Luciana Genro e os moralistas que se pensam de esquerda, por João Feres Júnior

Foto: Paula Kaufmann Sacchetto

por João Feres Júnior

No último dia 19 um amigo repostou na linha do tempo de seu Facebook um post de Luciana Genro contendo a seguinte reação à notícia da prisão de Eduardo Cunha (PMDB) pela Polícia Federal: “Cunha na cadeia, vitória contra a corrupção! Viva a Lava Jato!”. Preciso confessar que não guardo grande expectativas em relação a essa liderança gaúcha do PSOL. A maneira como ela se comportou nos debate eleitorais, mais preocupada em acusar Dilma de corrupção do que em criticar as propostas e não propostas de Aécio, para mim indicava equívocos políticos que iam além do mero oportunismo de ocasião.

O moralismo exagerado é um dos principais vícios do PSOL e de outros partidos e grupos à sua esquerda. Seu tom aristocrático e efeito despolitizante é deletério para a democracia e para as causas populares. Sim, aristocrático porque o moralista se sente superior às pessoas e à sociedade que o circundam. E despolitizante porque ele se sobrepõe às reais escolhas políticas que determinam, por exemplo, se o governo vai aumentar o orçamento do Bolsa Família ou dar perdão de impostos às grandes empresas de comunicação. Ser de esquerda é optar por políticas de redistribuição, é ser a favor das causas populares. Ser de direita é o contrário disso. Quando escolhemos a questão da corrupção como prioridade, como fez Luciana em momentos cruciais do debate, deixamos de ser de esquerda e nos reduzimos a meros moralistas – aproximando-nos bastante do moralismo de direita.

Esse elogio rasgado à Lava Jato é um exemplo muito didático. Vejamos. Vamos esquecer por enquanto que a Lava Jato é uma operação de perseguição seletiva a políticos do PT e a pessoas e empresas do seu entorno. Vamos esquecer que essa perseguição é feita por meio da deturpação e violação de práticas institucionais fundamentais à democracia e ao Estado de Direito: são prisões preventivas e temporárias sem justificação, delações premiadas arrancadas por constrangimento, escutas ilegais, ilegalmente publicizadas, conduções coercitivas sem justificação convincente, silenciamento de instâncias superiores judiciais, etc. Quero me concentrar no efeito ideológico do que foi dito pela filha de Tarso Genro, mormente no que está subentendido na mensagem do post: tudo pela luta contra a corrupção.

Pois bem. A glorificação da luta contra a corrupção tem um efeito ideológico (ou cognitivo) de fazer seu aderente pensar que o grande problema do governo é de gestão, ou seja, de uma gestão que desvia recursos ilegalmente: corrupta. As pessoas que pensam assim chegam rapidamente à conclusão de que, uma vez debelada a tal corrupção, os serviços públicos, como saúde e educação, entre tantos outros, vão funcionar maravilhosamente bem. Ora, o grande problema de um governo, dada a inevitável desigualdade produzida pelo funcionamento normal do capitalismo, é mitigar essa desigualdade, e isso só se faz tirando dos que ganham mais e dando para os que não ganham tanto. Não há segredo ou magia, os impostos têm que subir para os ricos e baixar para os pobres, e a arrecadação ser usada para melhorar os serviços para todos, dando preferência aos pobres. É isso que resolve o “problema” do governo.

O sonho dourado da classe média brasileira é ter serviços nórdicos pagando impostos de estado mínimo. Daí ser a ideologia do combate à corrupção uma ficção que lhes é oportuna. Quando os mapas de votação mostram que os eleitores do PSOL moram nos mesmos bairros campeões dos panelaços de recente e deplorável memória, seus militantes ficam perplexos, incapazes de compreender como o povo se nega a reconhecer suas nobres convicções. Mas o povo do alto de sua imensa sabedoria há muito já sacou que de boas intenções está cheio o inferno.

Redação

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  1. Artigo da Luciana Genro em 21 de outubro na Revista Fórum.

    Luciana Genro enviou à Revista Fórum, através de sua acessoria o artigo abaixo (em 21 de outubro):

     

    Considerações sobre a Lava Jato e o sistema prisional

    Por Luciana Genro*

    A prisão de Eduardo Cunha é a chance de que a Lava Jato atinja em cheio o núcleo do governo Temer. Como escreveu nosso deputado Chico Alencar: “A prisão de Eduardo Cunha, pela sua importância no esquema de financeirização clandestina do sistema partidário brasileiro, pode ajudar a desvendar de vez quem opera a corrupção política no Brasil. Informação é poder: pelo que o ex-chefe sabe, ele representa, para o universo político, o mesmo que Marcelo Odebrecht para o mundo das empreiteiras”.

    Mas parece que neste ponto uma parte da cúpula petista, a maioria dela, se une a Temer para rejeitar a prisão de Cunha. Isto se explica por um fato em comum entre o PMDB e esta parte da cúpula petista: suas relações espúrias com as empreiteiras corruptas. Nós saudamos a prisão e insistimos: que siga a Lava Jato!

    Querem parar a Lava Jato e preservar o sistema político

    A luta contra a corrupção ganhou força nos últimos tempos, mas estão em curso manobras que tentam desmoralizar a operação Lava Jato e impedir o prosseguimento das investigações que tem levado muitos corruptos à prisão. Tudo indica que há uma negociação em curso para enterrar a Lava Jato. Ela inclui setores da cúpula do PT, do PMDB, do PSDB e do próprio STF. A reunião entre Michel Temer, o ex-presidente FHC e o ministro do STF Gilmar Mendes é um indício deste processo que tem por objetivo preservar o sistema político. Para eles a Lava Jato já foi longe demais. FHC e Gilmar Mendes também se encontraram com o ex-ministro da Justiça e advogado de Dilma, José Eduardo Cardozo.

    Quem classifica a prisão de Cunha como “arbitrária” usa de má fé e/ou não se deu ao trabalho de ler o despacho de Sergio Moro, que decretou a prisão. São 21 páginas muito bem fundamentadas1, bem diferente dos despachos que, como advogada, costumo ler dos mais diversos juízes, compostos por uma única frase: “Por seus próprios fundamentos”.

    Cunha, assim como Renan Calheiros, Collor e outros tantos, estava usando seu poder para tentar parar toda e qualquer ação que leve à punição dos corruptos. Hoje sofreram uma derrota, com a prisão dos seus agentes dentro da Polícia do Senado. Certamente alguém vai reclamar destas prisões também.

    São inúmeras as manobras legais que estão à disposição de quem tem caros advogados, mas que não valem para a maioria que depende da Defensoria Pública, com valorosos e sobrecarregados profissionais, mas com uma estrutura mínima quando comparada com a estrutura disponível para o Ministério Público e o Judiciário.

    O ex-senador Luiz Estevão, do PMDB, por exemplo, foi condenado em 2006 pelo escândalo das obras no Tribunal Regional do Trabalho de São Paul. Mas só foi cumprir pena em março de 2016, pois sua defesa entrou com mais de 30 recursos ao longo do processo, com o nítido objetivo de arrastar a pena até sua consequente prescrição.

    No Brasil, a impunidade é só para o andar de cima

    A ideia de que existe impunidade no Brasil é muito verdadeira quando falamos da impunidade dos criminosos de alto escalão, mas não para a maioria. Não é à toa que os presídios estão lotados e que são masmorras medievais. Para lá só vão os pobres, com raras exceções. Estranhamente são estas exceções que despertaram a ira de muitos que nunca abriram a boca para lutar pelo direito de defesa dos pobres, mas que agora se insurgem contra os arbítrios de Sergio Moro.

    É verdade que outros tantos lutam há muito tempo pelo direito de defesa de todos. Eu mesma travei uma luta concreta como advogada em um Júri, para ter acesso às mesmas informações que o MP tem sobre os jurados, aqui em Porto Alegre. Um sistema chamado Consultas Integradas dá ao MP informações muito úteis para escolher os jurados e, portanto, ter melhores condições de vencer. Não tive sucesso e o governo, que na época do meu processo era do PT, permitiu que o MP mantivesse seu acesso privilegiado a informações que nem a Defensoria e nem os advogados têm.

    Nosso sistema punitivo foi forjado sob o signo da exclusão social e é composto por estabelecimentos penais que são o retrato da violação de direitos das pessoas privadas de liberdade. São mais de 622 mil pessoas presas e o crescimento da população prisional é da ordem de 7% ao ano, aproximadamente. Eram 90 mil presos no início da década de 1990 e pulamos para mais de 600 mil presos num intervalo de menos de 25 anos. O ritmo de crescimento do encarceramento entre as mulheres é ainda mais acelerado, de 10,7% ao ano, a maioria por tráfico.

    Todo este encarceramento em massa não reduziu a violência. Ao contrário, os presídios são engrenagens muito eficazes no círculo que alimenta o crime.

    Segundo o INFOPEN, em dezembro de 2014 40% da população prisional brasileira era composta por presos provisórios. São quase 250 mil pessoas presas antes de serem julgadas em primeiro grau jurisdicional.

    O INFOPEN diz ainda que, mesmo que parte dos atuais presos provisórios não possa ou deva ser solta, a análise dos dados indica fortemente que uma mudança de política no tocante às prisões provisórias e às prisões por tráfico de drogas diminuiria o ritmo acelerado do crescimento do número de pessoas privadas de liberdade no Brasil.

    O perfil dos encarcerados evidencia a seletividade do sistema punitivo: 55,07% da população privada de liberdade tem até 29 anos; 61,67% são negros e apenas 9,5% concluíram o Ensino Médio. São, portanto, os jovens, pobres e negros que lotam as prisões. Não são os “Cunhas”.

    Quem e porque está sendo encarcerado? É este o debate que precisamos fazer sobre o sistema penal e o encarceramento em massa no Brasil.

    Ademais, olhando para esta realidade vemos que as prisões provisórias decretadas no âmbito da Lava Jato não são um arbítrio cometido por um Juiz fascista. São o modus operandis do sistema desde sempre, que agora chegou à casta política e empresarial. No caso da Lava Jato, 21 dos 239 acusados estão presos, o que representa 9%. Oito acusados, ou seja, 3%, estão presos sem condenação. Mais de 70% dos 70 acordos de colaboração foram feitos com investigados soltos. E das 453 decisões de habeas corpus levados a três tribunais superiores, mais de 95% confirmaram os trabalhos dos investigadores e as sentenças de Moro. Nenhum habeas corpus reconheceu qualquer arbitrariedade grave. Os problemas do sistema penal não são, portanto, as arbitrariedades da Lava Jato.

    Defendo a investigação e punição de todos os corruptos, doa a quem doer. Uma operação que está colocando na cadeia donos de empreiteiras e políticos que comandavam esquemas históricos de ataque aos cofres públicos precisa ser defendida ou será enterrada pela casta corrupta.

    Estranho muito quem se diz contra a corrupção, mas não reconhece a importância de uma operação que pela primeira vez está fazendo com que o sistema penal – que por sua natureza é sempre arbitrário contra os pobres – agora esteja finalmente chegando no andar de cima. O nosso “devido processo legal” precisa mudar, pois permite que 40% da massa carcerária, composta majoritariamente por pobres e negros, esteja presa sem julgamento final e grande parte sem nenhum fundamento legal. Mas este não é, evidentemente, o caso de Eduardo Cunha e dos demais presos pela Lava Jato.

    *Luciana Genro, advogada especializada em Direito Penal, ex-deputada e membro da Executiva Nacional do PSOL

    http://www.revistaforum.com.br/2016/10/21/luciana-ge/

    1. O problema é o Cunha, não o capitalismo

      O capitalismo é o melhor sistema econômico que já existiu e que jamais existirá. Ele só não é um sistema melhor por causa da corrupção. Prendendo corruptos, como o Moro está fazendo, a excelência capitalista aflorará e toda a sociedade será próspera, culta, inteligente e a natureza será preservada.

      É por isso que a Luciana Genro chegou ao orgasmo com a prisão do Cunha.

    2. Respondo a Alexandre

      Respondo a Alexandre Tambelli,aí em cima.Continuo sem entender o por quê de ter transportado para ca,o artifogo de  Luciana Genro..Acresenta ou desacresenta o que?Tem o mesmo gene do Pai no quesito desagregação.Tarso com ares de Sultão Oriental é dado a querer enquadrar Lula,como se fosse detentor da metade do eleitorado gaúcho.A outra metade por herança,pertence a filha.Ainda que seja uma pessoa decente,Tarso carrega nas costas um defeito que só se corrige com a morte:A desagregação aliada ao fenômeno da antipatia.Tal Pai,tal filha.

  2. Luciana Genro e a mais chata

    Luciana Genro e a mais chata personagem da esquerda tupininquim.Se acha.Pessima de votos,arrogante,prepotente,ressentida,metida a biscoito de cebo.Igualzinha ao Pai.Nao une nem o seio familiar.Quem puxa aos seus nao,degenera.Abre a boca,perde um voto.Pareo mais que duro para o bigodudo Levy Fydelis.Diria que Feres Junior foi mais que educado com ela.Uma inutilidade em estado puro.Se com Dilma comemos o pau que o diabo amassou,se ela fosse alcada a Presidencia da Republica,iria amassar o pao para o diabo comer.Um horror.

  3. Corrupção a gente inventa!

    Ao se colocar como uma adepta fervorosa do suposto combate à corrupção da Lava-Jato sem observar os interesses reais  desse “combate” e suas consequências para o Brasil, talvez, se acreditando mais defensora da causa anti-corrupção do que nós das esquerdas não Psolistas, Luciana Genro faz o papel das direitas possíveis dentro da extrema-esquerda e joga no time adversário. 

    Tema corrupção sempre foi biombo para a direita neoliberal e qualquer outra direita, porque serve para encobrir a Luta de Classes e serve para acobertar o que faz nos governos e para quem a direita Governa.

    Não podendo explicitar seus interesses econômicos, diversos da imensa maioria da população, a direita se especializou em fazer da corrupção sua bandeira de campanha eleitoral e de convencimento do voto nela ou em ninguém via mídia aliada, no Brasil a Rede Globo é sua porta-voz maior, bem sabemos.

    O anti-petismo de parcelas inteiras da sociedade tem uma porcentagem grande de ligação com a campanha de relacionar de forma quase exclusiva e violenta o PT à corrupção, sem nenhuma trégua ou chance de se raciocinar ou ver o lado outro, o PT, se defender das acusações a ele imputadas.

    Porém, além de ser uma ingenuidade crer que o propósito de combate à corrupção exista nas operações da Lava-Jato, há o fato mais grave nela que é o de criminalização de pessoas, partidos e ideologias contrárias à Ideologia a qual Sérgio Moro está atrelado: a Ideologia neoliberal e associada ao Brasil apequenado, um quintal dos EUA e alinhado a ele de forma desigual, sendo que a relação de trocas entre Brasil e EUA não seria de igual para igual, mas, sim! na base de um manda e tira proveito e outro obedece e é dilapidado.

    Será que a Luciana Genro tem raciocinado sobre este propósito maior da Lava-Jato? Ao lado do extermínio das esquerdas, de todo desenvolvimentista, de todo defensor dos interesses nacionais, de alienação do patrimônio público da Petrobrás, da quebradeira da indústria pesada nacional, da indústria de defesa e da indústria naval e do não desenvolvimento tecnológico e científico do Brasil?

    Neste processo de apequenamento do Brasil se quer junto a ele dar encaminhamento para riscar do Mapa todo vestígio de esquerda, de defesa dos interesses nacionais e de desenvolvimentismo protagonizados por pessoas que defendam o Brasil soberano, desenvolvido e com Justiça Social, Luciana Genro! Esta é bandeira da Lava-Jato. Nada de combate à corrupção, senão jamais existiria o bordão: – não vem ao caso!

    Moro está na perseguição ao PT, ao Lula e à Dilma proque eles são a força política de esquerda em evidência e estiveram no Poder antes do Golpe de Estado por mais de 13 anos. 

    Se um dia o PSOL e a Luciana Genro chegarem ao Poder ou simplesmente se tornar o PSOL um partido com votos para eleger um número significativo de prefeitos e parlamentares o filme hoje visto contra o PT muda de nome mas o roteiro será o mesmo. Apenas, sairá o PT e Lula e entrarão Psol e Luciana Genro.

    E dá-lhe manchetes negativas garrafais diárias e capas negativas semanais de revista e noticiário de meia-hora de denúncias sem provas cabais, apenas por convicção. 

    E se precisarem de um pedalinho a mais: três, de um quadriplex, de um sítio com reforma da cozinha e do banheiro pode deixar que a velha mídia e a vara do Moro providenciam para o patrimônio da Luciana Genro.

    Podemos criar o slogan perfeito para a Direita midiática brasileira: Corrupção a gente inventa, parafraseando o Cazuza. 

    Ou seja, se precisar um dia derrubar o PSOL e acabar com a reputação da Luciana Genro, não há problema. Os quase 90% de controle das mídias brasileiras nas mãos de menos de 10 famílias capitaneadas pela Rede Globo e todos defendendo uma mesma Ideologia de extrema-direita se encarregam de fazer o serviço e cooptar uma parte significativa do Judiciário para não dar chances de o veredicto ser outro senão este: Psol é o partido mais corrupto do mundo e Luciana Genro a chefe máxima da quadrilha de ladrões do Estado brasileiro. 

    Mesmo sendo honesta a Luciana Genro estaria sendo colocada no rol dos desonestos, sempre ao lado dos mesmos, os da esquerda. 

    Para a Elite midiática todos os da esquerda são desonestos hoje em dia, não há mais limitador de conduta pelo que parece, nos meios de comunicação hegemônicos, infelizmente. Precisou aumentar, inventar, assassinar uma reputação para vencer uma Eleição, para dar um Golpe de Estado não haverá limites para esta conduta reprovável ser praticada. 

  4. Pois é…

    … eu já tinha lido na Revista Fórum o artigo-resposta da Luciana, e… É, deixa eu aproveitar e fazer um copy-paste aqui do que eu acabei comentando por lá:

    Não entendi: então a psolista Luciana Genro aplaude uma PF partidária, procuradores messiânicos e um juiz que está mais pra carrasco do que pra magistrado por finalmente reproduzirem para o “andar de cima” o que o sistema penal brasileiro faz com o “andar de baixo” da população desde tempos imemoriais, com procedimentos persecutórios no mínimo enviesados de inconstitucionalidade e a complacência dolosa dos graus de jurisdição superiores, é isso?

    Bom, numa frase, foi o que ela escreveu: “São o modus operandis do sistema desde sempre, que agora chegou à casta política e empresarial”.

    E o que eu entendi disso?

    Bom(2), que a psolista parece que não entendeu nada: aplaudindo esse mesmo modus operandi só porque ele chegou no tal andar de cima da sociedade, tem-se dois efeitos deletérios inevitáveis, já bem conhecidos em outros países e, infelizmente, em curso no nosso: berlusconização da política e desmonte irresponsável da cadeia produtiva de infraestrutura nacional.

    Sem falar que isso, acho eu, acaba atrapalhando mais do que ajudando no debate que ela mesma propôs: “Quem e por que está sendo encarcerado? É este o debate que precisamos fazer sobre o sistema penal e o encarceramento em massa no Brasil.”

    Pô, Luciana, põe a mão na cabeça, tá? Acho que ainda dá tempo.

     

    1. Dá nada, rapaz!

      “Pô, Luciana, põe a mão na cabeça, tá? Acho que ainda dá tempo.”

      Dá nada, rapaz! Essa aí é caso perdido. Elemento mais que deletério.

       

  5. Luciana Genro é tão brilhante
    Luciana Genro é tão brilhante que conseguiu ser humilhada na TV pelo pior humorista brasileiro. Ela está para a esquerda como Gilmar Mendes para a justiça. Assim como o corpulento Ministro do STF não passa de um maníaco tucano, a dona do PSOL não consegue ser mais que uma mulherzinha banal, invejosa e sem graça.

  6. Porque o Pilatos Tupiniquim prendeu o Barrabás

    O Moro, o Pilatos Tupiniquim, representante do imperialismo ianque, prendeu o Cunha, o Barrabás da elite brasileira, para poder o nosso Jesus Brasileiro sem ao menos ter que lavar as mãos.

    A Luciana Genro é mais uma que acha que o problema das sociedades capitalistas é apenas político e não econômico. Essa Mauricinha é uma pulha.

    1. O problema do brasil é, antes de mais nada, a nossa tradicao

      Assim como os alemaes lutam contra o estigma de racistas, ai temos nosso proprio estigma.

      Na minha modesta visao de mundo o problema politico esta atrelado ao economico. Isso pode ser traduzido a historia da briga ideologica entre as melhores formas de difusao/concentracao do poder na politica e da estrutucao/funcao dos entes economicos.

      Agora o problema da “corrupcao” do Brasil, na minha perspectiva, realmente é cultural. A “corrupcao”, no sentido da vantangem para si, na malandragem, no proveito imediato, na desonestidade, no desrespeito ao conteudo normativo de qqer coisa, na falta de unidade em torno de um projeto nacional, nas relacoes sociais em geral é a tradicao mais forte do brasileiro. Mais que o samba, o futebol e as bundas das mulatas. isso me é confirmado diariamente durante as ultimas decadas que viro fora do pais.

      Agora nunca vi uma proposta seria ate hj no sentido de uma lapidacao dessa “essencia” cultural, alem de que nao ha formula matematica nem paradigma ideologico que atualmente lide com essa questao. Se for para partir para a superficialidade do moralismo que se va ao menos a raiz do problema e se faca uma auto-critica individual e nacional.

      No meu humilde ver a LG tenta politizar essa discussao do moralismo, que no meu ver é valida mas so que no ambito cultural, mas ela seguindo a tradicao o faz para proveito proprio e no que convem a carreira dela.

  7. maturidade

    Esse posicionamento sobre a ¨prisão¨ – entre aspas sempre, como deve ser – do Eduardo Cunha, assim como outras atitudes dessa moça, me lembra muito o PT e os PeTistas dos primeiros anos do partido, por isso compreendo bem a percepção e o comportamento adotados por essa líder do PSOL.

    Muitos anos se passaram desde então, muita experiência e vivência amadureceram a maioria de nós. O discurso fácil e moralista daqueles anos cederam lugar a uma ação mais lúcida, consciente, e consoante com a realidade.

    A concretização, passo a passo, daquilo que era somente um sonho adolescente, requer uma certa temperança, senso de oportunidade e maturidade.

  8. Psolistas querem serviço nórdicos com impostos mínimos

    Finalmente, se as a^parências não enganarem, encontrei um Comunista neste site: o Autor da matéria.

    Quando ele fala que os Psolistas exigem serviços nórdicos pagando impostos de estado mínimo, eu me lembrei do trecho de um texto do Marx que abaixo transcrevo:

    Os pequeno-burgueses democratas, muito longe de pretenderem revolver toda a sociedade em benefício dos proletários revolucionários, aspiram a uma alteração das condições sociais que lhes torne tão suportável e cómoda quanto possível a sociedade existente. Por isso reclamam, antes de tudo, a diminuição das despesas públicas mediante a limitação da burocracia e a transferência dos principais impostos para os grandes proprietários fundiários e grandes burgueses. Reclamam, além disso, a abolição da pressão do grande capital sobre o pequeno, por meio de instituições públicas de crédito e de leis contra a usura que lhes tornassem possível, a eles e aos camponeses, obter em condições favoráveis adiantamentos do Estado em vez de os obterem dos capitalistas; e ainda o estabelecimento das relações de propriedade burguesas no campo, pela completa eliminação do feudalismo. Para realizarem tudo isto, necessitam de uma Constituição democrática, seja ela [monárquica] constitucional ou republicana, que lhes dê a maioria, a eles e aos seus aliados, os camponeses, e de uma organização comunal democrática que ponha nas suas mãos o controlo directo da propriedade comunal e uma série de funções actualmente exercidas pelos burocratas.

    Além disso, a dominação e o rápido aumento do capital devem ser contrariados, em parte pela limitação do direito sucessório, em parte pela entrega ao Estado do maior número possível de trabalhos. No que se refere aos operários, antes de mais está assente que devem, como até agora, permanecer operários assalariados, apenas desejando os pequeno-burgueses democratas que os operários tenham melhor salário e uma existência mais assegurada; esperam eles conseguir isto [confiando], em parte, ao Estado a ocupação dos operários e através de medidas de beneficência; numa palavra, esperam subornar os operários com esmolas mais ou menos disfarçadas e quebrar a sua força revolucionária, tornando-lhes momentaneamente suportável a sua situação…” – Marx e Engels

    Me distraí ouvindo rock’n’roll e não sei se já enviei este comentário. Não cinsta que está à espera de moderação. Portanto, na dúvida vou (re)-enviá-lo.

    1. Fiquei em dúvida sobre qual

      Fiquei em dúvida sobre qual turma, depois de ler esse trecho. É PSOL ou PT?

      “(…) No curto prazo de um ano, a III Internacional já alcançou um triunfo decisivo ao desfazer a II Internacional, a Internacional amarela, social-chovinista, que há poucos meses era incomparavelmente mais forte que a III, parecia sólida e poderosa, e dispunha do apoio da burguesia mundial sob todas as formas, diretas e indiretas, materiais (postos ministeriais, passaporte, imprensa) e morais. 

      O que importa agora é que os comunistas de cada país levem em conta com plena consciência tanto as tarefas fundamentais, de principio, da luta contra o oportunismo e o doutrinarismo “de esquerda”, como as particularidades concretas que esta luta adquire e deve adquirir inevitavelmente em cada país, de acordo com os aspectos originais de sua economia, sua política, sua cultura, sua composição nacional (Irlanda, etc.), suas colônias, diversidade de religiões, etc., etc. Sente-se expandir e crescer em toda parte o descontentamento contra a II Internacional por causa de seu oportunismo e sua inépcia, sua incapacidade para criar um órgão realmente centralizado e dirigente, apto para orientar a tática internacional do proletariado revolucionário em sua luta pela república soviética universal. É preciso compreender perfeitamente que esse centro dirigente não pode, de modo algum, ser formado segundo normas táticas estereotipadas de luta, mecanicamente igualadas, idênticas.(…)”

       

       

      https://www.marxists.org/portugues/lenin/1920/esquerdismo/cap07.htm#topp

       

       

  9. Não sei se isso pode ser

    Não sei se isso pode ser transformado em um ‘mal infantil’ do Psol, talvez seja uma generalização. Há coisas e outras coisas. O caso da LR é meio extremado, vem de longe. Uma confusão entre desenvolver a consciência de classe e explorar o ressentimento de classe, algo que já marcou a trajetória de muitos socialistas que “evoluiram” para a direita (e mesmo para a ultradireita). Também não é nada novo. Acho estranho que ninguem se lembre do modelo de comportamento policial e de guru que ela adotou, alguns anos atrás. Ela se embeveceu com as “ideias” do famoso Capitao Nascimento, sim, aquele chefão do Bope. Quem gosta do Bope tem tudo para gostar da Forza Curitiba, talvez até do pessoal da velha Rua Tutóia. Indo além: gosta até dos fascistas da Ucrânia.

    1. Infelizmente, não me parece generalização.
      Tenho ajudado à campanha do freixo em dialogos com pessoas, sempre que posso, e além, quando fui consultado por questao bem específica em que tenho certo domínio.

      Mas ė dose. Conheço muitos petistas e todos engajados na campanha do freixo.

      Pois bem, na propaganda eleitoral há um anúncio do freixo sobre o apoio do garotinho ao crivella. E veja só: os dois apoiaram a Dilma em eleição, como o freixo no segundo turno tb.

      Há certamente muitas fotos do crivella e garotinho juntos, ok?

      Mas na propaganda do freixo aparece a denúncia desta aliança com uma fotos dos dois COM ADESIVO DA DILMA.

      Era necessário isso? Num momento imperativo de união da esquerda, precisava dessa atitude infantil?

      Pra mim, tem sido baldes diários de água fria, mas…

      1. Putz

        Vi esta propaganda trocentas vezes e nunca reparei no tal adesivo.

        Enfim, vou votar no Freixo. Estas miudezas moralistas não me afetam frente ao horror que eu tenho diante da possibilidade de ascensão do projeto de poder dos crentes. Tenho afinidade pelo projeto do Freixo e se ele quer ou não quer a presença de Lula, isso é apenas a realpolitik a lá PSOL. Tudo era permitido a Lula, desde de apertar a mão de Maluf até se juntar com qualquer canalha em prol dos acordos…

        Quanto à Luciana, tenho poucos elementos para julga-la. Dilma também falava que queriam tirá-la para parar a lava-jato, subintende-se que a operação era uma coisa positiva e que não deveria ser parada

  10. Torci para que ela ganhasse

    Torci para que ela ganhasse em Porto Alegre. Queria ver quanto tempo ia durar o discurso infantil da ultra-esquerda imbecil. Queria ver quanto tempo o discurso perfeito ia suportar a realidade imperfeita. Parece que essa gente nunca saiu da adolescência. Adoram uma teoria, sem se dar conta que a realpolitik está muito longe dos livros de Jean-Jacques Rousseau. Política é Maquiavel, como bem descobriu o PT da forma mais dolorosa. O resto é pura criancice.

    Quando aos porto-alegrensesi terão o que merecem: a experiência com a Yeda Crusius (como governadora) não serviu de lição e elegerão o Marchezzan para tomar um sarrafo bem levado do PSDB. Tem gente que naxeu pra ser idiota. 

    1. Alto lá

      Estou de acordo quanto ao infalismo de Luciana e de muitoas no PSOL. Mas reduzir J.-J. Rousseau a puro teoricismo e Maquiavél a pura Realpolitik vai um certo exagero. As críticas à propriedade e concentração da riqueza mostram que a teorização de Rousseau estava bem atenta ao flagelo social dos anos pré-revolucionários — algo que certamente escapa ao moralismo de Luciana –, enquanto Maquiavél é certamente incompreencível se se aniquila nele toda e qualquer categoria, sempre “históricamente determinada”, per supuesto. Aliás, também isso parace faltar à Luciana (e, outra vez, a muitos do PSOL), marcada por uma história política em cujo centro encontramos o “espírito de cisão”, caro à ideia (a toda prova autoritária) da política como pura e simples “paixão”.

  11. Quem adorou

    Quem adorou a estupidez intelectual da Luaciana foi a Marina Silva, Sim, a Marina Silva, pois em breve ela terá a companhia da Luciana. Ambas com uma singularidade: a arte de falar bobagens.

    1. É dom, só pode
      Marina Silva, José Álvaro Moisés (cientista piguento) e os discursos do Golpisto têm a incrível capacidade de falar, falar e falar, mas não dizer nada. Algo a ser estudado.

  12. ” Quando escolhemos a questão

    ” Quando escolhemos a questão da corrupção como prioridade, como fez Luciana em momentos cruciais do debate, deixamos de ser de esquerda e nos reduzimos a meros moralistas – aproximando-nos bastante do moralismo de direita.”

     

    Verdade, ainda mais quando próceres da esquerda notadamente corruptos, como Dirceu e Palloci, estão presos.

  13. Udenismo pós-moderno

    Além das frágeis contradições com o capitalismo, vamos lembrar que Luciana apoiou o golpe na Ucrânia, tal como antes havia apoiado a ação da Otan na Líbia, que destruiu o país e o devolveu à barbárie. É a esquerda que Langley gosta e apoia.

  14. Terra do Nunca (Edu Lobo // Paulo César Pinheiro)

    Terra do Nunca (Edu Lobo // Paulo César Pinheiro)

    A Terra do Nunca é encantada/ fica numa nuvem lá do céu (…)
    A Terra do Nunca é tão distante/Como a casa de Papai Noel (…)
    Lá tem gigante/Cavaleiro andante/Tem até bicho falante (…)
    É a terra das crianças/Lá ninguém tem que crescer

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=X8Z4vXVOqcM%5D

    1. Uma arbitrariedade não extingue outra

      Como dizem os ingleses, two wrongs don’t make a right. A Luciana Genro acha que a prisão do Cunha vai acabar com as arbitrariedades contra os pobres. A burguesia e seus lacaios não dão murro em ponta de faca. No mínimo, a prisão do Cunha é para que ele faça delação premiada, entregue o PT, e não por corrupção, pois se fosse por corrupção, os políticos de todos os partidos estariam presos, e não só os petistas, mas porque o PT reduziu, ainda que timidamente, as desigualdades sociais.

      Entregando o PT, o Cunha vai pegar uma pena simbólica e o Moro vai lavar a sua fortuna suja a jato.

      Enquanto o Cunha está preso numa cela individual de 12 metros quadrados, 12 presos dividem uma cela imunda com 6 metros quadraqdos, na melhor das hipóteses. Essa Luciana é uma caolha.

  15. Sempre votei no PT, mas…

    Lendo sua definição de ” moralismo exagerado”, “aristocrático”…do PSOL, lembrei de outro partido que começou assim. O PT pode agora olhar para os psolistas e usar o clichê “eu sou você amanhã”. Um dos motivos do ódio original ao PT era o dedo sempre apontado para os demais partidos e partidários. Esses que sentiam ofendidos ficaram anos esperando para dizer ” ah´rrá …vocês são ainda piores”! Sentiram-se aliviados de não serem mais os vilões… O Psol deveria ter aprendido a lição – essa e outras mais – olhando para a sua matriz.

    1. Emma, há um imenso erro numa análise deste tipo que muitos ….

      Emma, há um imenso erro numa análise deste tipo que muitos fazem. A origem do PT era uma frente ampla que reunía diversas tendências, dentro destas tendências Lula era o que guiava tudo e a história de Lula é de um sindicalista.

      O PSOL era uma desatas tendências dentro do PT, que rachou e parte saiu para a fundação do partido, logo na evolução do PSOL ele nunca chegará a um PT mesmo que a direita o apoie.

      1. Até onde vai chegar o Psol, não sei…

        Me referia à semelhança do “moralismo exagerado” no nascedouro, mas entendo que PT e Psol não são iguais em tudo. Acabei lembrando de uma historieta que ilustra bem isso. Lá pelos anos 80, quando Lula se tornou a grande liderança sindical e presidente de um novo partido chamado PT,  fui desafiada pelo meu chefe a convidar Luiz Inácio para palestrar na entidade de empresários que ele presidia. Ele apostou comigo que Lula não aceitaria. Liguei para São Paulo e quando fiz o convite só faltaram bater o telefone na minha cara, onde já se viu Lula conversar com patrões ?!! Perdi a aposta e tive que aguentar a cara blasé do meu chefe cada vez que olhava para a estrela vermelha que eu costumava usar na gola.

  16. Coxinha a esquerda
    Luciana é uma frustada,invejosa e cheia de rancor por que o PT não lhe deu escada para sua ascensão,seus projetos pessoais de poder.Ela como Marta e Marina possuem as mesmas “qualidades” e pior são desagragadores.Figuras negativas cheias de magoas e odios e não perdem oportunidade para descarregar estes rancores e fodam – se todo mundo.Elas não valem um mindinho,não da Dilma,mas da senadora Katia Abreu(para minha surpresa)que mostrou muitissimo mais carater,dicernimento ,coisas que as 3 nunca vão entender.

  17. Postura e compostura

    O que se espera de um político que concorre ao posto máximo, a presidência da República, é postura e compostura de adulto, ao menos. Indispensável também a correta leitura/interpretação do cenário e fatos políticos, a fim de não suscitar a mínima dúvida quanto à maturidade/consistência política do candidato. Senão, fica aquela terrível sensação de que a pessoa é uma aventureira, nada mais. O mesmo se aplica a Marina Silva. 

  18. “UDN de tamancas”, já dizia Leonel Brizola.

    A corrupção é inerente a sociedade de classes. Combater este mal é obrigação de todos os honestos, mas sem utopias. Ela não será erradicada enquanto valor de troca sobrepujar valor de uso no imaginário das pessoas.

    O PSOL é a dissidência moralista do PT. Portanto, herdeiro da sentença do tão necessário Leonel Brizola sobre o PT, quando este ainda era “virgem” de Poder: “é a UDN de tamancas.”

    O moralismo varreria do mapa também o PSOL. Sobrariam apenas o Eliseu “Quadrilha”, Michelzinho “Porto de Santos”, Aloysio “trezentinhos” e outras figuras “inclitas” da República.

  19. Outra no futuro dirá que nunca foi de esquerda.

    Luciana, Marina, Heloísa, Marta, não adianta ser mulher para fazer alguma diferença, quando ela mesma internalizou os velhos valores culturais. Essa é outra que em 30 ou 40 anos dirá que nunca foi de esquerda.

  20. O PT deixou em seu rastro
    O PT deixou em seu rastro pessoas extremamente mesquinhas que por não ter seu desejo pessoal de ascensão política avalisados por Lula, partem para a vingança pessoal.
    Helio Bicudo, Luciana Genro, Heloisa Helena (que por ironia saiu do psol que não aceita doação de bancos e empresas, foi pra Rede do Itau) Marta entre outros, mostram o quão sao pequenos como pessoas.
    Jean Wyllys é a exceção por talvez não ter uma trajetoria política anterior…

  21. Vesguice

    Oportunista como Marina. Seus belos olhos só enxergam um partido no país para combater: o PT. Esta cegueira lateral resultou agora em vesguice. Vê ordem na desordem promovida pelo Moro. Ela entende alguma coisa de política ou só da política praticada pelo PSDB partido do juiz e de seus subordinados que prega o desmonte da nação Brasil? Ela acha normal a  destruição da empresa nacional mais importante do país ou o afundamento das empresas nacionais de infra-estrutura promovido por ele? Ela acha normal o fechamento de escolas e universidades promovido pelo PSDB-PMDB que assaltaram o poder? Logo  ela que teve votos   basicamente entre a classe média das universidades. Lamento pelo PSOL, pois esse apoio esdruxulo pode custar caro eleitoralmente num momento grave como este.

  22. Talvez ela seja mais esperta do que parece

    Das duas uma: ou Luciana é muito ingênua e acredita no bom mocismo da lava jato, a despeito de tantas falhas escandalosas; ou é muito esperta e tenta surfar na onda da mídia.

    1. O segundo:  surfar na onda da

      O segundo:  surfar na onda da media.  O que ela escreveu foi tao impensado que da ate pena.

      Quanto ao assunto em si:  a proxima vez que eu quizer saber o que os politicos de Nebrasca ou Arkansas tem pra dizer…  eu digo pra eles.  Por enquanto…  nao vai rolar.

    2. De bobinha e ingênua, ela não

      De bobinha e ingênua, ela não tem nada. 

      Aprendeu com o pai, o umbigo e carreira dele, o resto q se f……..

      Nenhum dos dois teria meu voto para absolutamente nada. De Dilmas, Tarsos e Lucianas, o inferno deve estar cheio.

      Alias, essa cultura política, elitista e escrota com os companheiros, da esquerda q vem do R G do Sul, é um nojo, nhc, nhc…….

    3. das duas, a pior

      É a esperteza e a imbecilidade na mesma cavalgadura.

      No histórico desta criatura, entre outras cretinices, consta um viva para a arruaça neonazista na Ucrânia. 

  23. Luciana Lajato

    Essa Luciana Lavato me lembra aquelas figuras menores que tentam esconder a própria indigencia com um verniz de suposta superioridade intelectual. Uma bobinha de cabelos e ideias encaracoladas. Cá entre nós, cria do confuso Tarso Genro.

  24. Dona Luciana, para ter
    Dona Luciana, para ter credibilidade, na sua luta contra a corrupção deveria, junto com seu partido, não ter aceitado cargo na AL/RS de ‘coordenadora da bancada do seu partido’, o que lhe rende R$16 mil por mês. Causa espécie o fato da bancada do PSOL na AL/RS contar com um deputado! Isso mesmo, o PSOL/RS conta com um mísero deputado estadual. Deve ser um ‘portento’ esse deputado para precisar de coordenação. Luciana Genro personal cordinator do PSOL/RS.
    Inacreditável isso!!!

  25. não apenas nesse cso, como em

    não apenas nesse cso, como em tudo  nesse  país,  se alguém quer ser honesto  e, com raras exceções, se lascar, que se lasque.

  26. Radicalismo a serviço do grande capital
    Luciana Genro, Heloísa Helena e tantos outros são daquela geração de radicais que foram expulsos do PT e nunca mais encontrou seu lugar no mundo.

    A quantidade de decisões estúpidas que tomaram desde então só trouxe prejuízos para o povo brasileiro. Tipo:

    – Heloísa perdeu eleição presidencial e permitiu o retorno de Collor à política nacional.

    – Em 2013, apoiaram a política da não política que emergiu das ruas e que resultou no GOLPE.

    – Na hora em que as esquerdas mais precisam de união, Erundina chutou Haddad e Freixo recusou o apoio de Lula, o que pode lhe custar a eleição amanhã.

    Quando o PSOL erra, e erra muito, é o povo quem sofre.

  27. Miopia ou má fé ?

    Será que ela já ouviu falar em acordo de leniência ? prender o cunha é mole, quero ver prender um tucano…Ah, só prenderam o cunha devido a justiça suiça, caso contrário estaria na presidência da camâra. Acorda Luciana !

  28. Luciana está alinhada com o PIG e com os politicos da direita

    Qual a diferença entre o discurso da Luciana e os discursos abaixo transcritos?

     

    “Não é mais apenas pobre ou ladrão de galinha que vai para cadeia. O juiz Sérgio Moro está sendo uma espécie de sopro de esperança para a sociedade brasileira, cansada da impunidade, da corrupção que tá corroendo o recurso que falta para a educação, que falta para a saúde, que falta para a segurança pública, que falta para a infraestrutura deficiente que nós temos. A corrupção é a pior doença que pode grassar numa sociedade ” – Senadora Ana Amélia (PP-RS)

    “O PT ficava dizendo que a Lava Jato fazia perseguição. Agora Cunha está preso. A Lava Jato quer mostrar que ninguém está acima da lei”. – Maria Beltão, Apresentadora da Globonews

    A Luciana Genro poderia trabalhar traquilamente na Globo sem causar qualquer preocupação ao Clã Marinho

    Moro é o herói da Luciana. Infeliz um país que precisa de heróis, dizia Brecht

    Dona Luciana, acabar com as arbitrariedades contra a classe trabalhadora é tarefa da própria classe trabalhadora, não da parcial Lava Jato.

  29. Luciana – inútil e útil.

    Pobre Luciana.

    É de se esperar que partidos mais atinados com problemas de corrupção, e com posicionamento mais a esquerda, sejam em sua maioria mais éticos e confiáveis. Mas, eu não quero para presidente alguém que seja ético, confiável, mas que não tenha inteligência.

    Ela só não está nas garras do Moro por ser uma nulidade. Fosse ela alguém que pudesse contrapor-se aos desígnios da casa grande, já estaria sob o tacão dele.

    Uma inocente útil.

  30. Luciana Genro é tudo com que a direita sonha

    Prezados,

    Em algumas competições esportivas em que há fase classificatória – como torneios de futebol, vôlei e basquete – equipes mais fortes, inicilamente em grupos distintos, costumam ‘fazer corpo mole’, para não ter de enfrentar na fase seguinte – quase sempre eliminatória – outra equipe forte e assim ser derrotada e eliminda da competição. No jargão esportivo isso de chama ‘escolher o adversário’. Na política ocorre algo parecido; candidato forte de um espectro político (direita ou esquerda) costuma escolher os alvos que irá atacar na fase classificatória (primeiro turno) e qual adversário deseja enfrentar na fase eliminatória e decisiva (o segundo turno). Aqui no Rio os analistas políticos mais experientes e mesmo os militantes com maior conhecimento e experiência afirmam que Marcelo Freixo é o adversário que a direita queria enfrentar no segundo turno. Não concordo totalmente com essa afirmação – embora ela tenha bastante fundamento – porque à direita interessava muito mais que Pedro Paulo ou um de seus satélites (Índio da Costa e Carlos Osório) ou até mesmo o fascista Flávio Bolsonaro fosse(m) para a disputa em segundo turno com Marcelo Crivella.

    Se algum candidato da direita fosse para o segundo turno, o PIG/PPV, com destaque para a tv globo, destroçaria Marcelo Crivella em menos de uma semana, pois tem munição de sobra para isso, como está se vendo nesta reta final da campanha ´para o segundo turno. O puritanismo e moralismo do PSOL, assim como a falta de firmeza e postura do candidato Freixo em lidar com acusações que foram feitas contra ele – algumas claramente manipuladas, outras de conteúdo verdadeiro, como é o caso daquelas declarações que o deputado proferiu demonstrando simpatia pelos mascarados black blocs – mostram a fragilidade do candidato e do partido. Se Marcelo Freixo tivesse de disputar o segundo turno com Pedro Paulo, Índio da Costa ou mesmo com Flávio Bolsonaro, ele seria móido, triturado pleo PIG/PPV. Faço essas críticas com a maior tranq6uilidade e consciência de alguém que apóia – inclusive financeiramente – com a campnha de Marcelo Freixo. 

    Quanto à Luciana Genro, ela é Heloísa Helena muito piorada, pois não tem as virtudes da alagona e apresenta não apenas os mesmos defeitos, mas outros em grau muito maior do que esta. Luciana Genro quer aparecer a qualquer custo; quando essa onda de falso moralismo nazifascista inunda o País – sobretudo por meio do sistema de justiça (PF, MP e PJ), instituições que são o cerne do golpe em âmbito nacional – ela pega uma prancha e quer surfar. Quando o PIG/PPV e a direita promoveram manifestações a favor do golpe, Luciana Genro passou a se apresentar não como alguém que condenva o golpe contra um governo legítimo, mas como uma oportunista que, para ter holofotes e microfones ao seu dispor, resolveu trair as origens e se colocar como crítica, opositora e acusadora da presidenta Dilma e seu governo, apontando práticas de corrupção; ou seja, Luciana Genro adotou o mesmo discurso hipócrita usado pela ORCRIM da Fraude a Jato e pelo PIG/PPV. Na hipótese de ter de enfrentar um candidato que se auto-intitula de “esquerda”, Luciana Genro é a candidata dos sonhos da direita, pois não resiste a uma semana de matérias desfavoráveis no PIG/PPV e num debate com um candidato tarimbado é detonada no primeiro ‘round’. Se a Esquerda foi alijada do segundo turno em POA, isso se deve exclusivamente á intrensigência e flata de visão política estratégica de Luciana Genro. Com o monte de bobagesn que tem dito e escrito, Luciana Genro não conseguirá nada mais do que mandato de deputada federal; nem para o senado ela se credencia com esse discurso falso-moralista, incoerente e flertando com moralismo rasteiro e nnazifascista da direita.

    Neste artigo João Feres Jr. mostra aquilo que muitos leitores do blog já tinham constatado: O PSOL jamais será um substituto para o PT; o aniquilamento do PT é péssimo para a Esquerda, ao contrário do que pensam muitos integrantes do PSOL. A direita sabe dessas coisas; é por isso que o PSOL nunca a incomodou e é por isso que até hoje não recebeu ataques diretos dessa direita e da sua maior força auxiliar: o PIG/PPV. O PSOL e alguns de seus líderes repete o mantra de combate à corrupção, que é tudo que a pior direita sempre usou para aplicar TODOS os golpes de Estado, desde que o Brasil se tornou uma república, por meio de um golpe de Estado, é bom lembrar.

     

    1. 5 estrelinhas

      João Paiva, quis dar 5 estrelinhas pra seu comentário, mas, como acontece muitas vezes por aqui, não consegui. Então, tô escrevendo: Parabéns! Comentário perfeito! Abaixo essa oportunista!   

  31. O ‘moralismo de esquerda’ como exemplo da realpolitik.

    Eu concordo plenamente que a corrupção não pode ser prioridade da esquerda. E glorificar a lava jato quando é obvio até para as pedras que ela não tem como objetivo acabar com a corrupção é uma atitude no minimo leviana. As pessoas que defendem o PT e criticam a esquerda por moralismo e até lacerdismo podem ter razão. Mas tem memória seletiva. Eu estava vivo e atuante na década de 1990  e me lembro perfeitamente do discurso do PT naquela época sobre a corrupção e a ‘ética na politica’.  E isso não acabou quando o PT chegou no governo, como dizem alguns aqui. Quando o PT começou a ser acusado de corrupção, entrou no jogo e continuou colocando a corrupção como prioridade do debate politico. Até antes do impeachment a defesa que ‘bombava’ contra as acusações de corrupção do PT por parte de quem agora acusa a ‘esquerda’ (assim, genericamente) de moralismo era denunciar a corrupção em  governos de outros partidos e que ela não era investigada.

    É um exemplo da realpolitick e o pragmatismo: o moralismo é usado de acordo com as circuntâncias, em algumas ele é bom, em outras é ruim. Contra as acusações da direita quando estava no governo, o discurso ‘moralista’ de que corruptos são os outros – o que pode até ser verdade, mas na realpolitik a verdade é o menos importante. Agora que estão na oposição e disputam espaço politico na esquerda o moralismo virou um ‘mal da esquerda’ (assim genericamente).

    PS: A única coisa que eu vejo de (aparentemente) ‘radical’ no PSOL é o discurso. O programa é tão social democrata quanto o do PT. ‘

     

    1. Com uma esquerdista dessas, a direita não precisa mais do PIG

      Com uma esquerdista dessas, fazendo o serviço sujo de graça, a direita pode acabar com o PIG, pois este faz o serviço a soldo.

      Ante essa concorrência desleal, a Luciana corre o risco de ser assassinada pelos penas pagas do PIG. A Lava Jato tem que dar proteção à Luciana.

  32. Depois de tudo o que vimos e

    Depois de tudo o que vimos e “assistimos”, primeiro, na Ação Penal 470 (Mensalão) e, agora, na Operação Lava Jato (Petrolão) parece incrível que alguém ainda acredite que elas representem uma demostração de força na sociedade brasileira da “luta contra a corrupção” e a “impunidade”. Luciana admite que o nosso sistema penal e carcerário é arbitrário e injusto (o famoso e conhecido mote policial “carrega o elemento e deixa ele apodrecer na cadeia”) mas ela se alegra com o fato de que agora ele finalmente chegou para todos (?), jovens e velhos, ricos e pobres, brancos e negros, “doa a quem doer”, sentencia ela acacianamente. E conclui dizendo que agora quem está sendo encarcerado também é a “casta corrupta” que comandava esquemas históricos de ataque aos cofres públicos, e, então, tudo bem, né, afinal vale tudo em nome do combate a corrupção e a favor da regeneração moral, quem pode estar contra essa cruzada? Os supeitos de sempre: empreiteiros e políticos. Sua defesa da Lava Jato e de seu Juíz, parece uma espécie de reclamo por um igualitarismo rebaixado, a arbitrariedade para todos. Não revela nenhuma preocupação em relação aos alcances desses processos em curso para a nossa frágil democracia, nem uma palavra a respeito da politização da justiça ou da justicialização da política. Pensei no Conselheiro Acácio mas me pareceu um certo exagero (ou não?). 

  33. “isso só se faz tirando dos

    “isso só se faz tirando dos que ganham mais e dando para os que não ganham tanto”.

    Ora, ora, mas não foi exatamente o contrário do que a suposta esquerda petista fez…

    tirou dos que ganham mais e deu para os que ganham MAIS AINDA (vejam o caso das empreiteiras???

    Num entendo mais nada.

  34. Moralismo em substituição a política

    ALERTA: TEXTO LONGO

     

    Aquilo que chamamos de política, é e sempre foi o processo, a lógica, o fluxo de agir de modo a levar o nosso grupo a se tornar algo que pensamos para ele, ou seja, na política, nossas ações são escolhidas com a finalidade de atingirmos determinados objetivos. Resumindo, poderíamos dizer que os objetivos definem a ações a serem adotadas, ou ainda na forma mais popular: “em política, os fins justificam os meios”.

     

    Mas quais objetivos?

     

    Isso diferencia a esquerda da direita.

     

    A direita acredita na hierarquia social, onde aqueles supostamente mais fortes, inteligentes, competentes, bonitos, ricos ou filhos de ricos devem ter privilégios (uma vida mais digna de ser vivida), enquanto os menos agraciados pela natureza, nascimento ou condições em que foram criados, devam ter uma vida menos digna de ser vivida.

     

    A esquerda, por outro lado, rejeita o direito aos privilégios dos “bem nascidos” e acredita que o objetivo da sociedade deva ser a busca da igualdade.

     

    Esquerdistas e direitistas escolhem suas ações com vistas a atingir estes diferentes objetivos. Podem acertar ou errar na escolha das ações (isso significa escolher ações que não resultem nos objetivos almejados)

     

    Avaliar as ações por si mesmas é bastante simples. Basta olhar depois de algum tempo se a esquerda conseguiu produzir uma sociedade mais igualitária ou se a direita conseguiu criar uma sociedade meritocrática. A história é o juiz das ações.

     

    Quanto aos objetivos, sua avaliação é impossível sem a interferência de critérios morais, mas antes de falar sobre isso, vale lembrar a definição de moral proposta por Norberto Bobbio:

     

    Na moral, ao contrário da política, as ações não são escolhidas para que certos objetivos sejam atingidos, mas sim com base nas nossas crenças mais profundas sobre o que seja certo ou errado. “Na moral, os princípios justificam os meios”.

     

    Quando nos tornamos esquerdistas ou direitistas, refletimos aquilo que nos vai dentro da alma. Aquilo que achamos justo com base numa crença pessoal.

     

    Aqueles que acreditam que os mais competentes devam viver melhor são pessoas de direita e aqueles que acreditam que a qualidade de vida não deva ser baseada na competência (ou outra característica que diferencie as pessoas) são pessoas de esquerda.

     

    Porque alguns acreditam na hierarquização e outros na equalização, é algo de foro íntimo e depende tanto da criação recebida dos pais, da escola, das “cacetadas da vida” e talvez até mesmo da genética. Não cabe aqui discutir o motivo da escolha pela esquerda ou direita. Ambas as formas podem resultar em mundos viáveis, ambos com felicidades e infelicidades, ambos com erros e acertos.

     

    Discutir os motivos da escolha pela esquerda ou direita será sempre uma discussão moral.

     

    Ambas as formas de pensar podem ser parasitadas por objetivos ocultos que nada têm em haver com esquerda ou direita. São objetivos imorais, ou seja, são objetivos que não guardam nenhuma relação com as nossas aspirações sobre como o mundo deva funcionar.

     

    Tanto os direitistas, como os esquerdistas (na verdade, pessoas que fingem ser esquerdistas ou direitistas) podem colocar objetivos egoísticos na frente dos objetivos morais (tanto faz a sociedade que estejamos criando, desde que eu me dê bem). Esta é a ação imoral, que não leva a sociedade a lugar nenhum. A luta pelo poder torna-se um fim em sim mesma.

     

    As ações imorais subvertem tanto a esquerda como a direita e destroem qualquer capacidade de ação de direitistas e esquerdistas sinceros. (Sim. Existem direitistas sinceros). A reação à imoralidade costuma ser o moralismo.

     

    No moralismo, as pessoas propõem que a sociedade seja governada não pela política, mas sim pela moral, ou seja, há um conjunto de ações permitidas pelos princípios e outras rejeitadas. As ações não seriam julgadas pela história devido a sua eficiência em tornar a sociedade mais direitista ou esquerdista e sim com base em sua aderência a certos conjuntos de ações aceitáveis pelos princípios morais.

     

    Numa sociedade moralista também haveria pessoas de esquerda e direita, mas cada qual teria que agir segundo uma cartilha de princípios de suas agremiações. Nem tudo é permitido no mundo moralista, por exemplo:

     

    Um direitista moralista que acredita na hierarquização não poderia tolerar a existência de uma empresa estatal (uma propriedade coletiva), pois isso contraria os princípios da competitividade que deve orientar a hierarquização da sociedade. Ainda que essa estatal fosse benéfica ao capitalismo, pelo menos durante algum tempo. O caso da Embraer é emblemático. Uma empresa estatal deu origem à formação de pessoal e tecnologia nacionais para criar posteriormente uma empresa privada bem sucedida. Direitistas moralistas tendem a ver a fase estatal da Embraer como um erro (ela sempre deveria ter sido privada na opinião deles). Eles normalmente não percebem que não haveria indústria aeronáutica no Brasil sem a fase estatal da Embraer. Falta-lhes o pragmatismo (pensamento político) que permitiria saber que às vezes, uma estatal contribui mais com o capitalismo do que uma empresa privada.

     

    Um esquerdista moralista que acredita na equidade costuma ter ojeriza da privatização e neste sentido, toda privatização é vista como algo ruim. O caso da Embraer é emblemático, também neste sentido. Produzir aviões é um bom negócio para a economia do país, mas isto não tem um impacto real sobre a equalização dos direitos sociais. Uma Embraer privatizada trouxe mais empregos e mais impostos e teve impacto positivo sobre o orgulho nacional, mas mesmo assim, uma parte da esquerda que entende a privatização como um tipo imoral de ação, rejeita isso.

     

    Observe que eu não estou defendendo a privatização ou a estatização da economia. Digo apenas que tanto para a esquerda como para a direita, este tipo de ação deva ser adotada por razões políticas e não morais (ideológicas). Há casos em que a estatização beneficia o capitalismo (vide AIG nos EUA) e casos em que a privatização beneficia o socialismo (vide a industrialização chinesa). Cada caso é um caso.

    O moralismo também é a resposta imediata à corrupção (adotar objetivos pessoais ao invés de coletivos). Minha concepção pessoal de corrupção vai além da obtenção de dinheiro. Também vejo como corrupta, uma pessoa que não rouba para si mesma, mas busca o poder e o prestígio antes de pensar nas conseqüências ou nas causas morais de suas ações.

     

    Os corruptos são, antes de tudo, pessoas imorais, mas também são impolíticos (usei esse neologismo de propósito para evitar a expressão “apolítico”, que tem outro significado). Devemos confrontá-los não apenas do ponto de vista moral (buscar o porquê das suas ações), mas também do ponto de vista político (cobrar-lhes as conseqüências de suas ações).

     

    Quando nos deparamos com personagens políticos que pareçam estar colocando seus objetivos pessoais como definidores de suas ações, sentimo-nos traídos (principalmente se falamos de um político eleito). Nossa primeira reação é a busca de um referencial de ações que seriam compatíveis com nossos princípios, para que possamos fazer um julgamento moral da pessoa.

     

    Numa sociedade organizada, a moral é estruturada e formalizada como leis. Nesse ponto de vista, o poder judiciário é um poder moral, e por isso, esperamos dos juízes, que se atenham da política. Cabe ao juiz, pensar apenas no cumprimento da lei, que é o código moral da sociedade organizada. Um juiz que tenta adaptar suas interpretações da lei à análise das conseqüências futuras está assumindo para si, o papel que seria do eleitor.

     

    Dito tudo isso, posso pensar na Luciana Genro e na sua defesa da operação Lava-Jato.

     

    O apoio dela a esta ação do judiciário é mais que uma reação moral, é tipicamente uma reação moralista.

     

    Ela abraçou o mesmo julgamento moralista do Juiz Moro que pensa que governo é uma expressão da moral e não da política.

     

    Um moralista é quem pensa que a moral rege o mundo. Eu não penso assim.

     

    Penso que a sociedade deva ser guiada por pessoas com objetivos em mente. Suas ações devem ser controladas pelas leis, mas não são as leis que governam, pelo contrário, as leis limitam as possibilidades de ação dos governos. As leis são os freios e garantias da sociedade para que os políticos não possam usar meios injustos de se perpetuar no poder, seja em prol de metas moralmente corretas (de esquerda ou direita) ou imorais (objetivos pessoais).

     

    O próprio Juiz Moro fosse já deu diversas demonstrações de que está preocupado com as conseqüências de suas ações, mas acho que a mais reveladora é a que se segue:

     

     “Minha crença maior é que temos um governo de leis e as regras tem que ser aplicadas a todos. É dever de ofício.”

     

    A moral tem um papel na sociedade, mas governar é um ato político. Colocar as leis em substituição aos governos é um ato moralista e nesse entendimento, a justiça (único poder baseado na moral) passaria a governar sozinha.

    Ainda que, ingenuamente, pudéssemos confiar que não há juízes e promotores imorais, teríamos criados uma sociedade baseada apenas naquilo que não se pode fazer. O alcance dos objetivos de justiça social (para a esquerda) ou liberdade (para a direita) seria secundário em relação às leis.

     

    Sociedades e governos são dinâmicos. Leis são modificadas e mesmo as constituições podem ser refeitas periodicamente. Leis não governam. Leis apenas limitam os poderes dos governantes.

     

    Imagine um político tendo que perguntar ao judiciário se seus objetivos são compatíveis com as leis:

     

    Meritíssimo: Existe alguma lei que permita a implantação de um programa de justiça social que vise reduzir as diferenças entre pobres e rico?

     

    Ou então:

     

    Senhor Juiz: Será que existem leis que permitam discutir no congresso a punição de juízes por crimes de responsabilidade?

     

    Uma sociedade governada por leis, como quer o Juiz Moro e parece concordar a Luciana Genro, é uma sociedade judiciarizada, moralista e imóvel.

     

    Independentemente de qualquer discussão sobre a honestidade dessas pessoas, discordo da tese que eles apresentam.

     

    Repare que isto não significa que eu seja contrário ao julgamento de políticos, mas a política deve continuar sendo a ação em busca de objetivos e as leis (moral) servirão sempre para refrear desvios, nada alem disso.

     

    O julgamento da Dilma foi um golpe de estado?

     

    Claro que foi. Mas ela mesma foi parcialmente responsável por isso. Tanto por ser incompetente ao lidar com o grande número de alianças duvidosas no congresso, como por ter cometido o tolo crime de responsabilidade que deu armas aos seus inimigos para depô-la.

     

    Nós, brasileiros estamos pagando o preço de termos confiado a presidência da república a uma pessoa ingênua e incompetente. Nós sempre soubemos que o vice dela e os seus muitos aliados eram raposas, mas acreditamos que ela seria hábil o bastante para lidar com eles. Não foi.

     

    Os outros julgamentos em andamento na Lava-Jato usam freqüentemente teses de avaliação moral da política (isso é uma bobagem). Cabe aos juízes avaliar somente o cumprimento objetivo das leis, quando a interpretação das leis se torna muito aberta, a própria função da lei deixa de existir.

     

    Não cabe ao juiz usar um critério não amparado no texto das leis para julgar pessoas com base em uma tese jurídica subjetiva e certamente é isso que está acontecendo.

     

    Moralismo em substituição a política.

     

     

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