Charge sobre Gladiadores do Altar desagrada Universal

Jornal GGN – Depois do episódio que os Gladiadores do Altar, da Igreja Universal, se tornaram conhecidos pelo público, o cartunista Vitor Teixeira desenhou uma imagem na qual um jovem, vestindo capacete de gladiador e com o símbolo da igreja na camiseta, golpeia uma mulher com trajes do candomblé ou da umbanda.

O rapaz foi notificado extrajudicialmente pela Universal e concordou em tirar a imagem do ar. Agora, a discussão é sobre a liberdade de expressão.

Enviado por André Paulistano

Cartunista retira charge sobre Gladiadores do Altar do ar após pressão judicial da Universal

Por Leonardo Sacco

Do Yahoo Notícias

O cartunista paulista Vitor Teixeira é o centro de uma polêmica que coloca em debate a liberdade de expressão no Brasil e que reacendeu o debate sobre liberdade de imprensa após o recente episódio francês do massacre em Charlie Hebdo — tomando, é claro, as devidas proporções.

Por conta de uma charge (imagem acima) que criticava a formação do polêmico grupo Gladiadores do Altar, da Igreja Universal. A igreja entrou com notificação extrajudicial na qual pedia a retirada do ar da página do cartunista no Facebook. Após negociação, ele deletou apenas a imagem e seguiu com seu trabalho no local.

“Eles [Universal] me mandaram  uma notificação na qual pediam para eu deletar a página. Acontece que ali está meu trabalho e, sem ela, eu não tenho como trabalhar. Então sugeri apenas que a imagem fosse retirada e eles toparam”, afirma Vitor em entrevista ao Yahoo.

A situação, porém, abriu precedente para a discussão sobre a censura. O cartunista nega que tenha se sentido censurado, preferindo usar a palavra “pressionado”. Vitor cita que, por conta do poder financeiro e midiático da Universal, sentiu-se pressionado a retirar a charge, que ele faz questão de apontar como uma crítica apenas aos Gladiadores e não à Universal ou qualquer um de seus fiéis.

“Acredito que cada indivíduo tem o direito de ter sua fé e acreditar no que quiser, minha crítica nunca foi contra isso, é específica ao grupo”, afirma ele. “Sempre deixo claro que minha intenção é essa, de criticar o grupo e, agora, com toda essa repercussão, falar sobre liberdade de expressão”.

Logo que a charge foi retirada do ar, internautas manifestaram seu descontentamento com a atitude da Universal e compararam o caso com o massacre da revista Charlie Hebdo, na França, que foi invadida por extremistas muçulmanos por conta de uma charge satírica feita com o profeta Maomé. 

Nova charge por protesto

A reação do cartunista, porém, envolveu nova charge — que segue no ar. Nela, mostra duas mão algemadas e novamente o símbolo da Universal. Para ele, a forma de mostrar que a discussão sobre liberdade de expressão precisa evoluir muito no Brasil.

“A primeira charge era uma crítica específica, nunca ao grupo todo, aos fiéis. Já a segunda é a minha forma de protesto, de mostrar que é uma questão delicada no país”, diz ele.

A Universal se manifestou oficialmente apenas por nota, na qual disse que não aceitará qualquer tipo de ataque contra ela. Após o casos e tornar público, porém, Vitor disse acreditar que a igreja não gostou da repercussão.

“Depois de tudo me mandaram um e-mail com linguagem totalmente jurídica, que eu tive que mandar ‘traduzir’. E nele, por assim dizer, senti que havia um ressentimento pelo fato de eu ter tornado a história pública”, completa o cartunista.

Redação

17 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Liberdade de expressão é o que os poderosos permitem ser.

    Você viu algum jornal trazendo a imagem abaixo estampada na primeira página. Algum artista da Globo trouxe ela na camiseta?

  2. Esse precedente é grave. A

    Esse precedente é grave. A Universal diz que nao tolera qualquer “ataque” contra ela. Uau! Então vai ser assim? E o que é “ataque”? Noticiar que algum de seus bispos mama? Que alguns deles tem conta em paraisos e casa na Flórida? O que mais? Qualquer “ataque”.

    Nao gostei da charge, acho grossa, tosca. É algo que tem ocorrido com alguns desenhistas de esquerda. Estamos perdendo a sutileza e o humor com muita frequencia. Talvez seja o clima, é verdade. O Vitor Teixeira, tem coisa muito mais criativas.

  3. Acredito que no caso ambos

    Acredito que no caso ambos estão na sua. O chargista fez a charge, e tinha todo o direito de fazê-la. A Universal sentiu que era de certa forma uma acusação de que seus devotos são assassinos. Questionável, porém a discussão foi para onde de direito, a justiça.

    O chargista que nao é bobo nem nada, retirou a charge da página, que, porém, continuará circulando por aí na internet. Aproveitou e colocou outra charge que fala da intolerância religiosa agora não contra as outras religiões mas contra a arte. Além de divulgar seu trabalho, é claro.

    O mais importante é que um ponto fica claro. As Igrejas evangélicas tem um problema com a liberdade de expressão. Mas a Católica também. Alias toda religião é fundamentada, em parte, em cima de proibições. O que nem sempre é mal. Tem o “não matarás”.

    Só que a perseguição da Universal às religiões de matriz africana é inaceitável, as autoridade precisam atentar para isso, antes que algum crente maluco mate um pai de santo

  4. Cautela e caldo de galinha

    Cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém. Bem fez o cartunista em retirar sua charge. Com religião não se brinca.

  5. Consciencia e Responsabilidade na Midia

    A luta do crente em Jesus Cristo nao eh contra a figura humana,  mas contra Satanas e seus demonios. A charge representa uma luta humana entre pessoas. Isto provocaria desentendimentos entre as fe alheias. A Igreja Universal apenas se defende para nao criar antagonismos entre criaturas de Deus. A verdadeira luta para a relizacao da paz universal eh a luta entre humanos crentes, em Jesus Cristo, e espiritos das trevas que enfernizam homens e mulheres para guerras entre si e, individualmente, em suas vidas proprias. Os cristaos procuram a paz de Cristo. Ate nas liberdades de opinioes midiaticas eh preciso ter CONSCIENCIA- RESPONSABILIDADE para ter a LIBERDADE evitar inferencias e pressuncoes que nos leva a mal entendimentos e a guerras. A liberdade de expressao nos liva a paz e a guerras depende de como a praticamos. 

    1. “A luta do crente em Jesus
      “A luta do crente em Jesus Cristo nao eh contra a figura humana, mas contra Satanas e seus demonios. A charge representa uma luta humana entre pessoas.”

      Vc só deixou de dizer que “satanás” pode estar no corpo de alguém (na interpretação literal de vários crentes), então a briga passa a ser física tb. Tanto que vários terreiros vem sendo atacados por seguidores da IURD, além de agressão contra outra religião por considera-la representação “satânica”.

      Ou seja, a charge tocou na ferida, e em boa hora.

      P.S. não acredito em coisas do além, meu comentário acima foi só pra rebater o comentário anterior pois tenta defender (mesmo podendo não ter intenção) o fundamentalismo evangélico quando a interpretação literal desses evangélicos é basicamente o que mencionei acima, e não fica restrito a ataques contra religiões africanas, os ataques a ICAR também são constantes, pelo menos no campo verbal (pra não precisar procurar exemplos de agressões recentes a símbolos da ICAR).

    2. Satanás. ..???
      Não há alienação maior no mundo, do que a figura do demônio. Cultuado por alguns imbecis e temido por milhões de inocentes, afirmo peremptoriamente: Isto não existe, nunca existiu e nem nunca existirá no mundo real. Apenas seguirá como -171 para alguns pilantras tirarem dinheiro dos incautos mundo afora. Menos eu…tô fora!

    3. Satanás. ..???
      Não há alienação maior no mundo, do que a figura do demônio. Cultuado por alguns imbecis e temido por milhões de inocentes, afirmo peremptoriamente: Isto não existe, nunca existiu e nem nunca existirá no mundo real. Apenas seguirá como -171 para alguns pilantras tirarem dinheiro dos incautos mundo afora. Menos eu…tô fora!

  6. Charge ?

    Até onde eu sei o discurso chargístico tem que ter ou humor, ou ironia, ou ridicularização, ou o exagero.

    Isso aí, prá mim, está mais para uma ilustração muito infeliz que pretende denunciar ou acusar um grupo de perseguir e assassinar de forma direta, sem margem de interpretação a quem a vê.

    O direito de expressão foi exercido pelo autor, tanto que o desenho está aí, mas isso não o livra de responder legalmente por aquilo que publicou.  Fez certo a parte ofendida de tentar um acordo extra-judicial, embora acredito que, caso recorra aos tribunais, conseguirá facilmente uma indenização.

    Como o autor parece não ter entendido o acordo extra-judicial, e muito menos que ele não pode sair publicando tudo que ele quiser e ficar impune, talvez ainda vá pagar por isso.

    Quanto ao grupo em si, embora a constituição garanta a associação para fins pacíficos, ela proíbe expressamente grupos  paramilitares. Sobra uma bela discussão se um grupo pode ser considerado paramilitar mesmo sem portar armamento.

  7. São uns “santos”.
    Chutam

    São uns “santos”.

    Chutam imagens da cocorrência, atacam terreiros de macumba, enganam milhares de incautos, prometendo enriquecimento material que nunca virá, cura de doenças incuraveis e que nunca se curarão… e por aí vai…

    A árvore deu ramos e frutos e hoje, além deles, há muitos investindo nas “church business” ou Igrejas S.A.

  8. nenhuma emissora de tv

    nenhuma emissora de tv ficaria contra a iurd e a favor do cartunista.As emissoras de tv são cartelizadas.A iurd,a mídia e a política corrupta governam este país,infelizmente.

     

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador