Andréa Daltro, uma explosão de sentimento

Cantora. Estudou música na Universidade Federal da Bahia. Professora de canto para jovens e adultos. Recebeu por mais de uma vez o troféu Caymmi por seu trabalho como cantora e educadora.

Iniciou a carreira cantando ainda como estudante quando ingressou como cantora no Madrigal da Escola de Música. Embora inicialmente trabalhasse com música erudita logo passou a dedicar-se à música popular interpretando um repertório baseado em modinhas e canções. Em 1983, participou do LP “Auto da catingueira”, lançado por Elomar e gravado inteiramente na Sala de visitas da Casa dos Carneiros na fazenda do cantor e compositor.

Com mais de 60 anos de vida e mais de 40 de carreira, a soprano Andréa Daltro é considerada pela crítica especializada uma das intérpretes mais bem preparadas da Bahia. A voz colocada e formação erudita lhe permitem fazer da sua grande extensão vocal seu principal instrumento de expressividade. Raríssimas das nossas cantoras têm condições técnicas de interpretar músicas instrumentais e à capela com tamanho talento.

A lírica Andréa Daltro começou a carreira cantando apenas música instrumental, até que, em 85, participou da ópera La Traviata, regida pelo maestro Pino Onnis. A cantora, então, passou a admirar a importância das letras junto à melodia das canções

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Talento, aliás, comprovado com o disco Kiuá, lançado em 1990, só com músicas instrumentais. Em 96, Andréa Daltro foi escolhida pela Secretaria da Cultura e Turismo do Estado da Bahia para inaugurar o selo fonográfico Sons da Bahia, com o CD Ave Marias. O repertório traz quinze canções em homenagem à santa, compostas nos últimos sete séculos. Dos clássicos Mozart e Bach até o contemporâneo Fred Dantas, passando por algumas anônimas que sobreviveram na tradição popular, o grande mérito do disco foi a unidade imprimida por Andréa.

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“A música instrumental é um momento de explosão do sentimento. Quando escolho as canções procuro essa explosão de certa forma traduzida na poesia, e também procuro colocar isso nelas.” Andréa Daltro.

Chico Buarque

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Elomar