/mudar o regime em algum país fraco: Contestação das eleições; manifestações populares, podem ser grandes ou não, a mídia se encarrega do trabalho de divulgar e engrandecer; Apresentar um herói salvador ou vários, como Bolsos, Moros, Guaidós e afins; Financiamento de atores de apoio, passando como um movimento espontâneo e liberal, como MBLs e seus sinônimos; Financiamento de Mídias vendendo toda a ideia, fazendo a publicidade, como Globos, Bands e correlatos. Tudo isso não é novo e não é escondido, e sempre ou quase sempre, passa pelo famigerado NED. Segue um link do Grayzone com um artigo de 2018 falando sobre: https://thegrayzone.com/2018/08/20/inside-americas-meddling-machine-the-us-funded-group-that-interferes-in-elections-around-the-globe/ . Este é um dos muitos artigos que expõe como a CIA e outros atores interferem nos países promovendo a chamada democracia, aplicando golpes e interferências e alterando a vontade popular, para que os interesses dele se sobressaia sobre a escolha da própria população. Qualquer país que impeça ou mitigue a ação desses agentes é chamado de ditadura, ou autocracia em um termo mais novo. Vou deixar como exemplo a Venezuela e a Bielorrússia, que apesar de não simpatizar com nenhum dos dois governantes, foram escolhidos pelo seu povo para governá-los. Olhem como foram feitos os movimentos e compare-os. São basicamente idênticos. Espero que a nova ordem multipolar diminua essas interferências estrangeiras em países mais fracos como o Brasil, e o Mundo possa realmente caminhar para um desenvolvimento seguro e mais compartilhado.

  2. Brilhante, Nassif. Fez um bom resumo. Faltou apenas apontar uma tática prática para a Esquerda, de uso imediato, para ela recuperar a iniciativa na luta e o apoio de parte da população que votou na Direita. Eu creio que apontei pelo menos uma opção tática no meu artigo recentemente publicado aqui no GGN: “Ganhamos. Mas Perdemos”. Apesar de termos ganhado as eleições presidenciais, perdemos feio as parlamentares e estamos por um fio. Sugeri que o povo sofre de dois modos principais: 1) Pela pobreza (e aí as políticas de Esquerda, do PT, do Presidente Lula são essenciais e garantiram sua eleição); 2) Pela violência (e aí as políticas da Esquerda são uma nulidade, sonhadoras, utópicas, “não-punitivistas” e outras loucuras mais, o que foi responsável pela eleição em massa de “delegados”, “capitães”, “generais”, “coronéis”, etc. e toda espécie de torturador e seus defensores. Falta à Esquerda fibra e vergonha na cara para bater na mesa e dizer para o povo: “Nunca mais um assassino vai ficar por aí livre zombando da cara das vítimas inocentes”. Ouvi esses dias que o deputado eleito por Brasília, Fred Linhares, um jornalista policial da Record local, está propondo exatamente isso, acabar com a progressão penal para crimes de assassinato. Vai fazer sucesso estrondoso e a Esquerda vai perder uma grande oportunidade de ganhar o coração do povo sofredor com a violência e deixar na mão da Direita colher esses louros. Porque não basta para a Esquerda apoiar esse tipo de bandeira. TINHA DE SER ELA a propor. Seria uma estratégia para conquistar poder e confiança entre uma enorme parcela dos eleitores que cai -com razão- na velha lenga lenga do “PT defende bandidos”.

  3. No elenco nacional, falta falar de ACM e a Constituinte/88, com o processo de compra de votos via distribuição de concessões de rádios/TVs, para a manutenção do mandato de Sarney, dentre outras cositas.

  4. Ótimo texto! Obrigada por resumir de modo tão claro esta velha conspiração internacional disseminada por agentes nem tão) secretos americanos. Ela começou logo após a 2a. guerra, com a guerra fria. Como eu sempre digo: não é uma “teoria” da conspiração, mas uma “prática” da conspiração bem organizada e mundializada.Nada disto porém justifica a ação da Rússia na Ucrânia, nem faz de Putin um democrata. Assim como nós, brasileiros, o povo ucraniano não é de extrema fireita nam nazista, apenas está lutando para ter a vida melhor e um país democrático.

  5. Artigo excelente, com riqueza de detalhes e fontes, como é normal em tudo que Luis Nassif faz. Mas faltam partes inteiras de cores nesse quadro tão bonito. 58 milhões de pessoas votaram em Bolsonaro, apesar de tudo o que ele fez. Mas, pelo prisma do artigo, são 58 milhões de imbecis, no mínimo de zumbis. Assim como imbecis eram os 57 milhões que levaram esse militar tosco e primitivo à Presidência da República em 2018 – Fernando Haddad teve 47 milhões de votos. Como sempre, nem aqui, nem em nenhum dos blogs e sites da esquerda, jamais é dito que existiu a recessão gigantesca de 2014-16, a maior da nossa história, inteiramente produzida pelo PT, a maior devastação da economia brasileira antes da pandemia foi obra EXCLUSIVA do PT.
    Pela mesma régua da esquerda, não existiu também a vasta corrupção na Petrobrás, em que só um dos diretores presos devolveu 100 milhões de reais roubados – isso foi o que ele devolveu – assim como não existiu a devolução de 2,6 bilhões de reais de dinheiro roubado da petroleira por empreiteiras, que fizeram acordo para não terminarem ainda pior do que terminaram.
    Então, segundo o manual ditado pela esquerda, não houve absolutamente nada errado nos 13 anos de governo do PT, foi tudo maledicência e conspiração desses americanos infernais. De repente, a maravilhosa orquestra petista desandou por obra de uma conjunção de demônios, que, como disse São Tomás de Aquino, “sempre existiram e nunca precisaram de gesto humano algum para provocar suas ações nesse mundo”.
    Acredito em tudo que o artigo diz, porque as fontes são muito boas e, acima de tudo, honestas, mas não vou esquecer jamais que o campo onde tudo isso germinou e floresceu foi lavrado pelo PT. Jair Bolsonaro, o maior idiota e a pessoa mais nefasta que já governou o Brasil desde Tomé de Souza, foi uma criação de Lula, da Dilma Rousseff e do PT. Repito, Bolsonaro foi gerado pelo PT. E todos nós pagamos muito caro por essa tragédia política sem precedentes na história do Brasil, e carregamos até hoje o peso dessa catástrofe nos ombros.

  6. Esqueci de dizer que a Teologia da Libertação foi só mais uma doutrina social nascida no seio da Igreja, uma a mais entre centenas de outras nos 20 séculos de história da instituição. A primeira facção desse gênero foi a Carpocráta, surgida no ano 100 DC e extinta pela força, obviamente, duzentos anos depois. Dom Paulo Evaristo e Dom Helder Câmera eram pessoas de ouro, puros de coração de anjo, mas estavam condenados desde o início. Não fosse o asqueroso reacionário João Paulo II, seria o próximo papa depois dele. Não existe nenhum caso de religião ou de grupo religioso na história humana que sobreviva muito tempo, se prega contra o Estado e contra a classe dominante, seja ela qual for, seja onde for, seja quando for. Não foi por outra razão que os bolcheviques acabaram com tudo quanto era religião e os nazistas fizeram o mesmo.

  7. OS EUA COM SUAS REDES DIGITAIS A TODO VAPOR –

    SIM Nassif, parabens .ate que enfim uma analise correta: tudo começou em 2013: foi la qye a fascistada que ai esta emergiu das trevas, pirateou a sigka MPL, que virou MBL, tomaram para si a bandeira nacional e a usa da sekeção e inauguraram o terraplanismo, o negacionismo e o estado minimo

    …na sequencia tivemos lava jato pra destruir a economia e á engenhsria nacional e naval etc

    ….depois disso vieram as pautaw bombas e o golpe contra Dilma

    ….e deoois a prisao abusiva de Lula pra eleger o Bozo…

    …o objetivo vinha dos EUA: mudar a politica do pre sal: passamos de autosuficientes para pais importador de petroleo dis: EUA…..o Brasil perdeu deu protagonismo mundial: de 6a. economia do planeta caimos pra 13a.

  8. Excelente análise e esses sem noção que estão na frente dos quartéis não passam de massa de manobra de politicos e empresários inescrupulosos pra tentar continuar a mamar nas tetas do governo
    Porque a ditadura de 64 e o governo de bolsonaro não passaram disso: uma grande assalto à nossa riqueza, trazendo pobreza e desgraça pra maioria da população

  9. OLha!! Falta para esquerda ler Maquiavel…………….O primeiro método para estimar a inteligência de um governante é olhar para os homens que têm à sua volta.

  10. Análise profunda e detalhada como não poderia deixar de ser em se tratando do Nassif. Mas em relação a Igreja Católica ele comete o mesmo erro de todos quantos avaliam suas ações sem considerar a dimensão da fé. Jesus curava doentes e dava esperança aos pobres e marginalizados, porém, foi almoçar na casa de Zaqueu, cobrador de impostos, corrupto assumido. Era como se Jesus estivesse no mundo hoje e ao invés de ir ajudar o padre Lancelotti fosse jantar com o André Esteves. Ele buscava a conversão dos corações e não uma revolução social. Leonardo boff não aceitou o silêncio que lhe foi imposto, pois como teólogo credenciado pela Igreja não poderia se opor a ela, tanto que abandonou o hábito da ordem franciscana para poder falar livremente o que pensa. João Paulo II viveu na Polônia os horrores da invasão nazista e também a perseguição comunista. Se ele cometeu erros no combate ao comunismo, não podemos esquecer que foi também grande artífice da doutrina social da igreja. Não me esqueço da cena dele em 1997 com dedo em riste na cara do Serra dizendo “vocês precisam fazer a reforma agrária”. Reafirmo, a análise das ações da Igreja estará sempre incompleta se desconsiderar a dimensão da fé. Por exemplo papa Francisco, considerado progressista, tem beatificado e canonizado diversos religiosos e prelados espanhóis mortos por ódio à fé durante a guerra civil espanhola. Papa Pio XI no início do século XX escreveu três encíclicas condenando sucessivamente o comunismo, o fascismo e o nazismo. A direita radical só costuma se lembrar da primeira e gosta de ignorar solenemente a doutrina social da igreja que, aliás, se forem ler dirão que foi escrita por comunistas e não enriquecida por praticamente todos os papas do século XX. Não vamos cometer o erro contrário abordando os assuntos somente sobre a ótica do nosso interesse.

  11. Onde fica a ABIN nisso tudo? A esquerda ainda não aprendeu a usar as forças institucionais como abin e forças armadas a favor do país. Tente muito receio e medo deles. Isso tem que mudar. Porque se não haverá outro Bolsonaro míope e entreguista nos próximos anos. Nunca seremos realmente independentes sem que essas duas instituições trabalhem a favor dos país, e não fiquem caçando comunistas do tempo da guerra fria ainda. Deve-se deixar claro que a abin deve se movimentar apenas em relação internacional. Não precisamos de uma polícia secreta.

  12. Sim, o perigo não acabou com a eleição do Lula. Se vingar a versão Lulinha paz e amor, que deixará viva a cabeça de todas essas serpentes, logo logo teremos outro Bolsonaro com mais do mesmo, para ipnotizar essa penca de burros que é 50% da população brasileira! É só olhar o que ocorre nos EUA onde cortaram a cabeça do Trump mas não a enterraram possibilitando o nascimento de um no ovo Trump, agora o Trump 2.0

  13. Excelente! Urgente! Verdadeiramente histórico! Precisa dar frutos, virar livro, de preferência a quatro mãos. Site e canal de vídeos e entrevistas só sobre esse tema etc. Material é o que não falta. Ofereço apenas uma pequena ressalva: faltou uma revisão final pra corrigir alguns pequenos descuidos.

  14. Se o modelo adotado pelos EUA funcionasse, ainda ia. Mas é só observar a decadência daquela sociedade para ver que não é um modelo bom do ponto de vista civilizatório, democrático e humano. Como se pode chamar de democrático um sistema criado para ser concentrador? Na verdade o povo estadunidense é também vítima desse modelo. Senão vejamos:

    O pessoal aponta autoritarismo no sistema de partido único na China e em outros países socialistas, mas tudo que é “de facto” costuma ser mais efetivo do que o “de jure”.

    De fato há um partido único a reger os Estados Unidos. Tanto que independentemente de quem são as pessoas eleitas naquele país, a orientação daquele estado é, com tímidas, efêmeras e cosméticas diferenças, a mesma há uns 150, 200 anos.

    Os membros desse partido único capitalista não são eleitos pelo povo de lá. Alguns desses membros preferem até se manter escondidos no anonimato. Mas como a percepção de que esse partido único, autoritário e imutável tornou-se inevitável, criaram um nome algo misterioso para o partido: “Deep State”.

    Os membros desse partido não são apenas cidadãos “americanos” mas de várias nacionalidades. Há alemães, brasileiros, franceses, ucranianos, ingleses… Na verdade são apátridas. Mesmo que os membros desse partido utilizem, para fins privados, mais frequentemente dos recursos públicos dos EUA – moeda, povo, mão-de-obra, armas de uso exclusivo por países – não há nenhum compromisso deles para com o povo dos Estados Unidos. É só ver o perrengue que se alastra por aquele povo, a propósito o mais zumbizado e fiel do mundo, capaz de manter bandeira daquele país espetada na terra, à frente de suas barracas-barracos em suas “tend cites”, sem perceber que, como Bolsonaro está tentando fazer com a bandeira do nosso país, a deles está faz tempo sequestrada pelos membros apátridas do tal “Deep State”. E a bandeira é só um dos símbolos nacionais sequestrados pelos apátridas…

    A luta que se trava hoje é violenta, os membros do “clube do dólar” não largarão o osso facilmente e seguirão induzindo a divisão para conquista, tanto a divisão de grupos quanto a divisão da cada indivíduo: “Lobotomizar para conquistar”, mas está revelada e prevista há também uns 150 anos, e chama-se “luta de classes”. Ou a gente luta ou perde.

  15. Roteiro do golpe:
    Eleição aprofunda a divisão do país entre partidários do eleito e do perdedor;
    A segurança, quase toda tendenciosa, faz vistas grossas às manifestações antidemocráticas, num modus operandi estendido de desde 2013.
    Os impérios de comunicação, ainda com forte poder defendem a legalidade, desde que não mexam com “o mercado”.
    A justiça, tão dividida entre a legalidade e o partidarismo descarado permite a instalação da baderna.
    E o presidente, do alto de sua responsabilidade convocará de imediato um Estado de Sítio e reeditará o AI-5 suspendendo as eleições passadas, até novo julgamento de recursos ao TSE… “sob nova direção”.
    Pra que Mourão Filho, se agora, 54 anos depois poder ser bem mais sofisticado?
    América latrina.

  16. Cruz credo, Renato, que partes inteiras de cores faltam nesse quadro tão bonito?
    Se 58 milhões de pessoas votaram em Bolsonaro, apesar de tudo o que ele fez, vai ver que grande parte não tenha sido por ele, que pouco importou, tal qual em 2018, lembra do “PT Nunca Mais”?
    Mas, pelo prisma do artigo, não são 58 milhões de imbecis ou no mínimo de zumbis e sim parte menor disso. E é exatamente isso que a cisma do artigo escancara e explica, assim como não eram imbecis os 57 milhões que levaram esse militar tosco e primitivo à Presidência da República em 2018.
    Nem sempre e devidamente, nem aqui, nem em maioria dos blogs e sites da esquerda, jamais será dito que a recessão de 2014-16, foi inteiramente produzida pelo PT, pela razão que os fatos, corroborados quanto a propósitos, organização e estratégias, pelo post, revelam a operação lavajateira lançada em março de 2014, visando criminalizar o PT e suas lideranças, objetivando desloca-lo do poder até a extinção, no primeiro momento através dos votos, para eleger Aécio em 2014, onde falharam e prosseguiram um dia após a eleição, questionando o resultado e iniciando o processo de piora em relação a crise econômica existente e então perfeitamente administrável, através das pautas bombas, o bloqueio parlamentar e a pressão constante que leva a nomeação de Levy e por ai segue o alicerce para o futuro golpe, com a introdução artificial de uma crise política, visando conturbar mais o ambiente político.
    Pela mesma régua da esquerda, a ‘vasta corrupção na Petrobrás’, conforme os fatos e informações disponíveis é anterior ao período selecionado para ser investigado, selecionado a dedo pela operação lavajateira conforme objetivos, atingir o PT, dando seguimento ao golpe e de quebra, quebrar a coluna vertebral da construção da soberania brasileira, fulminando as empresas e os empregos e sobretudo fragilizando também politicamente a Petrobras, da qual não saiu um mísero centavo não auditado/controlado/conferido pelos sistemas de controle existentes, conforme registram os autos, incluindo-se duas auditorias feitas durante a investigação que atestam tal propriedade e zelo da empresa. Então, se um só dos diretores presos devolveu 100 milhões de reais roubados, pergunta-se, roubados de quem se recebidos das empresas que trabalhavam com a Petrobras? Ah! Elas roubavam através de sobre-preços e outras mumunhas mais da Petrobras e repassavam? Então como explicar, conforme nos autos que os sistemas de controle da Petrobras inibiam tais práticas? Serão as famosas ‘bolas’, parte da formação de preços do segmento econômico, praticado em todo o mercado e oferecido como ‘prática, usos e costumes’? Como assim, diante de tais fatos, constantes dos autos e das auditorias, a devolução de 2,6 bilhões de reais de dinheiro possa ter sido roubado da petroleira por empreiteiras, que fizeram acordo, para não terminarem ainda pior do que terminaram, ou seja destruídas, como foram todas as multinacionais da construção pesada do Brasil, abrindo espaço a empreiteiras americanas, chinesas, etc, na Africa, América do Sul, oriente médio e até nos Estados Unidos. Então, segundo o manual ditado pela esquerda, houve muita coisa de errado nos governo do PT, nada que se compare a operação lavajateira, juntando todas as forças possíveis e inimagináveis, políticas, midiáticas, jurídicas, armadas, religiosas, com estratégia e amplo suporte externo, etc., para durante 7 ininterruptos anos, lançar uma persecução sem igual, em tempo, espaço, recursos, limites e ilícitos, para destruí-lo e junto sua liderança e mesmo assim, inacreditavelmente, não apenas não conseguiram, como o PT saiu da eleição de 2018, onde Lula foi preso para não tornar-se presidente, elegendo a maior bancada federal, o maior número de governadores e a segunda bancada de deputados estaduais, justamente enfrentando a mega campanha do PT Nunca Mais, coroada com a eleição adiada de Lula em 2022. Ah…, os americanos não são infernais, são antes de tudo profissionais e amorais, para parar-se por aqui.
    De repente, a maravilhosa orquestra petista não desandou por obra de qualquer conjunção não de demônios, mas de inimigos que os fatos mais que revelam, escancaram a quem tem olhos de ver e cabeça de pensar. Não é preciso São Tomás de Aquino, inclusive para acreditar em tudo que o artigo diz, não porque as fontes são muito boas e, acima de tudo, honestas, mas por que são fatos insofismáveis, incontornáveis para quem deseja a informação como ela é. Que não venha a esquecer jamais, conforme dizes, “que o campo onde tudo isso germinou e floresceu foi lavrado pelo PT”, só atestará que não aprendeu nada.
    “Jair Bolsonaro, o maior idiota e a pessoa mais nefasta que já governou o Brasil desde Tomé de Souza, foi uma criação de Lula, da Dilma Rousseff e do PT”, tanto quanto não existiu a operação lavajateira com o objetivo de destruir o PT, como nunca antes feito com um partido na história do Brasil.
    Repetir que, “Bolsonaro foi gerado pelo PT. E todos nós pagamos muito caro por essa tragédia política sem precedentes na história do Brasil, e carregamos até hoje o peso dessa catástrofe nos ombros”, é revelar que nada aprendeu ou então andou ouvindo muito Ciro, o pequeno, durante a campanha e ainda não se descolou.

  17. Nassif,
    Gosto e respeito o seu trabalho. Mas colocar o “movimento” “Vem pra rua”, o “Mbl” equiparado ao Passe Livre mostra um desconhecido gritante do que foi o último.
    A estética e a tática do MPL foram copiadas pelos primeiros porque tinha grande apelo. O MPL era sobretudo composto por anarquistas e alguns comunistas não conectados aos partidos da esquerda mainstream, sobretudo ao PT.
    Sua associação entre esses movimentos é uma desinformação perigosíssima. Eu posso dizer isso com propriedade, pois eu participei ativamente do MPL de 2006 a 2008, e conhecia quase todos que estiveram em 2013. Aliás muitos ex companheiros do MPL estão hoje no MST e no MTST.

    Assim como você, vários outros analistas não sabiam quem era o MPL e nunca entenderam o que aconteceu em 2013. O MPL foi capturado pela mídia golpista e projetado, tornando-se um exemplo mal-acabado. Infelizmente, parte desse problema foram os próprios militantes e lideranças que não foram cristalinos ao se comunicarem com a mídia, não querendo se partidarizar com a intenção de aglutinar forças.
    Expressão da importância da pauta do transporte tá aí mais evidente a cada dia. O prefeito de São Paulo que o dia…
    Aliás, a proposta de pagamento indireto pela tarifa era do MPL, que tinha tudo isso na manga em 2007. Mas NINGUÉM LEVAVA A SÉRIO.
    Diziam que era impossível financiar o transporte desse modo, que não era prioridade, etc.
    Tá aí. Um político desconhecido do MDB agora se tornar bastante famoso. Poderia ser o Haddad, mas a arrogância de ambos os lados era notável…

  18. Parabéns pelo trabalho, é urgente entender o que está acontecendo para não ficarmos simplesmente reagindo emocionalmente como velo acontecer no Twitter. Só gostaria de saber se não faltou o item corrupção neste xadrez. Pelo que constato diariamente o antipetismo está vivo e os 10 anos de mídia batendo no PT geraram o ódio que está na base da zumbilandia.

  19. Nassif, o pacto entre Vaticano e Estados Unidos é um assunto que me interessa muito. Tenho estudado isso há muitos anos e para mim está claro que o destino da humanidade está diretamente ligado a esse pacto. A maioria talvez não acredite, mas ele foi profetizado há quase 2 mil anos. Pra quem quiser conferir, está no livro de Apocalipse capítulo 13, em especial, os versos de 11 a 15.
    Dois grandes estudiosos, que produziram obras indispensáveis sobre este assunto e nas quais também me baseei, foram o físico Isaac Newton (Observações sobre as profecias de Daniel e o Apocalipse de São João) e o jurista Ruy Barbosa, a Águia de Haia (O Papa e o Concílio, Vol. 1).

  20. Me parece ser importante hoje compreender mais claramente os quadros dessas instituições (como o MP e a PF) e avaliar seu grau de comprometimento com a democracia.
    A julgar pela leniência de ambas e outras nos episódios dos bloqueios criminosos de rodovias a perspectiva não é muito boa…

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